Coordenação executiva - Problemas de articulação versus

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Transcrição da apresentação:

Coordenação executiva - Problemas de articulação versus fragmentação das ações governamentais Como veremos em breve, uma das principais características principais da gestão das políticas públicas é a sua fragmentação. Isto significa que as ações são executadas de modo separado e descoordenado, seja dentro do próprio ente (agências e ministérios diferentes executando diversas ações) ou através de entes distintos, com a União, os estados e os municípios executando políticas públicas sem uma harmonização dos esforços. Naturalmente, isto acarreta a superposição de atividades, com desperdícios de recursos e baixa efetividade das políticas. A coordenação executiva visa, portanto, que todos os agentes atuem de modo conjunto, de forma coerente.

Panorama das Políticas Públicas no Brasil Os últimos trinta anos foram de muito debate sobre o papel do Estado na sociedade sobre quais tipos de políticas públicas deveriam existir e como deveriam funcionar. Desde a década de 80, em que existia um pessimismo quanto ao papel do Estado, até os anos recentes (em que o papel do Estado tem sido visto com maior credibilidade na sua capacidade de mudar a realidade social), as dinâmicas que determinam o funcionamento do relacionamento entre o Estado e a sociedade têm mudado. Nos anos 80, as políticas públicas estavam impactadas por um governo autoritário com pouca legitimidade na sociedade e uma crise econômica e fiscal de grandes proporções.

Centralização Decisória e Financeira na Esfera Federal Até a década de 80 do século passado, o governo federal comandava uma proporção exagerada dos recursos e centralizava diversas decisões em relação às políticas públicas no Brasil2. O papel dos estados brasileiros era, então, subsidiário e residual, tendo uma atuação mais voltada para a execução e implementação das políticas. Naturalmente, este processo foi uma consequência de anos e anos de governos autoritários comandando a política nacional. A centralização seria então um processo que iria em convergência com a “lógica” de governos autoritários, que buscavam imprimir nas políticas públicas sua visão de mundo e não tinham, dentro de seus principais quadros, o costume de tomar decisões de modo participativo. Entretanto, os estados não tinham um espaço de “manobra” irrisório. Como estavam mais próximos da realidade que deveriam alterar, ou seja, mais próximos dos cidadãos, poderiam avaliar se a política pública estava ou não sendo eficiente e, de certo modo, impactar a política pública no momento da execução. Assim, os governos centrais entenderam, com o tempo, que a participação dos estados era fundamental para que as políticas públicas tivessem sucesso. O agenciamento de recursos federais pelos governos estaduais acabou sendo um espaço de troca de favores entre os governantes centrais e regionais e facilitou a construção de uma rede de apoio regional ao governo central, que redundou no que chamamos de clientelismo.

Fragmentação institucional Outro aspecto das políticas públicas brasileiras é a fragmentação institucional, ou seja, a existência de diversas instituições e “atores” desenvolvendo políticas sem uma coordenação adequada dos diversos esforços. Desse modo, as estruturas das políticas públicas foram desenvolvidas sem um planejamento e uma coordenação. Órgãos eram criados sem ter a devida preocupação em observar que outros órgãos já existiam e tinham o mesmo objetivo. Instituições voltadas para áreas como: saúde, educação e habitação, etc. foram criados sem uma preocupação em uma atuação consistente e coerente do Estado e sem uma atuação efetiva e eficiente. Com isso, esforços foram sobrepostos e algumas áreas não receberam a atenção devida. Ao invés de juntar esforços destes órgãos isolados e coordenar os trabalhos, costuma existir uma “briga” predatória por recursos e influência.