Texto: Mateus 25, 1-13 Tempo Comum 32 A. Comentários e apresentação: Asun Gutiérrez. Música: Johan Svendsen. Romance en sol. No projecto criador de Deus,

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2 Texto: Mateus 25, 1-13 Tempo Comum 32 A. Comentários e apresentação: Asun Gutiérrez. Música: Johan Svendsen. Romance en sol. No projecto criador de Deus, as pessoas não estão destinadas à morte, mas à vida plena e definitiva. Tal é o projecto do Pai e a obra mesiânica de Jesus. A comunidade cristã que vê na morte a interrupção da vida ainda não alcançou a plenitude da fé, por não ter compreendido a qualidade da vida que Jesus comunica. Não estamos ameaçados de morte. Estamos “ameaçados de vida”. Florentino Ulibarri

3 No tempo de Jesus, o habitual era que a boda se celebrasse em casa do noivo. Este ia à casa da noiva para a buscar e a levar para a sua própria casa. Nesta cerimónia, o noivo era recebido pelas jovens que acompanhavam os noivos desde a casa paterna da noiva à sua futura casa. Como tudo isto acontecia de noite, preparava-se um cortejo com lâmpadas de azeite. As jovens organizam este cortejo. Segundo o costume do tempo e a hospitalidade oriental, era impensável que alguém ficasse fora da celebração, na qual participava toda a comunidade.

4 Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: “O reino dos Céus pode comparar-se a dez virgens, que, tomando as suas lâmpadas, foram ao encontro do esposo. Esta parábola, exclusiva de Mateus, é tomada, como todas, dos factos da vida quotidiana. Jesus preocupa-Se de que os seus seguidores acolham o Reino que chega com a sua Pessoa com a alegria com que se celebra uma boda. Temos de nos abrir à realidade do Deus de Jesus: um Deus Pai/Mãe, que prepara uma festa para nos receber, que quer a felicidade de toda a humanidade.

5 Cinco eram insensatas e cinco eram prudentes. As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes, com as lâmpadas, levaram azeite nas almotolias. Sensata é a pessoa que escuta a Palavra de Jesus e a põe em prática. A fé, a esperança, a prática do amor, são o “azeite” que não pode faltar a quem deseja seguir Jesus. Um “azeite” que se consome constantemente e que há que renovar. Sensata é a pessoa que escuta a Palavra de Jesus e a põe em prática. A fé, a esperança, a prática do amor, são o “azeite” que não pode faltar a quem deseja seguir Jesus. Um “azeite” que se consome constantemente e que há que renovar.

6 Como o esposo se demorava, começaram todas a dormitar e adormeceram. À meia noite ouviu-se um brado: ‘Aí vem o esposo: ide ao seu encontro.’ A sabedoria não é só esperar, também é necessário buscar, desejar, sair ao encontro. A demora da volta de Jesus não pode levar-nos ao adormecimento, ao descuido, ao cansaço, à apatia, à rotina, à improvisação... Pelo contrário, a certeza da sua vinda deve impulsionar-nos a um compromisso activo, a iluminar o tempo que nos cabe viver.

7 Então, as virgens levantaram-se todas e começaram a preparar as lâmpadas. As insensatas disseram às prudentes: ‘Dai-nos do vosso azeite, que as nossas lâmpadas estão a apagar-se’. Mas as prudentes responderam: ‘Talvez não chegue para nós e para vós. Ide antes comprá-lo aos vendedores’. Durante a espera todas dormem. A diferença entre elas é a falta de previsão que pode apagar a esperança e adormecer a fé, a consciência, a ilusão... Actuar sensatamente enquanto o Senhor não volta é uma atitude pessoal e intransmissível. A minha espera, a minha vigilância, o meu estilo de vida não se podem emprestar nem delegar. Ninguém pode amar por mim. Que azeite necessito neste momento da minha vida para que não se apague a lâmpada da minha fé? Que luzes me iluminam? A quem, como, ilumina a minha lâmpada?

8 Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o esposo: as que estavam preparadas entraram com ele para o banquete nupcial; e a porta fechou-se. Mais tarde, chegaram também as outras virgens e disseram: ‘Senhor, senhor, abre-nos a porta’. Mas ele respondeu: ‘Em verdade vos digo: Não vos conheço’. Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora.” Perante a vinda de Jesus não temos de sentir angústia, nem temor nem inquietação. Segundo Mateus, estar preparado é viver o presente com responsabilidade, traduzindo em obras de amor a nossa fé e a nossa esperança. Todos temos o mesmo destino: “estar sempre com o Senhor” (segunda leitura), no banquete que Ele nos está a preparar e que devemos ajudar a preparar. Não necessitamos saber o dia nem a hora. Deus não actua segundo o nosso relógio. Basta-nos saber que sempre chega, que sempre está. Como sempre, a mensagem de Jesus nos enche de alegria, de consolo e de esperança. “A morte é o último amén da vida presente e o primeiro aleluia da vida definitiva“ (Pedro Arrupe).

9 Desperta, Senhor, os nossos corações que adormeceram em coisas triviais e já não têm força para amar com paixão. Desperta, Senhor, a nossa sede de ti, porque bebemos águas de sabor amargo que não saciam os nossos anseios diários. Desperta, Senhor, o nosso anseio de Te ver, pois tantas preocupações nos dominam e preferimos descansar a estar vigilantes. Desperta, Senhor, a nossa fé adormecida, para que deixemos de ter pesadelos e possamos viver todos os dias como uma festa. Desperta, Senhor, o nosso espírito, porque há caminhos que só se fazem com os olhos abertos para Te reconhecer. Desperta, Senhor, o teu fogo vivo. Purifica-nos por fora e por dentro e ensina-nos a viver despertos. Ulibarrri Fl.