O Quinhentismo Carta de Caminha Crônicas de literatura informativa

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Transcrição da apresentação:

O Quinhentismo Carta de Caminha Crônicas de literatura informativa Textos de catequese (poemas e autos) – José de Anchieta –   * a exaltação da terra, resultante do assombro do europeu que vinha de um mundo temperado e se defrontava com o exotismo e a exuberância de um mundo tropical. Com relação à linguagem, o louvor à terra aparece no uso exagerado de adjetivos, quase sempre empregados no superlativo (belo é belíssimo, lindo é lindíssimo etc.)

BARROCO Conflito: antropocentrismo X teocentrismo Contra-Reforma Concílio de Trento Cristianismo conflituoso entre o catolicismo e o protestantismo - Oposição: material X espiritual - Conflito entre fé e razão - Raciocínios complexos - Requinte formal - Exagero - Efemeridade da vida (A vida é curta e precisa ser aproveitada ao máximo) - Idealização amorosa, sensualidade - Consciência da efemeridade do tempo - Gosto pelo soneto - Construções complexas e raras - Sugestões sonoras e cromáticas na escrita

- Utilização de figuras de linguagem             Antítese (sentido contrário)             Paradoxos (idéias contrárias)             Oxímoros (conceitos opostos indicando um 3º conceito)             Quiasmos (repetição simétrica)             Metáforas (analogia)             Hipérboles (exagero)             Anáforas (repetição de termos)             Aliterações (repetição de sons consonatais)             Assonâncias (repetição de vogais)             Gradações (intensificação da idéia)             Perífrases (substituição) Elipses (omissão)             Prosopopéias (analogia de seres animados a seres inanimados ou imaginários) Poesia Gregório de Matos Guerra (1623-1633) Satírica.            Lírica: amorosa, reflexiva, religiosa Cartas - Sermões - Profecias Padre Antônio Vieira 1608-1697

ARCADISMO Paganismo - Ausência de subjetividade - Predomínio da razão - Universalismo - Materialismo, cientificismo - Busca da simplicidade: Verdade = Razão = Simplicidade - Preferência pela claridade - Figura da mulher distante, abstrata - Sobriedade - Objetivismo - Bucolismo - a natureza como pano de fundo - Belo artístico equivalente à imitação perfeita dos modelos clássicos - Imitação dos clássicos - Imitação da natureza Poesia Lírica Cláudio Manuel da Costa (1729-1789)Tomás Antônio de Gonzaga (1744-1810) Silva Alvarenga (1749-1814) Poesia épica Basílio da Gama (1729-1789) Uraguai -  Santa Rita Durão (1722-1784) - Caramuru  

ROMANTISMO Retorno à religiosidade - O sujeito é o centro de tudo - Revolução francesa - Movimentos de independência - Revolução Industrial - Desejo de Liberdade - Subjetividade - Corrente nacionalista: engajamento ou escapismo - Corrente pessimista: “mau do século”; Ultra-Romantismo - Idealização  

POESIA ROMÂNTICA NO BRASIL Primeira geração - Consolidação da cultura do Brasil - Nacionalismo - Indianismo - Religioso Gonçalves de Magalhães (1811-1882) – Suspiros poéticos e saudades - Gonçalves Dias (1823-1864) Segunda geração - Marcada pelo mal do século - Individualismo - egocentrismo - Subjetivismo - Satanismo - Erotismo - Atração pela morte e pelo macabro  Álvares de Azevedo (1831-1852) – Casimiro de Abreu (1839-1860) – Fagundes Varela (1841-1875) Terceira geração - CONDOREIRA - Engajamento social e político - Produção poética consciente e crítica Castro Alves (1847-1871)  

O ROMANCE BRASILEIRO (1840-1880) - Linguagem metafórica - Inovações na arte da narrativa – Tempo subjetivo - Descontinuidade no tempo - Narrador onisciente, manipulador da seqüência temporal - Enredo elaborado com peripécias, reviravoltas - Tema: amor - Oposição aos valores sociais convencionais - Sublimação do “eu” - Tema: herói - Indivíduo romântico absoluto, idealista e genial - Valores nobres incompatíveis com os da sociedade - Figura feminina como o bojo da idealização do herói Romance indianista - Exaltação da Natureza e da figura do índio - O índio é o símbolo máximo do nacionalismo José de Alencar (1829-1877) – Iracema Romance regionalista - Não segue o modelo europeu – Constrói modelos próprios - O regionalismo  - respeito às diferenças culturais brasileiras - realce dos traços que caracterizam cada região

- Explora a realidade nacional Nordeste: Franklin Távora (1842-1888) – O cabeleira Sul: José de Alencar (1829-1877) – O gaúcho Centro-Oeste: Visconde de Taunay (1843-1899) – Inocência Romance urbano - Segue tendência européia - Bastante aceito pela burguesia, tema desse tipo de romance - Trata da - vida cotidiana da classe média - críticas a esse social - análise do comportamento e dos valores vigentes José de Alencar (1829-1877) – Senhora Manuel Antônio de Almeida (1831-1861) – Memórias de um Sargento de Milicias  

REALISMO/NATURALISMO Desmoralização do poder absoluto dos reis e do poder atemporal da Igreja - Análise e síntese da objetividade, da realidade, da verdade, em oposição ao subjetivismo e idealismo românticos; - Indiferença do "eu" subjetivo e pensante diante da natureza; - Reprodução exata, fiel e pormenorizada da natureza; - Neutralidade do coração e do espírito diante do bem e do mal, do vício e da virtude, do belo e do feio; - Análise corajosa dos aspectos baixos da vida, sobretudo dos vícios e taras, não os ocultando e chamando-os pelo seu nome; - Lógica entre as causas (biológicas e sociais) do comportamento das personagens do romance e a natureza (exterior e interior) desse comportamento; - Cosmopolita sobrepondo-se ao nacional e tradicional dos românticos; - Simplicidade e transparência.

Diferença entre Realismo e Naturalismo - Todo naturalista é realista, mas nem todo realista é naturalista . - Há algumas diferenças fundamentais: - o Realismo procura ter uma visão global do narrado, perscrutando mesmo a vida psicológica de suas personagens, - o Naturalismo atém-se à vida biológica das personagens, isto para comprovar as teorias determinista e darwinista que equiparam o homem, excluída sua capacidade de raciocínio, a um animal.   Machado de Assis, Raul Pompeia, Aluísio Azevedo, Domingos Olímpio, Júlio Ribeiro.

O Parnasianismo A poesia parnasiana preocupa-se com a forma e a objetividade, com seus sonetos alexandrinos perfeitos. Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira formam a trindade parnasiana Culto à forma - A nova estética se manifesta a partir do final da década de 1870, prolongando-se até a Semana de Arte Moderna. Objetividade temática e culto da forma: eis a receita. A forma fixa representada pelos sonetos; a métrica dos versos alexandrinos perfeitos; a rima rica, rara e perfeita. Isto tudo como negação da poesia romântica dos versos livres e brancos. Em suma, é o endeusamento da forma.

O Simbolismo O Simbolismo no Brasil começa em 1893 com a publicação de dois livros: "Missal" (prosa) e "Broqueis" (poesia), ambos do poeta catarinense Cruz e Sousa, e estende-se até 1922, quando se realizou a Semana de Arte Moderna. a) volta-se para o mundo interior. Enquanto os românticos pesquisavam o interior das pessoas, suas lutas, incertezas, num campo puramente sentimental, o simbolista penetra fundo no mundo invisível e impalpável do ser humano. b) vale-se de adjetivos que despertem emoções vagas, sugestivas. c) A descrição é essencialmente subjetiva; d) Os versos são musicais, sonoros e expressivos. (uso de aliterações e assonâncias) e) A linguagem é evocadora, plena de elementos sensoriais: som, luz, cor, formas; há o emprego de palavras raras; o vocabulário é litúrgico, obscuro, vago. (uso de sinestesias) f) As palavras vêm ligadas ao tema da morte. g) Emprego frequente de metáforas, analogias sensoriais, sinestesias, aliterações repetição de palavras e de versos – tudo isso confere à poesia musicalidade e poder de sugestão. h) Fusão da música, pintura e

A Semana de Arte Moderna O Pré-Modernismo Brasil não constitui uma escola literária. Pré-Modernismo é, na verdade, um termo genérico que designa toda uma vasta produção literária, que caracteriza os primeiros vinte anos deste século. Nele é que se encontram as mais variadas tendências e estilos literários - desde os poetas parnasianos e simbolistas, que continuavam a produzir, até os escritores que começavam a desenvolver um novo regionalismo, alguns preocupados com uma literatura política, e outros com propostas realmente inovadoras. É grande a lista dos auditores que pertenceram ao pré-Modernismo, mas, indiscutivelmente, merecem destaque: Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Augusto dos Anjos.   A Semana de Arte Moderna O Modernismo, como tendência literária, ou estilo de época, teve seu prenuncio com a realização da Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922. Idealizada por um grupo de artistas, a Semana pretendia colocar a cultura brasileira a par das correntes de vanguarda do pensamento europeu, ao mesmo tempo que pregava a tomada de consciência da realidade brasileira.

O Modernismo - (primeira fase) O período de 1922 a 1930 é o mais radical do movimento modernista, justamente em consequência da necessidade de definições e do rompimento de todas as estruturas do passado. Daí o caráter anárquico desta primeira fase modernista e seu forte sentido destruidor. Ao mesmo tempo em que se procura o moderno, o original e o polêmico, o nacionalismo se manifesta em suas múltiplas facetas: uma volta às origens, à pesquisa das fontes quinhentistas, à procura de uma língua brasileira (a língua falada pelo povo nas ruas), às paródias, numa tentativa de repensar a história e a literatura brasileiras, e à valorização do índio verdadeiramente brasileiro. É o tempo dos manifestos nacionalistas do "Pau-Brasil" (o Manifesto do Pau-Brasil, escrito por Oswald de Andrade em 1924, propõe uma literatura extremamente vinculada à realidade brasileira) e da "Antropofagia" dentro da linha comandada por Oswald de Andrade. Mas havia também os manifestos do Verde-Amarelismo e o do Grupo da Anta, que trazem a semente do nacionalismo fascista comandado por Plínio Salgado. Entre os principais nomes dessa primeira fase do Modernismo, que continuariam a produzir nas décadas seguintes, destacam-se Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Antônio de Alcântara Machado, além de Menotti Del Chia, Cassiano Ricardo, Guilherme de Almeida e Plínio Salgado.

O Modernismo - (segunda fase) O período de 1930 a 1945 registrou a estreia de alguns dos nomes mais significativos do romance brasileiro. Refletindo o mesmo momento histórico e apresentando as mesmas preocupações dos poetas da década de 30 (Murilo Mendes, Jorge de Lima, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Vinícius de Moraes), a segunda fase do Modernismo apresenta autores como José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Jorge Amado e Érico Veríssimo, que produzem uma literatura de caráter mais construtivo, de maturidade, aproveitando as conquistas da geração de 1922 e sua prosa inovadora. Nessa busca do homem brasileiro "espalhado nos mais distantes recantos de nossa terra", no dizer de José Lins do Rego, o regionalismo ganha uma importância até então não alcançada na literatura brasileira, levando ao extremo as relações do personagem com o meio natural e social. Destaque especial merecem os escritores nordestinos que vivenciam a passagem de um Nordeste medieval para uma nova realidade capitalista e imperialista. E nesse aspecto, o baiano Jorge Amado é um dos melhores representantes do romance brasileiro, quando retrata o drama da economia cacaueira, desde a conquista e uso da terra até a passagem de seus produtos para as mãos dos exportadores. Mas também não se pode esquecer de José Lins do Rego, com as suas regiões de cana, os bangüês e os engenhos sendo devorados pelas modernas usinas.

Pós-Modernismo (terceira fase)1945. Intimismo - A prosa, tanto nos romances como nos contos, aprofunda a tendência já trilhada por alguns autores da década de 30 em busca de uma literatura intimista, de sondagem psicológica, introspectiva, com destaque para Clarice Lispector. Ao mesmo tempo, o regionalismo adquire uma nova dimensão com a produção fantástica de João Guimarães Rosa e sua recriação dos costumes e da fala sertaneja, penetrando fundo na psicologia do jagunço do Brasil Central. Na poesia, ganha corpo, a partir de 1945, uma geração de poetas que se opõe às conquistas e inovações dos modernistas de 1922. A nova proposta foi defendida, inicialmente, pela revista "Orfeu", cujo primeiro número é lançado na "Primavera de 1947" e que afirma, entre outras coisas, que "uma geração só começa a existir no dia em que não acredita nos que a precederam, e só existe realmente no dia em que deixam de acreditar nela.”

Essa geração de escritores negou a liberdade formal, as ironias, as sátiras e outras "brincadeiras" modernistas. Os poetas de 45 partem para uma poesia mais equilibrada e séria, distante do que eles chamavam de "primarismo desabonador" de Mário de Andrade e Oswald de Andrade. A preocupação primordial era quanto ao restabelecimento da forma artística e bela; os modelos voltam a ser os mestres do Parnasianismo e do Simbolismo. Esse grupo, chamado de Geração de 45, era formado, entre outros poetas, por Lêdo Ivo, Péricles Eugênio da Silva Ramos, Geir Campos e Darcy Damasceno. O final dos anos 40, no entanto, revelou um dos mais importantes poetas da nossa literatura, não filiado esteticamente a qualquer grupo e aprofundador das experiências modernistas anteriores: ninguém menos que João Cabral de Melo Neto. Contemporâneos a ele, e com alguns pontos de contato com sua obra, destacam-se Ferreira Gullar e Mauro Mota.