Profª Sandra

No Brasil, o movimento Simbolista foi quase inteiramente ofuscado pelo movimento Parnasiano, que desfrutou de prestígio social nas camadas cultas da sociedade até as primeiras décadas do século XX. Mesmo assim, a poesia simbolista deixou contribuições significativas, preparando terreno para as grandes inovações que ocorreriam no século XX, no domínio da poesia.

As primeiras manifestações simbolistas foram sentidas desde o final da década de 80 do século XIX. MARCO – 1893 – Missal (prosa) e Broquéis (poesia), de Cruz e Sousa O Simbolismo nasceu de um núcleo constituído por alguns poetas: Cruz e Sousa, Oscar Rosas, Bernardino Lopes e

Emiliano Perneta no jornal A Folha Popular, no RJ, no início da década de Autores Cruz e Sousa - *1861(Desterro/SC) - †1898 (Sítio/MG) Filho de escravos, foi amparado por uma família aristocrática, que o ajudou nos estudos.

Abandonou os estudos, pois seu protetor morreu. Começou a trabalhar na imprensa catarinense, escrevendo crônicas abolicionistas e participando diretamente de campanhas em favor da causa negra. Foi, muitas vezes, alvo de preconceito racial. Apaixonou-se por uma artista branca que não o correspondia e casou-se com uma negra que, pouco depois,

manifestou problemas mentais. Teve 4 filhos, mas perdeu dois deles. Morreu vítima de tuberculose. Considerado o poeta simbolista mais importante e um dos maiores poetas nacionais de todos os tempos. Juntamente com Antero de Quental e Augusto dos Anjos, apresenta uma das poéticas de maior profundidade em língua portuguesa.

Características *Musicalidade *Pessimismo *Uso de sinestesia *Sofrimento e angústia *Misticismo *Emprego da cor branca/vaporosidades *Uso de aliterações e assonâncias *Repetições de palavras *Uso de maiúsculas alegorizantes *Sugestão

Obras - Missal e Broquéis (únicas) Sua temática envolve, também, investigação filosófica e angústia metafísica. Sob influência do pessimismo do filósofo alemão Schopenhauer (final do século XIX), escreveu sobre o drama da existência, o desejo de fugir da realidade, de transcender a matéria e integrar-se espiritualmente no cosmo, o drama racial e pessoal que vivia.

Alphonsus de Guimaraens - *1870 (Ouro Preto/MG) - †1921 (Mariana/MG) Filho de português e de brasileira, estudou Direito (SP), foi promotor e juiz. Casou-se e teve 14 filhos. Era apaixonado por sua prima Constança, que faleceu aos 17 anos. Por isso, sua obra aborda a temática da morte da mulher amada.

Empregou, também, temas como natureza, arte e religião. A exploração do tema morte abriu o vasto campo da literatura gótica ou macabra dos ultrarromânticos, que foi recuperada pela maioria dos simbolistas. Fazia referências ao corpo morto, ao esquife, às orações, às cores roxa e negra e ao sepultamento.

Formalmente, teve influências árcades e renascentistas. Preferia o verso decassílabo, mas usava outras métricas também. Características *Poesia de elogio da morte *Platonismo amoroso *Temas lunares, místicos e religiosos *Versos decassílabos ou redondilhos (5 - menor ou 7 sílabas - maior)

Obras Septenário das dores de Nossa Senhora (1899) Dona Mística (1899) Kyriale (1902) Pauvre Lyre (1921) Pastoral aos crentes de amor e da morte (1923/obra póstuma) A escada de Jacó, Pulvis, Nova primavera e Salmos da noite (1960/organizados por seu filho)