QUEM SÃO OS(AS) ALUNOS(AS) DO EJA?

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Transcrição da apresentação:

QUEM SÃO OS(AS) ALUNOS(AS) DO EJA? ADRIANA ARRUDA, DAIANY FERRÃO PIRES DE SOUZA, FERNANDA BEATRIZ SILVA DOS SANTOS E MARIA LUIZA RAMOS RIESS – PEAD/UFRGS DORIS MARIA LUZZARDI FISS – PEAD/UFRGS (Orientadora) Este trabalho trata de uma pesquisa realizada com alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), durante o segundo semestre de 2009, numa escola localizada em um bairro da periferia de São Leopoldo. Ela tem como objetivo a caracterização sócio-demográfica, sócio-cultural e sócio-cognitiva dos alunos e alunas da EJA na cidade de São Leopoldo Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas estruturadas com alunos e alunas da EJA, além de conversas informais com os professores e a supervisora da escola. A EJA da escola em que foi realizada a pesquisa conta com mais ou menos 110 alunos com idades entre 15 e 64 anos. Esta faixa etária bem diversificada tem aspectos positivos e negativos, visto que há disparidade de ritmo, ideais e postura entre jovens e adultos. De acordo com os dados obtidos nesta pesquisa, percebeu-se que, enquanto os adultos procuram correr atrás do tempo perdido, tentando conciliar família, trabalho e estudo, a maioria dos jovens estuda por cobrança da família ou para conseguir um emprego, o que exige que eles estejam frequentando a escola. A escola na qual se desenvolveu esta investigação fica localizada em um bairro da periferia de São Leopoldo onde residem muitas famílias que vieram de cidades do interior do Estado e até do Paraná, em busca de trabalho e melhores condições de vida. Com esta perspectiva, 80% dos alunos veem na escola um modo de inserção na sociedade em termos culturais ou uma forma de qualificação na busca de melhores empregos. Boa parte dos educandos são casados ou vivem em união estável e mais de 60% deles/delas, embora jovens, já têm filhos. Constatou-se que 50% dos alunos trabalha em pequenas indústrias com carga horária de, no mínimo, 8 horas diárias. O salário recebido não ultrapassa três salários mínimos. Outra parcela dos sujeitos entrevistados trabalha em empregos informais, sem carteira assinada e sem garantia de direitos trabalhistas. Em função disso, 90% veem a volta à escola como uma forma de modificar esta situação, pois o mercado formal exige cada vez mais estudo e qualificação dos profissionais. A partir de leituras de textos produzidos por Marta Kohl de Oliveira e Jamil Cury e das informações obtidas em nossa pesquisa, pudemos compreender um pouco melhor os alunos do EJA. São indivíduos em geral trabalhadores; muitos apresentam uma idade avançada em relação à série que estão cursando; boa parte deles possue família; são indivíduos que apresentam uma expectativa imediatista em relação à escola, isto é, percebem a escolarização como uma forma de ampliarem seus ganhos ou alcançarem melhores posições dentro do mercado de trabalho. No que se refere a este último aspecto, assim alguns dos entrevistados se colocaram quando perguntados sobre o(s) motivo(s) de estar estudando: “Para aprender mais e dar uma melhor educação para meus filhos”, “Para ser alguém no futuro” e “Para aprender”. Segundo o Parecer CNE/CEB nº 15/98, estes alunos têm um perfil a ser considerado cuja caracterização envolve os seguintes elementos: “são adultos ou jovens adultos, via de regra mais pobres e com vida escolar mais acidentada. Estudantes que aspiram a trabalhar, trabalhadores que precisam estudar, a clientela do ensino médio tende a tornar-se mais heterogênea, tanto etária quanto socioeconomicamente, pela incorporação crescente de jovens adultos originários de grupos sociais, até o presente, sub–representados nessa etapa da escolaridade” (p.226). Nesse sentido, são o próprios entrevistados que nos revelam isto quando falam, por exemplo, sobre a idade em que começaram a trabalhar (alguns deles com 13 ou 14 anos) e sobre a necessidade de interromper os estudos, o que, em geral, coincide com a entrada precoce no mundo do trabalho. A autora Marta Kohl de Oliveira (1999) também caracteriza o aluno da EJA de um modo que se aproxima do que constatamos por meio de nossa pesquisa: “com uma passagem curta e não sistemática pela escola e trabalhando em ocupações urbanas não qualificadas, após experiência no trabalho rural na infância e na adolescência, que busca a escola tardiamente para alfabetizar-se ou cursar algumas séries do ensino supletivo” (P.59). REFERÊNCIAS: Parecer CEB no 11/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Relator: Carlos Roberto Jamil Cury OLIVEIRA, Marta Kohl . Jovens e adultos como sujeitos do conhecimento e aprendizagem.