Plato O Mito de Er e a doutrina da verdade e do conhecimento como reminiscência.

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1 Plato O Mito de Er e a doutrina da verdade e do conhecimento como reminiscência

2 Platão contra os Poetas
O que pode nos parecer óbvio na doutrina platônica das Formas/Ideias não era nada simples nem óbvio na sociedade Grega do séc. V a.C. Lembrem de nosso primeiro bimestre: os Gregos eram, na época, uma sociedade fundamentalmente oral, na qual a educação e o modo de pensar e agir eram ditados, sobretudo, pelos exemplos éticos (ethos) e políticos (nomos) apresentados pelos obstáculos e situações enfrentados pelas personagens dos Poemas Homéricos Assim, a conduta pessoal de cada indivíduo na sociedade era mais baseada na identificação com um comportamento típico e exemplar desempenhado por uma personagem, do que na conduta e julgamento racional dos indivíduos Visão-de-mundo ‘oral’: identificação com uma situação; lembrança da ação da personagem; repetição, pelo indivíduo, da mesma ação e conduta da personagem Ao criara sua teoria das Formas/Ideias, Platão busca lutar contra essa visão-de-mundo da sociedade oral e contra o seu respectivo modo de agir

3 Platão contra os Poetas
Para substituir essa visão-de-mundo oral (identificação, lembrança, repetição) Platão desenvolve a concepção de PSYCHÉ: PSYCHÉ: a Alma Racional e Individual que subsiste em cada um de nós, seres humanos – e que nos permite pensar racionalmente por nós mesmos e sermos responsáveis pelos nossos próprio atos Ao admitir a concepção de Psyché, as pessoas não explicavam mais seus sentimentos, ações e pensamentos pela influência que os Deuses/Deusas tinham sobre os humanos, mas pela própria capacidade de reflexão e de pensar racionalmente, por si mesmos, sobre o que deveriam fazer e não fazer, pensar e não pensar.

4 Platão A Teoria das Formas/Ideias
Platão concebeu a existência de dois mundos que, embora distintos, estão ligados entre si: O Mundo Sensível (múltiplo, contraditório, comporta mudança) O Mundo Inteligível (Formas únicas, idêntico a si mesmo, imutável) Conhecemos as coisas sensíveis, e podemos nomeá-las, porque, quando entramos em contato com elas, vemos a relação desse sensível particular com sua Forma/Ideia universal; P.ex: ‘O Brasil é um país desigual e violento’ – as Formas/Ideias de desigualdade e violência são a unidade e essência de todos os atos violentos e desiguais; quando vemos um ato desigual e violento, sabemos que ele é desigual e violento porque reconhecemos a conexão entre o ato particular de injustiça/desigualdade com a Forma/Ideia universal da Injustiça e da Desigualdade.

5 Platão A Teoria das Formas/Ideias
Essas Formas/Ideias não foram criadas pelos humanos… Caso contrário, estaríamos condenados seja ao relativismo, seja ao ‘problema do terceiro homem’! Se as Formas/Ideias fossem mantidas por humanos, então haveria mais de uma Forma para o mesmo grupo de coisas sensíveis, múltiplas. P.ex: Maria teria sua Ideia do Belo, e João teria a sua Ideia do Belo – mas há apenas uma Ideia de Belo: o Belo em si mesmo, para além das múltiplas coisas belas As Formas/Ideias existem por si mesmas, elas são independentes de nós, i.e.: não dependem dos humanos para existir! Elas são a essência das coisas: a essência, ou Ideia, do Belo é aquilo que faz as coisas belas serem belas Então, tudo aquilo que vemos e pensamos (coisas e pensamento particulares, múltiplos e mutáveis) possui uma Forma/Ideia equivalente (universal, única, imutável) É por essa essência universal, única e imutável que podemos reconhecer , nomear e pensar sobre as coisas sensíveis particulares, múltiplas e mutáveis

6 4 Modos de Conhecimento:
A Alegoria da Caverna Nessa Alegoria, Platão faz uma analogia entre conhecimento e visão, apresentando-nos o caminho pelo qual podemos acessar o Mundo Inteligível das Formas/Ideias. Ele concebe a Realidade como uma linha contínua, e assinala diferentes modos de conhecimento a diferentes objetos de conhecimento: AB = Totalidade da Realidade A∑ = Mundo Sensível ∑B = Mundo Inteligível A _____________ ∑ __________________________________ B 4 Modos de Conhecimento: A _____ Ω _______ ∑ ________________ ∫ _______________ B Imagem Opinião ou Pensamento Dedutivo Intuição Intelectual Crença Sombras Sombras e Reflexos Objetos Reais na Caverna Marionetes dos Objetos Reais fora da Caverna

7 A Alegoria da Caverna Quatro Modos do Conhecimento
Imagens Simulacros: uma percepção de segunda mão, a cópia das coisas sensíveis (artes: poesia, pintura, escultura, retórica…) ou uma imagem da coisa sensível – mas não a coisa sensível ela mesma; É uma Percepção Indireta da coisa sensível; Sombras das marionetes que são projetadas nas paredes da Caverna. Crença ou Opinião A crença ou fé que possuímos (I) nos sentimentos ou percepções, ou (II) as opiniões que formulamos baseados naquilo que outras pessoas nos disseram (hábito, tradição…); varia de pessoa para pessoa, sociedade para sociedade. Como tradição, pode mudar; Percepção ou Sentimento Diretos; aquilo que escutamos de outrem; Marionetes próximas ao fogo no interior da Caverna.

8 A Alegoria da Caverna Quatro Modos do Conhecimento
Pensamento Dedutivo Distingue argumentos e razões para criar uma dedução ou demonstração/prova racional; conclusão justificada. É o Conhecimento proveniente das Matemáticas (estruturas proporcionais e imutáveis que podem ser descobertas pela razão: aritmética, geometria, astronomia, música). Seus objetos são inteligíveis, então eles nos permitem a mediação entre o sensível e o inteligível Mas esses objetos ainda estão ligados ao sensível, porque: (I) usam formatos sensíveis (linhas, imagens…) para representar o objeto inteligível, e (II) é baseado em axiomas (admite verdades injustificadas e indemonstráveis para as quais não podemos encontrar uma causa verdadeira). São as sombras/reflexos dos objetos reais for a da Caverna

9 A Alegoria da Caverna Quatro Modos do Conhecimento
Intuição Intelectual É a ciência das Formas/Ideias inteligíveis, que são únicas em si mesmas (indecomponíveis e indivisíveis; não possuem partes, como possuem os objetos da matemática). São incondicionadas; Objetos puramente intelectuais (Formas/Ideais) com os quais a Alma Racional estabelece contato direto; A Alma conhece a causa da Forma/Ideia (diferente dos objetos matemáticos e seus axiomas) e consegue alcançar a essência universal e imutável de seu objeto – essência que atinge todos os objetos sensíveis, múltiplos, sob o seu domínio (que são meras cópias da Forma/Ideia); Objetos Reais fora da Caverna.

10 Platão – resposta ao Argumento do Terceiro Homem
Há uma contradição na Teoria das Formas/Ideias: Peguemos, como exemplo, a Forma/Ideia de ‘Homem’ Podemos formar um grupo de todos os homens particulares e sensíveis Aquilo que é inteligível, único e universal (a essência: aquilo que todos os homens devem possuir para serem homens, sem o que deixam de ser homens) é a Forma/Ideia que constitui o que é comum a todos os homens Form of 'Men' Bruno – Fernando – Leo – Lucas – Ricardo – ...

11 Platão – resposta ao Argumento do Terceiro Homem
Mas esse mesmo grupo composto por (I) todos os homens particulares + (II) Forma ‘Homem’, pode ser agrupado em um outro grupo, que também deveria ter uma Forma que fornecesse a unidade essencial desse grupo de ‘homens particulares’ + ‘Forma Homem’ E esse raciocínio pode repetir-se ad infinitum… Form of: [Form of ‘Men’] + [particular Men] Form of 'Men' Bruno – Fernando – Leo – Lucas – Ricardo – ...

12 Platão – resposta ao Argumento do Terceiro Homem
Para resolver esse problema, Platão concebe sua famosa doutrina da Reminiscência – verdade = lembrança! Para explicar essa concepção, Platão recorre, na República, ao Mito de Er. Er é um pastor que morre e vai parar no Hades. Quando ele chega lá, ele vê almas contemplando as Formas/Ideias e descobre que há um ciclo da existência: após certo período de tempo, todas as almas devem reencarnar. Mas, antes que as almas reencarnem, elas precisam fazer duas coisas: elas escolhem seu próprio destino (todos os destinos possíveis são postos no chão, e as almas devem pegar um para si mesmas) e devem beber das águas do Rio Lethes (Lethes = grego antigo para esquecimento).

13 Platão – resposta ao Argumento do Terceiro Homem
As almas imprudentes que escolhem seu destino apressadamente acabam escolhendo destinos repletos de riquezas, prazer e luxúria; ao passo que as almas mais sábias e astutas escolhem um destino dedicado à sabedoria e conhecimento. Antes de reencarnarem, as almas imprudentes bebem muita água do Rio do Esquecimento (Lethes), e as almas mais sábias bebem só um pouco, sendo assim mais aptas a lembrarem-se das verdadeiras Formas/Ideias das coisas

14 Platão – resposta ao Argumento do Terceiro Homem
Com esse Mito, Platão resolve o problema do Terceiro Homem, porque todos já vimos as Formas verdadeiras das coisas – todos já vimos as essências inteligíveis das coisas, todos já vimos as Ideias que residem no Mundo Inteligível! O Mundo Inteligível é, assim, compreendido por Platão como o local de origem das Almas Racionais, onde elas viviam antes de encarnarem, e para onde elas voltarão após a morte do corpo. Assim, as Formas/Ideias/Essências não são criadas pelos seres humanos (concepção problemática que nos levaria ao argumento do Terceiro Homem)… as Formas/Ideias/Essências são a verdadeira realidade à qual nossa existência sensível está sempre ancorada.


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