ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS

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Transcrição da apresentação:

ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA UNESP - Campus de Bauru/SP FACULDADE DE ENGENHARIA Departamento de Engenharia Civil Disciplina: 1309 - ESTRUTURAS DE CONCRETO II NOTAS DE AULA ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS Prof. Dr. PAULO SÉRGIO DOS SANTOS BASTOS

1. ADERÊNCIA ENTRE CONCRETO E ARMADURA Fundamental para a existência do concreto armado (trabalho conjunto entre os dois materiais). Fenômeno da aderência: mecanismo de transferência de força da barra de aço para o concreto adjacente; capacidade do concreto resistir a essa força. Transferência de força ocorre por ações químicas (adesão), por atrito e por ações mecânicas. É função principalmente da textura da superfície da barra de aço e da qualidade do concreto.

Figura 1 – Aderência por adesão (FUSCO, 2000).

Figura 2 – Aderência por atrito (FUSCO, 2000).

Figura 3 – Aderência mecânica (FUSCO, 2000).   Figura 3 – Aderência mecânica (FUSCO, 2000).

1.4 Mecanismos da Aderência Figura 4 – Tipos de corpos-de-prova utilizados em ensaio de arrancamento para determinação da resistência de aderência.

Figura 5 – Diagrama esquemático de tensão de aderência x escorregamento do ensaio de arrancamento (FIB, 1999).

a) Ruptura pelas fissuras de fendilhamento.   b) Ruptura dos consolos por cisalhamento e conseqüente arrancamento da barra. Figura 6 – Ação das saliências da barra de aço sobre o concreto e modos de ruptura.

Figura 7 – Fissuras radiais de fendilhamento.   Figura 7 – Fissuras radiais de fendilhamento.

2. ADERÊNCIA E FENDILHAMENTO   Figura 9 – Trajetórias das tensões principais em região de ancoragem de barra reta e com placa de ancoragem.

  Figura 10 – Tensões atuantes na ancoragem por aderência de barra com saliências.

Figura 11 – Fissuras de fendilhamento na região de ancoragem sem armadura transversal.

Como afirma FUSCO (2000), o importante na ancoragem de barras tracionadas é “garantir a manutenção da integridade das bielas diagonais comprimidas e assegurar que os esfor-ços transversais de tração possam ser adequadamente resistidos”. Figura 13 – Armadura para evitar fissuras de fendilhamento na ancoragem reta.

  Figura 14 - Atuação favorável dos estribos para evitar fissuras por fendilhamento na região de ancoragem reta.

3. SITUAÇÕES DE BOA E DE MÁ ADERÊNCIA   Figura 15 – Regiões de boa (I) e de má (II) aderência.

4. RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA fbd = 1 . 2 . 3 . fctd 1 – parâmetro que considera a rugosidade da barra de aço:   1 = 1,0 para barras lisas; 1 = 1,4 para barras entalhadas; 1 = 2,25 para barras nervuradas.  

2 – parâmetro que considera a posição da barra durante a concretagem:   2 = 1,0 para situações de boa aderência; 2 = 0,7 para situações de má aderência.   3 – parâmetro que considera o diâmetro da barra:   3 = 1,0 para  < 32 mm;   3 = (132 - )/100 , para  > 32 mm; com  = diâmetro da barra em mm.

5. ANCORAGEM DE ARMADURA PASSIVA POR ADERÊNCIA Todas as barras da armadura devem ser ancoradas para transmitir os esforços integralmente ao concreto. Pode ser feito pela aderência entre o concreto e a barra de aço, por dispositivos mecânicos, ou pela combinação de ambos (NBR 6118/03). A ancoragem por aderência pode ser por um comprimento reto ou com grande raio de curvatura.

Figura 16 – Diagrama de tensões de aderência na ancoragem reta de barra de aço.

5.1 Comprimento de Ancoragem Básico Definição: “comprimento reto de uma barra de armadura passiva necessário para ancorar a força limite As fyd nessa barra, admitindo, ao longo desse comprimento, resistência de aderência uniforme e igual a fbd”.

Figura 17 – Comprimento de ancoragem básico de uma barra reta. Rst = fbd . u . As . fyd = fbd . u .

com u =  .  e As =  . 2/4 tem-se:

Comprimento de ancoragem necessário (b,nec)   1 = 1,0 - para barras sem gancho; 1 = 0,7 - para barras tracionadas com gancho, com cobrimento no plano normal ao do gancho  3  ; b = comprimento de ancoragem básico; As,calc = área da armadura calculada; As,ef = área da armadura efetiva.

5. 2 Disposições Construtivas 5. 2 5.2 Disposições Construtivas 5.2.1 Prolongamento Retilíneo da Barra ou Grande Raio de Curvatura Barras tracionadas podem ser ancoradas com comprimento retilíneo ou com grande raio de curvatura em sua extremidade, conforme: a) obrigatoriamente com gancho para barras lisas; b) sem gancho nas que tenham alternância de solicitação, de tração e compressão; c) com ou sem gancho nos demais casos, não sendo recomendado o gancho para barras de  > 32 mm ou para feixes de barras.

Figura 18 – O gancho na ancoragem de barra comprimida pode ocasionar o rompimento do cobrimento de concreto.

5.2.2 Barras Transversais Soldadas   Figura 19 – Critérios para posicionamento de barras transversais soldadas à barra ancorada.

5.2.3 Ganchos das Armaduras de Tração Figura 20 – Características dos ganchos nas extremidades de barras tracionadas.

Tabela 1 - Diâmetro dos pinos de dobramento (D).

Figura 21 – Tipos de ganchos para os estribos. 5.2.5 Ancoragem de Estribos Figura 21 – Tipos de ganchos para os estribos.

6. EMENDA DE BARRAS Tipos de emendas: a) traspasse (ou transpasse); b) luvas com preenchimento metálico, rosqueadas ou prensadas; c) solda; d) outros dispositivos devidamente justificados.

6.1 Emenda por Transpasse de Armadura Tracionada Figura 22 – Aspecto da fissuração na emenda de duas barras. Figura 24 – Espaçamento máximo entre duas barras emendadas por transpasse.

6.1.1 Proporção de Barras Emendadas Figura 26 – Emendas supostas na mesma seção transversal.

Tabela 3 – Proporção máxima de barras tracionadas emendadas.

6.1.2 Comprimento de Transpasse de Barras Isoladas Tracionadas Tabela 4 – Valores do coeficiente 0t .

6.1.3 Comprimento de Transpasse de Barras Isoladas Comprimidas

6.1.4 Armadura Transversal nas Emendas por Transpasse de Barras Isoladas Com o objetivo de combater as tensões transversais de tração, que podem originar fissuras na região da emenda, a NBR 6118/03 recomenda a adoção de armadura transversal à emenda, em função da emenda ser de barras tracionadas, comprimidas ou fazer parte de armadura secundária.

6.1.4.1 Armadura Principal Tracionada Quando  < 16 mm ou a proporção de barras emendadas na mesma seção for menor que 25 %, a área da armadura transversal deve resistir a 25 % da força longitudinal atuante na barra. Nos casos em que   16 mm ou quando a proporção de barras emendadas na mesma seção for maior ou igual a 25 %, a armadura transversal deve:  -         a) ser capaz de resistir a uma força igual à de uma barra emendada, considerando os ramos paralelos ao plano da emenda; -         b) ser constituída por barras fechadas se a distância entre as duas barras mais próximas de duas emendas na mesma seção for < 10  ( = diâmetro da barra emendada); -         c) concentrar-se nos terços extremos da emenda.

Figura 27 – Disposição da armadura transversal nas emendas de barras tracionadas.

6.1.4.2 Armadura Principal Comprimida Figura 28 – Disposição da armadura transversal nas emendas de barras comprimidas.

7. ANCORAGEM DA ARMADURA LONGITUDINAL DE FLEXÃO EM VIGAS DE EDIFÍCIOS Neste item será visto como deve ser feito o detalhamento da armadura longitudinal de tração das vigas, ou seja, até que posição do vão as barras devem se estender, e também a ancoragem das barras que chegarem até os apoios intermediários e extremos.

7.1 Decalagem do Diagrama de Força no Banzo Tracionado O deslocamento ou decalagem do diagrama de forças Rst (Md/z) deve ser feito para se compatibilizar o valor da força atuante na armadura tracionada, determinada no banzo tracionado da treliça de Ritter-Mörsch, com o valor da força determinada usando o diagrama de momentos fletores de cálculo. A decalagem pode ser substituída, aproximada-mente, pela correspondente decalagem do diagra-ma de momentos fletores.

7.1.1 Modelo de Cálculo I sendo: a  0,5 d - no caso geral; a  0,2 d - para estribos inclinados a 45 graus. Para estribo vertical ( = 90):

7.1.2 Modelo de Cálculo II sendo: a  0,5 d - no caso geral; a  0,2 d - para estribos inclinados a 45 graus.

7.2 Ponto de Início de Ancoragem Em que ponto ao longo do vão da viga se pode retirar de serviço uma barra da armadura longitudinal tracionada de flexão, a fim de gerar economia de aço? A ancoragem por aderência de uma barra da armadura longitudinal de tração tem início na seção teórica onde sua tensão s começa a diminuir, ou seja, o esforço da armadura começa a ser transferido para o concreto. O comprimento da ancoragem deve prolongar-se pelo menos 10  além do ponto teórico de tensão s nula. Considerando o diagrama de forças RSd = MSd/z , decalado do comprimento a , o início do comprimento de ancoragem da barra corresponde ao ponto A, devendo prolongar-se no mínimo 10  além do ponto B.

Figura 29 – Cobertura do diagrama de força de tração solicitante pelo diagrama resistente.

Figura 30 – Definição de apoios extremos e internos de vigas. 7.3 Armadura Tracionada nas Seções de Apoio 7.3.1 Apoio com Momento Fletor Positivo 7.3.2 Armadura Positiva em Apoios Extremos de Vigas Simples ou Contínuas Figura 30 – Definição de apoios extremos e internos de vigas.

Nos apoios extremos, devido ao deslocamento do diagrama de momen-tos fletores (a), surge uma força de tração Rsd na seção de apoio, cor-respondente ao momento fletor, dado por: Md,apoio = VSd . a

Sendo Md,apoio = RSd . z e z  d, fica:

Para proporcionar resistência à força de tração no apoio (RSd) é necessário colocar uma armadura, a ancorar no apoio (As,anc): Se a força normal não existir fica:

A armadura positiva a ancorar no apoio deve ser composta por no mínimo duas barras da armadura longitudinal, e deve atender:

Figura 33 – Ancoragem reta da armadura longitudinal calculada segundo o comprimento de ancoragem básico nos apoios extremos.

entre a armadura calculada e a armadura efetiva. Figura 34 – Correção do comprimento de ancoragem básico para comprimento de ancoragem corrigido em função de diferenças entre a armadura calculada e a armadura efetiva.

ou Figura 35 – Ancoragem com gancho quando o comprimento de ancoragem efetivo do apoio é menor que o comprimento de ancoragem reto.

Figura 36 – Acréscimo de armadura longitudinal ancorada no apoio para As,corr quando o com-primento de ancoragem efetivo do apoio é menor que o comprimento de ancoragem com gancho.

Figura 37 – Ancoragem em apoio extremo com a utilização de grampos e armadura longitudinal efetiva com gancho.

Apoio Intermediário de Vigas Contínuas Figura 39 - Ancoragem da armadura longitudinal em apoios intermediários com o ponto A fora do apoio.

Figura 40 - Ponto A além da face do apoio.

Figura 41 – Momentos fletores em nó extremo de pórtico Ancoragem de Armadura Negativa em Apoios Extremos Figura 41 – Momentos fletores em nó extremo de pórtico

Figura 42 – Direção das tensões de compressão e tração em nó extremo de pórtico.

Figura 43 – Detalhamento indicado por LEONHARDT & MÖNNIG (1982) para a armadura negativa da viga em nós de pórtico.

Figura 44 – Comprimento do gancho da armadura negativa dentro do pilar.