AULA 5 – PLANEJAMENTO DE CARDÁPIOS PARA GESTANTES

AULA 5 – PLANEJAMENTO DE CARDÁPIOS PARA GESTANTES
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO CURSO DE NUTRIÇÃO E METABOLISMO AULA 5 – PLANEJAMENTO DE CARDÁPIOS PARA GESTANTES

INTRODUÇÃO - VÍDEO A GESTAÇÃO

PLANEJAMENTO DE CARDÁPIOS PARA GESTANTES - SUMÁRIO
1) Considerações para o planejamento de cardápios; 2) Protocolo do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN; 3) Recomendações nutricionais; 4) Situações comuns na gestação e práticas alimentares.

Considerações para o planejamento de cardápios; 2) Protocolo do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN; 3) Recomendações nutricionais; 4) Situações comuns na gestação e práticas alimentares.

PLANEJAMENTO DE CARDÁPIOS PARA GESTANTES - CONSIDERAÇÕES
CONSIDERAÇÕES PARA O PLANEJAMENTO DE CARDÁPIOS PLANEJAMENTO DE CARDÁPIOS PARA GESTANTES - CONSIDERAÇÕES

CONSIDERAÇÕES PARA O PLANEJAMENTO DE CARDÁPIOS
Quais as características e necessidades nutricionais da gestante? Quais são os aspectos fisiológicos e nutricionais da gestação? Planejamento de cardápios para gestantes Quais são as estratégias para intervenção nutricional? Quais são os fatores de risco na gestação? Quais são as situações, sintomas comuns e práticas alimentares na gestação?

Quais as características e necessidades nutricionais da gestante? Hábitos alimentares Dados antropométricos Condição / História Clínica Condição sócio - econômica e cultural / Condição emocional, marital e familiar

Quais são os aspectos fisiológicos e nutricionais da gestação? Placenta Adaptações fisiológicas (anemia fisiológica) + 50% vol. Plasmático +20% hemoglobina Principais hormônios HCG/Progesterona/Estrógeno/Hormônio lactogênio placentário / Insulina / Tiroxina

1ª Metade da Gestação = FASE ANABÓLICA MATERNA 2ª Metade da Gestação = FASE CATABÓLICA MATERNA Aspectos Metabólicos da Gestação DIMINUI SENSIBILIDADE À INSULINA AUMENTA CORTISOL AUMENTA LIPÓLISE AUMENTA GLICOSE E AAs PARA O FETO DIMINUI CAPTAÇÃO DE GLICOSE, AAs E AGL MATERNA LIPOGÊNESE GLICOGÊNESE SENSIBILIDADE À INSULINA SÍNTESE PROTÉICA

Gestação na adolescência Quais são os fatores de risco na gestação? Paridade Tabagismo Gestantes com mais de 35 anos Álcool Baixo peso Sobrepeso e obesidade

Aumento da secreção vaginal Gengivite Quais são as situações e sintomas comuns na gestação? Mais vontade de urinar (Aumento da frequência de micção) Enjôos e vômitos Hemorróidas Azia e queimação Dor na coluna e dor na barriga Cãibras e formigamento nas pernas Intestino preso (Constipação Intestinal) Varizes nas pernas Pica

Quais são as estratégias para intervenção nutricional?

Quais são as estratégias para intervenção nutricional? No caso de ganho de peso excessivo: investigue o consumo alimentar, sedentarismo e edema Verifique a presença de condições alimentares pouco saudáveis Suplementação de Fe a partir da 20ª semana e no pós parto No caso de baixo peso: investigue o motivo Investigue dislipidemias

PROTOCOLO - SISVAN Protocolo do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN para gestantes.

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
RDA 1989 GET = TMB x FA *(Vide Tabela no próximo Slide) GET (Pré gestacional) kcal (a partir do 2º trimestre) Gestantes gemelares kcal além das 300 kcal no 2º e 3º Trimestre GET PI (pré gest) x 36 kcal kcal (a partir do 2º trimestre) Fórmulas VET PARA ADULTAS PI (pré gest) x 40 a 50 kcal kcal (a partir do 2º trimestre) VET PARA ADOLESCENTES EER pré-gestacional + (8kcal x IG em semanas) kcal EER segundo DRI

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS Fator de Atividade Física
RDA 1989: GET (PESO PRÉ GESTACIONAL) = TMB (CONFORME IDADE MATERNA) X FATOR ATIVIDADE FÍSICA Idade TMB ou GEB (kcal / dia) 10 a 18 anos 12,2 P (Kg) + 746 18 a 30 anos 14,78 P (Kg) +496 30 a 60 anos 8,7 P(kg) + 829 Natureza da atividade Fator de Atividade Física Leve 1,56 Moderada 1,64 Intensa 1,82

GET = GET (PRÉ GESTACIONAL) KCAL (A PARTIR DO SEGUNDO TRIMESTRE) Para gestantes gemelares acrescentar 150 kcal além das 300 acrescidas no 2º e 3º trimestre de gestação.

CÁLCULO SIMPLIFICADO DO VET PARA GESTANTES: 1) Calcular o peso ideal: IMC = Peso ideal = Peso ideal Estatura (m²) ,60 ² Peso Ideal = 22 x 2,56 = 56,3 Kg 2) PI pré gestacional x 36kcal/kg de peso para mulheres adultas kcal a partir do segundo trimestre Obs: Para adolescentes gestantes – idade, menarca, intervalo menarca-gestação, VE de 40 a 50 kcal/kg peso ideal. Não considera a idade materna específica da mulher adulta

RECOMENDAÇÃO ENERGÉTICA SEGUNDO DRI EER – Requerimento Energético Estimado (usar peso, altura e atividade física pré-gestacional e após acrescentar os valores de energia de acordo com a idade gestacional). EER pré-gestacional + (8kcal x IG em semanas) kcal Idade gestacional

RECOMENDAÇÃO ENERGÉTICA SEGUNDO DRI EER para mulheres de 9 a 18 anos (pré-gestacional): EER = 135,3 – (30,8 x idade [a])+ PA (10,0xpeso[kg] x estatura [m]) + 25 kcal Em que PA é o coeficiente de atividade física: PA= 1,00 (sedentária); PA= 1,16 (pouco ativa); PA= 1,31 (ativa); PA= 1,56 (muito ativa).

RECOMENDAÇÃO ENERGÉTICA SEGUNDO DRI EER – Requerimento Energético Estimado (usar peso, altura e atividade física pré-gestacional e após acrescentar os valores de energia de acordo com a idade gestacional) Para Adolescentes (14 a 18 anos): EER(gestação) = EER(pré-gestacional)+ adicional de energia para gasto durante a gestação + energia necessária para depósitos. EER pré-gestacional + (8kcal x IG em semanas) kcal

RECOMENDAÇÃO ENERGÉTICA SEGUNDO DRI EER para mulheres de 19 a 50 anos (pré-gestacional): EER = 354 – (6,91 x idade [a])+ PA (9,36xpeso[kg] x estatura [m]) Em que PA é o coeficiente de atividade física: PA= 1,00 (sedentária); PA= 1,12 (pouco ativa); PA= 1,27 (ativa); PA= 1,45 (muito ativa).

RECOMENDAÇÃO ENERGÉTICA SEGUNDO DRI 1º Trimestre = mesmo que para não gestantes: EER pré gestacional 2º Trimestre (a partir da 20ª semana) e 3º Trimestre ( a partir da 34ª semana): EER pré-gestacional + (8kcal x IG em semanas) kcal Idade gestacional

Curva de IMC de acordo com a idade gestacional PESO IDEAL X 36 KCAL

Página 22 da Caderneta da Gestante

Ganho de peso recomendado baseado no Índice de Massa Corporal (IMC) Categoria de peso com base no IMC Ganho total de peso Ganho no primeiro trimestre (kg) Ganho semanal no 2º e 3º trimestres (kg) Abaixo do peso (IMC < 18,5) 12,5 – 18 2,3 0,49 Peso normal (IMC = 18,6 – 24,9) 11,5 – 16 1,6 0,44 Acima do peso (IMC > 25 – 29,9) 7 – 11,5 0,9 0,3 Obesa (IMC > 30) 6 - Fonte: Subcomittee on Nutrition Status and Weight Gain During Pregnancy (IOM, 2009)

Curva de IMC de acordo com a idade gestacional Exemplo: Uma gestante de 1,60 m de altura está na 25ª semana de gestação. Qual é o peso ideal para esse período gestacional? Utilize a curva de IMC e verifique o valor mediano da faixa de normalidade , considerando as semanas gestacionais. IMC Ideal Peso Ideal (kg) Para 25 semanas = altura ² (m) 26=Peso Ideal (kg) = Peso Ideal = 66 kg 2,56 Cálculo energético = 66kg x 36kcal = kcal 36 kcal – fixo, da fórmula

PROTEÍNAS CÁLCIO ÁCIDO FÓLICO FERRO VITAMINA A VITAMINA C VITAMINA D ZINCO ÁGUA

PROTEÍNAS Estima-se que 925 g de ptn são depositados no feto e nos tecidos maternos acessórios; 925g de ptn / 280 dias de gestação = 3,3 g de proteína, quantidade adicional necessária a gestação. Lembrando que não se absorve 100% da proteína oferecida.

PROTEÍNAS 60g / dia, sendo 50% de alto valor biológico; FAO/OMS – 0,75g a 1g por kg de peso + 6g diariamente. Para adolescentes a ADA recomenda: < ou =15 anos – 1,7 g / kg >15 anos – 1,5 g / kg

CÁLCIO Mulheres adultas e/ou adolescentes gestantes: 1000 mg/dia dos 19 aos 50 anos; 1300 mg/dia dos 14 aos 18 anos. (IOM, 1997) = 2 copos de leite, 30g queijo e 150g de iogurte

No Brasil as farinhas de trigo e de milho são fortificadas µm a cada 100g ÁCIDO FÓLICO Mulheres na idade fértil – 400µg Mulheres grávidas – 600µg Valores difíceis de serem alcançados sem suplementação Fontes: vegetais verdes escuro, leguminosas, frutas cítricas, fígado e leite. Obs: Recomenda-se suplementar antes da concepção. A suplementação não deverá ocorrer de forma indiscriminada (5mg durante a gestação +70% risco de mortalidade por câncer).

ÁCIDO FÓLICO B12 – contribui para maior eficiência da utilização celular de folato.

FERRO 27 mg / dia no 2º e no 3º trimestre de gestação; Requer suplementação medicamentosa já que uma dieta habitual fornece de 6 a 7mg de ferro por 1000 kcal. Ul = 45mg/dia Ferro heme / Ferro não heme e vitamina C.

VITAMINA A 750µg/ - gestantes de 14 a 18 anos 770µg /dia – gestantes de 19 a 50 anos Dose excessiva teratogênica µg / dia Ul: 3000µg/dia Recomendação facilmente atingida por alimentação adequada. FONTES: Vegetais alaranjados, verde escuros e fígado bovino.

VITAMINA C Mulheres de 14 a 18 anos – 80 mg/dia Mulheres de 19 a 50 anos – 85 mg/dia Ingestão diária – não há reservas dessa vitamina Quantidade máxima tolerada – 2g diários Recomendação facilmente atingida através de dieta adequada.

VITAMINA D 5 µg / dia (não difere da recomendação para mulheres não-grávidas) Fontes: Salmão, atum, sardinha, gema de ovo, óleo de peixe e fígado.

ZINCO 12mg a 19 mg Fontes: Carnes vermelhas, frutos do mar e grãos integrais.

ÁGUA 3 Litros de água por dia, sendo 2,3 provenientes de líquidos e o restante de água presente nos alimentos.

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA GESTANTES GEMELARES
ENERGIA kcal além das 300 acrescidas no 2º e 3º trimestre de gestação; PROTEÍNAS – 20% / 80g CARBOIDRATOS – 40% (de baixo índice glicêmico) LIPÍDIOS – 40% Essas proporções previnem indesejáveis flutuações dos níveis glicêmicos

Recomenda-se uso de suplemento diário que contenha: ZINCO – 15 mg COBRE – 2mg CÁLCIO – 250 mg B6 – 2 mg ÁCIDO FÓLICO – 300µg VITAMINA C – 50 mg VITAMIDA D – 5µg FERRO – 30mg Depois das 12 primeiras semanas gestacionais

Ganho de Peso de mães e bebês de nascimentos múltiplos Pluralidade Peso materno na 24ª semana Semanas de gestação Peso médio ao nascer Gêmeos 24 2.500 – 2.800 Trigêmeos 36 1.900 – 2.200 De Luke B. Managing maternal nutrition: prenatal and postpartum. Perinat Nutr Rep 3:2, 1997

Ganho de Peso de mães e bebês de nascimentos múltiplos

SITUAÇÕES COMUNS DURANTE A GESTAÇÃO E PRÁTICAS ALIMENTARES
Náuseas e vômitos (6ª a 20ª sem); Pica; Constipação intestinal; Cafeína; Edulcorantes; Uso de chás na gestação.

Náuseas e vômitos (6ª a 20ª sem); Orientar: Refeições pequenas e mais frequentes (8xdia); Alimentos com baixo teor de gordura e abrandados (tipo purês); Gengibre, biscoitos e bolos para diminuir os sintomas; Consumir biscoitos tipo cream-cracker antes de se levantar; Suplementação de B6, com 25 mg (3x dia), útil para amenizar os sintomas.

Pica – ingestão de substâncias não alimentares. Riscos de contaminação; Pode indicar deficiências nutricionais; Pirose - Queimação ou azia após refeições devido a pressão do útero sobre o esôfago.

Constipação intestinal – (20ª semana) o aumento da progesterona relaxa a musculatura intestinal e reduz o peristaltismo. Orientar: Consumo adequado de água; Consumo de verduras de folhas cruas ou cozidas; Pães que contenham fibras; Frutas secas como lanche (ameixas, damascos e figos).

Cafeína – restringir - 4 xícaras de café por dia. Edulcorantes – apenas para gestantes diabéticas. Evitar: sacarina e aspartame. Preferir: Esteviosídeo, sucralose e acessulfame-k Orientar sobre uso adequado! Chás – Investigar a frequência, a quantidade e o tipo de chá consumido pela gestante. Evitar/moderar o consumo no período gestacional de risco -1º trimestre.

ATIVIDADE NO MOODLE Cite alimentos fontes dos nutrientes importantes para alimentação da gestante: proteínas, cálcio, ácido fólico, ferro, vitaminas A,C e D, Zinco e água. E quais as técnicas dietéticas que podem ser utilizadas para que tais nutrientes sejam preservados nas preparações culinárias e melhor aproveitados pelo organismo.

REFERÊNCIAS Vitolo, Márcia Regina. Nutrição–da gestação ao envelhecimento. Editora Rubio, 2014.

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