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VERDADE E SIGNIFICADO: UMA ABORDAGEM LINGUISTICO-COGNITIVA

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Apresentação em tema: "VERDADE E SIGNIFICADO: UMA ABORDAGEM LINGUISTICO-COGNITIVA"— Transcrição da apresentação:

1 VERDADE E SIGNIFICADO: UMA ABORDAGEM LINGUISTICO-COGNITIVA

2 Linguagem, Cultura, Cognição
Como é que a língua pode instituir nomes, descrições, correlações e indicações que não têm nada a ver com uma suposta ordem dos factos, e como, mesmo assim, esses discursos constituem, no bem como no mal, o nervo de uma cultura e a substância da comunicação quotidiana? U. Eco (1973)

3 Círculo de preocupações…
Retórica (hiper)mediática ao serviço do poder Pobreza gerada pela exclusão dos sistemas simbólicos Anestesia moral dos decisores políticos Divórcio entre Ética e Lei Relativismo epistemológico e cultural; Multiculturalismo Desumanização da relação educativa Actualidade do Górgias de Platão; Anestesia: veja-se o caso do Ministro que declara na Assembleia que não lhe cumpre vigiar a eticidade da acção do Estado que aplica fundos da Segurança Social em Off-shores mas tão só garantir a sua legalidade. Relativismo epistemológico: basta consultar uma livraria e ver a confusão das suas estantes e dos seus catálogos… Falência do modelo do rétor aristotélico… Multiculturalismo: conformismo cómodo ao politicamente correcto

4 Círculo de preocupações…
Que papel para o ensino e iniciação filosóficos, para a pedagogia do pensamento e debate crítico de ideias, da acção reflectida? Que tempo merece a iniciação à argumentação no 10º e 11º Anos? Ensinar ou iniciar? Como superar o fraco domínio da Língua? Que ideia de sentido e de verdade subjazem à apresentação das temáticas de Lógica, de Epistemologia, da relação entre valores e cultura, de Ética Pessoal e Social? Actualidade do Górgias de Platão; Anestesia: veja-se o caso do Ministro que declara na Assembleia que não lhe cumpre vigiar a eticidade da acção do Estado que aplica fundos da Segurança Social em Off-shores mas tão só garantir a sua legalidade. Relativismo epistemológico: basta consultar uma livraria e ver a confusão das suas estantes e dos seus catálogos… Falência do modelo do rétor aristotélico… Multiculturalismo: conformismo cómodo ao politicamente correcto

5 Um ponto de partida… «As palavras faladas são símbolos das afecções da alma, e as palavras escritas são símbolos das palavras faladas. E como a escrita não é igual em toda a parte, também as palavras faladas não são as mesmas em toda a parte, ainda que as afecções de alma de que as palavras são signos primeiros, sejam idênticas, tal como são idênticas as coisas de que as afecções referidas são imagens». Aristóteles, Periérmeneias

6 O triângulo de Aristóteles…
Palavra falada / escrita P A C Coisa Afecção da Alma é símbolo de é imagem de significa Aristóteles, Periérmeneias «E como a escrita não é igual em toda a parte, também as palavras faladas não são as mesmas em toda a parte, ainda que as afecções de alma de que as palavras são signos primeiros, sejam idênticas, tal como são idênticas as coisas de que as afecções referidas são imagens». Note-se a ausência do corpo neste esquema, apesar de a alma aristotélica ser a forma do corpo.

7 Verdade ≠ Significado? P A C A P? A? C? P Afecção da Alma
Palavra falada / escrita P A C Coisa Afecção da Alma símbolo imagem significado A P? A? C? P Com Aristóteles começa a distinção entre os problemas do significado e da verdade. Problema do significado: onde reside o significado: na palavra? Na mente? Nas coisas? É pura convenção? Problema da verdade (e do erro): a verdade está na correspondência com as coisas? A verdade está no acordo da alma consigo mesma? A verdade também é uma mera convenção? Aristóteles, no tratado De Anima, equaciona a relação possível entre imaginação e intelecto, concluindo que p. 110 Já encontramos em Aristóteles os 3 ingredientes fundamentais das teorias clássica das verdade: i) o significado e a mente são desincarnados; ii) a imaginação é concubina (E. Queiroz); iii) dimensão pragmática; iv) perspectivas lógica e ontológica.

8 Problemas e questões básicas
A Verdade é acordo com as coisas, coerência de ideias ou convenção? O Significado é empírica, intuitiva ou funcionalmentemente dado? O significado é irrelevante para a noção de verdade? A verdade é condição necessária do significado? Quais as implicações filosóficas e didácticas das respostas a estas questões?

9 O triângulo filosófico
Filosofia da Mente e da Consciência L M R P A C Epistemologia Teorias do Significado Metafísica Ver Davidson sobre a dependência e os intermediários Filosofia da Linguagem Teorias da Verdade

10 O triângulo da discórdia?
Interpretante (Peirce), Referência (Ogden-Richards), sentido (Frege), intensão (Carnap), designatum (Morris, 1938), significatum (Morris, 1946), conceito, significado (Saussure), comotação connotatum (Stuart Mill), imagem mental (Saussure, Peirce), conteúdo (Hjelmslev), estado de consciência (Buyssens) P A C Objecto (Frege; Peirce), Denotatum (Morris), Significado (Frege), denotação (Russell), extensão (Carnap) Signo (Peirce), veículo sígnico (Morris), Símbolo (Ogden-Richards), expressão (Hjelmslev), representamen (Peirce), sema (Buyssens), significante (Saussure)

11 A Base das Teorias da Verdade
teorias referenciais concepção do significado como algo directamente conectado com elementos do mundo (e, por isso mesmo, objectivamente analisável em termos de condições-de-verdade através de uma lógica formal) teorias conceptuais do significado uma concepção do significado como uma entidade mental e inevitavelmente conectada com a experiência humana.

12 Significado e Verdade: soluções?
Só tem significado o que é verificável (Carnap,1928) O significado é irrelevante para a verdade (Russell, 1903) O significado é condição necessária da verdade (Davidson 1986)

13 Só faz sentido o verificável
Carnap (1928) «O sentido de uma proposição consiste em que expressa um estado de facto (pensável, porém não necessariamente existente). Se uma (pretensa) proposição não expressa um facto (pensável), carece de sentido e, por isso, é uma asserção apenas em aparência. Se uma proposição exprime um facto, então possui sempre significado; e é verdadeira quando tal facto existe e falsa quando não existe.» Só tem sentido uma proposição empiricamente verificável. As palavras só têm significado quando indicam algo factual, as asserções só têm sentido quando exprimem um estado de coisas possível.

14 Significado é irrelevante…
Russell (1903) «Todas as palavras têm significado, no puro sentido de que estão por alguma coisa diferente de si. Mas uma proposição, salvo no caso em que verse sobre a linguagem, não contém palavras, mas entidades indicadas por palavras. Assim, o significado, no sentido em que as palavras têm significado, é irrelevante para a Lógica»

15 O significado é crucial
Davidson (1986) «Pondo de parte casos aberrantes, o que une a verdade e o conhecimento é o sentido.» «… a verdade de uma elocução depende apenas de duas coisas: aquilo que as palavras enquanto faladas significam e o modo como o mundo está disposto. Dois intérpretes… podem não estar de acordo sobre se uma elocução é verdadeira, mas apenas de diferirem sobre como as coisas são no mundo que partilham, ou sobre o que a elocução significa.»

16 Uma falsa premissa oculta?
Davidson (1984) Há perspectivas correntes acerca da linguagem que encorajam uma má epistemologia. O que, claro, não acontece por acidente, uma vez que as teorias do sentido estão ligadas à epistemologia através de esforços para responder à questão acerca de como é que se determina que uma frase é verdadeira.» p. 342

17 LC: um método para a Filosofia?
Davidson (1984) «Ao partilharmos uma linguagem… partilhamos uma imagem do mundo que é, nas suas características mais gerais, necessariamente verdadeira. Segue-se que, ao tornarmos manifestas as características mais gerais da nossa linguagem, tornamos manifestas as características mais gerais da realidade. Uma maneira de investigar em metafísica é, por conseguinte, a de estudar a estrutura geral da nossa linguagem.» p. 329

18 A Linguística Cognitiva

19 O que é a Linguística Cognitiva?
A Linguística Cognitiva (LC) não é uma única teoria da linguagem A Linguística Cognitiva é conjunto de programas de investigação genericamente compatíveis, quer em termos teóricos quer em termos metodológicos.

20 Tendências metodológicas
Fenomenológica: introspecção; análise teórica Fisicalista: método experimental (NTL) Empírica: métodos estatísticos; linguística de corpus Biosemiótica: modelização matemática (teoria das catástrofes) de sistemas dinâmicos

21 O que é um significado? Um significado consiste num conteúdo (conceptual, perceptual, etc.) e numa forma particular de construir, configurar esse conteúdo. Significado = Base conceptual + Construal O conteúdo de um significado é fornecido por um conjunto de domínios cognitivos, geralmente uma complexa matriz de domínios. Alguns domínios para copo: espaço (domínio básico), forma (cilindro, fechado num dos lados), orientação típica no espaço: verticalidade (incorpora as anteriores), função, etc…

22 Caso I – Significado flexível
Exemplo Clássico (Frege, 1892) estrela da manhã, estrela da tarde ESTRELA DA MANHÃ, ESTRELA DA TARDE Planeta Vénus Léxico da chuva (Kimbundu, Angola) Ixi ia nvula  TERRA DE CHUVA Mvúla  CHUVA; Kusonha  PINGAR, GOTEJAR, CHUVISCAR Uaia  SOM DA CHUVA AO CAIR

23 Caso I – Significado flexível
Fruta / Fruto (Teixeira, 2005) Esta organização léxico-semântica é interessante e rara. Habitualmente a língua não lexicaliza os núcleos prototípicos das categorias: não há uma palavra específica para designar as flores, os pássaros ou as árvores que possuam mais prototipicidade. Por que é que acontece com os frutos? Naturalmente por causa da enorme importância para a sobrevivência da espécie humana e para o seu dia a dia que os elementos que compõem esta categoria têm. Sempre foi fundamental distinguir os frutos que se podem comer crus dos que não se podem, ou os doces e com sumo dos que assim não são. A estruturação vocabular de línguas como a portuguesa (ao contrário de outras) optou por lexicalmente mostrar a importância da distinção conceptual21. Entenda-se que fruta designa o núcleo prototípico do conceito linguístico de fruto (como já se acentuou), mas não do conceito científico, botânico. O conceito linguístico de fruto (no seu sentido central, não estendido ou metafórico ou seja, os “frutos mesmo frutos”) não inclui abóboras, pepinos ou tomates. Na perspectiva metafórica, claro que sim, tal como se pode dizer que as batatas e o milho também o são. Neste gráfico (Figura 18) podemos encontrar nitidamente três grupos: um grupo constituído pelos frutos assinalados como muito prototípicos por praticamente todos os inquiridos (maçã, banana, pêssego e morango); 􀂃 um segundo grupo que inclui um conjunto de frutos ainda sentidos como tal pela esmagadora maioria mas com uma percentagem significativa de inquiridos que acha que não são frutos (limão, castanha e noz); 􀂃 um terceiro grupo constituído pelos elementos que apenas uma pequena percentagem de inquiridos incluiria na categoria fruto (azeitona, tomate, bolota). Se compararmos os resultados deste inquérito com a listagem geral obtida através da nomeação de frutos, vemos que a coincidência é, no essencial, completa23. Os frutos que foram considerados muito prototípicos (maçã, banana, pêssego e morango) ocupam também os primeiros lugares na listagem de frutos (respectivamente, 1º, 2º, 7º e 5º lugar); os que foram classificados a seguir, menos prototípicos, com desvio de prototipicidade muito semelhante, assim aparecem também no inquérito da listagem: ocupam os lugares 19º (limão), 20º (castanha) e 22º (noz); os que foram considerados apenas marginalmente como frutos, situam-se também nos últimos lugares da listagem: 48º (tomate), 49º (azeitona) e 58º (bolota).

24 Caso I – Significado flexível
Fruta / Fruto (Teixeira, 2005) Veja-se, num gráfico comparativo (Figura 19), como os classificados como muito prototípicos ocupam a posição mais elevada no gráfico da listagem, os medianamente prototípicos ocupam uma posição média no mesmo inquérito e os classificados como marginais ocupam igualmente posições marginais na escala que traduz a evocabilidade. CONCLUSÕES: Pelos dados apresentados podem, sem grandes margens de dúvida, comprovar-se alguns dos aspectos mais caros a uma concepção semântica de cariz cognitivo. Em primeiro lugar, a impossibilidade de separar o chamado “conhecimento linguístico” do stock cognitivo que cada falante possui sobre o mundo (físico ou mítico) que vai apreendendo. E, por outro lado, que as categorias linguísticas não funcionam para os falantes como conjuntos estruturados em condições necessárias e suficientes, mas sendo compostas por membros que se inter-relacionam através de diferentes estatutos de pertença. A nível lexical, é curioso constatar que o português lexicaliza a zona do protótipo de fruto (ver Figura 17). Esta lexicalização do protótipo, que não é um procedimento habitual na categorização, demonstra, naturalmente, a importância vivencial das realidades referenciadas pelas categorias. Demonstra, igualmente, a nível lexical, o conhecimento implícito que os falantes têm sobre o modo como funcionam as categorias: os membros não são todos idênticos em estatuto, havendo um núcleo central detentor da representatividade em mais alto grau. Ora como, neste caso, esse núcleo se apresenta lexicalizado, dá-se o facto curioso de haver uma palavra (fruta) que representa a essência significativa de uma outra (fruto/s).

25 Caso I – Problemas Há diferentes palavras porque, por razões de sobrevivência, os falantes percepcionam instintivamente realidades diferentes ou percebem realidades distintas porque são condicionados pela existência de diferentes palavras (unidades significante/significado) ? Exemplo dos esquimóes que têm diversas palavras para «neve». Confer discurso engenhoso do P. António Vieira que rompe com a concepção do signo como uma unidade significante/significado em relação biunívoca.

26 Caso II – Significados corpóreos
Conceito de COR (Berlin & Kay; Rosch) Púrpura Rosa Laranja Cinzento Berlin & Kay: Focal colors are very consistent across different languages.These basic color terms form a hierarchy. Some languages, such as English, use all 11,whereas others use as few as two. When a language has just 2 terms, it is not a random selection, but always black and white. Rosch (Estudo das cores focais): Focal colors are perceptually more salient than non-focal colors. (Selection of Stimuli) Focal colors are more accurately remembered. (Identification and classification) The names of focal colors are more rapidly produced in color-naming tasks and are acquired earlier by children.(Naming) Preto Amarelo Vermelho Azul Castanho Branco Verde

27 Caso II – Significados corpóreos
Lexicalização do espaço: esquemas imagéticos em CORA (E. Cassad) 137 relações espaciais Não são preposições, posposições, casos… Pronomes deícticos (locativos): m a u h i Primeira parte do morfema indica quão perto está a coisa: perto? Média distância? Longe? Segundo morfema indica se a coisa está no campo de visão, dentro (u) ou fora (a) Terceiro morfema: a coisa está num declive? Na base? No topo? No meio (h) Exemplos: Muh; Mah Este exemplo mostra como um esquema imagético baseado na percepção visual está associado. É simbolizado ou codificado por um fonema de um morfema! Os esquemas imagéticos são a base para as metáforas. «… There is a fourth ‘sign type’, by which knowledge is obtained from the three first or primary sign types [indexical (link form & meaning by proximity), iconic (by similarity), symbolic (by convention)], namely this neutral representation that takes over the proto-meaning of primary signs and produces other, now neutral and plainly meaningful representations by what we call inferences. This fourth sign type is clearly distinct from the primary types in that it is not naturally externalized as such, neither by language, by aesthetic simulacres of percepts, nor by emotional outbursts. However it is externalized in human theoretical practice by what we call diagrams, graphic portraits of ideas. Attempts at artificial externalization of it include in particular formal logics, catastrophe models of dynamic meaning patterns, and cognite semantic graphics.» (Brandt 1995 – Morphologies of meaning, p. 15).

28 Caso II – Significados corpóreos
Metáforas espaciais (partes do corpo) em Mixtec (L. Talmy) Diferentes padrões de Lexicalização do espaço Em Mixtec todas as relações espaciais são dadas em metáforas que envolvem partes do corpo: A casa está no cimo do monte / A casa está na cabeça do monte Espaço peripessoal: o corpo (cérebro) está preparado para identificar o espaço perto das várias partes do corpo. Significado emerge das estruturas secundárias do cérebro (mirror + cannonic neurons) Corporizados ou incarnados (embodied concepts)? Corporizado já é usado na LC portuguesa e brasileira.

29 Caso III – Argumento e metáfora
Um argumento é formado pelos seguintes elementos: Premissas Conclusão Conexão Lógica entre premissas e conclusão Exemplo: Se o produto X dissolve-se em água, então X é um sal. Ora, X dissolve-se. Logo, X é um sal.

30 Caso III – Argumento e metáfora
Conexão linguística Unidade e continuidade de sentido criada por conectores Conexão psicológica Associação de ideias motivada por crenças, desejos, sentimentos, herança cultural Conexão lógica Organização e relação das proposições entre si de acordo com: Relações lógicas: Uma forma lógica, isto é, um esquema que assegura que a verdade das premissas garante a verdade da conclusão.

31 Caso III – Argumento e metáfora
Forma lógica um esquema que preserva a verdade das premissas, passando-a para a conclusão. P1 P2 C

32 Caso IV – Espaço e texto Experiência muito simples: pedir aos alunos que pusessem uma cruz à frente de uma palavra (Amigo) escrita no centro de um pedaço de papel em branco (6x4 cm, aproximadamente).

33 À frente é…

34 Caso IIIb

35 Caso IIIb

36 Como se cria significado?
Apresentação Uma percepção actual que ressoa como um “presente recordado” do aqui-e-agora O Que é? Representação Uma variação imaginativa que cria entidades, eventos, estados ou processos hipotéticos ou contrafactuais do ali-e-depois E se…? Meta-Representação: Uma representação fictiva que projecta o ali-e-depois no aqui-e-agora perceptivo Como se Apoiando-se nas experiências conduzidas por Pöpell (1994; 1997), Brandt (1998) distingue três níveis na experiência humana da realidade, estendendo-se deste as mais rápidas (percepções Gestálticas uni-modais: 30 milisec.) até aos momentos experienciais mais lentos (3 segundos ou mais). A estes três níveis da experiência (Figura 1.), correspondem outros tantos níveis do real (natural, fenomenal, conceptual). Quer dizer, o mundo parece ser heterogéneo, tanto formal como substancialmente. Formalmente heterogéneo, pois a imagem que dele formamos ora deriva da sua apresentação natural, sob a forma de subsequentes percepções unimodais, ora nasce de representações arbitrariamente configuradas, como a atenção, as emoções, volições, etc. Por outro lado, deve ser substancialmente heterogéneo, pois se tais apresentações e representações inputs são qualitativamente diferentes, distintas hão-de ser também as suas fontes. Fig. 1 – Experiências conduzidas por Pöpell (1994; 1997) sobre os mecanismos temporais da percepção correlacionam distintos tempos de processamento neuro-conceptual com diferentes conteúdos processados.

37 Existe um nível intermédio em que apresentação e representação se encontram (Brandt 1998:468)
O organismo toma consciência, sente que algo afectou, alterou o seu estado de homeostasia e, mais, sente que é ele e não qualquer outra coisa que possui a imagem (padrão neuronal em qualquer das modalidades sensoriais) de um objecto ou entidade (Damásio 1999). Fig. 1 – Experiências conduzidas por Pöpell (1994; 1997) sobre os mecanismos temporais da percepção correlacionam distintos tempos de processamento neuro-conceptual com diferentes conteúdos processados.

38 O significado emerge na integração dos níveis natural e fenomenal.
Estes significados básicos invocam uma auto-cognição, um acesso do organismo a si mesmo e à sua experiência,(core consciousness de Damásio,1999) Fig. 1 – Experiências conduzidas por Pöpell (1994; 1997) sobre os mecanismos temporais da percepção correlacionam distintos tempos de processamento neuro-conceptual com diferentes conteúdos processados.

39 Quatro domínios igualmente básicos
D1-D4: físico, social, mental e intersubjectivo Diferentes interacções (percepção, acção, reflexão e expressão) entre o sujeito ‘individual’ (S) e os seus ‘mundos’ exteriores (D1, D2, D4) e interior (D3). Na perspectiva morfodinâmica da teoria das catástrofes (R. Thom e J. Petitot), Brandt (2000, 2004) propõe uma arquitectura transversal dos domínios cognitivos, representada na Figura 1. É postulado um mapa de quatro domínios igualmente básicos (D1-D4: físico, social, mental e intersubjectivo), que envolvem diferentes interacções (percepção, acção, reflexão e expressão) entre o sujeito ‘individual’ (S) e os seus ‘mundos’ exteriores (D1, D2, D4) e interior (D3). Por processos de mesclagem de ‘inputs’ de dois ou mais destes domínios, surgem domínios mais abstractos suportados pelo discurso (político, doméstico, intelectual, eu-si).

40 Ponto de Situação O significado é, pois, intrinsecamente perspectivista, flexível, enciclopédico, experiencial. O conhecimento do mundo é uma construção activa, emotiva e imaginativa e não uma reflexão fria e passiva de um mundo objectivamente dado, havendo diferenças entre culturas, entre grupos sociais e entre indivíduos. O conhecimento linguístico é mais procedimental que declarativo

41 E a verdade? A Verdade não é pura correspondência, coerência ou convenção. A verdade também não é relativa! A verdade é uma modalidade de sentido corporizado, construído e discernido de forma imaginativa e intersubjectiva, com variações limitadas. Novos arranjos de crenças compartilhadas ou crenças inovadoras impelem a busca de novos sentidos ou verdades.

42 Conclusões A LC como método auxiliar para uma Filosofia cognitivamente realista Natureza interpretativa e aberta da verdade mas sem relativismo Revisitar Aristóteles (Lógica + Retórica) Textualizar é humanizar Projecto – Centro de Escrita Projecto Vieira 2008

43 Para saber mais… Textos Introdutórios à Linguística Cognitiva
Nota: para aceder aos links, abra em modo de apresentação e clique na hiperligação. Textos Introdutórios à Linguística Cognitiva Linguística Cognitiva – um novo paradigma? Linguagem, cultura e cognição – estudos de linguística cognitiva O Mundo dos Sentidos em Português - Polissemia, Semântica e Cognição Texto interessante sobre a temática desta comunicação Relações linguísticas de antonímia : o insucesso da lógica e o valor da cognição humana Curso online de Linguística Cognitiva (Prof. Dra Hanna Batoréo, U. Aberta) Linguística II - Linguística Portuguesa: Abordagem Cognitiva


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