Maria é introduzida no mistério de Cristo definitivamente mediante aquele acontecimento que foi a Anunciação do Anjo. Esta deu-se em Nazaré, em circunstâncias bem precisas da história de Israel, o povo que foi o primeiro destinatário das promessas de Deus.
O mensageiro divino diz à Virgem: “Salve ó cheia de graça, o Senhor é contigo”. Maria “perturbou-se e interrogava-se a si própria sobre o que significaria aquela saudação”: que sentido teria aquelas palavras extraordinárias, em particular a expressão “cheia de graça”.
Se quisermos meditar juntamente com Maria em tais palavras e, especialmente, na expressão “cheia de graça”, podemos encontrar uma significativa correspondência na passagem da carta aos Efésios ( Ef 1, 4-7 ).
E se, depois do anúncio do mensageiro celeste, a Virgem de Nazaré é chamada de “bendita entre as mulheres”, isso explica por causa daquela bênção com que “Deus Pai” nos cumulou “no alto dos céus, em Cristo”.
É uma bênção espiritual, que se refere a todos os homens e traz em si mesmo a plenitude e a universalidade, “toda a sorte de bênçãos”, tal como brota do amor que, no Espírito Santo, une ao Pai o Filho consubstancial.
Ao mesmo tempo, trata-se de uma bênção derramada por obra de Jesus Cristo na história da humanidade até o fim: sobre todos os homens. Mas esta bênção se refere a Maria em medida especial e excepcional: ela, de fato, foi saudada por Isabel como “bendita entre as mulheres”.
O motivo desta dupla saudação, portanto, está no fato de se ter manifestado na alma desta “filha de Sião”, toda “magnificência da graça”, graça com que o Pai... nos tornou agradáveis em seu “Filho amado”.
15/03/2008