A Bússola do Grupanalista Isaura Manso Neto

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Apresentação em tema: "A Bússola do Grupanalista Isaura Manso Neto"— Transcrição da apresentação:

1 A Bússola do Grupanalista Isaura Manso Neto
XI CONGRESSO NACIONAL DE GRUPANÁLISE HORIZONTES e ODISSEIAS do PROCESSO GRUPANALÍTICO Lisboa, 12 e 13 de Novembro de 2010 A Bússola do Grupanalista Isaura Manso Neto Isaura Manso Neto, Novembro 2010

2 A Bússola do Grupanalista
Um grupo sem condução por um grupanalista/psicoterapeuta analítico de grupo navega à deriva, sem governo, ao sabor de ventos e marés até que, algum dos marinheiros/tripulantes mais afoito mas não necessariamente com competências, toma as decisões com o intuito de evitar um desastre, a destruição do barco e dos seus passageiros. Os objetivos últimos da viagem perdem-se! Quere-se chegar a terra seja ela qual for!! Isaura Manso Neto, Novembro 2010

3 A Bússola do Grupanalista
Ou pior, alguém mais perturbado tenta utilizar os tripulantes para satisfação de necessidades pessoais narcísicas, grandiosas, levando às maiores devastações e atrocidades decorrentes da utilização de poderosos mecanismos primitivos destruindo civilizações, pirateando os mares. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

4 A Bússola do Grupanalista
Falando em grupos, «Groups run by therapists with no real knowledge of internal object relations – and there are many of them – run the risk becoming a kind of psychological health farm, promoting an internationally accredited diet of altruism, universality, acceptance, self-disclosure (Bloch, Croch, & Reibstein, 1981; Yalom, 1975 in Garland, 2010) and so on»….«This is why, through out this book, we urge an intensive personal therapy for all group therapists, as well as a training in group techniques» (Garland, 2010, pg. 47) Isaura Manso Neto, Novembro 2010

5 A Bússola do Grupanalista
Ou pior, temos os bem conhecidos tiranos assassinos, com narcisismo maligno (Kernberg, 2003) idealizados por massas acríticas de indivíduos, que têm levado a genocídios, guerras e outras formas de destrutividade em que incluo o terrorismo. Os grupos têm enormes capacidades criativas e de transformação mas também contêm um potencial agressivo, tão receado por Freud – Group Psychology and the Analysis of the Ego (1921) Isaura Manso Neto, Novembro 2010

6 A Bússola do Grupanalista
Cito o último livro que li sobre «Terapia Psicanalítica de Grupo» tal como é conceptualizada e praticada na Tavistock Clinic em Londres e que nos apresenta horizontes realistas mas predominantemente optimistas desde que encaremos com seriedade e profundidade vários problemas, entre os quais este da formação dos grupanalistas: «Destructive processes are an inherent feature of all groups, from small clinical groups and staff teams to wider organizations and society as a whole» (Joanne Carlyle in Garland, 2010, pp.76) Isaura Manso Neto, Novembro 2010

7 A Bússola do Grupanalista
«When groups are properly structured and well run, they can be powerful containers of individual distress, as well as agents of recovery and change» (Garland, 2010, pg.191).. «Yet, group treatment is not often accorded the kind of recognition it deserves as a treatment for psychological and emotional problems. Young psychiatrists may be told to «run a group» as part of their training, with little regard for the demands of the task. The dynamic processes and forces in a group are powerful, both for good and for trouble. They have to be understood and respected if they are to be manageable, and this ought to mean a substantial period of training and supervision» (Garland, 2010, Manual, pg: 1). Isaura Manso Neto, Novembro 2010

8 A Bússola do Grupanalista
Será, pois, preferível navegar com objectivos, com um bom comandante e com bons instrumentos de navegação. O barco pode ser maior ou menor, transportar mais ou menos passageiros. Estes poderão ajudar nos trabalhos inerentes à viagem mas o know how, as decisões, devem ser tomadas pelo comandante. Não vou falar do barco nem dos passageiros nem da viagem. O meu objectivo hoje é partilhar convosco o que sabe, o que pensa um comandante de um barco/processo grupanalítico, como se orienta num horizonte cujos limites tendem para o infinito. Infinito de variáveis individuais, de grupo, culturais e científicas, conscientes e inconscientes. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

9 A Bússola do Grupanalista
Otto Kernberg, em 2003, sugere 5 características de um líder funcional que eu penso poderem adaptar-se a um suficientemente bom analista/grupanalista: 1 - inteligência superior, 2 - suficiente maturidade emocional; 3 - sólida e profunda integridade moral; 4 - narcisismo suficientemente maduro; 5 - traços paranóides q.b. (não ser ingénuo). Isaura Manso Neto, Novembro 2010

10 A Bússola do Grupanalista
6 – autenticidade (Neto, …..); 7 – capacidade de manter a sua auto-análise; 8 – conhecimentos profundos de grupanálise, teoria psicanalítica, psiquiatria, psicologia; 9 – formação básica com alguns conhecimentos de Matemática, Física, Filosofia, História; Biologia. 10 – preocupação constante com a actualização de conhecimentos; 11 – disponibilidade para conhecer, criticar e, eventualmente aceitar o diferente; 12 – tolerar o paradoxo de qq cientista: acreditar veementemente numa hipótese bem estruturada mas estar disposto a analisá-la, experimentá-la, e, eventualmente, aceitar a frustração do insucesso, recomeçando o processo Isaura Manso Neto, Novembro 2010

11 A Bússola do Grupanalista
Penso que esta é uma das tarefas mais árduas e desgastantes dos analistas: acreditar, transmitir esperança na transformação do sofrimento de quem nos procura, mas estar aberto a alterações necessárias em caso de insucesso; alterações de hipóteses diagnósticas, de técnica, procura de outras alternativas terapêuticas.. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

12 A Bússola do Grupanalista
Pior ainda estamos nós do que os cientistas das chamadas ciências exactas: navegamos sempre sem costa à vista, sem leis rigorosas que permitam a experimentação, em mares mais ou menos agitados, mais ou menos profundos, com ventos e correntes de demasiados quadrantes, podendo ser muito intensos, sempre movidos pelas forças irracionais e contraditórias do inconsciente que se não vê. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

13 A Bússola do Grupanalista
ODISSEIAS Como nos podemos orientar? Como podemos saber o que está latente e sub-jacente aos sintomas que se observam com relativa facilidade? E os traços de carácter que não são visíveis para os viajantes mas que poderão e deverão ser detectados por nós? O que devemos questionar, averiguar? Como lidar e compreender a realidade externa e interna de cada um dos nossos viajantes e as repercussões na embarcação? O que teremos de antecipar para evitar novos desastres? Quando e o que interpretar? O que é que é normal e patológico? Quando deveremos e ou poderemos dar por terminada uma viagem? Isaura Manso Neto, Novembro 2010

14 A Bússola do Grupanalista
Não devemos pensar e interpretar como se tudo fosse uma projecão ou várias dos nossos viajantes tal como não podemos levar à letra tudo o que vem do consciente. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

15 A Bússola do Grupanalista
«Fazem-me confusão algumas coisas que se passam no grupo! Diabolizam-se os nossos objectos que serão sujeitos noutros grupos! Isto é um curso avançado de egoísmo!!» «Neste grupo, como se pode saber quem tem razão? Como se pode avaliar a certeza das hipóteses postas pelos analistas ou por outros membros do grupo se e quando nos parecem bizarras e desrazoáveis?» «Este grupo ataca os homens!» … «Há demasiados preconceitos! São preconceitos ou são opiniões profundamente analisadas e elaboradas?» Isaura Manso Neto, Novembro 2010

16 A Bússola do Grupanalista
«Desde o início me parecia que achava a minha mulher como uma pessoa que não se me adequava! Agora penso isso com clareza, mas como pôde perceber que não era isso que eu, na altura, achava?». «O que é que acha da homossexualidade?» «Tive uma infância normal!» «Nunca me zanguei!» «Não durmo mais que 4h. Acho normal!» «Estou assim porque não me adaptei àquele emprego!» Isaura Manso Neto, Novembro 2010

17 A Bússola do Grupanalista
«Eu não era assim! Modifiquei-me de repente…» «Se eu soubesse que não ia ralhar com o meu marido, não teria insistido para que viesse comigo» «Os assassinos nazis eram pessoas banais» «Há casais bem estruturados que não têm relações sexuais» «O analista gosta dos seus pacientes?» «Não tenho medo da morte porque sou crente!» …………………etc…………………..etc.. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

18 A Bússola do Grupanalista
São apenas alguns exemplos das elaborações e viagens dos nossos conhecimento e afecto que percorremos e ou que temos de antecipar. Todos nós teremos centenas de vivências semelhantes todos os dias na nossa vida profissional. Tempestades com o risco de naufrágio são mais raras, mas também habitualmente mais claras na necessidade de tomadas de decisão. Estou a pensar em descompensações agudas observáveis por toda a tripulação. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

19 A Bússola do Grupanalista
Não temos certezas baseadas em leis seguras e certas, não há consensos sobre o que é básico ou fundamental nas nossas áreas. O que é que é fundamental e acessório? Vivemos momentos de intensas tempestades, movidas por outras correntes, outros ventos, com intensa competição de outros barcos, de outros tipos de barcos, supostamente mais rápidos e mais baratos. Ao que se associam alterações contextuais económicas, climáticas, culturais que nos abalam as convicções na bondade da nossa embarcação. Passamos nesta época um difícil cabo das tormentas. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

20 A Bússola do Grupanalista
Tenho defendido nos últimos anos, (Neto, 2005, 2009) em vários encontros e artigos, que é necessário definir claramente os conceitos que usamos e avaliar resultados, definir e enfrentar paradoxos e contradições sem o que corremos o risco de nos transformarmos em seitas, substituindo a esperança baseada na adequação e utilidade das nossas teorias e técnicas por uma fé e um fundamentalismo que não atrai a criatividade e a “intelligentzia”. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

21 A Bússola do Grupanalista
Recentemente, em 2010, num questionário que promovemos na GAS (Neto et al, 2010) um dos pontos que foi levantado como necessidade premente, foi o da clarificação de conceitos. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

22 A Bússola do Grupanalista
HORIZONTES A «BÚSSOLA» - a NATUREZA do PADRÃO GRUPANALÍTICO Isaura Manso Neto, Novembro 2010

23 A Bússola do Grupanalista
O PADRÃO GRUPANALÍTICO (Cortesão, Etelvina Brito, Cruz Filipe, Isaura Neto, Ana Sofia Nava) Natureza Função Objectivos Isaura Manso Neto, Novembro 2010

24 A Bússola do Grupanalista
Mas hoje gostaria de focar algo que pertence à personalidade do grupanalista, às suas convicções, incluindo áreas menos claras, mais controversas, mais politicamente incorretas. O problema da neutralidade analítica está aqui implícito. Tenho defendido como muitos outros, que o analista tem sobretudo que não se confundir com os pacientes, respeitando formas diferentes de viver, encarar e resolver vários aspetos da vida. Mas basta que pense, que reflita sobre o que é normal ou patológico, ético ou não ético, para não ser neutro. Todos somos influenciados por convicções culturais, políticas, religiosas. Mas penso que teremos de saber discernir entre convicções, crenças, preconceitos e conceitos baseados nos conhecimentos científicos atualizados. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

25 A Bússola do Grupanalista
Já entrei no que quero partilhar convosco, hoje. Não temos leis que nos protejam da relativa e permanente incerteza, mas regulamo-nos por certos conceitos e princípios que nos permitem navegar com segurança de modo a levarmos os nossos viajantes a portos seguros. Classifico-os, estabeleço 3 grupos, enumero-os para depois os discutirmos: Isaura Manso Neto, Novembro 2010

26 A Bússola do Grupanalista
1 - Princípios gerais ubiquitários na espécie humana que são referências fundamentais em psicoterapias analíticas e que me servem de alicerces / bússolas como analista 2 - Princípios gerais, básicos, que devem reger a conduta analítica 3 - Princípios gerais, básicos, que me regem como grupanalista e psicoterapeuta de grupo analítico na instituição e no privado Isaura Manso Neto, Novembro 2010

27 A Bússola do Grupanalista
1 - Princípios gerais ubiquitários na espécie humana que são referências fundamentais em psicoterapias analíticas e que me servem de alicerces / bússolas como analista: O Inconsciente /Não consciente existe e determina a maioria dos sintomas e traços de carácter patogénicos e patológicos nos seres humanos. Não consciente que inclui o Inconsciente dinâmico e o Inconsciente implícito – o qual não deriva do recalcamento, mas sim das experiências prévias à aquisição da linguagem. A personalidade desenvolve-se na interacção com o meio, sendo determinantes os primeiros anos de vida e a qualidade dos objectos primários. O ser humano (SH) é um ser eminentemente social, tendendo a ligar-se a outros seres Isaura Manso Neto, Novembro 2010

28 A Bússola do Grupanalista
Quero referir-me aqui a um dos conceitos que marcam um novo paradigma da psicanálise contemporânea: «Intersubjective matrix» Stern (2004):«continuous co-creative dialogue with other minds»; «Now, we view the intersubjective matrix as the overriding crucible in which interacting minds take on their current form. Two minds create intersubjectivity. But equally, intersubjectivity shapes the two minds. The center of gravidity has shifted from the intrapsyquic to the intersubjective.». …«Rather, the therapeutic process will be viewed as occurring in an ongoing intersubjective matrix» Isaura Manso Neto, Novembro 2010

29 A Bússola do Grupanalista
1 - Princípios gerais ubiquitários na espécie humana que são referências fundamentais em psicoterapias analíticas e que me servem de alicerces / bússolas como analista: - cont. O conflito psíquico não paralisante é inerente ao desenvolvimento da personalidade A ambivalência não paralisante ocorre naturalmente ao longo da vida A hereditariedade estabelece tendências dominantes mas não é absoluta na determinação de sintomas, doenças, personalidades e interage com o meio. O SH precisa de ser protegido e cuidado até muito mais tarde que outros animais ao mesmo tempo que tende naturalmente para a diferenciação e autonomia. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

30 A Bússola do Grupanalista
1 - Princípios gerais ubiquitários na espécie humana que são referências fundamentais em psicoterapias analíticas e que me servem de alicerces / bússolas como analista: - cont. O SH tem necessidade de ser e de se sentir amado. O SH tem necessidade de ser tratado com justiça e reciprocidade nas relações O SH tem agressividade que pode ser mais ou menos defensiva ou predatória. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

31 A Bússola do Grupanalista
1 - Princípios gerais ubiquitários na espécie humana que são referências fundamentais em psicoterapias analíticas e que me servem de alicerces / bússolas como analista: - cont. O SH tem sexualidade. O SH tem necessidade de construir e fazer parte de grupos familiares e outros, onde se sinta reconhecido e acarinhado O S.H. tem necessidade de dormir e sonhar. Os sonhos são uma importante via de compreensão do mundo do inconsciente. O SH tem naturalmente ambições e ideais. O ser humano tem dificuldade em se confrontar com a doença e a morte Isaura Manso Neto, Novembro 2010

32 A Bússola do Grupanalista
2 - Princípios gerais, básicos, que devem reger a conduta analítica Um analista tem essencialmente de facilitar a liberdade de pensamento e de expressão de emoções e conflitos Um analista trata, facilitando a descoberta dos pacientes sobre as suas vidas e personalidades. A empatia e o desejo de compreender são atitudes básicas dos analistas. Um analista deve formular hipóteses de compreensão para as ocorrências patológicas ou geradoras de sofrimento de quem o procura. Deve estar preparado para as confirmar ou infirmar com alguma frequência e sempre que necessário Isaura Manso Neto, Novembro 2010

33 A Bússola do Grupanalista
2 - Princípios gerais, básicos, que devem reger a conduta analítica – cont. Um analista não se pode envolver emocionalmente com os seus pacientes fora do contexto e do setting analítico Deve avaliar o que foi o sofrimento infantil com os objectos primários e introspectivamente antecipar se está ou não disposto a e capaz de suportar a inevitável transferência. Um analista não se pode confundir com os seus pacientes Isaura Manso Neto, Novembro 2010

34 A Bússola do Grupanalista
2 - Princípios gerais, básicos, que devem reger a conduta analítica – cont. Um analista tem de avaliar o que tem de idêntico e ou diferente dos seus pacientes, antecipando áreas de incompreensão e eventual conflito Um analista tem que tentar discernir em cada momento o que é predominantemente projectivo e defensivo, em sentido geral, do que é real na narrativa e sofrimento dos pacientes Estar atento aos sinais da CT em sentido estrito e que tem a característica de pertencer ao domínio do inconsciente. Tudo o que o analista diz ou faz é importante. Inclui-se o silêncio. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

35 A Bússola do Grupanalista
3 - Princípios gerais, básicos, que me regem como grupanalista e psicoterapeuta de grupo analítico na instituição e no privado: - Deve estar atento ao grupo e a cada membro. - O grupo está sobretudo ao serviço do indivíduo. - Teremos de estar atentos à comunicação verbal e não verbal. «Ver-se» e «ser visto» Neto (2002) é uma mais valia dos processos face a face em que se incluem os grupos - Os grupos variam, de acordo com muitos factores: o condutor, selecção dos membros, frequência das sessões, fechados, abertos. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

36 A Bússola do Grupanalista
3 - Princípios gerais, básicos, que me regem como grupanalista e psicoterapeuta de grupo analítico na instituição e no privado – cont.: Os grupos, navegando sozinhos, com demasiada passividade do grupanalista fazem os seus membros correr vários riscos, essencialmente decorrentes da passividade e submissão, ciúme e inveja, que estão na base do espelhar maligno É difícil estabelecer o equilíbrio entre a valorização relativa da realidade interna e externa. O grupo tem uma função supervisiva do grupanalista. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

37 A Bússola do Grupanalista
Talvez um dia numa Sociedade creditada, tenhamos de pôr no nosso CV estes elementos que podem ser determinantes nas análises/grupanálises A formação e o treino são comuns no programa geral a todos os analistas mas não são elaboradas por todos da mesma forma e com o mesmo cometimento. Só se lê e vê o que se quere, ou, o que se pode. O que se internaliza numa aprendizagem passa sempre pelo crivo da nossa personalidade, das nossas experiências de vida, das nossas representações, incluindo a representação da própria grupanálise e sofrimento infantil e a forma com cada um as elabora e transforma. Parece-me ser importante dizer-se com clareza o que se aprendeu e como se trabalha. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

38 A Bússola do Grupanalista
Para terminar só quero deixar mais algumas notas sobre a natureza do meu padrão. Aproveito os congressos para me propor falar de temas que me interessam. Leio sempre algo de novo. Citei hoje dois livros: um que é uma compilação das opiniões actualizadas dos principais psicanalistas americanos. Daniel Stern, um dos investigadores do Boston Change Process Study Group, menciona a importância dos estudos sobre a observação de crianças para a evolução da psicanálise. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

39 A Bússola do Grupanalista
O outro é um livro sobre a Terapia psicanalítica de grupo editada e escrita por autores de formação grupanalítica e que têm trabalhado há décadas na Tavistock Clinic, no Reino Unido, país em que a psicoterapia ainda merece algum respeito e se aplica no NHS. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

40 A Bússola do Grupanalista
« The psychoanalytic group setting is an opportunity for them (the two great satisfactions that life can offer: to love and to work) to be seen in action in a setting that manages to be both private and also «public», a half-way house between the individual and society. The public nature of the group means that, as well as learning from personal experience, each member also has the chance to observe and to learn from every other. As well, he is exposed to the observation of others, and to their view of him. The resulting mixture creates an intensive opportunity to learn from experience….» …« Using a psychoanalytic approach to the individual, together with an understanding of group dynamics, we offer treatment for individual within the group». Isaura Manso Neto, Novembro 2010

41 A Bússola do Grupanalista
BIBLIOGRAFIA: Carlyle, (2010).Destructive processes in analytic groups. In The Groups Book – Psychoanalytic Group Therapy: principles and practice including The Groups manual – a Treatment Manual with clinical vignettes. Ed. By Caroline Garland, The Tavistock Clinic Series, Karnac (2010) ,pp: Garland, C. (2010). Prologue. In The Groups Book – Psychoanalytic Group Therapy: principles and practice including The Groups manual – a Treatment Manual with clinical vignettes. Ed. By Caroline Garland, The Tavistock Clinic Series, Karnac (2010), pg.xix. Garland, C. (2010). How does a psychoanalytic group work? In The Groups Book – Psychoanalytic Group Therapy: principles and practice including The Groups manual – a Treatment Manual with clinical vignettes. Ed. By Caroline Garland, The Tavistock Clinic Series, Karnac (2010), pp: 37-59 Garland, C. (2010). The Groups manual. §1 Introduction. In The Groups Book – Psychoanalytic Group Therapy: principles and practice including The Groups manual – a Treatment Manual with clinical vignettes. Ed. By Caroline Garland, The Tavistock Clinic Series, Karnac (2010), pp: 1-6. Isaura Manso Neto, Novembro 2010

42 A Bússola do Grupanalista
Kernberg, O. (2003). Sanctioned social violence: a psychoanalytic view. Part I.Int J. Psyc., 84, pp: Neto, I. M. (2002). To see and be seen: one of the added values of group analysis. 12 nd. European Symposium in group analysis. Bologna, Agosto Comunicação verbal. Neto, I. M. (2005). Is there a crisis in Group Analysis and Psychoanalysis? 34 th. GAS Winter Workshop. Lisbon, th. January Conferência. Neto, I.M. (2009). Group Analytic Identity – Clinical and Training impact. 4 th. EFPP Group Section Conference. Praga, maio Conferência Neto, I. M.; Glyn, D.; Rodrigues, T. B. (2010). GAS satisfaction survey Results. GAS AGM, London, 23 rd. October 2010 Neto, I. M.; Glyn, D.; Rodrigues, T. B. (2010). GAS Satisfaction survey – Results. GAS AGM , London, 23 de Outubro de 2010 Stern, D. (2004). Some implications of infant observations for psychoanalysis. In Contemporary Psychoanalysis in America – Leading Analysts Present Their Work. Ed. By Arnold Cooper, American Psychiatric Publishing, Inc., 2006, pp Isaura Manso Neto, Novembro 2010


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