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ENTENDENDO O BEM-ESTAR DOS ANIMAIS

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Apresentação em tema: "ENTENDENDO O BEM-ESTAR DOS ANIMAIS"— Transcrição da apresentação:

1 ENTENDENDO O BEM-ESTAR DOS ANIMAIS
Gabriela Nery Faria Guedes Doutoranda UFBA

2 René Descartes (1596-1650): teoria mecanicista
Introdução Animais de companhia (nosso foco neste módulo, ou seja, cães e gatos); Animais de utilidade; Animais selvagens; As pessoas interagem com uma variedade de animais de várias maneiras. Os animais podem ser classificados em três grandes grupos, de acordo com as diferentes maneiras com que nos relacionamos com eles. Na maioria das vezes, diferentes espécies ocupam diferentes grupos de relacionamento, porém algumas espécies podem aparecer em todos os três grupos (ex.: cães de companhia, cães de guarda ou de pastoreio, cães selvagens ou ferais). O racionalismo do francês René Descartes ( ) tem forte influência até hoje no mundo da ciência experimental, tendo em vista que a teoria mecanicista da natureza do animal dá sustentação à crença de que os animais não têm consciência da dor por serem destituídos de linguagem e pensamento. Para Descartes, essas duas habilidades são fundamentais para que um ser sensível possa ter experiência consciente da dor e, conseqüentemente, possa sofrer. Foi com cartesianismo que o uso de animais para fins experimentais tornou-se método padrão na medicina, já que se justificava tal atrocidade equiparando os animais a máquinas sem sentimentos, incapazes de sentir dor e prazer. A teoria cartesiana foi, e ainda é, a principal justificativa para muitas atrocidades cometidas contra animais. YOUNG, M.S. “The evolution of domestic pets and companion animals”. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v. 15, p , 1985. René Descartes ( ): teoria mecanicista

3 Introdução Serpell (1986) enfatizou que:
“O desenvolvimento de relacionamentos afetuosos com animais de companhia é um fenômeno natural e universal… …os humanos também se sentem motivados a usar e matar animais, principalmente para obter carne, uma fonte de alimentação altamente valiosa.” Serpell (1986) chamou atenção para o fato de que os diferentes relacionamentos das pessoas com animais podem ser incompatíveis. Em particular o estabelecimento de relações afetivas com animais de companhia pode estar em conflito com o desejo de matar animais para a obtenção de comida (também de roupa, controle de pragas, etc.). As pessoas podem desenvolver relacionamentos positivos muito fortes com animais individuais. No entanto, carne, couro, etc. são recursos muito valiosos e por isso as pessoas podem estar altamente motivadas a matar animais para obter esses recursos. Mesmo que animais de companhia não fossem mortos para servir de alimento, as similaridades entre animais “utilizados” para companhia e animais utilizados para alimentação, etc.são inegáveis. SERPELL, J., 1986: In the Company of Animals: A Study of Human-Animal Relationships. Oxford: Basil Blackwell.

4 Crescente círculo da compaixão
Animais de companhia Animais Pessoas A teoria da transferência é a base da educação humanitária: a ideia é que ensinar as crianças a cuidar e a ter compaixão de animais de companhia levará a maior compaixão e a atitudes mais humanitárias em relação a todas as espécies, inclusive aos humanos. A guarda de animais de companhia na infância parece estar associada a um mais alto grau de compaixão com animais (não somente de companhia), porém não está claro se essa compaixão maior também se estende aos humanos (Paul e Serpell, 1993; Paul, 2000). Também não está claro como essa aparente “transferência” acontece, exceto pela possibilidade de um simples processo de generalização de um estímulo (ex.: animais que não são de companhia lembram os de companhia e assim provocam respostas emocionais semelhantes). PAUL, E. S.e SERPELL, J. A., 1993: “Childhood pet keeping and humane attitudes in young adulthood”. Animal Welfare, 2, PAUL, E. S., 2000: “Empathy with animals and with humans: Are they linked?” Anthrozoos, 14, Crescente círculo da compaixão

5 Bem- estar animal (BEA): definição
“BEA refere-se ao estado de um indivíduo em relação ao seu meio ambiente.” “Também está mais relacionado às características individuais de um animal, do que a alguma coisa fornecida pelo homem ao animal.” Broom, 1991 e 1996

6 Ciência, ética e lei A ciência bem-estar considera os efeitos dos seres humanos sobre o animal da perspectiva do animal; A ética do bem-estar considera as atitudes humanas para com os animais; A legislação de bem-estar considera como os seres humanos são obrigados a tratar os animais. É importante reconhecer que o debate sobre bem-estar deve inevitavelmente incluir os três elementos. A ciência busca uma quantificação dos efeitos sobre os animais em termos de medidas fisiológicas, comportamentais, de sanidade, etc. A ética preocupa-se com as ações humanas, considerando a moral do comportamento humano. Ela engloba como tratamos os animais atualmente e como temos obrigação de tratá-los. A legislação é um resultado de ciência e ética, na medida em que reflete as normas que governam o uso e o tratamento de animais em uma sociedade.

7 Três conceitos de BEA Mental Físico Naturalidade
As diferentes condições podem afetar o estado físico ou mental ou ambos. Por exemplo, um tumor, por exemplo, pode levar a problemas físicos detectáveis em um cão, sem que o mesmo apresente qualquer problema mental. De maneira semelhante, o medo e a ansiedade de cães presos em correntes são estados mentais que um animal tentaria evitar. No entanto, esses sentimentos não estão necessariamente associados a alguma anormalidade física. Entretanto, a maioria das doenças e lesões clínicas induz tanto danos físicos ao organismo quanto algum grau de dor ou desconforto mental. É importante ressaltar que, em relação ao bem-estar, o aspecto físico e o mental têm igual valor e que, muitas vezes, o mental tem um valor maior (como no caso da depressão). Vale lembrar que, muitas vezes, estaremos frente a um paciente terminal (estado físico muito ruim), porém com um aspecto mental até bom devido aos cuidados e carinho dos donos e da equipe que o trata. Um terceiro conceito de bem-estar refere-se à “naturalidade”, invocando uma apreciação das condições que os animais teriam na natureza para se realizar de forma completa. Por exemplo, uma gatinho sendo vendido em um pet shop, alojado individualmente em uma gaiola pequena, tendo disponíveis alimentos, água, caixa de areia e alguns brinquedos, pode não apresentar qualquer problema mental ou físico. Entretanto, isto não é “natural” e, por isso, constitui uma preocupação de bem-estar. Nestas condições o gatinho pode não apresentar problemas físicos maiores, porém como não pode expressar todo seu potencial de comportamento, irá desenvolver problemas comportamentais. A naturalidade está relacionada com a expressão do comportamento natural. Desta forma, existem três conceitos de bem-estar animal, que podem ou não apresentar áreas sobrepostas. . Naturalidade Comportamento Natural Restrito

8 Histórico Animal Machines (Harrison, 1964):
papel fundamental no início do movimento moderno de bem-estar animal; Comitê de Brambell (1965): verificar o bem-estar dos animais criados de forma intensiva. - Ênfase nos sentimentos do animal e salientou a liberdade de circulação, o que se tornou conhecido como as “cinco liberdades”, criada por John Webster. O termo “Bem Estar Animal” era extensivamente usado pelo público geral no período entre 1950 e As campanhas de sociedades de proteção animais lutavam, principalmente, pelo bem estar de animais de companhia e de laboratório. Uma publicação significante que defende preocupação sobre o bem estar de animais de fazenda foi o livro de Ruth Harrison Animal Machines em 1964 . A publicação de Harrison desempenhou um papel fundamental no início do movimento moderno do BEA. Os esforços dela foram significantes porque ela alertou os veterinários e outros cientistas envolvidos com BEA que havia muitos mais animais de fazendas que de companhia ou animais de laboratório (que eram os animais que mais despertavam interesse quanto ao bem estar na época) e que alguns eram mantidos de maneira que resultava em bem estar muito pobre. Em resposta ao livro de Harrison, o governo Britânico nomeou uma comissão técnica para verificar o bem estar dos animais criados de forma intensiva. F.W.R. Brambell, presidiu o grupo que ficou conhecido como Comitê Brambell. A comissão concluiu que os animais podem experimentar dor, sofrimento, emoções tais como stress, raiva, medo, apreensão, frustração e prazer. Não é de surpreender, então, que a afirmação do relatório, amplamente citado sobre o bem estar refere-se tanto ao “bem estar físico e mental” e que a avaliação do bem estar dos animais deve incluir “provas científicas disponíveis sobre os sentimentos dos animais que podem ser obtidos a partir de sua estrutura, funções e também do seu comportamento”. Além da ênfase nos sentimentos do animal, o relatório salientou a liberdade de circulação, o que se tornou conhecido como as “cinco liberdades”: “Um animal deve ter, pelo menos, suficiente liberdade de circulação para poder, sem qualquer dificuldade, virar-se, limpar-se, levantar-se, deitar-se e esticar seus membros”. O relatório da comissão de Brambell, mais do que qualquer outro documento, identificou a etologia como relevante para a questão do movimento moderno de BEA. O relatório da comissão de Brambell foi frequentemente citado em termos de liberdade de movimento e bem-estar mental dos animais agrícolas.

9 Cinco Liberdades = Bem-Estar Animal
Livre de fome e sede Livre de desconforto Livre de dor, lesões e doenças Livre para expressar comportamento natural Livre de medo e estresse Farm Animal Welfare Council UK, 1993 O Comitê de Bem-estar de Animais Agrícolas (FAWC) do Reino Unido continua a funcionar e fazer recomendações ao governo. A FAWC publicou o que é conhecido como “Cinco Liberdades”, talvez para corrigir um desequilíbrio no relato das sugestões do comitê de Brambell. Essas liberdades, revistas, são as seguintes: Livre de sede, fome e desnutrição pelo pronto acesso à água fresca e uma dieta para manter a plena saúde e vigor; 2. Livre de desconforto propiciando um ambiente adequado, incluindo abrigo e uma confortável área de descanso; 3. Livre de dor, lesões, doenças e prevenção ou diagnóstico rápido e tratamento; 4. Liberdade para expressar comportamento normal, fornecendo espaço suficiente, instalações adequadas e companhia de animais da própria espécie; 5. Livre de medo e estresse, assegurando condições que evitem o sofrimento mental. As cinco liberdades nos dão uma parâmetro para medirmos ou promovermos o bem-estar dos animais.

10 Senciência: definição
BEA somente pode ser entendido a partir do reconhecimento dos animais como seres sencientes; Senciência : Capacidade de vivenciar emoções, de perceber e sentir (o que confronta com a visão cartesiana); Diante dos novos dados de cognição animal, surgem outras posturas paradigmáticas que revolucionam a compreensão das relações interespécie construídas na sociedade.

11 Especismo: definição Especismo (Richard D. Ryder, 1970):
Atribuição de valores ou direitos diferentes dependendo da espécie. De modo similar ao sexismo e ao racismo, a discriminação especista pressupõe que os interesses de um iindivíduo são de menor importância somente por ser de uma espécie diferente. Uma outra questão que leva os homens a não respeitarem o bem-estar dos animais é o especismo. A palavra “especismo” tem a mesma origem que as palavras “racismo”, “sexismo”... Onde um se julga superior a outro por serem de raças, sexos ou, no caso, espécies diferentes.

12 O conceito de necessidade
Necessidade: um requisito, fundamental na biologia do animal, para obter um recurso específico ou responder a um estímulo ambiental ou corporal específico (Broom & Johnson, 1993). Se uma necessidade não for atendida haverá um efeito na fisiologia ou no comportamento, isto é, a observação de um efeito fisiológico, que possa ser relacionado à ausência de um determinado recurso, é uma indicação da falta de cuidado humano. O “suprimento de necessidades” é um termo utilizado freqüentemente em discussões sobre bem-estar, uma vez que as necessidades definirão quais recursos deveriam ser fornecidos aos animais. As necessidades podem incluir uma gama de provisões, tais como alimentos, água, conforto, prevenção de doenças infecciosas e enriquecimento ambiental. Para animais sob nossos cuidados, o suprimento das necessidades é uma responsabilidade ética do ser humano. A observação dos efeitos após a remoção do atendimento de necessidades indica sua relativa importância.

13 Hierarquia de necessidades
Algumas necessidades podem ser mais importantes do que outras; Provisão de comida e água é uma necessidade fundamental; Provisão de uma área de descanso confortável pode ser menos fundamental; Manter a Vida > Manter a Saúde > Manter o Conforto (Hurnik & Lehman, 1985) Alguns cientistas sugerem que algumas necessidades podem ser mais importantes que outras. A remoção de água e alimentos leva a problemas fisiológicos significativos, tais como desidratação a curto prazo. A ausência de suprimento de conforto pode levar a outros problemas, tais como agressividade de um cão. Essas, porém, são alterações a longo prazo, podendo estar em menor prioridade na hierarquia das necessidades dos animais. As necessidades de um animal podem ser classificadas, de acordo com sua importância relativa, em: Necessidades para manutenção da vida, que devem ser supridas para garantir a sobrevivência Necessidades para manutenção da saúde, que incluem a prevenção de doenças e de ferimentos Necessidades para manutenção do conforto, que contribuem para a qualidade de vida Entretanto, o bem-estar do animal permanecerá pobre a não ser que todas essas necessidades sejam supridas.

14 Como você está se sentindo no momento???
Avaliação do Bem-Estar Como você está se sentindo no momento???

15 Escala do Bem-Estar Excelente Bastante bem Razoável OK Não muito bem
Bom Excelente Bastante bem Razoável OK Não muito bem Mal Péssimo Façam esse exercício agora, pensem e avaliem como vocês estão se sentindo agora. Pobre

16 Por quê? Pobre Bom Conforto do assento Fome Calor / Frio Trabalho
Vida social Geral Para ajudar vocês a avaliarem como estão se sentindo, vocês podem utilizar esses critérios. Em outras palavras, embora possamos descrever como estamos nos sentindo de forma geral, isso é afetado por muitos componentes que podem ser independentes um do outro. O conforto da sua cadeira, por exemplo, não tem relação com quanta fome você sente. No entanto, ambos afetam como se sente em um dado momento. Bem-estar geral é, portanto, uma combinação desses componentes independentes.

17 Critérios para o Bem-Estar Animal
? O bem-estar animal também é afetado por muitos componentes e precisamos nos perguntar quais são esses diferentes aspectos. Pensem quais aspectos poderiam ser, anotem e depois me digam .

18 Igual consideração de interesses
Demanda tratamento igual onde há interesses iguais A “igual consideração de interesses” está intimamente ligada ao conceito de especicismo. Tratar animais de todas as espécies de forma igual parece ser a direção errada – espécies diferentes têm necessidades diferentes. Gatos podem precisar de caixas de areia para defecar e urinar, porém teria pouco sentido oferecer isso a peixes dourados. Estar livre para praticar sua religião é muito importante para muitos seres humanos, porém não teria nexo garantir este direito a cães. No entanto, o conceito da “igual consideração de interesses” permite tratamento diferente de animais diferentes, mas demanda que, no nosso processo de decisão ética, seja dado peso igual aos seus interesses similares e moralmente relevantes. Assim, se um tapa doer tanto a uma cadela quanto a um homem, deve-se evitar causar esse tipo de dor tanto a cadelas quanto a seres humanos. Este princípio considera justificado o tratamento diferenciado de animais e de seres humanos somente quando existem diferenças moralmente relevantes entre o animal e o homem. Isto não significa necessariamente que toda vida animal seja tão valiosa quanto a vida humana, porém também não sustenta a ideia de que o homem tenha um status moral mais elevado que todas as outras espécies. Literatura adicional: SINGER, Peter. Libertação Animal. Porto Alegre, Lugano Editora,

19 Música http://www.youtube.com/watch?v=tfndxQUfVKA&feature=related
Clipe criado com desenhos de alunos de uma turma da 5ª Série do Ensino Fundamental da Escola Cooperativa de Santo Amaro. Canção incidental 'Não Atirei o Pau no Gato' (DP), interpretada por um coral infantil, a pedido da professora Marcia Ribeiro Costa, para fins pedagógicos. Santo Amaro/Bahia, 11 de maio de 2008. Para finalizar, gostaria que vocês acessassem este clipe. Não há um brasileiro que não conheça a cantiga “Atirei o pau no gato”.Poucos de nós chegamod a questionar a letra da música. Esses poucos, acabaram criando uma nova versão. Mesmo que a gente pense que as coisas não precisem ser mudadas, tem muita gente trabalhando para essas mudanças aconteceram. A questão é: eu quero ou não fazer parte e ajudar a mudança?

20 E você, está disposto a ajudar os animais a atingirem um melhor bem-estar?

21 Obrigada


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