TRANSPOSIÇÃO DO VELHO CHICO: 200 ANOS DE NOVELA

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Transcrição da apresentação:

TRANSPOSIÇÃO DO VELHO CHICO: 200 ANOS DE NOVELA Artista: Sá e Guarabira Música: Sobradinho O homem chega e já desfaz a natureza Tira a gente põe represa, diz que tudo vai mudar O São Francisco lá prá cima da Bahia Diz que dia menos dia vai subir bem devagar E passo a passo vai cumprindo a profecia Do beato que dizia que o sertão ia alagar O sertão vai virar mar Dá no coração O medo que algum dia o mar também vire sertão Vai virar mar TRANSPOSIÇÃO DO VELHO CHICO: 200 ANOS DE NOVELA Adeus Remanso, Casa nova, Sento-sé Adeus Pilão arcado vem o rio te engolir Debaixo d'água lá se vai a vida inteira Por cima da cachoeira o Gaiola vai sumir Vai ter barragem no salto do Sobradinho E o povo vai se embora com medo de se afogar Professor Reginaldo

Entendendo o projeto

ROTA DE TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

Projeto de Integração do Rio São Francisco às Bacias do Nordeste Setentrional Histórico: o projeto foi apresentado e debatido pela primeira vez no ano de 1918, sendo lembrando sempre em situações de estiagens;

Objetivo do projeto Retirar água do rio São Francisco para irrigar áreas do semi-árido nordestino setentrional, beneficiando agricultores familiares através de 400 pontos de captação. A meta é levar água para 12 milhões de pessoas até 2025 em 390 municípios do PE, CE, PB e RN;

A obra O custo total das obras está estimado em R$ 4,5 bilhões e mais R$ 5,2 bilhões em ações para revitalização das margens do rio); Será retirado do rio entre 26,4 (1,4% da vazão do rio) e 127m³/s de água que poderá ser utilizado para o consumo humano e irrigação, através de 720 km de canais, em dois eixos (norte e leste), prevendo-se a perenização de cerca de 1.000 km de rios temporários da região;

Disponibilidade de Água Segundo a ANA (Agência Nacional das Águas) a disponibi-lidade hídrica garan-tida pela barragem de Sobradinho, mesmo nos anos de maior estiagem, é de 1.825 m³/s, sendo a vazão normal de 2700 m³/s. Os múltiplos usos da água demandam 1562 m³/s, havendo uma folga de 263 m³/s;

“Dois semi-áridos” o Semi-árido da Bacia do São Francisco, com 2.000 a 10.000 m³/hab/ano de água disponível em rio permanente, e o Semi-árido do Nordeste Setentrional, com pouco mais de 400m³/hab/ano disponibilizados através de açudes construídos em rios intermitentes e em aqüíferos com limitações quanto à qualidade e/ou quanto à quantidade de suas águas.

Segundo o ex-ministro Ciro Gomes, o padrão mínimo de acesso à água estabelecido pela ONU é de 1.500 m³/hab. por ano.

Debate: estados favoráveis (CE, PE, PB e RN) Argumentos: 95% da água do rio, liberada pela barragem de Sobradinho, é despejada em sua foz, sendo apenas o restante utilizado; não haveria impactos significativos; garantia de água para milhões de pessoas afetadas pelas constantes estiagens; o Nordeste Setentrional possui apenas 3% da disponibilidade de água e 28% da população brasileira;

A indústria da seca Desde os primórdios da colonização do sertão nordestino que pessoas lucram com o desespero decorrente da falta de água. Assegurar ao nordestino que não lhe faltará água é como conceder a ele uma carta de alforria em relação àqueles que se aproveitam dessa condição e mantêm um status quo através da indústria da seca, que passa necessariamente pela submissão do sertanejo.

Debate: estados contrários (MG, BA, AL e SE) Argumentos: temem a diminuição do volume de água do rio e prejuízos em relação à produção de eletricidade; possibilidades de maiores danos ambientais futuros, ao exemplo do que ocorreu com o Mar de Aral na ex-URSS; possibilidade de maior valorização das áreas beneficiadas pelo projeto e conseqüente especulação imobiliária;

Ambientalistas e lideranças sociais se perguntam: Qual seria o verdadeiro destino da água? A quem beneficiará? Não existem alternativas mais baratas, como cisternas para conservação da água da chuva e aproveitamento de aqüíferos? De que adianta levar água para uma região onde a concentração fundiária é um dos maiores problemas?

Conclusão: o semi-árido tem jeito!