A Resistência ao regime militar Cultura e Artes

Resistência cultural Conceito de “resistência cultural” Linhagens da resistência cultural no Brasil: Liberais Comunistas (PCB) Católicos de esquerda Movimentos de Vanguarda/Contracultura Os intelectuais, os artistas e o regime militar: uma relação contraditória e conflituosa

Balizas Históricas Periodização clássica (arte e política durante o regime militar): 1964-1968: Impasses da arte engajada – frentismo nacional-popular, vanguardas, arte de guerrilha 1969-1975: Auge da censura às artes e à cultura (“Anos de Chumbo”) 1976-1979: Rearticulação do frentismo cultural 1980-1984: Crise da arte engajada; cultura popular X nacional popular; caso das “patrulhas ideológicas” (1978-1980)

Balizas Históricas (Teatro) Grupo Opinião: reafirmação do frentismo cultural (Show Opinião, 1964, Liberdade, Liberdade, 1965) Teatro de Arena (fase Augusto Boal): teatro épico brechtiano: Arena conta Zumbi (1965), Arena conta Tiradentes (1967) Teatro Oficina: crítica à dramaturgia realista: O Rei da Vela (1967), Roda Viva (1968) Contracultura: Hoje é Dia de Rock (1971) Teatro comunista dos anos 1970: Grito Parado no Ar (1973), Gota d´água (1976), Último Carro (1976), Muro de Arrimo (...) Retomada da Tragédia: Macunaíma (CPT, 1978) Teatro Jovem: Asdrubal Trouxe o Trombone, Pod Minoga, Ornitorrinco

Balizas Históricas – Música Popular Música e Teatro – anos 1964-1967 Festivais da Canção (TV Record, 1966-1969 / TV Globo, 1966-1972, Festival Universitário, 1968) Canção e censura Canção dos anos de chumbo Canção da abertura Conceito de MPB e suas tendências estéticas nos anos 1970

Balizas Históricas - Literatura Romances e resistência: Pessach (Carlos Heitor Cony, 1965) e Quarup (Antonio Callado, 1967) Romance dos anos de chumbo: Zero (Inácio de Loyola Brandão, 1970); Bar Don Juan (Antonio Callado, 1970) Reflexão sobre a derrota: Festa (Ivan Angelo, 1976); Em Câmara Lenta (Renato Tapajós, 1976); Reflexos do Baile (Antonio Callado, 1977) Memórias: O que é isso, companheiro? (Fernando Gabeira, 1979); Feliz ano Velho (Marcelo Rubens Paiva, 1980); Poesia Jovem

Balizas Históricas - Cinema 1965-1967: Cinema Novo e Reflexão sobre a derrota da esquerda (O Desafio, Paulo Cesar Sarraceni, 1965), Terra em Transe (Glauber Rocha, 1967), O Bravo Guerreiro (Gustavo Dahl, 1968), Os Inconfidentes (Joaquim Pedro de Andrade, 1972) 1969-1971: Cinema Novo e a crítica à modernização autoritária (Macunaíma, Joaquim Pedo de Andrade, 1969; Como era gostoso o meu francês, Nelson Pereira dos Santos, 1971) O caso “São Bernardo” (Leon Hirzsman) Cinema Marginal (O Bandido da Luz Vermelha, Rogério Sganzerla, 1969; O Anjo Nasceu, Júlio Bressane), A Margem (Ozualdo Candeias) A busca do popular e do público: Xica da Silva (Cacá Diegues, 1975; Dona Flor e seus dois maridos, Bruno Barreto, 1976; Eles não usam black tie, Leon Hirzsman, 1981) Documentarismo: entre a esquerda comunista e a nova esquerda

Cultura, políticas culturais e mercado Cultura engajada e indústria cultural: a particularidade brasileira A televisão como mídia hegemônica Estrutura de oportunidades profissionais e criadores de esquerda (televisão, imprensa e indústria editorial) Políticas culturais do regime: do Conselho Federal de Cultura à Política Nacional de Cultura (1975) Mercado e censura política

Resistência e memória Resistência ativa e passiva, colaboração/adesão ao regime e indiferença política (“zona cinzenta”) A construção do mito da resistência e da “sociedade oprimida” pelo Estado Resistência cultural e “deslegitimação” do regime militar A reconstrução das identidades políticas pós-1979 e o mito da resistência democrática

Resistência, memória e história Memórias e tensões ideológicas dentro do campo da “resistência” (liberais e esquerdistas, luta armada e ação civil, movimentos de elite e movimentos populares) Revisionismo ideológico e revisão historiográfica sobre a questão da resistência – descontruindo o mito da unidade e da “sociedade vítima” do Estado autoritário. Memória e transição política – a questão da “justiça de transição” – memória e verdade histórica A afirmação de uma “memória hegemônica” sobre o regime e sua crítica