CEFALÉIA CERVICOGÊNICA

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Transcrição da apresentação:

CEFALÉIA CERVICOGÊNICA Ricardo Baeta Out/09

INTRODUÇÃO O termo “cefaléia cervicogênica” designa a dor sentida na cabeça ou na face, mas é causada por alterações patológicas nas estruturas ósseas ou de tecidos moles do pescoço. Controvérsias a respeito da origem da dor, e até mesmo da existência como entidade distinta.

Descrita em 1983 por Ottar Sjaastad – cientista norueguês que nos últimos trinta anos forneceu várias contribuições no campo das cefaléias: seu livro sobre cefaléia em salvas; em 1976, a descrição da hemicrania paroxística crônica; em 1978, denominou SUNCT ( Short-lasting Unilateral, Neuralgiform Headache with Conjuntival injection and Tearing), uma forma rara de cefaléia associada com fenômenos autonômicos; em 1984, a hemicrania contínua. É um dos fundadores da International Headache Society e do periódico Cephalalgia.

Ottar Sjaastad

ETIOLOGIA E ANATOMIA Cefaléia causada por dor referida dos segmentos cervicais superiores (principal explicação). Origem anatômica da cefaléia cervicogênica é o núcleo trigêminocervical Fibras sensoriais no tracto descendente do nervo trigêmio interagem com fibras sensorias das raízes cervicais superiores Transmissão bidirecional de sinais de dor entre o pescoço e regiões sensitivas trigeminais na face e cabeça

Os três primeiros nervos espinhais cervicais e seus ramos são as estruturas primárias que podem referir dor para a cabeça C1 (nervo suboccipital): inerva articulação atlanto-occipital. Patologias ou trauma dessa região origina dor que é referida na região occipital C2: próxima a cápsula lateral da junção zigoapofisária atlantoaxial (C1-2) e inerva as junções zigoapofisárias atlantoaxial e de C2-3. Terceiro nervo occipital (ramo dorsal C3): inerva junção zigoapofisária de C2-3.

EPIDEMIOLOGIA Prevalência estimada: 0.4 a 2.5 % Idade 42.9 anos Quatro vezes mais prevalente em mulheres Pode haver história de trauma cervical

ACHADOS CLÍNICOS Dor unilateral de intensidade variável Aumenta com movimentos da cabeça Irradia-se da região occipital para região frontal Precipitada por movimento do pescoço ou certas posições sustentadas da cabeça Não passa de um lado para o outro Não-pulsátil, não-lancinante, intensidade moderada a grave, duração variável Podem apresentar movimentos restritos do pescoço, dor no pescoço, ombro, ou braço ipsilateral

SUBTIPOS PRINCIPAIS Neuralgia de C2: dor profunda que irradia-se da região occipital para as regiões parietal, temporal, frontal, e periorbitária. Podem ocorrer paroxísmos de dor aguda ou tipo choque na região occipital. Lacrimejamento e injeção conjuntival ipsilateral são sinais associados comuns. Compressão vascular e meningioma são causas relatadas.

Cefaléia do terceiro nervo occipital: Ramo dorsal C3 inerva junção zigoapofisária C2-3. Tanto a junção, quanto o terceiro nervo occipital são vulneráveis a trauma tipo aceleração-desaceleração (chicotada) do pescoço. A dor é referida nas regiões occipital, frontotemporal e periorbitária.

DIAGNÓSTICO Bloqueio anestésico da junção zigapofisária, nervo cervical, ou ramo medial são usados para confirmar o diagnóstico História e exame físico imagem

CRITERIOS DIAGNÓSTICOS (ICHD-2) a- Dor usualmente unilateral; b- Dor episódica; c- Intensidade variável; d- Dor com origem na parte posterior do pescoço e que pode se irradiar para toda a cabeça; e- Resistência ou limitação à movimentação passiva do pescoço; f- Alterações da musculatura do pescoço no relevo, textura, tônus ou nas respostas ao estiramento e contração ativos e passivos; g- Dolorimento anormal da musculatura cervical; h- O bloqueio anestésico de C2 ou occipital maior suprime a dor; i- Os pacientes geralmente têm história de trauma cervical; j- Sinais e sintomas associados menos frequentes: fono e fotofobia, náuseas e vômitos.

BLOQUEIO ANESTÉSICO DIAGNÓSTICO Nervo occipital maior (ramo dorsal C2), nervo occipital menor, junção atlantoaxial, junção atlantoccipital, C2 ou C3 nervo espinhal, terceiro nervo occipital (ramo dorsal C3), junção zigoapofisária, ou disco intervertebral (baseado nos achados clinicos)

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Migrânea e cefaléia do tipo tensional (principais) Tumor de fossa posterior, malformação de Arnold-Chiari, espondilose cervical, discopatia cervical, MAV, etc

TRATAMENTO Fisioterapia Bloqueio anestésico Neurotomia por radiofrequência (nos casos refratários ao tratamento não invasivo) Injeção de esteróides (intra-articular) Tratamento farmacológico (tricíclicos, anticonvulsivantes, e outros) Cirurgia

OBRIGADO