Gostar das crianças é essencial, mas não basta. A pessoa tem de estar preparada para cuidar e educar. Precisa saber lidar com imprevistos, se relacionar.

Apresentação em tema: "Gostar das crianças é essencial, mas não basta. A pessoa tem de estar preparada para cuidar e educar. Precisa saber lidar com imprevistos, se relacionar."— Transcrição da apresentação:

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2 Gostar das crianças é essencial, mas não basta. A pessoa tem de estar preparada para cuidar e educar. Precisa saber lidar com imprevistos, se relacionar bem com outras pessoas e ter ética. Não é admissível tirar a mamadeira da boca de um bebê, colocá-lo no berço e se despedir só porque está na hora de ir embora, por exemplo.

3 Quanto à formação inicial, para começar, a expressão cuidado deve ser entendida como cuidar e educar. Também é importante saber trocar fralda, dar banho, segurar no colo e ter noções de primeiros socorros. É essencial entender como se dá o desenvolvimento humano dentro de situações coletivas, como a escola, e ser formado para refletir sobre a própria prática.

4 De acordo com a LDBEN/1996, são considerados profissionais da educação básica os que tenham sido formados em cursos reconhecidos em nível médio ou superior para a docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio. O decreto 3.554 de 2000 trouxe novas diretrizes, dizendo que “A formação em nível superior de professores para a atuação multidisciplinar, destinada ao magistério na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, far-se-á, preferencialmente, em cursos normais superiores”.

5 Segundo o INEP (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais), no Brasil, a EI é o nível de ensino no qual se verifica uma presença maciça de mulheres, as maiores proporções de professores sem escolaridade ou qualificação mínima estabelecida e as maiores proporções de profissionais que recebem os salários mais baixos. (PESQUISA DE 2003)

6 Em 2006 foram aprovadas novas diretrizes que incluíram a habilitação em educação infantil como área obrigatória para a formação de professores. Graças a movimentos sociais, da ação das próprias professoras e iniciativas das prefeituras com programas específicos que investem na formação docente, o quadro da formação tem sido alterado. Desde 2000 cresceu o número de professores licenciados e diminuiu os que têm apenas o ensino médio.

7 Porém, ainda há problemas. Há cursos de licenciatura em nível superior, que têm sido muito procurados e tendo em vista a demanda e a necessidade de se cumprir metas estabelecidas pela legislação, não oferecem o adensamento teórico necessário a uma atuação profissional consistente, o que não significa necessariamente uma formação de qualidade.

8 A formação precisa ser consistente e pluridisciplinar; capacitar o professor para atuar na realidade existente; desenvolver uma formação prática mais articulada e significativa ao longo do curso, capacitando-o na teoria e na prática a cuidar e educar em contextos de diversidades e desigualdades.

9 Para que o cuidado e a educação sejam de fato de qualidade, precisamos ter professores habilitados, qualificados e valorizados; propostas pedagógicas e diretrizes curriculares; qualidade de infraestrutura e recursos pedagógicos disponíveis. Precisamos avançar muito para formar professores que saibam atuar com autonomia e fundamentação. Além disso, é importante estar atento às novas configurações de trabalho e à presença de novos postos, que estão exercendo as mesmas funções das professoras, estão cuidando e educando sem a escolaridade requerida e a qualificação necessária.