Memória, imagem e construção de sentidos na imprensa Autor: FERREIRA, Marcelo Benedicto Linha de Pesquisa: Memória e Linguagem Orientadora: Lucia M. A.

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Transcrição da apresentação:

Memória, imagem e construção de sentidos na imprensa Autor: FERREIRA, Marcelo Benedicto Linha de Pesquisa: Memória e Linguagem Orientadora: Lucia M. A. Ferreira Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO I SIM – I Seminário Internacional em Memória Social

Projeto de doutorado “A medida da realidade: estatísticas sociais e a construção da memória na mídia” IBGE como fonte jornalística (2010) ** notícias com citação sobre o IBGE nos principais jornais impressos e online do país ** menções na televisão Assessoria de imprensa ** Embargo, release e atendimento aos jornalistas

“Retratos do Brasil” “Para transformar a imensidão dos números em informação compreensível para os leitores e internautas, O Globo montou um time de jornalistas (…). O objetivo é dar aos números cor e rosto, buscando histórias que sintetizem os fenômenos registrados pelo Censo (...)”. Fonte: O Globo, no dia 29 de abril de 2010

Memória Memória: passado como parte do presente e ao mesmo tempo separado dele. (LOWENTHAL,1998) Que passado perdura nas matérias sobre os dados de pesquisas do IBGE? Como ele se relaciona com o presente? Quais são as tensões existentes nessa relação? Memória comum e memória pública (Jedlowski, 2003 e 2005) Artefatos de memória e construção de “padrões de memória” (LOPES, 2002)

O real do discurso Ilusão: texto jornalístico pode ser estabilizado a partir da aplicação de técnicas que o tornam “objetivo” e “neutro”. A aparente homogeneidade é atravessada por uma série de equívocos. Há pontos de instabilidade no que parece ser logicamente-estável. Fonte: PÊCHEUX (2008)

Análise do não-verbal Dimensão discursiva das imagens. Visibilidade. A imagem pode ser “lida”: relação com a cultura, com o histórico e com a formação social dos sujeitos. Fonte: SOUZA (2001)

Fotojornalismo Texto + imagem = construção de sentidos Força noticiosa + força visual = impressão de realidade e de verdade O fotojornalista atribui o sentido desejado à imagem (SOUSA, 2002)

Objetivo/Questões Como o não-verbal funciona discursivamente na atribuição de sentidos nas reportagens sobre as pesquisas do IBGE? A qual memória se referem esses sentidos?

“O Brasil avança, mas lentamente” Censo mostra país mais velho e feminino; e menos branco Fonte: O Globo, 30/04/2011 Mulheres e crianças Cenário (demarcação social) Ausência masculina O que faz Marilyn Monroe no 1° plano? Deslizamento de sentido

A nova periferia emergente À sombra da barra, população cresce 150% no Camorim e dobra em Vargem Pequena e Recreio em 10 anos Fonte: O Globo, 02/07/2011 Personagens fotografados “numa” casa (no interior) Sinais de “favelização”? Os “novos” novos emergentes O Brasil “avança”?

Lagoa tem o maior aumento populacional da Zona Sul Bairro sofisticado cresceu mais que Catete e Botafogo; já Ipanema, Gávea, Jardim Botânico e Leblon perderam moradores Fonte: O Globo, 02/07/201 Personagens fotografados na Lagoa (exterior) “Sinto uma paz enorme com essa paisagem” Moradora X pessoas “numa casa” O Brasil “avança”?

Considerações finais Sentidos para “periferia” e “emergentes”: *Periferia: bairros da região da Barra da Tijuca *Periferia: moradores pobres, ex-moradores de favelas. #Emergentes: moradores dos futuros condomínios #Emergentes: moradores das quitinetes e vilas +++ referência aos “novos ricos” (1994) Percurso: pensar a memória a partir de seus artefatos dispersos na materialidade do texto jornalístico, tendo em vista a complexa relação entre passado e presente na construção da lembrança e como a imprensa constrói informação quando a fonte é um dado estatístico.