PSICOLOGIA E TRABALHO
Área de atuação da psicologia âmbitos do Trabalho diferentes perspectiva * Psicologia industrial Psicologia Organizacional Psicologia do Trabalho
PSICOLOGIA E TRABALHO O HOMEM TRABALHO HUMANIZAÇÃO Por que? * MARX Considerar as condições históricas – políticas e sociais que envolvem as questões do trabalho IDEOLOGIA
O Trabalho .... ATIVIDADE DETERMINADA E TRANSFORMADORA TANTAS VEZES PENOSA E CONTUDO NECESSÁRIA. (Albornoz, 1986, p. 7)
A que nos estamos referindo quando estamos falando de trabalho?
O trabalho refere-se a uma ação e ao sentido que essa ação possa ter O trabalho pode significar esforço – suor – sacrifício – prazer – satisfação – plenitude - fadiga – exploração – emoção – vida – desgosto – aflição
Podemos dizer que o trabalho em suas raízes esta ligado à SOBREVIVENCIA DO HOMEM - ações que realiza para poder viver O TRABALHO é a relação do HOMEM - NATUREZA
HOMEM INSTRUMENTOS TRABALHO Ferramentas Simbólicos
É TRABALHO? Uma obra de arte – elaboração de uma obra literária – pesquisa na ciência Planificação – esforço aplicado à produção de utilidades Negociações – reuniões – toma de decisões O trabalho forçado – repetitivo – realizado pela imposição – sem liberdade – Trabalho repetitivo que se evapora – que não produz produtos
O trabalho.... ESFORÇO FÍSICO OU INTELECTUAL desigualdade social DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO ESFORÇO FÍSICO OU INTELECTUAL desigualdade social
Borges e Yamamoto,2007. o trabalho como um fenômeno de diversos significados e sentidos
Estes significados e sentidos não escapam ao que é o trabalho na realidade das pessoas: relações de poder trabalho subordinado a gerentes, chefes, proprietários Em relação a contrato empregados, patrões, autônomos a sua formalidade trabalho formal e informal a sua complexidade trabalho simples, repetitivo, abstrato, complexo ao tipo de esforço trabalho braçal, trabalho intelectual à remuneração trabalho remunerado, voluntário à qualidade da remuneração trabalho bem-remunerado e mal-remunerado a forma de pagamento salário fixo, por produção, misto
Na origem da palavra trabalho esta o tripalium instrumento destinado a tortura. Algumas pessoas sofrem muito com seu trabalho outras se realizam plenamente e não conseguem deixar de trabalhar para a maioria é uma obrigação, outros trabalham para encontrar sentido na vida
Codo, 1993 O trabalho determina a vida A ciência maltrato essa categoria e esqueceu a poesia, destacando mais o tripalium. E isso nos leva a nos perguntar uma vez mais o que é o trabalho? A dona de casa, que com muita organização leva as rendas de sua casa... Trabalha ou não trabalho? O escritor que passa dias olhando para o teto em busca de uma face para sua personagem... Trabalha ou não trabalho? aos estudantes que ficam horas a noite estudando esforçadamente, Trabalha ou não trabalho? o desempregado que vende souvenirs. Trabalha ou não trabalha?
Yahoda diferencia o trabalho de emprego Borges e Yamamoto (2007) O trabalho uma atividade necessária para a reprodução da vida, configura-se na sociedade contemporânea na forma de emprego. o psicólogo organizacional e do trabalho a maior parte das vezes lida com o trabalho remunerado. Yahoda diferencia o trabalho de emprego
BORGES e YAMAMOTO (2007) o trabalho na sua condição originária deriva de necessidades naturais (fome, sede, etc...), mas realiza-se na interação entre os homens ou entre os homens e a natureza. Assim, o trabalho – e a forma de pensar sobre ele – seguira as condições sócio-históricas em que cada pessoa vive. Depende, portanto do acesso que cada pessoa tem à tecnologia, aos recursos naturais e ao domínio do saber fazer, da sua posição na estrutura social, das condições em que ele executa suas tarefas; do controle que tem sobre seu trabalho; das idéias e da cultura do seu tempo; dos exemplos de trabalhadores que cada uma tem em seu meio, entre outros aspectos (Borges, Yamamoto, p 27, 2004).
Um pouco de história O trabalho existe desde os primórdios da humanidade, com as comunidades de caçadores e coletores, 8000 anos a.C. a incipiente agricultura no Oriente Médio, China, Índia e norte de África, o trabalho escravo nas civilizações antigas e a relação servil na Idade Média
As idéias sobre o trabalho... na antiguidade são resgatadas a partir do pensamento Greco-ateniense e às práticas escravistas no império romano. Platão e Aristóteles valorizavam a atividade política e referiam-se ao trabalho como atividade inferior que impedia as pessoas de possuírem virtude. Todo cidadão devia abster-se de profissões mecânicas e da especulação mercantil. A primeira limita intelectualmente e a segunda degrada eticamente.
A filosofia clássica caracterizava o trabalho como degradante, ele compelia aos escravos e era realizado sobre o poder da força e na coerção, a partir do direito que o senhor tinha sobre a vida do escravo. Isso numa ideologia do trabalho restrito as atividades abraçais ou manuais. A política, atividade superior e dos cidadãos não era considerada trabalho.
No império Romano, as guerras e conquistas garantiam a abundancia de escravos.
Capitalismo Constrói-se e consolida-se uma mudança mais visível na reflexão sobre o trabalho.
Segundo Marx são dois os fatos que demarcaram o surgimento da produção capitalista. 1.- a ocupação de um grande número de operários, estendendo seu campo de ação e fornecendo produtos em grande quantidade 2.- a eliminação (dentro de certos limites) das diferenças individuais, passando o capitalista a lidar com o operário médio ou abstrato.
Weber (apud Borges e Yamamoto, 2007) uma extensiva analise contribuições do protestantismo trabalho. Nessa perspectiva todos exaltavam o trabalho para glorificação de Deus incentivando a poupança compulsiva, o trabalho sistemático e metódico. Quanto mais duro se trabalhava, mais se provava ser merecedor da graça divina O sucesso era o resultado de trabalho duro. Tal formulação dava legitimidade à distribuição de riquezas e tranqüilizava a consciência dos ricos.
As bases de poder no espaço do trabalho sustentam-se na propriedade, na concentração do saber fazer e das possibilidades, por parte de uma minoria, de conceder recompensas e punições.
Mas uma ideologia tão forte não conseguiu apagar as contradições nem as insatisfações. Assim a história do desenvolvimento do capitalismo é também a história da resistência dos trabalhadores. O sistema de cooperação, ao mesmo tempo em que engendrava todas as novidades já assinaladas, também reunia às pessoas em grandes massas trabalhadoras, Criam-se as condições necessárias à construção da consciência de classe. Nos países desenvolvidos, o final do século XVIII e inícios do século XIX foram marcados pelo desenvolvimento do movimento sindical.
As principais idéias que abasteceram as críticas ao regime capitalista foram as reflexões marxistas. Tais idéias seguem sendo importantes e os conceitos introduzidos por Marx a respeito do trabalho ainda permanecem vigentes, como referencia obrigatória para aqueles que querem estudar o tema.
TRABALHO <=> SUBJETIVIDADE Repetitivo Torturante Controlador Otimizado
Ford => Cadeia de montagem sobre a esteira rolante Capitalismo Gerência científica Taylor => métodos que controlam os tempos e os movimentos – deslocamento Ford => Cadeia de montagem sobre a esteira rolante
Keynesianismo Envolve a regulação do emprego, com a estabilidade economia, dando ênfase no consumo. Benefícios fora do lugar de trabalho
Toyotismo O trabalhador comprometido com a empresa. Criativo – polivalente – assertivo – audaz – competitivo
Trabalho na contemporaneidade Globalização Neoliberalismo Flexibilização => Terceirização, subcontratação, fragmentação Desenvolvimento tecnológico
Bibliografia * ALBORNOZ, Suzana. 1986. O que é o Trabalho. Coleção primeiros passos. Editora Brasiliense. São Paulo. CODO, Wanderley ; SAMPAIO, José J. C. ; HITOMI, Alberto. 1993. A Magia do Trabalho. Cap. 5 In: Indivíduo, Trabalho e sofrimento. Uma abordagem interdisciplinar. Petrópolis. R. J., Vozes. pp. 97-114. * BORGES, Lívia de Oliveira; YAMAMOTO, Oswaldo Hajime. 2007. O Mundo do Trabalho. In ZANELLI, José Carlos; BORGES-ANDRADE, Jairo Eduardo; BASTOS Antonio Virgílio Bittencourt (Orgs). Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed. pp. 24–62.