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A Leitura Documentária na perspectiva de suas variáveis: leitor-texto-contexto De Mariângela Spotti Fujita Alunos : Jônatas Pontes Dias da Silva – 7547872.

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1 A Leitura Documentária na perspectiva de suas variáveis: leitor-texto-contexto De Mariângela Spotti Fujita Alunos : Jônatas Pontes Dias da Silva – Júlia Hosino Layza Dias – Stefany Cardoso – Thamires Pereira Santos Ferreira

2 Leitores Bertrand-Gastaldy (1995, p.2), Leitores profissionais
tradutor, escritor, pesquisador, crítico literário, indexador, resumidor ou classificador Bertrand-Gastaldy (1995, p.2), “As leituras documentárias efetuadas para a classificação, a indexação e resumo constituem-se casos particulares de leitura profissional como a leitura da análise de conteúdo, a leitura orientada para o trabalho terminológico, a leitura histórica ou a leitura literária”

3 Leitura documentária no processo de comunicação
Definição A leitura faz parte de um processo de comunicação maior; Leitura é um ato social. “uma atividade construtiva, criativa, carregada de pensamentos que é estimulada e dirigida pela linguagem escrita” - Frank Smith

4 Elementos do ato de comunicação
Emissor (autor*); Mensagem (texto*); Receptor (leitor*); Canal de transmissão (alfabetização/conhecimento da língua expressa no texto*); Feedback (compreensão*). *No caso da leitura

5 Falhas na comunicação Ruídos (excesso de informação);
Silêncios (falta de informação). É importante reconhecer que no caso da leitura os ruídos e silêncios são representados pelo desconhecimento da língua, vocabulário, o assunto ou outras dificuldades.

6 Estudos sobre leitura Modelo Serial (Gough);
Processamento Serial; Processo comunicativo entre leitor-texto (Cavalcanti); Leitor traz consigo seu conhecimento prévio, experiências acumuladas e valores; Leitor é o centro do processo de interação; Sentido é negociado e a relevância encontrada; Modelo interativo (Giasson); Interação leitor-texto-contexto; Integração das habilidades para criação de sentido.

7 Modelo interativo de Giasson

8 Relações entre as variáveis leitor, texto e contexto que dificultam a compreensão de um texto

9 Estrutura textual na leitura documentária
Definição de texto [...] o texto é visto como um produto – lógico- do pensamento (representação mental do autor, nada mais cabendo ao leitor/ouvinte senão ‘captar essa representação mental, justamente com as intenções (psicológicas) do produtor [...]. Na concepção da língua como um código – como um mero instrumento de comunicação – e de sujeito como (pré) determinado pelo sistema, o texto é visto como simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado pelo leitor/ouvinte, bastando a este, para tanto, o conhecimento do código, já que o texto, uma vez codificado, é totalmente explicitado. Koch (2002, p.17)

10 Elementos necessários para a compreensão da leitura
Conhecimento textual (Fujita e Kleiman); Habilidade e familiaridade sobre tipologias e estruturas textuais (Kato, Cintra e Kobashi); Reconhecimento dos gêneros textuais (Giasson); Conhecimento da superestrutura textual (Kobashi e Kato); Silência-autor/relevância-leitor (Cavalcanti).

11 Superestrutura [...] Tipo de esquema abstrato que estabelece a ordem global de um texto e que se compõe de uma série de categorias, cujas possibilidades de combinação baseiam-se em regras convencionais. - Fujita

12 Tipos de textos e suas estruturas esquemáticas
Texto Científico Tema: assunto que se irá desenvolver; Problema: dificuldade que se quer solucionar cientificamente; Hipótese: proposição que se antecipa à comprovação de uma realidade porque se propõe, através dela, uma resposta a um problema que poderá ser comprovado ou refutado pelas observações a que os fatos serão submetidos; Metodologia: procedimentos e operações que possibilitem a observação racional e controlada dos fatos, de modo a permitir a interpretação e a explicação adequada do fenômeno observado. Resultado: implica a aceitação, ou não, das hipóteses formuladas, ou a reformulação das mesmas; Conclusão: comentário final, em que se discutem as possibilidades de aplicação e de utilização dos resultados, isto é, a incorporação ou não destes últimos a um sistema teórico.

13 Tipos de textos e suas estruturas esquemáticas
Argumentativo ou dissertativo Tese: apresentação de um ponto de vista; Argumentos: são as provas apresentadas para qualificar positivamente o ponto de vista do autor e, simultaneamente, desqualificar um ponto de vista inicialmente apresentado; Conclusão: confirma o ponto de vista inicialmente apresentado.

14 Leitor: o indexador como leitor profissional

15 Bireme A BIREME é um Centro Especializado da OPAS/OMS para a cooperação técnica em informação e comunicação científica em saúde na Região das Américas Criada em 1967, em São Paulo como Biblioteca Regional de Medicina; Base de dados MEDLINE; Em 1979: BIREME lançou o Index Medicus Latino-Americano (IMLA), indexando cerca de 150 revistas e complementando, portanto o MEDLINE; 1982: mudança do nome de Biblioteca Regional de Medicina para Centro Latino- Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde  IMLA evolui para a base de dados bibliográfica chamada Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS), com ênfase na ampliação da cobertura em saúde pública; 1988: LILACS CD-ROM, um dos primeiros CD-ROMs de informação científica produzido no mundo; Lançamento e atualização anual do vocabulário Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), que contém a tradução do Medical Subject Headings (MeSH) da Biblioteca Nacional de Medicina (NLM) dos Estados Unidos aos idiomas espanhol e português; Criação da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) sob a liderança da BIREME.

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18 Sistema de Informação Especializado na Área de Odontologia (SIEO)
O Serviço de Documentação Odontológica (SDO) vem coordenando desde 1991, as atividades da “Sub-Rede Nacional de Informação na Área de Ciências da Saúde Oral”, através de projeto firmado entre W. K. Kellogg Foundation e a BIREME; Em 1999, passa a denominar-se “Sistema Especializado na Área de Odontologia’’; Em 2003, “Sistema de Informação Especializado na Área de Odontologia” (SIEO)  Propósito: impulsionar o desenvolvimento das bibliotecas odontológicas nacionais e satisfazer a demanda de informação dos profissionais desta área.

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20 Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), criada em e estruturada pela Lei 4.118, de 27 de agosto de 1962, para desenvolver a política nacional de energia nuclear. Órgão superior de planejamento, orientação, supervisão e fiscalização, a CNEN estabelece normas e regulamentos em radioproteção e é responsável por regular, licenciar e fiscalizar a produção e o uso da energia nuclear no Brasil. A CNEN mantém atividades de pesquisa, orientação, planejamento, regulação e fiscalização, atuando em diversos setores que mantêm interação com a área nuclear.

21 INIS - Sistema Internacional de Informações Nucleares
O INIS - International Nuclear Information System - é um sistema cooperativo da IAEA (International Atomic Energy Agency) com mais de 45 anos de experiência que conta com a participação de mais de 140 países e organizações internacionais. O principal produto do sistema é a base de dados bibliográficos INIS. Esta base tem a mais completa cobertura sobre aplicações pacíficas da ciência e tecnologia nucleares. Atualmente, a base contem mais de 3 milhões de registros sendo a fonte mundial mais completa sobre literatura técnico-científica na área nuclear. A CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear - representa o Brasil no INIS desde a sua criação.

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23 Leitor: o indexador como leitor profissional
Centro Coordenador Nacional do Sistema Especializado na Área de Odontologia Atuação profissional: indexação, com prioridade para atendimento ao usuário e busca bibliográfica em bases de dados Dificuldades: identificação de conceitos e a tradução desses com descritores da linguagem utilizada pelo sistema. Centro de Informações Nucleares da Comissão Nacional de Energia Nuclear Atuação profissional: indexação e resumo para a inserção de registros na base de dados do International Nuclear Information System (INIS) Dificuldades: a identificação de conceitos, a compreensão do assunto e a tradução de conceitos em descritores da linguagem documentária

24 Formação profissional do indexador em leitura documentária
Graduação em Biblioteconomia Cursos e programas destinados à capacitação de indexadores ministrados por Sociedades profissionais, Escolas de Biblioteconomia, e Empresas Privadas de Consultoria. Proposta de inclusão do tema ‘leitura documentária’ em conteúdos curriculares da formação do indexador que contemplem os seguintes pontos: Discussão quanto à abordagem da temática leitura técnica e leitura documentária; Inserção do conteúdo sobre leitura documentária vinculada a disciplina que inicia e fundamenta a análise documentária, porque a leitura compreende a fase inicial da análise; Discussão quanto à especificidade dos conteúdos programáticos dos currículos dos cursos de graduação, de modo a articular o ensino para o desenvolvimento de bases conceituais.

25 Contexto: a indexação em sistemas de informação
Contexto: diferentes definições Giasson (1993, p.40) ...constitui a terceira variável do modelo de compreensão, engloba todas as condições nas quais se encontra o leitor (com as suas estruturas e processos) quando entra em contato com um texto. [...] É possível distinguir três tipos de contexto: os contextos psicológico, social e físico. O contexto psicológico diz respeito às condições contextuais próprias do leitor, quer dizer, ao seu interesse pelo texto a ler, à sua motivação e à sua intenção de leitura. [...] Por contexto social, devem-se entender todas as formas de interação que podem produzir-se no decurso da atividade... [...] O contexto físico compreende todas as condições materiais em que se desenrola a leitura...

26 Contexto sociocognitivo
O contexto sociocognitivo, conforme Koch (2002, p. 24), está armazenado na memória do que denomina de "actantes sociais", que entendemos como conhecimento prévio ou cognição, quais sejam: conhecimento lingüístico, conhecimento enciclopédico, conhecimento da situação comunicativa e de suas regras, conhecimento superestrutural, conhecimento estilístico, conhecimento de outros textos (intertextualidade). O uso desse conhecimento prévio se realizará através de estratégias.

27 Contexto psicológico Principal objetivo do indexador: representar o assunto de um documento por meio de termos significativos, para que seja possível sua recuperação pelos usuários interessados. Determinar o conteúdo principal do documento; Identificar e selecionar os conceitos para representar o conteúdo dos documentos. Leitura com objetivos profissionais: Pressão da falta de tempo devido à grande quantidade de material que necessita ler para indexar; Para atingir objetivo com êxito: uso de estratégias metacognitivas, de suas habilidades de leitor e dos conhecimentos prévios necessários à atividade de indexação.

28 Contexto físico Contexto físico do indexador: os sistemas de informação que realizam os serviços de análise. Diagnóstico dos serviços de análise documentária em Centros de Informação especializados no Brasil para se ter uma visão do contexto físico do indexador: Centro Coordenador Nacional do Sistema Especializado na Área de Odontologia da BIREME A partir de 2003: Sistema de Informação Especializado na Área de Odontologia (SIEO Centro de Informações Nucleares do sistema INIS

29 Análise comparada entre o Centro Coordenador e o CIN
O Centro Coordenador é formada por várias bibliotecas que efetuam, além das atribuições de coleta e análise da literatura odontológica gerada por pesquisadores brasileiros, todos os outros serviços de coleta, organização e disseminação da coleção maior, enquanto o CIN é um centro de informações, sem acervo convencional de biblioteca, com atendimento de usuários à distância e dedicado exclusivamente à coleta e análise da literatura de energia nuclear de pesquisadores brasileiros; O Centro Coordenador não é responsável pela geração da base de dados LILACS, que fica a cargo da BIREME. Entretanto, o CIN é o responsável direto, no Brasil, pela inserção de registros na base de dados INIS Atomindex; O Centro Coordenador foi instalada em 1992 e mais recentemente aumentou a quantidade de registros para a base de dados LILACS. Por outro lado, o CIN passou a funcionar em 1970 e, portanto, possui uma larga experiência na participação cooperativa em base de dados internacional.

30 Contexto sociocognitivo
Refere se ao modelo mental do leitor indexador Implícito no contexto do trabalho desenvolvido por indexadores em sistemas de informação: a política de indexação, as regras e procedimentos do manual de indexação, a linguagem documentária para representação e mediação da linguagem do usuário e os interesses de busca dos usuários.

31 Linguagem documentária
Uso de uma linguagem documentária: Reduz a diversidade e a ambiguidade do vocabulário; Uniformidade de representação dos termos selecionados pelo indexador; Qualidade dos serviços de disseminação da informação. Formada por vocabulário e sintaxe Vocabulário: descritores usados para a identificação do conteúdo; Sintaxe: regras utilizadas para a combinação dos descritores;

32 O DeCS – Descritores em Ciências da Saúde - é a linguagem documentária especializada na área de Ciências da Saúde utilizada pela base de dados LILACS/CD-ROM para controle de vocabulário na indexação e recuperação dos documentos. Tradução do Medical Subject Headings – MeSH (linguagem da National Library of Medical Association dos Estados Unidos da América); Lista de cabeçalhos de assuntos; Não apresenta as relações entre termos de natureza hierárquica, indicados pelas expressões TG (termo genérico, em inglês BT-broader term) e TE (termo específico, em inglês NT-narrower term); Possível visualizar, no DeCS a hierarquia dos termos sem as notações; INIS Thesaurus é a linguagem documentária, especializada em energia nuclear, utilizada pela base de dados internacional INIS produzida pelo INIS (International Nuclear Information System) para controle de vocabulário na indexação e recuperação dos documentos. Tesauro; Apresenta as relações entre termos de natureza hierárquica: TG e TE;

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35 Manual de indexação Manuais da BIREME e do CIN: recomendam a leitura cuidadosa do título do documento e esquadrinhamento do texto, prestando atenção aos títulos de capítulos, seções, parágrafos, palavras em destaque, tabelas, gráficos etc. A única diferença apresenta-se na ordem em que a leitura deve ser feita: o CIN recomenda que o resumo seja lido logo após o título, enquanto a BIREME recomenda que a leitura do resumo seja feita por último. O CIN exige que os indexadores sejam especialistas nas áreas de assunto em que atuam, enquanto na BIREME, os indexadores têm formação bibliotecária.

36 Política de indexação A política de indexação de um sistema de informação pode ser observada por meio de diagnósticos de infraestrutura física, de serviços e de recursos humanos, bem como por meio de sua documentação oficial - o manual de indexação; Importante para recuperação de informações; Norteadora de princípios e critérios; Carneiro (1985, p.231) define os elementos que devem ser considerados na elaboração de uma política de indexação: Cobertura de assuntos: assuntos cobertos pelo sistema (centrais e periféricos); Seleção e aquisição dos documentos-fonte: extensão da cobertura do sistema em áreas de assunto de seu interesse e a qualidade dos documentos, nessas áreas de assunto, incluídos no sistema;

37 Política de indexação Processo de indexação:
Nível de exaustividade: “uma medida de extensão em que todos os assuntos discutidos e um certo documento são reconhecidos na operação de indexação e traduzidos na linguagem do sistema” (LANCASTER, 1968 citado por CARNEIRO, 1985, p.232); Nível de especificidade: “a extensão em que o sistema nos permite ser precisos ao especificarmos o assunto de um documento que estejamos processando” (FOSKET, 1973, citado por CARNEIRO, 1985, p.232); Escolha da linguagem: a linguagem de indexação afeta o desempenho de um sistema de recuperação de informação tanto na estratégia de busca quanto na indexação. Portanto, a partirde estudos do sistema, deve-se optar entre linguagem livre ou linguagem controlada e linguagem pré-coordenada ou pós-coordenada; Capacidade de revocação e precisão do sistema: exaustividade, revocação e precisão estão relacionadas. Quanto mais exaustivamente um sistema indexa seus documentos, maior será a revocação na busca e, inversamente proporcional, a precisão será menor;

38 Política de indexação Estratégia de busca: deve-se decidir entre a busca delegada ou não; Tempo de resposta do sistema; Forma de saída: é o formato em que os resultados da busca são apresentados. Tem grande influência sobre a tolerância do usuário quanto à precisão dos resultados. Deve-se verificar qual preferência do usuário quanto à apresentação dos resultados; Avaliação do sistema: determinará até que ponto o sistema satisfaz as necessidades dos usuários

39 O manual de indexação, como parte necessária ao contexto sociocognitivo do indexador em leitura documentária, por conter os objetivos, procedimentos, apresentação da linguagem e política de indexação, deve contemplar os seguintes aspectos: Objetivos do sistema de informação; Apresentação dos procedimentos de indexação para identificação e seleção de conceitos articulados com o processo de leitura e inclusão de um questionamento para esta finalidade, contendo exemplos em cada fase; Apresentação das linguagens documentárias alfabética e hierárquica adotadas para a representação dos conceitos selecionados, respectivamente, na indexação e classificação, esclarecendo aspectos de estrutura, vocabulário e configuração interna para uso, contendo exemplos; A especificação dos elementos constituintes da política de indexação do sistema: cobertura de assunto, critérios de seleção e aquisição dos documentos-fonte, nível de exaustividade e nível de Especificidade.

40 Exaustividade e Especificidade
Exaustividade: o indexador no momento da leitura, deverá estar ciente do número de descritores que pode extrair de cada documento, obrigando-se a escolher entre um e outro para fazer, assim, a seleção de descritores baseada no critério da exaustividade. Especificidade: caso seja recomendação do sistema de informação que o indexador seja o mais específico possível, será necessário que ele leia o documento tendo em mente o nível de especificidade exigida pelo sistema. Os dois elementos estão diretamente ligados à política de indexação adotada pelo sistema e à leitura documentária, pois influenciam o desempenho da indexação realizada pelo sistema de informação que se refletirá na recuperação da informação feita por seus índices, sendo necessária a inclusão de tais itens na orientação à formação do indexador em leitura documentária.

41 “ [...] recomendamos que a orientação à formação do indexador em leitura documentária considere essencial o conhecimento sobre: a estrutura textual, o processo de leitura documentária, o contexto sociocognitivo e físico dos serviços de análise e os objetivos da leitura documentária baseada no conteúdo documentário e na demanda da comunidade usuária“ Fujita

42 A leitura em análise documentária
por Mariângela Spotti Fujita

43 As concepções de leitura
Segundo Richard Bamberger ( ), estudioso literário e autor austríaco, houve uma época em que a leitura era vista apenas como um meio de receber uma mensagem. No Modelo Serial de Gough (1972, apud Nardi, 2003), o ato de ler envolve um processamento serial que começa da esquerda para a direita de forma linear. Para haver compreensão, é necessário que o leitor associe sons aos significados das palavras. A soma de todos estes leva ao significado total do texto.

44 Kenneth Goodman (1927-), professor na Universidade do Arizona, desenvolveu o Modelo Psicolinguístico. A leitura é um jogo psicolinguístico de adivinhação O leitor seleciona pistas dentro do texto e antecipa o que não leu, criando-se estratégias para compreensão Assim, avança-se pelo texto pulando trechos que se tornaram previsíveis e utiliza-se de regressões, que é a volta nas sequências para consulta e esclarecimento David Rumelhart ( ), psicológo americano que fez contribuições para a análise da cognição humana com a linguística, criou o Modelo Interativo. A informação contida num nível linguísticoo mais alto pode ajudar naquela de um nível mais baixo. Ex: o conhecimento de categorias gramaticais pode ajudar no reconhecimento e determinação de uma palavra. Casa como substantivo, bonito como adjetivo. Ou seja, o leitor se apoia em esquemas que ele mesmo cria

45 ESQUEMAS são conjuntos de conhecimentos que armazenamos sobre diferentes situações e que possibilitam ao leitor visualizar uma situação a partir das variáveis associadas a ela, segundo Rumelhart e Ortony (1977, apud Nardi, 1993). Assim, entende-se: Tais esquemas abrirão espaço para interpretações criativas e diversas, porque cada pessoa possui experiências diferentes e particulares Entende-se que a realidade em que o leitor se encontra no momento em que se propôs analisar àquele texto tem relevância Os conhecimentos do leitor (de vocabulário e de mundo) permitem a ele essa interpretação única, singular

46 M. C. Cavalcanti desenvolveu a teoria do processo comunicativo entre leitor-texto
Baseia-se na ideia de que o leitor traz consigo conhecimentos prévios, carregando suas experiências e valores, para interagir com o texto Processo de compreensão = figura do leitor Interação entre conhecimento novo (o texto) e conhecimento velho (a “bagagem” do leitor) Entende-se que há restrições: do contexto, do texto e do leitor. Estas são explicadas mais detalhamente pelo estudo Giasson. J. Giasson, com visão semelhante a de Cavalcanti, acredita que o leitor cria sentido no texto baseando-se em seus conhecimentos prévios. Assim, a compreensão envolve três variáveis e a relação que se estabelece entre elas.

47 O autor determina cada um dos aspectos dentro de suas ideias
Corresponde ao material a ser lido: intenção do autor, forma e conteúdo O autor determina cada um dos aspectos dentro de suas ideias Corresponde aos elementos extra-texto Três tipos: PSICOLÓGICO (intenção de leitura, interesse pelo texto), SOCIAL (intervenções de professores e colegas) e FÍSICO (tempo disponível, barulho) Corresponde ao processo de compreensão Estruturas (esquemas) = conhecimentos e atitudes Processos (estratégias) = habilidades a que o leitor recorre *esquema de leitura proposto por Giasson

48 Paul Grice ( ), filósofo britânico educado em linguagem, criou o Princípio Cooperativo, este determina que indivíduos racionais em um ato comunicativo desenvolvem uma norma comportamental dividida em 4 máximas: Quantidade: seja suficientemente informativo; Qualidade: afirme apenas o que acredita ser verdadeiro; Relação: diga algo relevante; Modo: seja claro. Em síntese, a racionalidade do autor, partindo do princípio de coerência, é o que leva o leitor a interagir com o texto, obtendo os significados, e enfim, a interpretação

49 Estratégias de leitura
As estratégias de leitura são ações que os leitores utilizam no ato de ler. Muitos autores as definiram: Faerch e Kasper (1980, apud Nardi, 1993) = planos potencialmente conscientes do leitor para resolver algo que se apresenta como um problema na compreensão Brown (1980, p. 465) = “qualquer controle deliberado e planejado de atividades que levam à compreensão” Oxford (1989, apud Nardi, 1993) = “são ações direcionadas para um objetivo, potencialmente observáveis, potencialmente ensináveis e flexíveis”. Para a autora, as estratégias não podem ser prontamente observáveis. No entanto, o comportamento dos leitores (virar a página, procura de termos no dicionário) pode. Ações mentais (deduções ou associações) não podem ser vistas.

50 Quanto a ensinabilidade, Oxford afirma que esta é possível ser observada dentro de uma sala de aula sob a supervisão do professor. A flexibilidade depende da natureza da tarefa de leitura em questão, do seu grau de dificuldade e das restrições do autor (língua, área de conhecimento). Por conta de divergências quanto a consciência no ato de ler, Palincsar e Brown criaram a teoria de que leitores usam “Skills”, e consideram estratégias somente o pensamento metacognitivo (conscientes) frente a um problema. Ex: explicitação dos objetivos de leitura, identificação de aspectos importantes da mensagem.

51 Mary Kato distingue 2 tipos de estratégias: as metacognitivas (ações conscientes frente a um problema) e as cognitivas (automáticas e subconscientes). Esta segunda é utilizada em discursos fluidos, sem obstáculos, apresentando dois princípios: Princípio da Canocidade: ordem natural e semântica do texto Princípio da Coerência: busca do entendimento e sentido do texto, este sendo dividido em três categorias: * Global: intenção do autor no texto * Local: tentar fazer sentido de trechos específicos * Temática: uso da informação para os trechos fazerem sentido Cavalcanti faz outra denominação sobre a de Kato: Estratégias automáticas = estratégias cognitivas Estratégias controladas = estratégias metacognitivas Para Cavalcanti, as estratégias são mais observavéis quando há uma ruptura na leitura e o leitor deve se utilizar de estratégias controladas (metacognitivas, para Kato).

52 Estratégias de Leitura em Documentação (Cintra, 1987)
Fatores que concorrem para a qualidade de um texto: De acordo com a autora, é necessária uma cooperação entre autor/leitor, para fins documentários (o autor não prevê quem será o leitor do que ele escreveu); Manutenção do tema; Correção Gramatical; Leitura para fins documentários = leitura técnica; Adequação lexical; Estrutura do texto. Leitor seletivo: atenta-se a trechos importantes.

53 Estratégias Ascendentes (“Bottom Up”):
Movimento onde o leitor vai lendo na dependência do contexto, extraindo linearmente o significado dos símbolos escritos, caminhando das partes para o todo. Estratégias Descendentes (“Top-Down”): Movimento onde o leitor depende do seu conhecimento prévio para fazer generalizações e predições a partir de “esquemas” existentes em memória, formulando hipóteses que o ajudarão a compreender o texto.

54 Estratégias Ascendentes + Estratégias Descendentes
Kato (1987) Estratégias Ascendentes + Estratégias Descendentes = Leitor Experiente Relacionar de maneira consciente os dois tipos de estratégias, quando se fizerem necessárias; Leitor estratégico proficiente é aquele que, além da utilização das estratégias, mantém em mente o objetivo da leitura.

55 Leitura em Análise Documentária
“Um conjunto de procedimentos efetuados com a finalidade de expressar o conteúdo de documentos científicos, sob formas destinadas a facilitar a recuperação da informação”. (GARDIN, Jean-Claude, 1981, p.29); Tratamento documentário de conteúdo, com o objetivo de condensar textos; Condensação → resumos e índices (pistas do conteúdo); O conjunto de procedimentos para a elaboração de índices de assunto está inserido na “Indexação”.

56 Desestruturação → Construção de um outro texto
O Resumo e a Indexação são elaborados a partir de três operações que compreendem a Análise Documentária (KOBASHI, 1994, p.23): Análise: leitura e segmentação do texto para identificação e seleção de conceitos; Síntese: construção do texto documentário com os conceitos selecionados: enunciado de assunto ou resumo; Representação: possui duas naturezas distintas: na primeira, a representação é construída através de um processo de condensação intensiva do texto original, gerando os diferentes tipos de resumo; na segunda, a representação é realizada através do uso de uma linguagem documentária, que tem como função a normalização das unidades significantes ou conceitos presentes no texto original: indexação (LARA, 1993: 4-5). Desestruturação → Construção de um outro texto (o documentário)

57 NORMA ISO 5963 (1985, p. 2-4) Exame do documento: Título;
Resumo (se houver); Lista de conteúdos; Introdução, frases que iniciam capítulos e parágrafos, e a conclusão; Ilustrações, diagramas e tabelas; Palavras ou grupo de palavras que estejam sublinhadas ou impressas em tipos diferentes;

58 Identificação de conceitos: abordagem sistemática para a identificação de conceitos que são essenciais na descrição do assunto, através das perguntas: O documento possui em seu contexto um objeto sob efeito de uma atividade? O assunto contém um conceito ativo (por exemplo, uma ação, uma operação, um processo, etc.)? O objeto é influenciado pela atividade identificada? O documento possui um agente que praticou esta ação? Este agente refere-se a modos específicos para realizar a ação (por exemplo, instrumentos especiais, técnicas ou métodos)? Todos estes fatores são considerados no contexto de um lugar específico ou ambiente? São identificadas algumas variáveis dependentes ou independentes? O assunto foi considerado de um ponto de vista, normalmente não associado com o campo de estudo (por exemplo, um estudo sociológico ou religioso)?

59 FARROW (1991, p.150) refere-se à leitura documentária como “um rápido rastreamento” feito a partir do processo de exame do documento; Segundo os estudos técnicos de indexação realizados por Cleverton em 1961 (FARROW, 1991, p.150), o tempo ideal de um rastreamento é de 4 minutos; Estudos comparativos entre os sistemas PRECIS e LCSH (WELLISCH, 1977; COTÊ, 1979; MICCO, 1980), 8 minutos é o tempo ideal para toda a operação. Segundo os estudos de Just e Carpenter de 1987, “... Os leitores rápidos tem um objetivo diferente de compreensão dos leitores normais, não se apegam a detalhes ou coerência de ideias. É o tipo de compreensão que um indexador exige, o objetivo é encapsular a compreensão em um apanhado de palavras-chave isoladas”. (FARROW, 1991, p. 152)

60 Condições de Leitura (CREMMINS, 1982; MILS e BROUGTHON, 1977)
Indexadores normalmente trabalham sob limite de tempo, que os obriga a explorar o texto mais rapidamente do que um padrão normal de leitura; A maior parte dos indexadores compreendem o texto somente para o propósito de classificação, indexação ou resumo do documento; A compreensão do texto por indexadores é logo seguida pela produção de um resumo, conjunto de entradas de índice, ou classificação; Muitos indexadores trabalham dentro de um conjunto limitado de tipos de textos e áreas de assunto, e o consequente elemento repetitivo em seu trabalho o conduzirá a um processamento automático além daqueles associados com a leitura normal fluente. Quanto mais exaustivo o processo de análise, mais detalhada será a compreensão.

61 Sistemas PRECIS (FUJITA, 1989)
Recomenda para a etapa de identificação de conceitos, uma análise conceitual baseada na interrogação do texto: O que aconteceu? (ação) A que ou a quem isto aconteceu? (objeto da ação / sistema chave) O que ou quem fez isto? (agente da ação) Onde aconteceu? (Local) Existe um conjunto de operadores deste sistema e cada pergunta; O conjunto de operadores formará os termos e as entradas de assunto que serão acessados pelo usuário no índice.

62 LEITOR → ESTRATÉGIAS → SOLUÇÃO DE UM PROBLEMA
Estratégias conscientes: Metacognitivas (KATO, 1987) Controladas (CAVALCANTI, 1989) Estratégias subconscientes: Cognitivas (Kato, 1987) Automáticas (CAVALCANTI, 1989)

63 (CAVALCANTI e GIASSOM )
“O leitor documentalista, apesar de não ser o especialista do assunto, interage com o texto mediante o domínio de uma linguagem documentária especializada, da estrutura textual e da intenção do sistema de informação para a leitura.” (CAVALCANTI e GIASSOM )

64 Referências FUJITA, Mariângela Spotti Lopes. A leitura documentária na perspectiva de suas variáveis: leitor-texto-contexto. Datagramazero, v.5, n.4, ago FUJITA, M. S. L.; NARDI, M. I. A.; SANTOS, S. A leitura em análise documentária. Transinformação, v. 10, n. 3, p. 13 – 31, set./dez


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