UNIDADE I ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA ESCOLA: A CONSTRUÇÃO COLETIVA DO AMBIENTE DE TRABALHO

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Transcrição da apresentação:

FACULDADE REGIONAL DO JACUÍPE FARJ PÓLO ARARIPINA PE Organização do Trabalho Pedagógico - I

UNIDADE I ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA ESCOLA: A CONSTRUÇÃO COLETIVA DO AMBIENTE DE TRABALHO

As instituições sociais existem para realizar objetivos.

Os objetivos da instituição escolar contemplam a aprendizagem escolar, a formação da cidadania e a de valores e atitudes. O sistema de organização e de gestão da escola é o conjunto de ações, recursos, meios e procedimentos que propiciam as condições para alcançar esses objetivos (LIBÂNEO, 2001).

Entendemos que o exercício da profissão ganha mais qualidade se o professor conhece bem o funcionamento do sistema escolar, ou seja, as políticas educacionais, as diretrizes legais, as relações entre escola e sociedade e, ainda, o funcionamento da escola como lócus do trabalho docente.

Os professores têm varias responsabilidades profissionais: conhecer bem a matéria, saber ensiná-la, ligar o ensino à realidade do aluno e a seu contexto social, ter uma prática de investigação sobre seu próprio trabalho. Há, todavia, outra importante tarefa, nem sempre valorizada: a de participar de forma consciente e eficaz nas práticas de organização e de gestão da escola. [...].

Mas o que vem a ser a organização e a gestão da escola?

A organização e a gestão da escola, segundo Libâneo; Oliveira; Toschi, referem-se ao conjunto de normas, diretrizes, estrutura organizacional, ações e procedimentos que asseguram a racionalização do uso de recursos humanos, materiais, financeiros e intelectuais assim como a coordenação e o acompanhamento do trabalho das pessoas (2007, p.293).

Por coordenação e acompanhamento, entendemos que são as ações e os procedimentos destinados a articular e a integrar as atividades das pessoas que trabalham na escola, objetivando resultados que atendam às reais necessidades do projeto pedagógico da escola.

A organização e gestão da escola devem corresponder à necessidade de a instituição escolar dispor das condições e dos meios para a realização de seus objetivos específicos.

Conforme Libâneo; Oliveira; Toschi (2007), existem pelo menos duas maneiras pertinentes de ver a gestão educacional centrada na escola: na perspectiva neoliberal, que reduz as responsabilidades do Estado, deixando-as ao encargo das comunidades e das escolas, e a perspectiva sociocrítica, que valoriza as ações concretas dos profissionais na escola, considerando que essas ações sejam decorrentes de suas iniciativas, de seus interesses e de suas interações. Sem com isso desobrigar o Estado de suas responsabilidades com o interesse público dos serviços educacionais prestados à sociedade.

Na perspectiva socio crítica, a escola e sua maneira de organização constituem um ambiente educativo. Verdadeiramente, um espaço de formação e de aprendizagem, um espaço em que os profissionais podem decidir sobre seu trabalho e aprender sobre sua profissão.

As escolas são, portanto, ambientes formativos, suas práticas de organização e de gestão também educam, porque podem criar ou transformar os modos de agir e pensar das pessoas.

UNIDADE II A escola: contexto de aprendizagem da profissão.

Contudo, vale ressaltar que a ideia de que todos devem estar envolvidos com os objetivos e os processos da gestão escolar não invalida assinalar que, para as escolas estarem a serviço dos objetivos de aprendizagem, é importante a definição e a clareza de funções e papéis diferenciados para pedagogos, docentes, funcionários e estudantes.

O exercício profissional do professor compreende, ao menos, três atribuições: a docência, a atuação na organização e na gestão da escola e a produção de conhecimento pedagógico.

Como profissional que produz conhecimento sobre seu trabalho, precisa desenvolver competências de elaboração e de desenvolvimento de projetos de investigação.

A organização e a gestão da escola: mediação e busca de objetivos UNIDADE III A organização e a gestão da escola: mediação e busca de objetivos

Em nosso dia-a-dia, administração (ou gestão, que será aqui tomada como sinônimo) costuma ser associada com chefia ou controle das ações de outros. Isso decorre do fato de que, diuturnamente, convivemos com o arbítrio e a dominação e quase não nos damos conta disso. É compreensível, portanto, que gerir, administrar, seja confundido com mandar, chefiar (PARO, 2001, p. 94).

Conforme Paro (2001), se sairmos das concepções cotidianas e nos aprofundarmos na análise do real, perceberemos que a função da administração ou gestão é essencialmente mediar a busca de objetivos. Administrar, gerir, será assim, como já foi definido anteriormente, a utilização racional de recursos para a realização de determinados fins.

A organização escolar, portanto, se diferencia de qualquer outra instituição convencional, pois a instituição escolar apresenta características muito peculiares de conceber as práticas de organização e de gestão revestidas essencialmente de caráter pedagógico.

UNIDADE IV Organização e gestão escolar: alguns conceitos básicos e outros elementos

Trabalhar a gestão e a organização escolar é trabalhar as formas de organizar, estruturar e administrar o ambiente escolar. Organizar significa dispor de forma ordenada as ações, as práticas e promover as condições necessárias para realizá-las. Dessa forma, falar de organização escolar implica falar dos princípios e procedimentos relacionados à ação de planejar o trabalho da escola, racionalizar o uso dos recursos materiais, financeiros, intelectuais, e coordenar e avaliar o trabalho das pessoas, objetivando resultados satisfatórios.

A escola é uma unidade social porque no seu interior sobressai a interação entre as pessoas na promoção da formação humana.

Processos organizacionais, também mencionados como funções, são: o planejamento, a estrutura organizacional, a direção e a avaliação. Essas funções estão presentes no fazer docente, tanto nos aspectos pedagógicos, considerados de atividades-fim, quanto aos técnico-administrativos, atividades meio, ambos impregnados do caráter educativo, próprio das instituições de ensino. A ação desses processos de chegar a uma decisão, ou seja, de operacionalizar o fazer docente, caracteriza a ação designada como gestão.

As concepções de organização e de gestão escolar UNIDADE V As concepções de organização e de gestão escolar

A concepção técnico-científica e a concepção socio crítica. A concepção técnico-científica representa uma visão burocrática e tecnicista da escola. Com esse olhar técnico científico, a direção é centralizada em uma pessoa, as decisões são tomadas de forma vertical, ou seja, de cima para baixo. As escolas que funcionam com este modelo de gestão dão muito valor às hierarquias de funções, à centralização das decisões, a um plano de ação feito de cima para baixo. Essa abordagem de gestão valoriza o poder e a autoridade, exercidos de forma inilateral.

Na concepção socio crítica, a organização escolar é concebida como um sistema que agrega pessoas, como um sistema de interações sociais, onde as pessoas trabalham e decidem juntas. A organização escolar não é algo objetivo, separado dos sujeitos, mas uma construção social efetivada pelos professores, pelos alunos, pelos pais e pela comunidade. Assim, o processo de tomada de decisões dá-se coletivamente, possibilitando aos membros do grupo discutir e deliberar, em uma relação de colaboração.

A abordagem socio crítica da escola desdobra-se em diferentes formas de gestão democrática, como a autogestionária, a interpretativa e a democrático participativa. Essas diferentes formas de organização têm, em comum, uma visão de gestão que se opõe a formas de dominação e de subordinação das pessoas. Elas consideram importante o contexto social e político, a construção de relações sociais mais humanas e justas e a valorização do trabalho coletivo e participativo.

A gestão democrático-participativa faz parte de um processo coletivo de ações, cujo requisito principal é a participação efetiva de todos no exercício do trabalho educativo e administrativo desenvolvido na esfera escolar.

Assim, a gestão democrático-participativa é uma construção de todos os atores envolvidos no processo educativo.

Gestão participativa: meio de assegurar a democratização da escola UNIDADE VI Gestão participativa: meio de assegurar a democratização da escola

A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática da escola.

A ação dos educadores deve ter como alicerce objetivos voltados para a transformação social, tornando a escola um ambiente capaz de promover a apropriação das concepções de organizações e gestão escolar saber para a instrumentalização cientifica e cultural da população.

A prática participativa proporciona melhor conhecimento dos objetivos e das metas da escola, de sua estrutura organizacional e de sua dinâmica de funcionamento; enfim, proporciona melhor conhecimento suas relações e interrelações internas e externas, e propicia um clima de trabalho favorável à maior aproximação entre professores, alunos e pais.

UNIDADE VII A direção como princípio da gestão democrática

A direção da escola, além das funções do processo organizacional, tem também a função social e pedagógica.

A função do diretor, ou da equipe gestora, é a de coordenar o trabalho geral da escola, lidando com os conflitos decorrentes especialmente das relações de poder, mas, ao mesmo tempo, encaminhando e/ou solucionando os problemas desse cotidiano, objetivando sempre o melhor desenvolvimento da função pedagógica da escola.

A participação, o diálogo, a discussão coletiva e a autonomia são práticas indispensáveis da gestão democrática, mas o exercício da democracia não significa ausência de responsabilidades. As decisões devem ser tomadas coletivamente e participadamente postas em práticas. Para isso, a escola deve estar bem coordenada e administrada.

UNIDADE VIII Gestão escolar participativa: princípios e características

A escola é uma instituição social complexa por lidar diretamente com questões humanas, sociais e educativas. Por ser um trabalho complexo, a organização e a gestão escolar requerem, de acordo com Libâneo; Oliveira; Toschi (2007, p. 333), o conhecimento e a adoção de alguns princípios básicos em sua concepção de gestão democrático-participativa:

a) autonomia da escola e da comunidade educativa; b) relação orgânica entre a direção e a participação dos membros da equipe escolar; c) envolvimento da comunidade no processo escolar; d) planejamento de atividades; e) formação continuada para o desenvolvimento pessoal e profissional dos integrantes da comunidade escolar; f) utilização de informações concretas e análise de cada problema em seus múltiplos aspectos, com ampla democratização das informações; g) avaliação compartilhada; h) relações humanas produtivas e criativas, assentadas em uma busca de objetivos comuns.

Obrigado!!