ANTIPSICÓTICOS Altino Bessa Marques Filho

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ANATOMIA Esquizofrenia BRUNO ,CRISLENE,ELVIS,GILBERTO,MÔNICA.
Esquizofrenia.
Transcrição da apresentação:

ANTIPSICÓTICOS Altino Bessa Marques Filho

TRATAMENTO PSICOFARMACOTERAPIA PSICOTERAPIA TERAPIA OCUPACIONAL

PSICOSE delírios alucinações síndrome intoxicação e abstinência de substâncias condições médicas gerais outros transtornos psicóticos delírio compartilhado transtorno delirante depressão e mania (euforia) graves

DELÍRIO Dá-se na esfera do juízo da realidade Juízo da realidade: capacidade de reconhecer a realidade como ela é julgando os fatos fazendo relações entre eles Principal alteração do juízo: delírio avaliação distorcida da realidade Paciente crê plenamente na fantasia que toma conta da sua mente mostrando-se irredutível à argumentação lógica

ALUCINAÇÃO percepção sem objeto (Esquirol) auditivas visuais táteis olfativas gustativas cinestésicas cenestésicas

ESQUIZOFRENIA demência precoce Kraepelin (popularização do termo) semelhanças com demência descuido pessoal queda do rendimento escolar/profissional desorganização da vida psíquica evolução: deterioração do psiquismo Alzheimer esquizofrenia divisão da mente Bleuler pensamento para um lado e emoção para outro

FORMAS DE ESQUIZOFRENIA Paranóide Hebefrênica Catatônica Simples Residual

Paranóide predomínio de idéias delirantes (sistematizadas) cunho persecutório místico sensual alucinações O paciente, sem motivo aparente, passa a acreditar que estão querendo prejudicá-lo, vítima de uma conspiração, onde podem estar envolvidos familiares, amigos ou vizinhos. Diz que falam mal dele nas ruas, na tevê e no rádio, que fazem “macumba” ou que colocam aparelhos para vigiá-lo, como gravadores ou câmeras escondidas pela casa e nos locais que trabalha ou freqüenta.

ESQUIZOFRENIA HEBEFRÊNICA deriva do nome da deusa grega da juventude HEBE acomete principalmente mulheres adolescentes tornam-se infantilizadas (regressão) com grande perturbação da vida psíquica pensamento muito desorganizado não conseguindo encadear suas idéias o que se pode perceber pelo discurso incoerente (desagregação do pensamento) e/ou criaçào de termos novos, inexistentes (neologismos) Relacionamento afetivo distante/desorganizado

E. HEBEFRÊNICA Relacionamento afetivo distante e/ou desorganizado com reações emocionais inesperadas (paratimias) rindo perante estímulos neutros (risos imotivados) chorando perante fatos alegres indiferença por coisas tristes Delírios e alucinações podem ser notados, mas não tão freqüentes ou sistematizados Prognóstico reservado Evolução rápida

ESQUIZOFRENIA CATATÔNICA predomínio de sintomas motores menos e/ou mais O paciente pode ficar imóvel durante horas, mesmo que assuma posturas extremamente incômodas, desconfortáveis (catalepsia). Não responde a estímulos. Em alguns casos, pode apresentar grande atividade motora, que pode transformar-se em agressividade.

ESQUIZOFRENIA SIMPLES início vagaroso evolui lentamente podendo passar despercebida por muito tempo mesmo quando notada pode ser considerada “uma fase da vida” Caracteriza-se por um afastamento lento e gradual do convívio social Deixa de estudar, trabalhar, sair de casa, falar com amigos, e familiares e, às vezes, de cuidar da própria higiene.

ESQUIZOFRENIA SIMPLES Afirma não ter vontade de fazer nada e o relacionamento vai diminuindo até que se torne indiferente aos estímulos, alegres ou tristes Embotamento ou aplaimanento afetivo Diminuição da vontade (hipobulia) RESIDUAL

TRATAMENTO Psicofarmacoterapia Psicoterapia Terapia ocupacional/recreacional

ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES DE DOPAMINA: ANTIPSICÓTICOS TÍPICOS Alta afinidade para receptores de dopamina Antipsicóticos tradicionais – neurolépticos Tratamento: esquizofrenia/outros transtornos psicóticos Clorpromazina Tioridazina Flufenazina Haloperidol, etc

EFEITOS ADVERSOS SEXUAIS Perguntas específicas Efeitos sexuais perturbadores Incidência subestimada Antagonistas dos receptores de dopamina 50% homens disfunção erétil e ejaculatória sildenafil mulheres/homens anorgasmia/redução da libido  

CLORPROMAZINA Efeitos colaterais e reações adversas Mais comuns: aumento dos níveis séricos da prolactina Menos comuns: amenorréia anorgasmia diminuição da libido ejaculação retardada ginecomastia impotência priapismo  

FLUFENAZINA (Anatensol, Flufenan) Efeitos colaterais e reações adversas Menos comuns: amenorréia anorgasmia diminuição da libido ejaculação retardada ginecomastia impotência

LEVOMEPROMAZINA (Neozine, Levozine) reações adversas e efeitos colaterais menos comuns: amenorréia anorgasmia diminuição da libido ejaculação retardada impotência priapismo

PERICIAZINA (Neuleptil) derivado piperidínico/grupo das fenotizazinas doses médias entre 15 e 30 mg, até acima de 75 mg metabolismo: CYP450 efeito ansiolítico - sem prejuízo da memória reações adversas e efeitos colaterais menos comuns: amenorréia anorgasmia diminuição da libido ejaculação retardada ginecomastia hiperprolactinemia impotência priapismo

PIPOTIAZINA (piportil, piportil L4) grupo das fenotiazinas piperazínicas dose oral média: 10 a 20 mg/dia forma de depósito éster palmítico pipotiazina: 100mg/mês reações adversas e efeitos colaterais menos comuns: amenorréia anorgasmia diminuição da libido ejaculação retardada ginecomastia impotência priapismo

TIORIDAZINA (Melleril) derivado piperidínico grupo das fenotiazinas 300 a 600 mg até 1000 a 1200 mg reações adversas e efeitos colaterais menos comuns: diminuição da libido ejaculação retardada impotência priapismo obs: tratamento da amenorréia uso de outros antipsicóticos

TIOTIXENE (navane) derivado tioxantênico propriedades semelhantes às fenotiazinas piperazínicas 6 mg a 60 mg reações adversas e efeitos colaterais menos comuns: amenorréia anorgasmia diminuição da libido ejaculação retardad ginecomastia impotência

TRIFLUOPERAZINA (stelazine) grupo das fenotiazinas piperazínicas 2 a 30 mg reações adversas e efeitos colaterais menos comuns: amenorréia anorgasmia diminuição da libido ejaculação retardada ginecomastia impotência priapismo

HALOPERIDOL (haldol, haloper) alta potência grupo dos butirofenonas reações adversas e efeitos colaterais menos comuns: anorgasmia amenorréia diminuição da libido ejaculação retardada ginecomastia impotência

PIMOZIDA (orap) classe das difenilbutilpiperidinas estrutura similar às butirofenonas meia-vida: 50 a 200 horas efetividade: 4 vezes e até 1 vez por semana reações adversas e efeitos colaterais menos comuns: amenorréia anorgasmia diminuição da libido ejaculação retardada ginecomastia impotência irregularidades menstruais

PENFLURIDOL (semap) classe das difenilbutilpiperidinas características semelhantes às butirofenonas meia-vida: + 1 semana comprimido: 20 mg dose semanal: 20 a 60 mg VO reações adversas e efeitos colaterais menos comuns: amenorréia diminuição da libido ejaculação retardada impotência

SULPIRIDA (Equilid, Dogmatil) grupo das benzamidas sintomas negativos pacientes com SEP – outros antipsicóticos 400 e 1800 mg – antipsicótica 50 a 150 mg – antidepressiva reações adversas e efeitos colaterais mais comuns: hiperprolactinemia menos comuns: amenorréia ejaculação retardada impotência

ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS antagonistas de serotonina-dopamina risperidona olanzapina quetiapina clozapina ziprasidona aripiprazol (agonismo parcial de dopamina) amisulprida (antagonismo D2 e D3) risco menor de SEP positivos e negativos

AMISULPRIDA (socian) antagonista dopaminérgico D2 e D3 classe das benzoamidas 100 a 300 mg/d (negativos) 600 a 1200 e até 2300 mg/d (positivos) reações adversas e efeitos colaterais menos comuns: amenorréia frigidez ginecomastia hiperprolactinemia impotência

ARIPIPRAZOL (abilify) grupo das quinolinonas meia vida: 75 a 94 horas metabolismo: citocromo P450 (CYP2D6 e CYP3A4) 15 a 30 mg reações adversas e efeitos colaterais sem interferência com sexualidade?

CLOZAPINA (leponex) composto heterocíclico grupo das dibenzodiazepinas 12,5 a 900 mg/dia metabolização: CYP1A2, 2D6 e 3A4 reações adversas e efeitos colaterais menos comuns: anorgasmia diminuição da libido ejaculação retardada impotência priapismo

OLANZAPINA (zyprexa) classe dos tienobenzodiazepínicos metabolismo: CYP 1A2 10 a 20 mg/dia esquizofrenia e TBH reações adversas e efeitos colaterais menos comuns: disfunção sexual hiperprolactinemia

QUETIAPINA (seroquel) dibenzotiazepina metabolização: CYP 3A4 esquizofrenia e depressão de TBH mania? 25 até 800 mg/dia sem interferências na sexualidade?

RISPERIDONA (risperdal, respidon, risperidon, zargus e viverdal) derivado benzisoxazoles metabolização: IID6 cuidados: doença renal e/ou hepática menos SEP esquizofrenia e TBH 1 a 10 mg/dia retirada lenta (abstinência, tiques, acatisia) reações adversas e efeitos colaterais mais comuns: disfunções sexuais ejaculação retrógrada menos comuns: amenorréia, anorgasmia diminuição da libido, impotência, inibição da ejaculação, hiperprolactinemia, priapismo

ZIPRASIDONA (geodon) grupo dos benzisoxazólicos eficácia adicional: negativos 40 a 160 mg/d reações adversas e efeitos colaterais menos comuns: priapismo

QUETIAPINA (seroquel) dibenzotiazepina metabolização: CYP 3A4 esquizofrenia e depressão de TBH mania? 25 até 800 mg/dia sem interferências na sexualidade?

ARIPIPRAZOL (abilify) grupo das quinolinonas meia vida: 75 a 94 horas metabolismo: citocromo P450 (CYP2D6 e CYP3A4) 15 a 30 mg reações adversas e efeitos colaterais sem interferência com sexualidade?

A dificuldade de contato social dos portadores de esquizofrenia dificulta que estabeleçam relações afetivas, tais como, namorar, encontrar companheiros(as), relacionar-se sexualmente? É possível ao familiar ajudá-los na busca desses objetivos?

Apesar da dificuldade em manter contato social, alguns portadores da doença conseguem encontrar um(a) companheiro(a), estabelecer relacionamentos afetivos significativos e manter relacionamentos sexuais.

Os familiares devem orientá-los na busca de um relacionamento que não venha a ser estressante e que possa desencadear recaídas.

Tratando-se tais dificuldades, normalmente derivadas do isolamento social, a família pode ajudar incentivando a participação dos portadores nas mais diversas formas de atividades voltadas à ressocialização, tais como a freqüência a centros de convivência, lazer e cultura, grupos de auto-ajuda etc..

Quanto ao relacionamento sexual, devem estar orientados sobre os cuidados para evitar doenças sexualmente transmissíveis (por exemplo, AIDS), principalmente o uso de camisinha. As mulheres devem ser acompanhadas também por ginecologista, que pode orientar quanto a métodos contraceptivos seguros, como remédios anticoncepcionais ou DIU.

Quanto ao sexo, dizem que pessoas com esquizofrenia não têm interesse sexual. Entretanto, constata-se que apenas 20% delas tem inapetência sexual; portanto, os pacientes têm necessidades sexuais. Surviving Schizophrenia, a Family Manual. Torrey, Fuller, E. Harper & Row Publishers, New York., 1988.

É claro que há casos extremos, como pacientes por exemplo, que apropriam-se da atividade sexual como sua maior forma de recreação (mas isso não é regra). É verdade também, que é complicado o relacionamento sexual com esquizofrênicos (pense-se nos delírios e alucinações). Surviving Schizophrenia, a Family Manual. Torrey, Fuller, E. Harper & Row Publishers, New York., 1988.

Ocorre também o desejo de ter um filho, o que é quase inviável, pois uma criança implica em cuidados que nem sempre o esquizofrênico pode suprir. Além disso, há grandes chances de que o filho possa vir a ser também um doente.

Em relação á atividade sexual, há controvérsias que colocam a falta de cuidados contraceptivos. Uma alternativa á anti-concepção seria a aplicação intra-muscular de anticoncepcionais que agem por três meses.

Outra objeção é quanto á proteção de doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS, evitados pelo uso de preservativos que nem sempre os pacientes usam em detrimento de suas condições psíquicas, o grau de consciência e responsabilidade presente neles.