Um mundo em mudança A. Giddens. Sociologia..

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Transcrição da apresentação:

Um mundo em mudança A. Giddens. Sociologia.

Globalização Globalização: fenômeno social com vastas implicações, que implica na intensificação das relações de interdependência sociais globais, no desenvolvimento de redes mundiais dos sistemas sociais e econômicos, e na mudança da rotina e do modo de vida de enorme parte das pessoas de nosso planeta. (61) Com a globalização, tornamo-nos mais conscientes dos problemas enfrentados pelo mundo. Ela mostra que nossos laços são cada vez maiores com o resto do mundo e que nossas ações têm consequências para outros, do mesmo modo que as do mundo têm consequências para nós (61)

Globalização Economia virtual: “sociedade pós- industrial”, “era da informação”, “economia da informação”. Tal economia do conhecimento se relaciona ao desenvolvimento de grande base de consumidores de tecnologia que estão aptos a integrarem de modo intenso, em seus cotidianos, os novos avanços na computação, no entretenimento e nas telecomunicações. (62)

Globalização Causas: Mudanças políticas. “O colapso do comunismo acelerou os processos da globalização, mas deveria também ser visto como um resultado da própria globalização. As economias comunistas planificadas e o controle ideológico e cultural da autoridade política comunista foram incapazes, ao final, de sobreviver a uma era de mídia global e de economia mundial eletronicamente integrada” (63) Crescimento dos mecanismos regionais e internacionais de governo (exs: ONU e União Européia) [63] Presença de OIGs (Organizações Internacionais Não Governamentais) e ONGs. (64)

Globalização 2) Fluxos de Informação Maior consciência, dos indivíduos, de sua interconectividade com os outros. Maior propensão dos indivíduos a se identificarem com questões e processos globais. (64, 65) Há uma suposição crescente de que a comunidade internacional tem a obrigação de agir nas situações de crise para proteger o bem-estar físico e os direitos humanos das pessoas que vivem sob ameaça. (65) Há uma ativa disposição para mobilizações em auxílio a catástrofes naturais e resultantes de guerras. (65)

Globalização “As pessoas estão cada vez mais buscando outras fontes, que não o estado-nação, ao formular seu próprio senso de identidade (...) O estado-nação, enquanto fonte de identidade, está diminuindo em muitas áreas, à medida que as mudanças políticas em nível regional e global enfraquecem a ligação das pessoas com os estados em que vivem” (65)

Globalização 3) As corporações transnacionais As transnacionais, que podem ser relativamente pequenas, ou, então, gigantescas, são companhias que produzem bens ou serviços comerciais em mais de um país. (65) Estão no centro da globalização econômica, e contabilizam 2/3 de todo o comércio mundial, difundindo novas tecnologias pelo globo. (65) Tornaram-se as principais protagonistas dos mercados financeiros internacionais. (65) Cerca de 400 CTs tiveram vendas anuais de mais de 10 bilhões de dólares em 1996 – ano em que só 70 países puderam alcançar esse montante em seu PIB. (65) Economia eletrônica: os bancos, financeiras, corporações, administradoras de fundos podem transferir fundos mundialmente com um simples toque no mouse (há, hoje, um “dinheiro eletrônico”) [66]

Globalização Correntes 1) Céticos: Concordam que talvez hoje exista mais contato entre países do que em períodos passados, mas, para eles, a economia mundial atual não está suficientemente integrada para constituir uma verdadeira economia globalizada, dado que a maior parte do comércio ocorre dentro de 3 grupos regionais: Europa, Ásia-Pacífico e América do Norte (66) Para eles, o fenômeno da regionalização tornou a economia mundial menos (e não mais) integrada (67) Afirmam que os governos nacionais continuam a ser os protagonistas fundamentais em função de se envolvimento na regulação e na coordenação da atividade econômica. (67)

Globalização 2) Hiperglobalizadores Afirmam que a globalização é um fenômeno real e que está nos levando a um “mundo sem fronteiras”, um mundo em que as forças de mercado são mais poderosas que os governos nacionais. (67) Alguns deles acreditam que o poder dos governos nacionais também está sendo desafiado de cima – pelas novas instituições regionais e internacionais – como a OMC e a UE. (67)

Globalização 3) Transformacionalistas Em posição intermediária, defendem que a ordem global está se transformando, mas que muitos dos velhos modelos ainda restam (a exemplo da permanência de boa parte do poder dos governos). Para eles, os países não estão perdendo a sua soberania, mas, sim, passando por um processo de reestruturação que responde às novas formas de organização econômica e social desprovidas de base territorial [68] Tais transformações ocorrem ao nível econômico e ao nível político, cultural e pessoal (68) A globalização não pode ser vista como um processo advindo de uma única parte do mundo, porque é produto de numerosas redes globais que se interligam mutuamente (68)

Globalização O impacto da globalização nas nossas vidas Ascensão do individualismo A tradição cede espaço a um novo individualismo – as pessoas devem ativamente se autoconstituir e construir suas próprias identidades.

Globalização 2) Padrões de trabalho O trabalho está no centro da vida de muitas pessoas – tanto numa base cotidiana como em termos de metas maiores (69) Família e trabalho: hoje as pessoas ficam muito menos tempo com suas famílias e muito mais tempo em seu trabalho. Questão: “Por que os empregados aceitariam de bom grado despender tanto tempo no trabalho quando não são pagos por isso, e estão cientes de que tal compromisso perturba sua vida em família, sobretudo numa época em que a informática aperfeiçoou imensamente a eficiência no local de trabalho?” Resposta de Hochschild: “alguns empregadores se valem do poder das normas do local de trabalho para obter de seus trabalhadores maior compromisso de tempo. Novos empregados estão socializados numa cultura corporativa na qual trabalhar longas horas é considerado sinal de dedicação e profissionalismo” (69)

Globalização “Atualmente, um número cada vez maior de indivíduos traça sua própria carreira, perseguindo metas individuais e exercendo a escolha para sua realização. Muitas vezes isso envolve trocar de emprego várias vezes durante a carreira, constituindo novas capacidades e habilidades e transferindo-as aos diversos contextos de trabalho.” (70) “Os modelos tradicionais de trabalho em tempo integral estão se transformando em formas mais flexíveis: trabalho em casa auxiliado por tecnologia de informação, trabalho em equipes, projetos de consultoria de curta duração, horários flexíveis de trabalho etc.” (70)

Globalização 3) Cultura Popular Alguns defendem que a globalização está conduzindo à criação de uma “cultura global” em que os valores de maior poder e riqueza (como os filmes de Hollywood) tenham um efeito devastador sobre a força dos costumes locais e da tradição. Lê-se que há, aí, uma forma de “imperialismo cultural”. (71) Outros, por oposição, defendem que está ocorrendo uma diferenciação crescente nas tradições e formas culturais, que a sociedade global é menos homogênea e mais diversa do ponto de vista cultural. As identidades e culturas locais estão reconfigurando novas formas de “identidade híbrida” composta de elementos originários de fontes culturais contrastantes (S. Hall). (71)

Globalização Globalização e Risco - A difusão do “risco produzido” A globalização cria riscos ambientais: embora controversas, há teorias que associam problemas climáticos ao fenômeno da globalização (ou da expansão irrefreada do capitalismo); incontroversas, porém, são as teorias que constatam o problema da poluição e os riscos que ela gera à saúde dos seres humanos e dos demais seres viventes (71, 72) A globalização cria riscos relativos à saúde: suspeita-se que a manipulação genética, química e biológica tem gerado sérios riscos à saúde humana (72, 73)

Globalização A globalização nos coloca dúvidas sobre as escolhas que devemos fazer na nossa vida cotidiana. Estamos numa “sociedade de risco” e a nós se impõe assumir riscos diariamente, dadas as incertezas que se produz quanto à adequação do alimento que ingerimos, do ar que respiramos, das instabilidades presentes no mundo do trabalho, da fragilização das relações tradicionais etc. (74) A globalização carrega consigo riscos que se relacionam às novas tecnologias, como os vírus eletrônicos, a possibilidade de “bug” nos computadores etc. (72)

Globalização Globalização e desigualdade Relatório de Desenvolvimento Humano (1999): renda média das 50 populações que vivem nos países mais ricos era 74 x maior que a renda média das 50 populações que vivem nos países mais pobres; 20% da população mundial era responsável por 86% do consumo total do mundo, 82% dos mercados exportadores e 74% das linhas telefônicas; os 3 maiores bilionários do mundo tinham mais dinheiro do que o PIB combinado de todos os países menos desenvolvidos e das 600 milhões de pessoas que neles vivem. (74)

Globalização Distância entre os países mais ricos e os mais pobres: 3 x 1 em 1820); 11 x 1 em 1913; 35 x 1 em 1950; 72 x 1 em 1992. Séc. XX: renda per capita cresceu 6 x entre os 25% mais ricos. Entre os 25% mais pobres, o crescimento não chegou a 3 x. (75) “Há o perigo de que muitos dos países que mais necessitam de crescimento econômico sejam deixados ainda mais para trás à medida em que a globalização progride” (75)

Globalização Livre comércio x protecionismo e a campanha por “justiça global” – ativistas x OMC (76-78) Governança global (?) (78)