Dr. Danilo Antonio Baltieri

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
Advertisements

Jovem X RISCO EMOÇÃO Dr. Jairo Bouer Março de 2004.
FUNDAÇÃO FACULDADE FEDERAL DE CIENCIAS MÉDICA DE PORTO ALEGRE - FFFCMPA SISP DROGAS LÍCITAS: ÁLCOOL E TABACO; ILÍCITAS: COCAÍNA, MACONHA, ESTIMULANTES.
MITOS E VERDADES SOBRE DROGAS
O Uso de Drogas e as Mulheres
Epidemiologia das Dependências Químicas
SEMINÁRIO LIDANDO E PREVENINDO COM A DEPENDÊNCIA QUÍMICA NA EMPRESA
XIX Congresso Brasileiro de Psiquiatria
III Seminário Internacional de Justiça Terapêutica Capacitação em Justiça Terapêutica Justiça Terapêutica: um programa judicial de redução do dano social.
Maconha e Depressão Lisia von Diemen, Flavio Pechansky e Felix Kessler
Maconha: Avaliação Psiquiátrica
Avaliação e Diagnóstico
Conselho Regional de Medicina – São Paulo Novembro 2002
Organização de Serviços em Dependência Química Dr.a Cláudia Maciel UCAD – Jardim Ângela Escola Paulista de Medicina Universidade Federal de São Paulo.
DROGAS E TRABALHO Dra Fernanda Livani Médica do Trabalho
RECUPERAÇÃO - Assistência e Manutenção Fernanda M C Livani Médica do Trabalho Especialista em Dependência Química.
USO, ABUSO E DEPENDÊNCIA DE DROGAS
SENAD SECRETARIA NACIONAL ANTIDROGAS BRASIL
DROGAS, NOÇÕES BÁSICAS DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO
Fatores de Risco e Proteção Para Problemas com Álcool e outras Drogas em Adolescentes e Adultos Jovens: Implicações na Prevenção do Abuso de Substâncias.
Álcool.
Alcoolismo e o Comportamento Suicida
Centro de Referência Especializado de Assistência Social
Maria de Fátima Rato Padin
SUICÍDIO.
Classificação.
Violência contra idosos
FORMAS E DIMENSÕES DA VIOLÊNCIA 26 E 31/10/2011
Drogas na adolescência
Dr. Sérgio de Paula Ramos Psiquiatra e Psicanalista
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM NO TRATAMENTO À DEPENDÊNCIA QUÍMICA: CONSTRUÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO DEPENDENTE QUÍMCO BASEADO NA TEORIA DE OREM.
A EDUCAÇÃO SEXUAL EM CONTEXTO ESCOLAR - Breve Reflexão -
SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE
Comportamento suicida
RISCO DE SUICÍDIO, AVALIAÇÃO E MANEJO
Importância da Prevenção de Dependência de Álcool e Outras Drogas
Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte
AUTOMEDICAÇÃO EM ESTUDANTES DE MEDICINA
Alcoolismo.
PREVENINDO A VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE.
EPIDEMIOLOGIA DO USO DE ÁLCOOL, TABACO E OUTRAS DROGAS NO BRASIL
Como eu trato DQ Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira
Wordney Carvalho Camarço Médico Psiquiatra Clínico e Forense
Escola Promotora de Saúde – 2009/2010
Transtornos mentais pelo uso de substâncias psicoativas
A psicanálise pode ser um instrumento técnico e teórico bastante rico se pudermos considerar as especificidades dessa patologia. Recebeu tratamento injusto.
Abuso de álcool e drogas no transtorno bipolar: aspectos clínicos e tratamento Fabiano G. Nery Programa de Transtorno Bipolar (PROMAN) - Depto de Psiquiatria.
Vulnerabilidades para que o adolescente se envolva com drogas
Escola Secundária da Ramada
II CONGRESSO BRASILEIRO DE TABAGISMO AGOSTO/2007 BELO HORIZONTE Dr. Antônio Dórea.
I LEVANTAMENTO NACIONAL
A NOVA MULHER E O PROBLEMA DA INFANCIA - Que desesperadora é a situação no Brasil! Coragem, companheiras queridas, na batalha sublime em que vos haveis.
Consumo de álcool na gravidez. Uma perspectiva ética. Miguel Ricou Unidade de Ética e Psicologia do Serviço de Bioética e Ética Médica da Faculdade de.
Transtornos de Adaptação
TABAGISMO E DISTÚRBIOS PSIQUIÁTRICOS
II LENAD Consumo de Substâncias entre Mulheres Brasileiras
II Seminário Internacional da Rede de Pesquisa sobre Drogas
Módulo 3 – Capítulo 2 : SUPERA
DROGAS ILÍCITAS  .
Prevenção Níveis de Intervenção(consumo) IntervençãoAlvoMetasConteúdos UniversalTodosImpedir o inicio do consumo Habilidades para vida /educação geral.
DROGAS E ÁLCOOL NO TRABALHO
Avaliação de Risco: Comportamento Suicida
Política de álcool e drogas na FMUSP 25/09/2015. Repercussão.
ESQUIZOFRENIA.
VIOLÊNCIA.
Terapia Familiar.
Comorbidades Psiquiátricas na Dependência Química
Dra Hedi Martha Soeder Muraro
Consumo de álcool e tabaco através do AUDIT e FAGERSTROM em pacientes internados na clínica médica do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes.
Transcrição da apresentação:

Dr. Danilo Antonio Baltieri SEXO E DROGAS Dr. Danilo Antonio Baltieri Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (GREA-IPqHCFMUSP) Ambulatório de Transtornos da Sexualidade das Disciplinas de Psiquiatria e Psicologia Médica da Faculdade de Medicina do ABC (ABSex - FMABC)

SEXO E DROGAS 1. Introdução – Consumo precoce de drogas está associado à atividade / comportamento sexual precoce; Consumo regular / intenso de drogas tem sido associado a comportamentos sexuais de risco; O início da atividade sexual é influenciado: Percepção da maturidade física; Expectativas de autonomia; Uso de drogas lícitas e ilícitas Sexo e Drogas – uma Ligação Perigosa ? (Donnely et al, 2001)

SEXO E DROGAS 2. Objetivos – Uso de Substâncias Psicoativas e Comportamentos Sexuais; Consumo de Substâncias Psicoativas e Atividades Sexuais Criminosas; “Trading Sex”; Transtornos da Sexualidade e o Consumo de Substâncias Psicoativas

SEXO E DROGAS 2.1 Uso de Substâncias Psicoativas e Comportamentos Sexuais – Adolescentes usuários de MDMA: Múltiplos parceiros sexuais; Maior tempo com amigos; Menor tempo com estudos (Strote et al, 2002) 22% dos adolescentes usuários de “Club Drugs” atribuíram o uso à expectativa de “melhor apreciar o sexo” (Fendrich et al, 2003); O abuso de drogas e a “procura” por drogas podem apresentar o mesmo substrato neurobiológico: “BUSCA DE SENSAÇÕES” (vias dopaminérgicas) (Ross et al, 2003); “Barebacking” tem sido associado ao uso das “Club Drugs” (Halkitis et al, 2003)

Efeitos Farmacológicos SEXO E DROGAS Uso de Substâncias Psicoativas e Comportamentos Sexuais – Expectativas Efeitos Farmacológicos

SEXO E DROGAS Fases do Galanteio (K. Freund, 1998) - Fase da Busca (visualizar alguém interessante em uma festa); Fase da Conquista / Sedução (Troca de olhares, exibição); Fase do Toque (cumprimentos, beijos, abraços) Fase Copulatória (atos sexuais)

Expectativas e Efeitos das Bebidas Alcóolicas - SEXO E DROGAS Expectativas e Efeitos das Bebidas Alcóolicas - (Gross et al, 2001)

SEXO E DROGAS 2. Objetivos – Uso de Substâncias Psicoativas e Comportamentos Sexuais; Consumo de Substâncias Psicoativas e Atividades Sexuais Criminosas; “Trading Sex” Transtornos da Sexualidade e o Consumo de Substâncias Psicoativas

CRIME SEXO E DROGAS Drogas Sexo Dinheiro 2.2 Consumo de Substâncias Psicoativas e Atividades Sexuais Criminosas – Drogas Sexo Dinheiro CRIME

SEXO E DROGAS Consumo de Substâncias Psicoativas e Atividades Sexuais Criminosas - 25% das mulheres que procuram o Centro Canadense de Abuso Sexual anualmente apontam o uso de drogas como importante fator associado à agressão sexual (Weir, 2001); “Drogas do estupro” → GHB, Ketamina, Flunitrazepam, Álcool (Smith et al, 2002); Toxicologia de Vítimas de Estupro (urina): 63% álcool etílico; 30% cannabinóides; 3% GHB (Slaughter, 2000)

SEXO E DROGAS Estudos de associação – Apenados por crimes sexuais têm maiores taxas de abuso/dependência de substâncias psicoativas do que a população geral (35 % dos estupradores dependentes de álcool); Apenados por crimes sexuais apresentam maiores “problemas” com o consumo de álcool do que apenados por outros crimes violentos; Homens com comportamento sexualmente agressivo (não apenados) mostram maiores taxas de dependência de álcool e drogas e transtornos de conduta do que homens sem este comportamento; A severidade do consumo de álcool tem sido significativamente relacionada a comportamentos sexuais violentos (Testa, 2002)

SEXO E DROGAS Estudos baseados em eventos – Estudos avaliam a prevalência do uso de álcool no momento do ato agressivo; 35 a 55% das vítimas de estupro consumiram bebidas alcóolicas ao tempo da ação; 60 a 65% dos agressores consumiram bebidas alcóolicas no tempo da ação; A prevalência do consumo de álcool por perpetradores E vítimas é maior do que entre pessoas envolvidas em atos sexuais consentidos

SEXO E DROGAS Álcool e Agressão Sexual - Álcool Álcool Agressão Agressor Uso/Abuso de álcool Álcool Álcool Agressão Diferenças Individuais: Contextos no evento Sexual Expectativas diante do consumo Hipermasculinidade Atitudes frente à violência Atividade sexual prévia Comportamento Anti-Social Impulsividade ------- Fatores Distais ---------- Fatores Proximais

SEXO E DROGAS 2. Objetivos – Uso de Substâncias Psicoativas e Comportamentos Sexuais; Consumo de Substâncias Psicoativas e Atividades Sexuais Criminosas; “Trading Sex” Transtornos da Sexualidade e o Consumo de Substâncias Psicoativas

SEXO E DROGAS 2.3 “Trading Sex” – Dependências graves; Cocaína / Crack, Opióides; Impulsividade e Sintomas Depressivos; Moradores de rua; Desemprego; DSTs (Latkin et al, 2003)

SEXO E DROGAS 2. Objetivos – Uso de Substâncias Psicoativas e Comportamentos Sexuais; Consumo de Substâncias Psicoativas e Atividades Sexuais Criminosas; “Trading Sex” Transtornos da Sexualidade e o Consumo de Substâncias Psicoativas

SEXO E DROGAS 2.4 Transtornos da Sexualidade e o Consumo de Substâncias Psicoativas – Fases da Resposta Sexual Normal: Platô Excitação Ach NO Orgasmo NE Desejo DA Resolução GABA (??) (Stahl, 2000)

Prejudica a resposta sexual SEXO E DROGAS Consumo de Substâncias Psicoativas – Aumenta a resposta sexual Prejudica a resposta sexual (Clayton e Shen, 1998)

SEXO E DROGAS Transtornos da Sexualidade e Consumo de Substâncias Psicoativas - Disfunção Erétil – 12,1% associado ao abuso álcool / drogas (Sánchez de la Vega et al, 2003); MDMA: 90%  desejo 40%  ereção 90% retardo ejaculatório (Zemishlany et al, 2001) Orientação Homossexual → MDMA associado a intercurso sexual e sexo desprotegido (Klitzman et al, 2000); Uso de Nitritos Voláteis (“Poppers”) e cocaína são associados com atividades sexuais de risco e múltiplos parceiros sexuais (homoerotismo) (Ostrow et al, 1995)

SEXO E DROGAS Transtornos da Sexualidade e Consumo de Substâncias Psicoativas – “Coping Burnout” conduz ao “escape” sexual (McKirnan et al, 2001); Dependência de Sexo → 37% comorbidade com abuso / dependência de álcool / drogas (Kafka e Hennen, 2002); Transtornos da Preferência Sexual → 30% comorbidade com abuso / dependência de álcool / drogas (Alnutt et al, 1996); Hipoxifilia → tem sido associada ao consumo de Ketamina (Breitmeier et al, 2003)

SEXO E DROGAS 3. Conclusões – O consumo de substâncias psicoativas pode ser: Promotor de determinados comportamentos sexuais; Facilitador de comportamentos sexuais; Aliciador de comportamentos sexuais criminosos (autor e vítima) A expectativa diante dos efeitos do consumo de álcool / drogas exerce importante influência no comportamento sexual; Profissionais envolvidos no tratamento de dependentes químicos devem também investigar comportamentos sexuais, tendo em vista as várias repercussões deste uso na sexualidade, bem como as comorbidades existentes.

Dr. Danilo Antonio Baltieri SEXO E DROGAS Dr. Danilo Antonio Baltieri GREA – IPqHCFMUSP ABSex - FMABC dbaltieri@uol.com.br