A ONG 4 CANTOS DO MUNDO, fundada por jovens de Belo Horizonte em 2002, tem como compromisso promover o desenvolvimento sustentável e construir novos paradigmas.

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Transcrição da apresentação:

A ONG 4 CANTOS DO MUNDO, fundada por jovens de Belo Horizonte em 2002, tem como compromisso promover o desenvolvimento sustentável e construir novos paradigmas para um mundo melhor. Para tanto visa sensibilizar e mobilizar a sociedade para a necessidade de preservar o meio ambiente, a cultura e a soberania dos povos.

Nossa visão

REDE SUSTENTABILIDADE DE BIOCOMBUSTÍVEIS A Rede Sustentabilidade dos Biocombustíveis reúne organizações que compartilham a convicção de que o atual processo de progressiva expansão da produção e do mercado da agroenergia requer maior informação, transparência e capacidade instalada no âmbito da sociedade civil. Isso se aplica a toda a cadeia (à indústria, à logística e à infra-estrutura de distribuição, ao financiamento e ao consumo). expor ao público práticas inaceitáveis do ponto de vista socioambiental oferecer oportunidades de debate aos grupos menos favorecidos gerar transparência no debate público

Rede de Conhecimentos sobre Biocombustíveis: Bacia do Rio Prata Espaço de cooperação entre ONGs e Academia para estudo e monitoramento da produção dos biocombustíveis. Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Apoio Comitê Holandês. Câmara 10 – Organizações da sociedade civil baseadas em comunidades (Pequenos produtores rurais, organizações da sociedade civil locais e regionais)

Projetos realizados Consulta da versão zero da Minuta da RTSB. Apoio: DOEN / Reino Unido Diagnóstico da expansão dos biocombustíveis na Bacia do Rio Grande, porção Triângulo Mineiro. Apoio: Fundação Ford / ECOA Estudo da expansão e seus impactos na Bacia do Rio Grande, três sub-bacias (Turvo Grande, Sapucaí Grande e Baixo Pardo) – em andamento Apoio: IUCN-NL Macroefeitos na expansão dos biocombustíveis no Brasil Apoio: Both Ends

Sub-bacias Turvo Grande, Sapucaí Grande e Baixo Pardo Grande. Diagnóstico Sócio Ambiental e econômico da área de expansão da cana-de-açúcar na Bacia do Rio Grande Sub-bacias Turvo Grande, Sapucaí Grande e Baixo Pardo Grande.

Objetivos do diagnóstico - estudar quais são os fatores biogeográficos, econômicos e políticos que permitiram a forte inserção da cultura da cana-de-açúcar na região; - conhecer melhor os impactos econômicos, sociais e ambientais que a cultura canavieira traz à comunidade local. Com a idéia de que aprendendo com o “passado” (antigas áreas), podemos nos preparar melhor para o “futuro” (novas áreas).

Metodologia Delimitação da área de estudo (3 sub-bacias da Bacia do Rio Grande); Estudos sobre as características biogeográficas da região; Levantamentos secundários (IBGE) sobre dados de área ocupada pela cana-de-açúcar, em relação à 5 outras culturas agrícolas (arroz, feijão, milho, soja e sorgo) em todos os municípios das sub-bacias selecionadas; Entrevistas a atores locais; Reunião de apresentação do relatório.

Brasil e a cana-de-açúcar O Brasil, em toda sua extensão territorial, conta com 851 milhões de hectares, sendo 340 milhões de hectares (ou 40% do total) considerados como área agricultável Na safra 2009/2010, a cana-de-açúcar ocupou uma área de 7,5 milhões de hectares São Paulo, com 4,101 milhões; Paraná, com 590,1 mil; Minas Gerais, com 587 mil; Goiás, com 520,3 mil; e Alagoas, com 448 mil. Produção nessa área: 25,5 bilhões de litros de etanol em 2009

Projeção de Consumo de Álcool Carburante no Brasil (2008-2016) (EPE, 2008)

90% da produção de cana-de-açúcar no Brasil concentra-se principalmente na Bacia do Rio Paraná. Bacia do Rio Grande (58,5%) Bacia do Rio Tietê (21,3%).

Bacia do Rio Grande e Sub-bacias

Escolha das áreas para estudo

Características biogeográficas Geologia marcada pela formação de latossolos férteis, originados de derrames basálticos jovens, onde estes solos ainda preservam uma grande fertilidade mineral, principalmente a “terra roxa” que historicamente sempre proporcionou ótimos resultados em todas as culturas ali estabelecidas. Relevo marcado por áreas de planaltos, em sua maioria de baixa declividade, que se estendem da região na direção Sudoeste. Viabiliza a mecanização das colheitas e barateia o custo de transporte da cana.

Características biogeográficas Clima regime de chuvas abundante, de forma bem distribuída ao longo das estações do ano. O curto período de estiagem na região (média de 40 dias) favorece o acúmulo de sacarose na planta (produção de açúcar). Hidrografia A abundância no fornecimento e acesso aos recursos hídricos potencializa a expansão de qualquer cultura agrícola, e em especial a de cana-de-açúcar nessa região.

Características biogeográficas Vegetação A região encontra se em uma área de transição entre Mata Atlântica e Cerrado, o que muitas vezes indica diferença entre manchas de solo, microclimas e outros fatores determinantes para o estabelecimento de espécies nativas de um ou outro bioma. Historicamente a região já havia encontrado períodos de remoção extensiva da mata nativa para o plantio do café, apesar de relatos de cidadãos a respeito da rápida tomada de remanescentes de áreas de mata nativa pela cana-de-açúcar na última década.

Remanescentes de vegetação nativa

Unidades de Conservação e áreas para incremento da biodiversidade. Preservar quais remanescentes?

Zoneamento Agroambiental para o setor sucroalcooleiro do Estado de São Paulo

Diagnóstico por Sub-bacias Sub-bacia do Sapucaí Mirim/Grande área de 10.873 km2, distribuída entre 23 municípios, e com uma população de cerca 625 mil habitantes. Área plantada de culturas temporárias de 1990 a 2008

Sub-bacia do Sapucaí Mirim/Grande Efetivo dos rebanhos bovinos de 1990 a 2008, nos municípios com sede na sub-bacia do Sapucaí Mirim/Grande.

Sub-bacia do Sapucaí Mirim/Grande Área plantada de culturas permanentes e área plantada de cana de açúcar entre 1990 e 2008, nos municípios com sede na bacia do Sapucaí Mirím Grande

8 Usinas de Etanol e Açúcar Instaladas na região Sub-bacia do Sapucaí Mirim/Grande 8 Usinas de Etanol e Açúcar Instaladas na região NOME FANTASIA RAZÃO SOCIAL CIDADE Alta Mogiana Usina Alta Mogiana S/A - Açúcar e Álcool São Joaquim da Barra Batatais Usina Batatais S/A - Açúcar e Álcool Buriti Pedra Agroindustrial S/A Buritizal Cevasa Central Energética Vale do Sapucaí Ltda Patrocínio Paulista Colorado Açúcar e Álcool Oswaldo Ribeiro de Mendonça Ltda Guaíra Usina Açucareira Guaíra Ltda Mandu Usina Mandu S/A COSAN – Junqueira Cosan S/A Indústria e Comércio S/A - Unidade Igarapava Igarapava

Algumas preocupações levantadas pelos entrevistados Uso indiscriminado de recursos naturais (uso excessivo de água), Queimada da cana Desmatamento Dificuldade na recuperação de APPs e reservas legais Necessidade de diversificação de atividades econômicas Fortalecimento ou criação de cooperativas de outras culturas agrícolas

Diagnóstico por Sub-bacias Sub-bacia do Baixo Pardo Grande Ocupa uma área total de 7.091 km2, com 12 municípios e uma população de 312.064 habitantes. Área plantada de culturas temporárias de 1990 a 2008

Sub-bacia do Baixo Pardo Grande Efetivo dos rebanhos bovinos de 1990 a 2008, nos municípios com sede na sub bacia do Baixo Pardo - Grande

Sub-bacia do Baixo Pardo Grande Área plantada de culturas permanentes e área plantada de cana de açúcar entre 1990 e 2008

6 Usinas de Etanol e Açúcar Instaladas na região Sub-bacia do Baixo Pardo Grande 6 Usinas de Etanol e Açúcar Instaladas na região NOME FANTASIA RAZÃO SOCIAL CIDADE Açúcar Guarani - Unidade São José Companhia Energética São José Colina Continental Usina Continental S/A Colômbia MB Santelisa Vale Bioenergia S/A Morro Agudo Vale do Rosário Usina Vertente Ltda Vertente Guaraci CBBA - Icém Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool Icém

Algumas preocupações levantadas pelos entrevistados Economia enfraquecida, baseada quase que exclusivamente na indústria da cana, Impactos ambientais como desmatamento e queimadas Pouca articulação da sociedade civil para discutir o tema Trabalho escravo/degradante Uso exagerado de agrotóxicos As novas gerações das famílias de antigos fazendeiros que já não tem interesse em perpetuar a atividade econômica dos pais, facilitando a venda/arrendamento de áreas para cana

Diagnóstico por Sub-bacias Sub-bacia do Turvo Grande Ocupa uma área de 18.215 km2, contendo 66 municípios e 1.238.251 habitantes. Área plantada de culturas temporárias de 1990 a 2008

Sub-bacia Sub-bacia do Turvo Grande Efetivo dos rebanhos bovinos de 1990 a 2008, nos municípios com sede na sub bacia do Turvo Grande

Sub-bacia Sub-bacia do Turvo Grande Área plantada de culturas permanentes e área plantada de cana de açúcar entre 1990 e 2008

16 Usinas de Etanol e Açúcar Instaladas na região NOME FANTASIA RAZÃO SOCIAL CIDADE São Domingos Usina São Domingos Açúcar e Álcool S/A Catanduva Açúcar Guarani – Unidade Cruz Alta Açúcar Guarani S/A - Usina Cruz Alta Olímpia Açúcar Guarani – Unidade Severínia Usina Açucareira Guarani S/A Severínia Açúcar Guarani – Unidade Tanabi Açúcar Guarani S/A - Tanabi Tanabi Álcoeste Alcoeste Destilaria Fernandópolis S/A Fernandópolis Bertolo Bertolo Agroindustrial Ltda Pirangi Virgolino de Oliveira S/A - Açúcar e Álcool Ariranha Cerradinho Usina Cerradinho Açúcar e Álcool S/A Colombo Usina Colombo S/A - Açúcar e Álcool Colombo – Unidade Palestina Usina Colombo S/A Açúcar e Álcool Palestina Colombo III Santa Albertina Guariroba Razão Social: Usina Guariroba Ltda Pontes Gestal Moema Usina Moema - Açúcar e Álcool Ltda Orindiúva Nardini Nardini Agroindustrial Ltda Vista Alegre do Alto Ouroeste Usina Ouroeste Açúcar e Álcool Ltda Vale Onda Verde Agrocomercial S/A Onda Verde

Algumas preocupações levantadas pelos entrevistados 80% da área agricultável da região é ocupada pela cana Os produtores que ainda persistiam na citricultura, que era atividade econômica mais forte, se renderam a cana em 2007/2008 Os arrendamentos que existiam na localidade foram devolvidos para os proprietários devido a pouca compensação financeira com o baixo preço da cana na última safra Dificultado o acesso às informações sobre a expansão da cana e seus impactos pelas usinas (somente através da ÚNICA)

Lições aprendidas A cadeia produtiva da cana-de-açúcar é a principal atividade econômica da região de estudo. Entretanto, os benefícios gerados por essa cadeia não são distribuídos a todos, como o são os impactos negativos. A diversificação da economia e a conformação de cooperativas são instrumentos necessários, pois a concentração em uma única atividade é de grande risco para a segurança econômica de toda a região. A sociedade civil precisa se organizar para ter acesso às informações e participar ativamente da mitigação e adaptação aos impactos gerados pela indústria sucroalcooleira.

Obrigad@! ONG 4 Cantos do Mundo www.4cantosdomundo.org.br