Instituto Adolfo Lutz - SES/SP

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Diagnostic Techniques in bloodstream infections: where are we going?
Advertisements

Gestão Ambiental Prof a Rejane Freitas Benevides Paraíso, TO. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS.
Profa Rejane Freitas Benevides
Nematoda.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS
CYCLOSPORA PONTOS CHAVES PARA O DIAGNÓSTICO LABORATORIAL I
A ÁGUA NA EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS
Investigação de Surtos
BOTULISMO - ESTADO DE SÃO PAULO E BRASIL -
ISOSPORA BELLI PONTOS CHAVES PARA DIAGNÓSTICO LABORATORIAL I
CRYPTOSPORIDIUM PONTOS CHAVES PARA O DIAGNÓSTICO LABORATORIAL I
Construção de Indicadores
Programa de Infecções Hospitalares - O papel do Estado - Maria Clara Padoveze Divisão de Infecção Hospitalar Centro de Vigilância Epidemiológica Secretaria.
CLÍNICA E EPIDEMIOLOGIA
Maria Bernadete de Paula Eduardo1
Exemplo de Plano de Ação
Medidas de Prevenção e Controle Infecção de Sítio Cirúrgico
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
PLANO ESTADUAL DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS HEPATITES VIRAIS B E C
Medidas de Prevenção e Controle Infecção de Sítio Cirúrgico
O ESTUDO DA CÉLULA – PARTE 2
Prof. Dr. Amilton Sinatora
ESTUDO DA SENSIBILIDADE MECÂNICA E AO FRIO EM MODELO DE DOR NEUROPÁTICA INDUZIDA POR CONSTRIÇÃO DO NERVO CIÁTICO: PAPEL DOS RECEPTORES TRPA1 E TRPM8. SCARANTE,
Avaliação da resposta imunológica murina contra epitopos miméticos de Cysticercus bovis Rodrigo Pedroso Madlener de Almeida UFPR/TN Juliana Ferreira de.
Potencial antimicrobiano in vitro das cepas de Lactobacillus reuteri e Lactobacillus salivarius de aves, frente a microrganismo indicadores.
GERMINAÇÃO DE SOJA E AMENDOIM-BRAVO NA PRESENÇA DE EXTRATO DE SÁLVIA Angélica Luana Kehl da Silva Iniciação Científica UFPR/TN /2013 Orientadora:
ESTUDOS PARA SISTEMAS CADnD EM PROJETOS INTEGRADOS DE EDIFICAÇÕES - ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS Mariana Cassilha Stival PIBITI/CNPq.
FILO PLATYHELMINTHES.
VARIABILIDADE GENÉTICA DO GENE HLA-F EM UMA AMOSTRA DE AFRO-BRASILEIROS DO SUL DO BRASIL Fernanda Alcântara UFPR/TN Prof.ª Dr.ª Valeria Maria Munhoz Sperandio.
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL TERAPÊUTICO DE POLISSACARÍDEOS PARA O TRATAMENTO DE DISTÚRBIOS DA MOTILIDADE GASTROINTESTINAL Tamyres Mingorance Carvalho - Iniciação.
TA 716 – Microbiologia de Processos
Prof. Dr. Helder Anibal Hermini
Cecilia Rocha Ryerson University, Canada Seminário: Políticas Públicas e SAN CERESAN,Universidade Federal Fluminense (UFF) Niterói, 07/10/2010.
Compressão de Voz Francisco Socal Tiago Peres Leonardo Silveira.
Unidade VIII – Capítulo 3, livro texto Págs.:
Diretoria de Ensino – Região de Mogi Mirim. Questões de múltipla escolha: elaboradas por professores e analisadas por especialistas; pré-testadas; realiza.
Fazendo Slides no Power Point
Introdução Software para Laboratórios de Análises Clínicas
Ademar Ribeiro Romeiro Instituto de Economia da UNICAMP
Inseticidas Organofosforados
Vírus.
Sistemas de Tutoria Inteligente (STI) Visam proporcionar instrução de forma adaptada a cada aprendiz. STIs adaptam o processo de instrução a determinadas.
FIBRAS DEFINIÇÃO: Fibra alimentar são polissacarídeos e lignina
MICOTOXINAS Noções Gerais.
Staphylococcus aureus
TA 733 A – Operações Unitárias II
ROPE TP-181 Avaliação da Qualidade de Farinhas e Cereais
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
INTOXICAÇÃO ALIMENTAR
TA 733 A – Operações Unitárias II
Preservação de Alimentos por Tecnologia dos Obstáculos
INTOXICAÇÕES POR HERBICIDA GLIFOSATO
A Molécula isolada + excipientes B Molécula modificada a partir da molécula natural Como a molécula é isolada, apenas é patenteável na forma de uma composição.
RESOLUÇÃO CONAMA nº 9, de 31/08/93.
PREVALÊNCIA DE ENTEROPARASITOSES NA POPULAÇÃO HUMANAE A PRESENÇA DE PATÓGENOS NO LODO DE ESGOTO.
Boas Práticas Agropecuárias Bovinos de Corte
CITOCINAS E COOPERAÇÃO CELULAR
SISTEMA COMPLEMENTO.
Resposta imune celular
FAMÍLIA ORTOMIXOVÍRUS
ANTICORPOS.
Identificação e estudos funcionais de genes de resistência à patógenos e pragas induzidos por ácido jasmônico em cana-de-açúcar Introdução Cana de açúcar.
PROPRIEDADES DO MÚSCULO CARDÍACO
Tamanho da amostra em pesquisa primária
PROTEÍNAS.
Digestão Humana.
TECIDO CONJUNTIVO Morfologicamente, os tecidos conjuntivos caracterizam-se por apresentar diversos tipos celulares separados por abundante material intercelular.
Tecido conjuntivo hematopoiético
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA INGESTÃO ALIMENTAR DE ATLETAS POR MEIO DO ÍNDICE DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ADAPTADO (IASA) Viviane Mariotoni.
LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO
Transcrição da apresentação:

Instituto Adolfo Lutz - SES/SP BOTULISMO - Diagnóstico Laboratorial. Procedimentos de Coleta e Técnicas para Detecção da Toxina em Pacientes e Alimentos - Miyoko Jakabi Instituto Adolfo Lutz - SES/SP

INTRODUÇÃO BOTULISMO: doença que se manifesta pela ação de uma potente toxina produzida pelo Clostridium botulinum Descrito pela primeira vez em 1879, por Ermengen, na Bélgica Botulismo - “botulus”: salsicha

BOTULISMO Botulismo alimentar: ingestão de alimentos contaminados com a toxina pré-formada Botulismo Ferimento: causado pela multiplicação do microrganismo com produção de toxina em feridas contaminadas Botulismo infantil:produção endógena de toxina pela germinação de esporos do C. botulinum no intestino (< 1 ano)

C. botulinum - características Bacilos retos ou ligeiramente curvos, Gram-positivos, imóveis, anaeróbios, 0,5-2,0 m de largura e 1,6-22,0 m de comprimento, esporos ovais e subterminais

C. botulinum 7 tipos de C. botulinum: A, B, C, D, E, F e G diferentes antigenicamente A, B, E e raramente F: humanos C e D: pássaros e bovinos G (1970): não confirmado como causador de doença - (Argentina)

Esporos

Esporos

C. botulinum Toxina botulínica: proteína de 150 kda cadeia pesada de 100 kda e cadeia leve de 50 kda ligadas por pontes de sulfeto Toxina C2: 1 cadeia de 55 kda e 1 cadeia de 105 kda não são ligados covalentemente

Síntese da toxina Presente em pequena quantidade na fase logarítmica liberada durante a autólise bacteriófagos: tipos C e D plasmídeos

Ação da toxina botulínica Neurotoxina resistente ao ácido estomacal absorvida intacta pelo trato gastrointestinal e entra na corrente sangüínea se liga as células nervosas via gangliosídeos

Cont. 1- ligação da cadeia leve aos receptores na membrana 2- Internalização da toxina ativa 3- translocação da toxina p/ o interior da célula (pinocitose) 4- fase lítica - bloqueio da liberação da acetilcolina

Ação da toxina O neurotransmissor envia impulsos elétricos p/contrair o músculo terminações nervosas secretam a acetilcolina responsável pela contração muscular pacientes com botulismo: neurotoxina liga-se aos terminais nervosos inibindo a liberação da acetilcolina, o músculo não contrai, ocorrendo a paralisia

C. botulinum no ambiente Largamente distribuído no ambiente trato intestinal de animais, pássaros e peixes cadáveres de animais silvestres e pássaros contém > quantidade tipos A, B e F: terrestres tipo E: ambientes aquáticos tipo A: oeste dos EUA; tipo B leste dos EUA e Europa; tipo G: restrito a Argentina

Alimentos associados com botulismo Alimentos enlatados ou envasados em vidros industrializados: subprocessamento ou contaminação pós-processo conservas caseiras: subprocessamento e acidez

Alimento Infantil Mel: fonte significativa de C. botulinum Cereal de arroz e xarope de milho: números baixos de esporos

Botulismo

Diagnóstico laboratorial Presença da toxina circulante, lavado gástrico ou conteúdo intestinal na fase inicial da doença Análise do alimento epidemiologicamente implicado

Método: Bioensaio Soro centrifugação refrigerada Inoculação em 2 camundongos de 20-25g (0,5ml por animal) -IP

BIOENSAIO

Extração da toxina de alimentos, lavado gástrico e fezes solução de gel fosfato (1:1 p/v, homogeneização, manutenção por uma noite, geladeira) Centrífuga refrigerada (4ºC/ 2.500 a 3.000 rpm/20 min.)

Tratamento do sobrenadante Separado em 2 porções: tratada térmicamente: água ebulição/10 min. tripsinizada: acertar o pH p/ 6,2; para cada 1,8 ml do sobrenadante, acrescente 0,2 ml de sol. Tripsina; incubar a 37ºC/1h OBS: toxina botulínica é termolábil se na amostra está presente só a pré toxina, é necessária a tripsinização para liberar a parte tóxica

Triagem da presença de toxina por bioensaio Selecionar no mínimo 8 camundongos (20-25g) 2 animais: inoculados com porção fervida já resfriada 2 animais: inoculados com porção tripsinizada 2 animais: inoculados c/ a porção extraída, não tratada termicamente e não tripsinizada 2 animais são controle do ensaio

Sintomatologia - camundongos OBS constantemente por 6 h após este período, os animais são observados a cada 6 h, até um período máximo de 72h sintomas: respiração difícil, e elaborada, acinturamento tipo “cintura de vespa”, por paralisia do diafragma em contração morte

Confirmação da toxina botulínica Os animais inoculados com a porção fervida não morrerem os animais inoculados com a porção tripsinizada morrerem animais controle não morrerem OBS: Os animais inoculados com a porção não tratada podem ou não morrer. Caso morram, significa que a toxina ativa estava presente. Caso não morram, significa que a pré toxina estava presente.

Identificação da toxina Misturar amostra positiva com anti-soros monovalentes (A,B,E e F) e polivalentes Inocular em camundongos os animais inoculados, deverão apresentar os sintomas de botulismo, exceto aqueles que foram inoculados com a antitoxina que foi capaz de inativação

Interpretação Os animais que não apresentarem sintomas permitem a identificação do tipo presente

Interpretação Se os camundongos não forem protegidos por 1 dos monovalentes: 1- pode ter muita toxina no alimento 2- pode ter mais de 2 tipos de toxinas 3- mortes podem ser devidas a outras causas Se ambos os sobrenadantes, aquecido e não aquecido, forem letais, as mortes provavelmente não são devidas a toxina botulínica

Aplicação da toxina botulínica Tratamento de espasmos musculares de vários tipos: estrabismos, dores musculares de faces e pescoço limitação da terapia: injeção deve ser repetida

Botox

Botox