A Psicologia Pré-Científica

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Transcrição da apresentação:

A Psicologia Pré-Científica Mecanicismo Determinismo; Reducionismo;

Mecanicismo – Doutrina para o qual os processos naturais são determinados mecanicamente e explicados pela lei da física e da Química. Determinismo – Doutrina que afirma serem os atos determinados pelos atos do passado. Reducionismo – Doutrina que explica os fenômenos das idéias mais complexas as mais simples.

A Psicologia Científica

René Descartes (1596 – 1650) O filósofo Descartes concebia o ser humano como sendo dividido em substância pensante e material. A substância pensante era objeto de investigação filosófica, e a material era objeto de investigação das ciências naturais. Essa divisão era conhecida como dualismo cartesiano.

Segundo Descartes, a substância pensante não teria nenhuma ligação com o corpo, que para ele, seria semelhante a uma máquina (Mecanicismo), sendo assim passível de estudo pela quantificação e experimentação.

No entanto havia no cérebro um ponto de ligação entre a mente e o corpo, que seria a “glândula pineal”, e por conta disso, a mente poderia influenciar no corpo.

Descartes nos fala de dois (2) tipos de idéias, a idéia inata que já existe em nossas mentes,como ás idéias de Deus, do Eu, do infinito, e as idéias derivadas, produzidas pela aplicação direta do estímulo externo, à partir de uma experiência sensorial.

Segundo Descartes, a matemática poderia ser aplicada à todas as ciências, sendo assim a linguagem do universo, a linguagem matemática.

“ Deus construiu o nosso corpo como máquina e quis que ele funcionasse como um instrumento universal, operando segundo suas próprias leis” (Descartes).

Augusto Conte (1798 – 1857) Em meados do século XIX , 200 amos após a morte do Descartes, terminava o longo período da psicologia pré-científica.

Nessa época o pensamento filosófico europeu foi impregnado com uma nova tendência : O Positivismo. Este conceito tornou-se a base do trabalho do filósofo francês Augusto Conte

Conte empreendeu uma pesquisa sistemática de todo conhecimento humano Conte empreendeu uma pesquisa sistemática de todo conhecimento humano. Nessa tarefa limitou-se a trabalhar os fatos inquestionáveis, ou seja, aqueles determinados exclusivamente por meio de métodos científicos.

Conte acreditava que as ciências físicas teriam atingido o estágio positivista, não precisado mais das forças não-observáveis, e das crenças religiosas (místicas) para explicar os fenômenos naturais.

Positivismo Doutrina que reconhece somente os fenômenos e fatos naturais observareis de forma objetiva. A visão positivista referia-se a um sistema que excluía quaisquer objeto de estudo especulativo, dedutível ou de metafísica.

As idéias de Conte eram tão respeitadas que o positivismo tornou-se uma força popular dominante.

Materialismo Doutrina que explica os fatos do universo em termos físicos, pela existência da matéria. Essa doutrina também sustentava as idéias do Positivismo anti-metafísico.

A proposta dos Materialistas afirmava ser possível compreender até mesmo a consciência humana com base nos princípios da física e da química.

O trabalho dos Materialistas relacionado aos processos mentais concentravam-se nas propriedades físicas, estruturas anatômicas e fisiológicas do cérebro.

Empirismo Um terceiro grupo de filósofos,os defensores do empirismo,preocupavam-se em definir como a mente adquiria conhecimento. Afirmavam que todo conhecimento é resultante de uma experiência sensorial.

O empirismo estava relacionado com o desenvolvimento da mente, e de acordo com a visão empirista, a mente evolui como acúmulo progressivo de experiências sensoriais (Experiências).

Contraponto As idéias empiristas contradizem a visão nativista exemplificada por Descartes da existência das “idéias inatas”. São considerados os principais Empiristas Britânicos: John Locke, George Berkeley, David Hume, David Hartley, James Mill, e John Stuart Mill.

O Empirismo Britânico

John Locke (1632-1704) O interesse principal de Locke estava voltado para o conhecimento cognitivo, isto é, a forma como a mente adquire o conhecimento. Locke rejeitou a proposta de Descartes sobre a existência de idéias inatas, argumentando que o ser humano nascia sem qualquer conhecimento prévio.

Séculos antes, Aristóteles defendia uma posição semelhante a de Locke, de que o homem nascia como uma tabula rasa, uma lousa vazia onde se registravam as experiências.

Locke admitia que alguns conceitos pareceriam inatos, pois não nos lembramos do tempo em que não tínhamos consciência deles. Para ambos, a mente adquire conhecimento através da experiência.

Sensação e Reflexão: As sensações aparecem primeiro e são necessariamente precursoras das reflexões, porque sem a existência de um reservatório de impressões do sentido, não há como refletir sobre elas. Durante a reflexão, resgatamos impressões sensoriais passadas, combinando-as para formar abstrações e outras idéias de nível superior.

Idéias simples e complexas: Idéias simples são aquelas elementares, provocadas pela sensação e reflexão; Idéias complexas são derivadas, composta de idéias simples, podendo ser reduzidas em componentes simples e assim analisadas.

Teoria da Associação

A Associação é a noção de que o conhecimento resulta da ligação ou da associação partindo de idéias simples para a formação de idéias mais complexas. Associação é o nome inicial dado ao processo chamado atualmente pelos psicólogos de Aprendizagem.

Qualidades Primárias e Secundárias: As qualidades primárias são características como: tamanho e forma do objeto, sejam elas perceptíveis ou não; As qualidades secundárias são características como: cor, cheiro, percebidas no objeto.

Locke não foi o primeiro estudioso a fazer essas distinções Locke não foi o primeiro estudioso a fazer essas distinções. Galileu e Descartes também já tinham apresentado posições semelhantes. A distinção entre as qualidades primárias e secundárias estão de acordo com as posições mecanicistas. Se a matéria consiste em toda a consistência objetiva, logo a percepção e todo o resto deve ser subjetiva.

Ao fazer a distinção entre as qualidades objetivas e subjetivas, Locke reconheceria a subjetividade, idéia que o intrigava e estimulava o seu desejo de investigar a mente e a experiência consciente.

George Berkeley (1685-1753) Berkeley alegava a não existência das qualidades primárias, mas somente as qualidades secundárias. Segundo Berkeley, todo o conhecimento dependia da experiência ou da percepção do indivíduo.

Alguns anos atrás, essa teoria recebia o nome de “materialismo” como expressão da ênfase no fenômeno exclusivamente mental. Uma outra contribuição do autor foi sua idéia sobre a Associação das Sensações, segundo o qual, a construção de idéias simples unidas pelos fundamentos da associação, formaria idéias complexas.

David Hume (1711-1776) Hume traçava uma diferenciação entre dois tipos de conteúdo mental: impressões e idéias. Impressões são os elementos básicos da vida mental, e na terminologia atual equivalem às percepções.

Idéias são experiências mentais que vivenciamos na ausência de qualquer objeto de estímulo. A diferença entre impressões e idéias não estavam na sua origem, mas na sua força relativa. Impressões são fortes e vividas, enquanto idéias são cópias fracas das impressões.

As leis do Associacionismo, segundo Hume

Hume descreveu duas(2) leis de Associação: A Lei da Semelhança ou similaridade - é a noção de quanto mais semelhantes forem duas idéias, mais rápida será a sua associação. Lei da Contigüidade – é a noção de quanto mais próxima a ligação entre duas idéias, no tempo ou no espaço, mais rápida será a sua associação.

David Hartley (1705 - 1757) Associação por Contigüidade e por Repetição Segundo Hartley, a lei fundamental da associação é a Contigüidade, que usou como base para explicar os processos da memória,como o raciocínio, emoção, a ação voluntária e involuntária. As idéias ou as sensações ocorrem juntas, simultâneas e sucessivamente.

Hartley ainda afirma que a repetição das Sensações e das Idéias é necessária para a formação de Associações. Repetição: é a noção de quanto mais freqüente for a ocorrência, de duas idéias simultâneas, mais rápida será a sua associação.

A Influência do Mecanicismo Hartley tentou não apenas explicar os processos psicológicos com base nos princípios mecânicos, como também tentou explicar da mesma forma os processos fisiológicos subjacentes.

O autor alegava que os nervos consistiam em estruturas sólidas e que suas vibrações transmitiam impulsos de uma parte a outra do corpo, dando início a outras menores no cérebro que consistia nas duplicações psicológicas das idéias.

James Mill (1773 – 1836) A mente como uma máquina James Mill aplicou a doutrina do mecanicismo à mente humana com rara objetividade e clareza. Mill não se convencia com a argumentação dos empiristas de que a mente era semelhante a máquina apenas no seu funcionamento, mas na sua totalidade.

De acordo com essa perspectiva, a mente é uma entidade passiva e acionada por estímulos externos. A relação desses estímulos é automática; a atitude não é espontânea. Mill não acreditava que a mente tivesse uma função criativa, já que a associação consistia em um processo passivo e automático.

John Stuart Mill (1806 –1873) A química mental O trabalho de Mill se transformou formalmente na nova ciência da Psicologia. Ele combatia a posição mecanicista de seu pai, James Mill. Para ele a mente exercia um papel ativo na formação de idéias.

Em sua proposta afirmava as que idéias complexas não são apenas o somatório de idéias simples, por meio do processo de associação. Idéias complexas são mais que simples partes de soma de partes individuais. Por que? Por que acabam adquirindo novas qualidades antes não encontradas nos elementos simples.

De acordo com essa perspectiva, conhecida como a “ síntese criativa”, que é a noção de que as idéias complexas formadas à partir de idéias simples, adquirem novas qualidades e a combinação dos elementos mentais criam um novo elemento maior ou diferente da soma dos originais.

Mill, recomendou um novo campo de estudo que chamou de “Etologia”, dedicado aos fatores que influenciam o desenvolvimento da personalidade humana.

Estudo Dirigido Página 30 da apostila; Questões: 1, 6, 7, 8, 10, 12, 13. Entrega dia 06-03-2007 (próxima terça).