Definições de Roteiro “Eu comparo o roteirista a uma mãe de aluguel. Seu trabalho é conceber, gerar, parir e depois entregar o bebê para o diretor criar. O roteiro, enquanto não é filmado, não vale nada e, depois de filmado, também não vale nada. É a peça literária menos lida e de vida mais curta, mesmo assim, sua importância é fundamental na produção de um filme”. (Walter Webb) WALTER WEBB, cineasta premiado em Cannes, com 45 anos de experiência em filmes, trabalhou como diretor, produtor e assistente de direção em dezenas de curta e longa metragem, de diretores como Nicholas Ray, Francis Ford Coppola, entre outros. Conquistou diversos prêmios internacionais, destacando o Grand Prix da Irlanda. Já ministrou cursos de Cinema em Lisboa, Bruxelas e Roma. Ao lado de Glauber Rocha, Roberto Pires e Rex Schindler, participou ativamente do movimento que originou o Cinema Novo.

Definições de Roteiro “O Roteiro é uma peça informativa que deve se limitar a fornecer dados para a equipe que vai trabalhar no filme e criar a partir desse texto. Roteiro não é produto final, é uma espécie de molde no qual você aplica uma resina, retira o produto e o molde permanece lá. Um bom roteiro é uma peça de transição, não deve ter ambições literárias, nem de direção”. (Marçal Aquino) MARÇAL AQUINO, jornalista e autor de ficção adulta e juvenil. Seu trabalho em cinema inclui a roteirização de textos de sua autoria (Os Matadores, Ação entre Amigos, O Invasor e O amor e outros Objetos Pontiagudos) e o desenvolvimento de roteiros originais (Nina). A convite do Sundance Institute, atuou como consultor no IV Laboratório de Roteiros Sundance/RioFilme, realizado em 2000.

Definições de Roteiro: "O Roteiro é a forma escrita de qualquer audiovisual. É uma forma literária efêmera, pois só existe durante o tempo que leva para ser convertido em um produto audiovisual. No entanto, sem material escrito não se pode dizer nada, por isso um bom roteiro não é garantia de um bom filme, mas sem um roteiro não existe um bom filme". (Doc Comparato) DOC COMPARATO, médico, escritor, dramaturgo e roteirista, autor de vários êxitos televisivos (Plantão de Polícia, Malu Mulher, O Tempo e o Vento) e cinematográficos (O Beijo no Asfalto, O Bom Burguês). Em 1982 lançou o seu já clássico livro Roteiro, pioneiro na América Latina sobre a arte e a técnica de escrever para cinema e televisão. Foi professor de roteiro e dramaturgia do Master da Universidad Autónoma de Barcelona e consultor do European Script Found, de Londres. Seu livro teórico Da criação ao roteiro foi lançado pela Rocco em 1995.

Definições de Roteiro "Roteiro é o desenvolvimento de um enredo, dentro de uma técnica determinada. O roteiro não é apenas uma arte, mas uma arte base ou uma arte básica. Em outras palavras, o roteiro é a base do cinema, do teatro e da novela / minissérie televisiva. É "a planta do edifício" de toda arte cênica". (Murilo Dias César) MURILO DIAS CÉSAR, dramaturgo brasileiro. Entre seus trabalhos estão “Os Darwins” e A Velha Guarda ou A Revolução Partida .

Definições de Roteiro "Escrever um Roteiro é muito mais do que escrever, é escrever de outra maneira: Com olhares e silêncios, com movimentos e imobilidades, com conjuntos complexos de imagens e de sons que podem possuir mil relações entre si..." (Jean-Claude Carrière) JEAN-CLAUDE CARRIÈRE, roteirista, dramaturgo, ator e escritor. Escreveu os roteiros de alguns dos filmes mais importantes de Luis Buñuel. Já trabalhou com Miloš Forman, Peter Brook, Jean-Luc Godard e Nagisa Oshima, e escreveu os roteiros de O Tambor e A Insustentável Leveza do Ser, vencedor em 1989 de Oscar de melhor roteiro adaptado.

La Belle de Jour

O tambor

Definições de Roteiro: "Roteiro é uma peça literária na qual o autor só tem um reDefinições de Roteiro:curso: a descrição. E ela precisa ser compreendida por toda a equipe de produção. Pra todo mundo entender, não pode haver metáforas. Portanto, o bom roteirista não é necessariamente um bom escritor, mas aquele que sabe traduzir, com racionalidade e clareza, o seu pensamento visual". (Fernando Bonassi) FERNANDO BONASSI, escritor, roteirista, dramaturgo e cineasta brasileiro. Autor de 19 livros (como "O Amor é uma Dor Feliz" e "Por um Beijo"). É roteirista cinema ("Carandiru" "Cabra Cega" "Os Matadores", "Castelo Rá Tim Bum" e "Cazuza - O Tempo Não Pára"), de TV ("Castelo Rá Tim Bum " e "Mundo da Lua") e de várias peças de teatro (como"Woyzeck Desmembrado").

Definições de Roteiro: "Roteiro é uma história contada em imagens, diálogo e descrição, dentro do contexto de uma estrutura dramática". (Syd Field). SYD FIELD, considerado um dos maiores “script doctors” de Hollywood. Freqüentemente realiza workshops em universidades e é professor de Técnica de Roteiro no Sherwood Oaks Experimental College, em Hollywood, e no Art Center College of Design, em Pasadena. Consultor de roteiros para a Tri-Star Pictures, colaborou em “Como Água Para Chocolate”. Seu best-seller Manual do Roteiro é utilizado em mais de 150 universidades americanas.

Fundamentos do roteiro: Logos Pathos Ethos

Logos A palavra, o discurso, a organização verbal, sua estrutura em geral.

Pathos É o drama: vida, ação, conflito quotidiano, que vai gerando acontecimentos.

Ethos A ética, a moral, o significado último da história, as suas implicações sociais, poéticas e existenciais. O ethos é aquilo que se quer dizer, a razão pela qual se escreve.

Etapas para a produção de um roteiro: Idéia: é o fundamento de um roteiro. Fato que provoca a vontade de escrever.

Etapas para a produção de um roteiro: Conflito: é a base de trabalho do roteirista. Contém elementos para o enredo, a intriga.

Story line: É a condensação do conflito básico em palavras. É o fio, os fundamentos da trama. Ex: Era uma vez um príncipe cujo pai, o rei, foi assassinado pelo seu próprio irmão com o fim de usurpar o trono. Este crime conduziu o jovem a uma crise existencial, que desembocou numa onda de mortes, incluindo a sua.

Hamlet

Story Line Uma story line deve ser breve, concisa e eficaz. Não deve ultrapassar as cinco linhas, e através dela devemos ficar com a noção do que vamos contar. O conflito básico apresenta-se por meio da story line.

Personagens: O desenvolvimento da personagem faz-se através da elaboração do argumento ou sinopse. Na sinopse: descrição do caráter das personagens principais. A sinopse é o reino da personagem, que vai viver a história onde e quando a situamos.

Ação dramática: Como? Quem? Onde? Quando? – construção da estrutura. Organização em seqüências.

Seqüências Organizam-se por cenas, determinadas pelas alterações do espaço e a participação das personagens. Estrutura: fragmentação do argumento em cenas.

Tempo dramático Dentro de uma cena se desenvolve uma ação dramática. Esta ocorre num determinado tempo (quanto tempo durará cada cena). Há diálogos. A cena abre, desenrola-se e acaba. É uma espécie de rascunho do roteiro.

Roteiro final: Guia para a construção audiovisual.

Roteiro Literário e Roteiro Técnico Roteiro Literário: não incide excessivamente sobre pormenores técnicos (movimentos de câmera, luz, som). Roteiro Técnico: cabe ao diretor e à produção

Resumindo: Construir a story line é determinar o conflito; escrever uma sinopse é descobrir as personagens; estruturar é organizar uma ação dramática; elaborar o primeiro roteiro é chegar aos diálogos e ao tempo dramático; trabalhar o roteiro final é manejar cenas, isto é, a unidade dramática.

Exercício Em duplas ou em trios, selecionar cinco notícias de jornal e transformá-las em uma “story-line”.