O IDEALISMO FICHTEANO COMO EXPLICITAÇÃO DO ‘FUNDAMENTO’ DO CRITICISMO KANTIANO Objetivo de Fichte: Investigar a fundo as três críticas, com o objetivo.

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Transcrição da apresentação:

O IDEALISMO FICHTEANO COMO EXPLICITAÇÃO DO ‘FUNDAMENTO’ DO CRITICISMO KANTIANO Objetivo de Fichte: Investigar a fundo as três críticas, com o objetivo de descobrir o princípio de base que as unificava e que Kant não revelara.

Trabalhar a passagem do "Eu Penso" de Kant para o "Eu Puro" de Fichte. Objetivos Trabalhar a passagem do "Eu Penso" de Kant para o "Eu Puro" de Fichte.

I – Objetivo de Fichte: De início difundir o criticismo kantiano; Posteriormente investigar a fundo as três Críticas para descobrir o “princípio de base” que as unificava e que Kant não revelara.

Vejamos o que nos afirma o próprio filósofo: “Abracei uma moral mais elevada e, ao invés de me ocupar com as coisas externas, ocupo-me mais comigo mesmo, o que me deu uma paz que ainda não conhecia: até imerso em situação econômica precária, vivi os dias mais belos de minha vida (...). Agora estou absolutamente convencido de que nossa vontade é livre (...) e que o fim da nossa vida não é ser feliz, mas merecer a felicidade. (...) Vivo os dias mais felizes que me lembro de ter vivido (...). Mergulhei na filosofia, isto é, na filosofia de Kant. Nela encontrei o remédio para a verdadeira raiz dos meus males e, ainda mais, uma alegria inacabável (...).

A reviravolta que essa filosofia realizou em mim é enorme A reviravolta que essa filosofia realizou em mim é enorme. Deve-lhe, de modo especial, o fato de que agora creio firmemente na liberdade do homem e vejo claramente que só pressupondo-a é que são possíveis o dever, a virtude, a moral em geral. E, por fim: depois que li a Crítica da razão prática, parece-me viver em mundo novo. Ela demole afirmações que eu pensava irrefutáveis e demonstra teses que cria indemonstráveis, como o conceito de liberdade absoluta, de dever etc., o que me torna mais contente (...). Que sorte para uma época em que a moral estava destruída em seus fundamentos e o conceito de dever cancelado de todos os vocabulários!”

Kant, segundo o modo de pensar de Fichte, não revelou a verdade (fundamento) de sua filosofia ou conhecia a verdade sem saber o fundamento.

Vejamos um outro texto que Fichte fala sobre Kant: “Tenho a plena convicção de que Kant se limitou a indicar a verdade, mas não a expôs nem a demonstrou. Ou esse homem único e extraordinário possui a faculdade de adivinhar a verdade sem tomar consciência dos seus princípios ou não considerou a sua época digna de recebê-los (...).

Há um único fato originário do espírito humano que pode fundamentar toda a filosofia em suas partes, a teórica e a prática. Kant certamente o sabe, mas não o disse em nenhum lugar: quem o descobrir, estará elevando a exposição da filosofia ao grau de ciência. (...) Kant possui a verdadeira filosofia, mas só nos seus resultados e não nos seus princípios. Esse pensador único é objeto de maravilhamento para mim: ele tem gênio que lhes revela a verdade, mas não lhe mostra o princípio”.

Resumindo: Kant forneceu todos os dados para construir o sistema, mas não o construiu; Pretensão de Fichte: Fiche pretende construir esse sistema, transformando a filosofia em ciência rigorosa; Trata-se da chamada ‘Doutrina da Ciência’. Construir tal sistema que unificasse as três críticas kantiana; Transformar a filosofia em ciência rigorosa; Ciência rigorosa que brotasse de “Princípio Primeiro Supremo”

II – A novidade de Fichte: Transformou o “Eu Penso” kantiano em “Eu Puro”: Eu puro: Entendido como intuição pura; Autopõe (se autocria); Autopondo-se, cria toda a realidade; (não-Eu) Identificando a essência desse Eu com a liberdade;

Vejamos como Pareyson resume a novidade de Fichte: (A transformação do Criticismo para o Idealismo) “A genial e poderosa descoberta de Fichte, que o afasta decididamente de Reinhold e o preserva daquele ceticismo retornado (de Enesídemo-Schulze), muito mais insidioso do que o já vencido por Kant, o vôo de águia que de um só golpe o eleva acima de todos os kantianos de sua época e que imprime ao seu pensamento, embora ainda inspirado não vigilante cautela do criticismo, o impulso que suscitaria e alimentaria o romantismo, é a afirmação do eu: não mais o eu teórico ou o princípio da consciência (em sentido criticista-kantiano), mas sim o eu puro, a intuição intelectual, o Eu que se capta por si mesmo e que se afirma a si próprio:

o Eu que, fornecendo o substrato numênico para o mundo fenomênico, garante a unidade do sensível e o inteligível, apresentando-se assim como princípio único e supremo, capaz de resistir a qualquer ceticismo e de fundar a filosofia como ciência e que, dividindo-se põe o Eu prático como fundamento do Eu teórico (...); o Eu que, na infinidade do seu tender, representa (...) o ardente anseio de liberdade e que, na atividade do homem, une as características opostas da infinidade e da limitação, preparando assim a concepção romântica do espírito como aspiração infinita ao infinito”.

O Idealismo “Ao pôr o Eu Puro como princípio primeiro e dele deduzir a realidade, Fichte criava o idealismo”.