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AS CAPACIDADES MOTORAS NO FUTSAL

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Apresentação em tema: "AS CAPACIDADES MOTORAS NO FUTSAL"— Transcrição da apresentação:

1 AS CAPACIDADES MOTORAS NO FUTSAL
CURSO DE TREINADORES DE FUTSAL NÍVEL 1 AS CAPACIDADES MOTORAS NO FUTSAL

2 1. DEFINIÇÃO FUNCIONAL DO FUTSAL

3 Desporto que se desenvolve em duas partes de vinte minutos de jogo real em cada uma delas (com um descanso de dez minutos) em que os jogadores realizam uma actividade motora complexa e adaptada em que se alternam de forma aleatória fases de intensidade e volume variáveis e de duração relativamente curta.

4 Componentes funcionais do futsal
a) Acções relevantes de alta intensidade e curta duração que incluem todas as acções que tem repercussões no resultado, tais como deslocamentos defensivos, cabeceamentos, remates, fintas, lançamentos, defesas do guarda-redes... b) Condutas de suporte ou conexão entre as acções relevantes, de duração variável e intensidade média/baixa: todos os momentos de repouso ou actividade ligeira produzida nos jogos;

5 No futsal como na maioria dos desportos de equipa que utiliza como objecto de relação uma bola, o nível técnico de execução das habilidades é determinante, sendo, no entanto, de realçar a importância que cada uma das capacidades motoras desempenham.

6 2. CARACTERÍSTICAS DO FUTSAL

7 a) Procura da multifuncionalidade (jogador polivalente)
Actualmente procura-se o jogador versátil, já não chega o jogador que domine uma posição ou determinados gestos técnicos, interessa mais aquele que pode ocupar as diferentes posições de jogo reforçando assim as capacidades tácticas do conjunto.

8 b) Melhoria das acções técnicas em dois aspectos:
b1) Maior perfeição dos fundamentos técnicos devido a diversas razões: As equipas treinam mais dias durante a semana; Os escalões de base já começam a jogar futsal, os jogadores de futsal já não são jogadores de futebol de onze reconvertidos ao futsal.

9 b2) Maior velocidade de execução gestual.
Actualmente o jogador não remata, passa ou desloca-se melhor na defesa, fá-lo de uma forma mais rápida e em momento oportuno, dando uma maior transcendência a táctica individual (utilização «inteligente» da técnica).

10 c) Aumento da intensidade
Actualmente existem cada vez menos intervalos de intensidade média/baixa durante o jogo, obrigando os jogadores a encadear cada vez mais depressa os seus esforços. Mais, os treinadores procuram que os descansos se dêem apenas no banco exigindo aos seus jogadores uma maior continuidade em todas as acções.

11 3. O TREINO

12 “ Processo psicopedagógico que se complementa na organização do exercício físico repetido em quantidade e intensidade suficiente, que estimula os processos fisiológicos de supercompensação do organismo e favorece o aumento da capacidade física, psíquica, técnica e táctica do desportista com o objectivo de elevar e consolidar o rendimento em competição ”. (Vittori, C.)

13 COMPONENTES DO TREINO ESPECÍFICO EM FUTSAL
Preparação Física (condicional): É a base sobre a qual iremos construir todo o resto. O seu objectivo é o de desenvolver as capacidades motoras, para assim aumentar o potencial do jogador. Preparação Técnica (coordenativa): Aprendizagem e aperfeiçoamento dos gestos técnicos, produção de automatismos motores(fundamentos). Preparação Táctica (estratégia): Treinar, para aplicar em competição, as estratégias mais adequadas em função das nossas características e das do adversário (conceitos tácticos – individuais e colectivos).

14     Preparação psicológica (moral e volitiva): adaptação dos factores externos da competição (público, pressão, stress competitivo)... E desenvolvimento das capacidades psicológicas necessárias (humildade, vontade, personalidade,etc...) Para render o máximo das suas possibilidades em competição    Preparação biológica: também chamado “treino invisível” (hábitos higiénicos/ de vida, suplemento de certos produtos, nutrição) que ajuda a: ·        Encurtar o tempo de recuperação ·        Melhorar a assimilação do treino ·        Incrementar a quantidade de trabalho ·        Evitar lesões Preparação intelectual: informar o desportista do que se vai realizar, raciocinando e ao mesmo tempo permitindo-lhe opinar, possibilitando desta forma aumentar o seu rendimento.

15 5. CAPACIDADES MOTORAS

16 PERFIL DAS CAPACIDADES MOTORAS NO FUTSAL
Neste ponto, pretende-se que o treinador se dê conta de que o futsal é um desporto que possui características próprias, as quais se encontram mais próximas de outras modalidades de pavilhão como o basquetebol, o andebol, o hóquei patins, do que o próprio futebol ( no entanto, não há dúvida, de que existem fortes ligações coordenativas, más não condicionais). E por outro lado, pretendemos mostrar as exigências condicionais do futsal, para assim poder orientar e enquadrar o trabalho de cada uma das capacidades.

17 Numa investigação sobre os diferentes parâmetros do futebol e futsal, foi estudado a preparação física do futsal em comparação com o basquetebol, andebol e hóquei patins, com o objectivo de analisar a estrutura energética, condicional e externa do mesmo. Os parâmetros que foram analisados são aqueles que de alguma forma se podem agrupar nas modalidades de pavilhão, de modo que podem observar-se algumas semelhanças entre todos eles, isto é:

18 a)     Tempo de jogo; b)     Espaço de jogo; c)     Número de Jogadores; d)     Análise Táctica; e)     Estrutura energética e condicionais da competição - Parámetros fisiológicos ·        Frequência cardíaca ·        VO2 Max/Peso ·        Ácido Láctico ·        Limiar anaeróbio: % VO2 Max - Estrutura externa em competição ·        Volume ·        Tempo ·        Distância percorrida ·        Intensidade ·        Alternância tempo de jogo/tempo de repouso

19 Da análise de toda a bibliografia existente destes desportos, para além de diferentes trabalhos de campo não publicados sobre futsal, resultou o seguinte: 1º - O tempo de jogo, é sem dúvida, um dos aspectos que posiciona aquelas modalidades no mesmo nível, visto que o mesmo se circunscreve, em média, à volta dos 70 minutos, aproximadamente o tempo que dura um jogo de futsal.

20 2º - O terreno de jogo é muito similar em todas elas, coincidindo com o andebol e o hóquei. Agora, no campo das hipóteses para cada jogador, segundo a proporção, a área do terreno de jogo / número de jogadores, não difere muito sendo ligeiramente superior no Andebol e Basquetebol, embora seja insignificante se o compararmos com outras modalidades, como o futebol onde se atinge valores próximo dos 300 m² / jogador. 3º - O número de jogadores, idêntico em todas elas, a não ser no andebol (14), é mais um elemento de análise.

21 No que concerne à frequência cardíaca (FC), estes são os pontos que se podem destacar de vários estudos:  ·    A FC é variável, com valores que oscilam constantemente no tempo. ·     Os valores médios nos períodos de pausa situam-se em torno das 150 p/Min. ·     Em situações de jogo, chega-se a atingir 200 p/min. (ou mais). ·   A FC aumenta com o incremento da velocidade de deslocamento, atingindo valores máximos em acções de 1x1. ·   Não existem diferenças significativas entre posições.

22 O consumo máximo de Oxigénio (VO2 máx. ) situa-se à volta dos 55-60 ml
O consumo máximo de Oxigénio (VO2 máx.) situa-se à volta dos ml./kg./min. A acumulação de Ácido Láctico em competição, não apresenta valores muito elevados, pelo que, não parece ter particular relevância no decorrer da competição. Os valores mais elevados obtidos não ultrapassam os 9mmol, pelo que, como ocorre nos demais desportos de sala, este não vai ser determinante no rendimento.

23 Os estudos realizados sobre as distâncias percorridas leva-nos a opções mais díspares, com distâncias entre os 2km e os 6km (Hernández Moreno, 1986), sendo necessário mais estudos sobre este parâmetro. A média dos deslocamentos situa-se à volta dos 7 metros. O que parece coincidir, pelo menos não existe tanta disparidade, quanto à similitude por posições: todos percorrem distâncias muito similares, tanto defesas como avançados.

24 Atendendo a uma classificação tradicional, podemos dividir as capacidades motoras em:
a) CAPACIDADES MOTORAS BÁSICAS (CAP. CONDICIONAIS) – Necessárias em qualquer desporto Ø      Resistência Ø      Flexibilidade Ø      Velocidade Ø      Força b) CAPACIDADES MOTORAS COMPLEMENTARES (CAP. COORDENATIVAS) – Determinam o processo de organização e controlo do movimento Ø      Coordenação Ø      Equilíbrio c) CAPACIDADES MOTORAS DERIVADAS – Compõem-se das anteriores Ø      Potência Ø      Agilidade

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26 A RESISTÊNCIA Normalmente, entende-se o conceito de resistência relacionando o esforço com a duração e o tempo. A resistência tal como a define Grosser é « a capacidade física e psíquica de suportar a fadiga em esforços relativamente longos e/ou a capacidade de recuperação rápida depois dos esforços ». Porta, defina-a como « a faculdade para realizar um trabalho eficiente durante o maior tempo possível».

27 Devemos então, do nosso ponto de vista, orientar o treino da resistência numa melhoria da intensidade que se pode desenvolver durante esforços curtos e sucessivos do futsal, bem como a manter o maior tempo possível. Ainda, devemos ter em conta que a estes esforços curtos e de alta intensidade, seguem períodos curtos de recuperação; com os quais, devemos procurar também com o treino da resistência a recuperação rápida das funções cardiorespiratórias.

28 Uma vez definido o conceito, devemos subdividir a resistência para assim facilitar o seu treino. Existem diferentes classificações válidas, mas sabemos que o trabalho muscular necessário para a realização dos gestos específicos no futsal depende fundamentalmente de três factores: 1. O impulso nervoso: Frequência e intensidade do impulso nervoso. Coordenação inter – intramuscular. Ajuste dos estímulos internos e externos. 2. A qualidade muscular: Tipo de orientação das fibras musculares. Desenvolvimento e número de fibras musculares. Componente elástico muscular, etc... 3. O aporte energético: Obtenção de energia por parte da fibra muscular para a contracção.

29 ENERGIA DA CONTRACÇÃO MUSCULAR GESTOS ESPECÍFICOS DO FUTSAL
Relação entre os gestos específicos do futsal e as capacidades motoras QUALIDADE MUSCULAR IMPULSO NERVOSO ÂMBITO DA: FORÇA FLEXIBILIDADE VELOCIDADE ENERGIA DA CONTRACÇÃO MUSCULAR ÂMBITO DA RESISTÊNCIA GESTOS ESPECÍFICOS DO FUTSAL

30 Portanto, a capacidade que nos garante o aporte energético necessário para o trabalho muscular é a resistência. Assim, devemos utilizar o aspecto do metabolismo energético para classificar a resistência, e de acordo com a via que se utiliza cronologicamente no movimento para a produção de energia (ATP) pode-se distinguir:

31 A) RESISTÊNCIA ANAERÓBICA
1) Definição: Capacidade para suportar esforços intensos o mais tempo possível. 2) Objectivo: Suportar esforços de corrida com intensidades, durações próprias, assim como os gestos que se realizam ao longo do jogo. 3) Aspectos fisiológicos: ·        Contrai-se uma dívida de oxigénio ·        Participação dos sistemas: - Anaeróbico aláctico: ·        Não há produção de ácido láctico ·        Utiliza as energias de reserva do músculo ·       Aporte de energia durante o esforço de alta intensidade e curta duração (0 a 15 segundos). - Anaeróbico láctico: ·        Há produção de ácido láctico (factor limitante) ·       Aporte de energia durante o esforço de alta intensidade e média duração (15-20 segundos a 2 minutos).

32 4) Aspectos metodológicos:
Tipo de esforço qualitativo-quantitativo Notável produção de ácido láctico Alta intensidade do esforço ( p.min. em diante) e duração média 5) Efeitos: Sobre o rendimento: - Permite superar a dívida de oxigénio durante mais tempo - Incrementa a tolerância ao lactato Sobre o organismo: - Hipertrofia da musculatura do coração - Aumenta as reservas alcalinas do sangue - Retarda e suporta melhor a fadiga

33 B) RESISTÊNCIA AERÓBICA
1) Definição: Capacidade para suportar esforços suaves durante um longo período de tempo (componente quantitativa = repetitividade) 2) Objectivo: Suportar os 40 minutos de jogo a um ritmo médio sem perca de eficácia nas acções técnico-tácticas (componente qualitativa = frescura/disponibilidade/eficácia). 3) Aspectos fisiológicos: Equilíbrio entre aporte e consumo (trabalho em steady-state) Participação do sistema aeróbico através da oxidação da glucosa e ácidos gordos

34 4) Aspectos metodológicos:
·        Trabalho de tipo quantitativo ·        Intensidade média ou baixa (de p.min. a p.min.) ·        Longa duração (de 2-3 minutos em diante) ·        Participação global do organismo 5) Efeitos: ·        Sobre o rendimento: - Incremento do ritmo de corrida mantendo as mesmas pulsações -      Melhora a recuperação entre esforços -      Fortalece a vontade e capacidade de sacrifício

35 Definido o conceito de especificidade no trabalho de resistência, podemos dizer que a resistência específica no futsal, desde uma perspectiva funcional deve: Proporcionar o aporte energético das acções específicas (alta intensidade e curta duração) Garantir essa energia para todas as acções que sucedem ao longo de um jogo e com a frequência necessária, reduzindo ao mínimo as percas de intensidade Permitir a recuperação rápida nas fases de menor intensidade do jogo Evitar o cansaço durante o jogo, que afecta a concentração, a percepção e a motivação Garantir a recuperação global do indivíduo entre sessões de treino e entre jogos

36 Assim, o treino da resistência deveria orientar-se para:
A capacidade de dispor de uma grande quantidade de energia por unidade de tempo para a realização de actos relevantes Procura do VO2 Máx. alto, que permita, dado o carácter variável do esforço, a recuperação rápida do organismo Elevação do limiar anaeróbio para retardar o desequilíbrio e a acumulação dos lactatos no sangue. Adaptação do organismo para realizar as acções próprias do jogo com níveis de lactacidémias médios Utilização de formas de trabalho de intensidade alta ou média/alta, de curta duração, com pausas alternativas Propostas de trabalho que contenham elementos do jogo em condições semelhantes ao dos jogos Integração dos objectivos da preparação física nos de índole técnico-táctico.

37 Vantagens: Maior transferência no jogo Aumento do volume de trabalho das acções do jogo Melhora a motivação, a atenção e a atitude Permite trabalhar em situação real e incluindo mais agonisticamente que no jogo Reafirma a ideia de que o treino é global É aquele que mais agrada aos jogadores Inconvenientes: Algumas capacidades motoras desenvolvem-se em maior medida Um nível baixo de técnica individual condiciona o ritmo de trabalho Por vezes o jogador tem necessidade de se afastar do local de treino (épocas de máxima tensão competitiva, exames).

38 Definido o conceito de especificidade no trabalho de resistência, passaremos agora a apresentar diferentes métodos gerais para o seu treino. No entanto, por serem sistemas gerais, e recordando que o potencial das vias energéticas não é património exclusivo da resistência, alguns dos métodos que apresentamos também são válidos para o treino da velocidade e da força.

39 A) Corrida contínua Corridas de forma ininterrupta: - Ao mesmo ritmo - Ritmo base x variações de ritmo - Ritmo base + exercícios dinâmicos - Sobre terreno variado Duração variável, embora sempre superior a minutos A intensidade mínima será p. min. e a máxima correspondente ao limiar anaeróbio (à volta de p. min.) Progressão primeiro em volume (tempo) e depois em intensidade (FC) Aplicação - Pré-época: Melhora a capacidade aeróbica - Período Competitivo: Manutenção da capacidade aeróbica, variando ritmos e incluindo exercícios - Recuperação de lesionados - Pós-treino ou jogo, como meio facilitador de recuperação

40 B) Fartlek Método contínuo, sem interrupções, igual ao anterior; a diferença está na variação que se produz na intensidade mantendo volumes elevados de esforço. Jogo de ritmos e distâncias: - Procura de constantes mudanças de ritmo - Geralmente estas variações de ritmo produzem-se em função do terreno: campo, pinhal, parque... As variações consistem em: - Corridas com ritmo lento/rápido - Subidas e descidas - Acelerações e desacelerações - Progressões - Corridas com mudanças de direcção - Trote/Andar

41 É importante conhecer previamente o terreno onde se realizará
Duração e intensidade similares ao método anterior. A intensidade dependerá segundo se faça um maior handicap no ritmo base (fartlek extensivo: capacidade) ou nas progressões ou tempo de recuperação entre estas (fartlek intensivo: qualidade) Volume: por incremento do tempo Intensidade: por incremento do nº de esforço ou pela diminuição do tempo de recuperação entre estes Aplicação: - Na pré-época: distâncias serão maiores e com ritmos mais lentos (extensivo) - No resto da época: as distâncias serão mais curtas e os ritmos mais rápidos

42 C) Treino Fraccionado – Interwall Training
O treino fraccionado é uma forma de trabalho que se caracteriza por dividir uma distância em partes mais pequenas e percorrê-la com um tempo de descanso entre cada uma delas. O método mais utilizado no treino por repetições é o interwall training, havendo outros como o tempo-training e as corridas de ritmos. O interwall training é um treino que permite a melhoria funcional mais específica, já que se trata de um treino cíclico aplicado a um desporto acíclico como é o futsal, por isso devemos: Variar distâncias de trabalho Introduzir acções combinadas ( não apenas corrida)

43 No interwall training devemos ter em conta:
A distância: Fracções de corrida O tempo: Usado para percorrer a distância O intervalo: Tempo de descanso entre cada corrida ou cada série As repetições: nº de vezes que se realiza a distância A série: Grupo de distâncias e intervalos consecutivos A actividade: A que se realiza durante o intervalo Exemplo: 1x4x200m em 33 seg. (1:3). Interpreta-se como sendo uma série de quatro repetições de 200 metros em 33 segundos, recuperando entre cada repetição 1 min. e 39 seg.

44 Metodologia: - Intensidade entre 75% e 90%, não devendo ultrapassar as 180 p.min. - Durante a pausa deve-se baixar para as 120 p.min. - Distâncias curtas e médias - Nº de repetições amplas

45 D) O treino de repetições
Procura reproduzir a dinâmica dos esforços que se dão em competição, portanto o jogo será a forma ideal para o treino de repetições. A dinâmica de trabalho é similar aos métodos anteriormente apresentados, no entanto, realizam-se distâncias reais que se podem dar em competição e a pausa entre os esforços é completa. É, portanto, o mais indicado para o desenvolvimento da resistência no futsal (ao predominar os esforços de tipo anaeróbico aláctico). Metodologia: - Tempo de esforço muito curto: intensidade máxima - Tempo de pausa suficiente (longo): repouso total e alongamentos - Variação de corrida: de 5/10m a 40m - Acelerações, desacelerações, mudanças de direcção e sentido - Repetições tácticas - estratégicas

46 - Sequências defesa-araque - Contra-ataque
CLASSIFICAÇÃO DAS VIAS ENERGÉTICAS EM RELAÇÃO AO ESFORÇO E ACÇÕES PRÓPRIAS DO JOGO. ORIENTAÇÕES DE TRABALHO Via Energética Fonte Energética Esforço Pausas BPM Acção Duração Intensidade Específica Geral AERÓBICA Descomposição do Glucogéneo em presença de O2 Capacidade mais de 12´ / 15´ 60-75% sobre a F.C. Máx. __________ 120 a 150/160 Corrida contínua Fartlek Interwall Training Circuitos Potência 3´- 12´ / 15´ 80-85% sobre a F.C. Máx. Esforço inferior a 5´ Pausa = 2´- 3´ Esforço superior a 5´ Pausa = 5´activa 180 ANAERÓBICA LACTICA Decomposição do Glucogéneo sem presença de O2 Acumulação de ácido láctico 1´- 3´ 90-95% sobre a F.C. Máx. R.E. Repetições 2´ R.E. Séries 5´-10´ Activa 20” – 60” 95-100% sobre a F.C. Máx. R.E. Repetições 1´-3´ + 180 ANAERÓBICA ALACTICA ATP – PC Armazenado no músculo 7” – 20 “ R.E. Repetições 1´-1´30” Tarefas sucessivas de: condução, passe, recepção, remate Treino repetições Força velocidade 0 – 7” 100% sobre a F.C. Máx. Fintas de recepção (vai e vem) Saltos ,remates Jogo de conjunto; Exercício de “Toque e ...” 4x Múltiplos 3x3 2x Variantes - Trabalho defensivo - Sequências defesa-araque - Contra-ataque - Diferentes exercícios com e sem bola

47 Ficha nº1 Objectivo: Capacidade Aeróbica (Resistência Geral) Descrição: Divide-se os jogadores em grupos e distribuem-se por cada estação, realizando o percurso por ordem alfabética. O tracejado descontínuo realiza-se a trote/recuperação numa intensidade que nos interessa (100/ p.min.). Em cada estação realiza-se: A)    Skipping B)    Aceleração C)    Aceleração D)    Aceleração em zig-zag E)    Saltar 4 barreiras (altura cm) F)     Aceleração

48 Ficha nº2 Objectivo: Potência Aeróbica (Resistência Dirigida) Descrição: Colocam-se os jogadores em qualquer das estações que compõem as quatro zonas e vão sendo realizadas por ordem alfabética, seguindo o tracejado descontínuo (trote/recuperação 110/120 p. min.). As zonas realizam-se na máxima intensidade. Cada zona é composta por: A)    Aceleração em zig-zag + saltar 2 barreiras + aceleração em zig-zag + saltar 2 barreiras. B)    3 x (aceleração + travagem no pino) + aceleração em slalom + 1 x remate à baliza com Guarda-redes. C)    Aceleração do 1º ao 3º pino + mudança de sentido + trote/recuperação ao 2º pino + mudança de direcção + aceleração do segundo ao 4º pino + mudança de direcção + trote/recuperação ao 3º pino + mudança de direcção + aceleração do 3º ao 5º pino. D)    Aceleração em slalom + 1 x remate à baliza com Guarda-redes. E)    2 x (deslocamento lateral ( - • - ) + aceleração na diagonal) + saltar 2 barreiras (40 cm) + 2 x (deslocamento lateral ( - • - ) + aceleração na diagonal). Nota-se que as acelerações na diagonal primeiro são da direita para a esquerda e de seguida da esquerda para a direita. Por exemplo: 3 séries x 6´ (Recuperação: 3´30”)

49 Ficha nº3 Objectivo: Capacidade Láctica (Resistência Dirigida) Descrição: Os jogadores situados na figura devem realizar o circuito acima descrito duas /três vezes durante 1´45”, recuperando entre cada série 7´ (4´30” de trote suave e 2´30” de alongamentos). O circuito contêm várias zonas - entre as quais existe sempre espaços de recuperação (a tracejado na figura) - que devem ser realizadas na máxima intensidade, e que são: Condução e passe. 2.      Dupla aceleração em zig-zag (com espaço de recuperação entre elas). 3.      Aceleração em slalom (ida e volta). 4.      Aceleração + deslocamento atrás (duas vezes). 5.      Dois saltos (barreiras a 40 cm). 6.      Aceleração + condução + remate. 7.      Dois saltos (barreiras a 40 cm).

50 Ficha nº4 Objectivo: Capacidade Anaeróbica Aláctica (Resistência Mista especial Competição/Velocidade) Descrição: O circuito desenvolve-se na máxima intensidade depois de um estímulo (auditivo, visual, quinestésico) É composto por: 1.      Aceleração (alternando direita e esquerda em cada repetição). 2.      Deslocamento lateral. 3.      Aceleração 4.      Deslocamento atrás. 5.      Vai e vem + aceleração + remate (depois de condução ou passe).  Por exemplo: 2 séries x 6 repetições Recuperação entre repetições 1:2 ou 1:3 Recuperação entre séries: 4´-5´ Nota: Pode-se montar dois circuitos ao mesmo tempo.

51 A VELOCIDADE A velocidade assume cada vez mais protagonismo no treino de futsal, a sua importância radica fundamentalmente em procurar actuar no momento oportuno e antes do adversário. No futsal, as acções relevantes do jogo (de curta duração e alta intensidade) implicam uma grande velocidade de execução; acções como: contra ataque, fintas, antecipações, remates, desmarcações, ... não servem de nada se forem apenas executados com velocidade sem garantirem a execução de outros elementos técnicos (passe, controlo,...).

52 Acções relevantes no futsal (Riveiro, J.)
FORÇA EXPLOSIVA VELOCIDADE ACÇÕES RELEVANTES NO FUTSAL FLEXIBILIDADE RESISTÊNCIA ANAERÓBICA ALÁCTICA ACÇÕES DE ELEVADA INTENSIDADE E CURTA DURAÇÃO

53 Clarificada a complexidade da velocidade no futsal, passamos a algumas definições que pretendem facilitar a compreensão de tão complexa capacidade: Frey (1977): « Capacidade que permite (com base nos processos do sistema neuromuscular e das possibilidades dos músculos para gerar força) realizar acções motoras num lapso de tempo situado abaixo das condições mínimas dadas ». Porta (1987): « Capacidade de realizar um ou vários movimentos no menor tempo possível, a um ritmo de execução máximo e durante um período breve que não provoque fadiga ».

54 FACTORES DE QUE DEPENDEM A VELOCIDADE
A) FACTOR MUSCULAR A1) Tipo de músculo: Os fusiformes são os mais rápidos. A2) Tipos de fibras: As fibras brancas são de contracção rápida; as vermelhas são de contracção lenta. Verificou-se que existe uma estreita correlação entre a percentagem de fibras rápidas que constitui o músculo e a velocidade de movimento; esta percentagem depende de:

55 Tipo de músculo: posturais, fásicos.
A idade do indivíduo: mais idade, maior percentagem de fibras vermelhas. O sexo: as mulheres tem menos fibras brancas. O nível de treino. A constituição genética A3) Características bioquímicas musculares: A velocidade máxima do indivíduo depende das reservas energéticas da musculatura implicada no esforço e a sua rapidez de mobilização.

56 B) FACTOR TREINO B1) Força: Uma melhoria da velocidade encontra-se ligada a uma melhoria da força. O incremento da força por contracção do músculo é responsável pelo aumento da aceleração dos gestos motores. B2) Reservas musculares de fosfatos (ATP-CP): São os substratos metabólicos fundamentais através dos quais se exprime a velocidade. A capacidade aláctica facilita o prolongamento do trabalho de velocidade.

57 B3) Flexibilidade: Por forma a que não se produza uma redução da capacidade de extensão e relaxação muscular (ou seja, que se mantenha a amplitude gestual) já que se deteriora a cooperação neuromuscular e portanto a coordenação. B4) A Fadiga: Num estado de fadiga vêem afectados os processos de transmissão do impulso nervoso e diminui a capacidade de coordenação. B5) Aquecimento: Conhecidos os efeitos do aquecimento, torna-se mais que evidente a necessidade do aquecimento tendo em vista alcançar elevados níveis de velocidade.

58 B6) Aperfeiçoamento Técnico (Coordenação): A aquisição de uma racional e efectiva técnica de movimentos facilita a execução rápida de tarefas motoras, adoptando uma correcta posição do centro de gravidade com uma utilização eficiente da energia. Isto é: Favorece a relaxação da musculatura antagonista. Facilita a alternância entre excitação e inibição. Favorece a frequência de movimentos. Facilita a coordenação inter e intramuscular. Facilita a intensidade e frequência dos impulsos.

59 C) FACTOR NERVOSO C1) Coordenação inter e intramuscular: Só uma coordenação óptima permite melhorar a cooperação agonista / antagonista, da mesma forma que o número de unidades motoras activadas estabelece a magnitude da força de aceleração da musculatura implicada no movimento. C2) Velocidade de transmissão dos impulsos nervosos do estado de excitação ao de inibição e vice-versa: Segundo Harre (1976) « uma frequência de movimentos elevada apenas pode obter-se com a alternância ultra-rápida de exitações e inibições, unida as correspondentes regulações do sistema neuromuscular e em função de um esforço óptimo».

60 FACTORES DETERMINANTES DA VELOCIDADE
Analisando o desenvolvimento de uma prova de velocidade típica (por exemplo a corrida de 100 metros planos) podemos observar fases claramente diferenciadas que se manifestam de forma consecutiva: Fase I) Reacção: Tempo que decorre desde que se dá o tiro de partida até que se produza a reacção muscular. Fase II) Capacidade de aceleração: De 0 a 30 m. A máxima velocidade não pode ser alcançada até 30 metros depois da partida (4” – 6”).

61 FaseIII). Velocidade de translação: De 30 a 70 m
FaseIII) Velocidade de translação: De 30 a 70 m. Fase de manutenção da velocidade máxima. FaseIV) Velocidade – Resistência: De 70 a 100m. Capacidade para manter uma velocidade sobre uma determinada distância, depois de percorrer uns metros na máxima intensidade e de ter esgotado o fosfato como fonte energética passando a realizar os esforço à custa do metabolismo anaeróbico láctico, não havendo pausa nem recuperação no decorrer da corrida.

62 Evolução da velocidade e da aceleração durante uma prova de 100 m planos

63 Como vemos, a relação entre velocidade e aceleração é inversamente proporcional: o momento de consecução da máxima velocidade dá-se com aceleração 0 m/s2, e a máxima aceleração dá-se quando a velocidade é praticamente nula. Podemos deduzir que, devido às dimensões do campo de jogo de futsal,e das manifestações de velocidade que se dão numa corrida de 100 m planos, apenas encontramos no nosso desporto a velocidade de reacção e a capacidade de aceleração.

64 CLASSIFICAÇÃO Ao apresentar uma classificação da velocidade relacionada com o futsal devemos procurar que contenha qualquer tipo de “gesto” que se pode realizar durante um jogo e bem como proporcionar a possibilidade de diferenciar as características de cada um deles em relação à velocidade: não é igual passar, saltar e marcar um canto, rematar, realizar uma defesa, sair em contra-ataque ou deslocar-se defensivamente...

65 Manifestações da velocidade no futsal (Riveiro, J.)
VELOCIDADE GESTUAL CAPACIDADE DE ACELERAÇÃO MUDANÇAS DE RITMO VELOCIDADE ESPECÍFICA VELOCIDADE DE ACÇÃO/REACÇÃO RESISTÊNCIA À CAPACIDADE DE ACELERAÇÃO VELOCIDADE SEGMENTÁRIA Manifestações da velocidade no futsal (Riveiro, J.)

66 A) Capacidade de Aceleração:
A tradicional velocidade cíclica ou de deslocamento (frequência x amplitude) não tem grande sentido no futsal por várias razões: ·    O comprimento do campo impede desenvolver uma velocidade máxima. ·   A maioria das acções implicam uma relação com a bola – estando de posse ou não dela – que condiciona os deslocamentos. ·   A alta frequência de acelerações e desacelerações que se produzem durante o jogo não permitem alcançar velocidades máximas.

67 Por tudo isto, consideramos que a capacidade de aceleração, é a manifestação externa da velocidade mais importante que se dá no futsal. Podemos defini-la como « a faculdade para colocar a massa corporal na velocidade máxima possível no menor espaço possível, seja saindo de uma posição estática ou partindo de um movimento lento ». Na prática, segundo vimos no ponto anterior, considera-se como o tempo em que se percorre, na máxima intensidade possível, distâncias até 30 metros. E como todos sabemos, no futsal, estas acções de corrida de máxima intensidade repetem-se constantemente durante um jogo.

68 B) Resistência à Capacidade de Aceleração:
Define-se como sendo a capacidade de realizar corridas de máxima intensidade, sobre distâncias iguais ou inferiores a 30 metros, com diferentes tipos de pausas de recuperação entre elas, com a menor diminuição de rendimento à medida que são repetidos os esforços. C) Mudanças de Ritmo: São, junto com a capacidade de aceleração as manifestações «rainhas» da velocidade no futsal. Este aspecto da organização temporal, é responsável por um elevado rendimento, incluindo, ainda, uma elevada velocidade de execução. A capacidade para variar a velocidade, ou vice-versa, provoca movimentos difíceis de contrariar pelo adversário, tendo assim maiores probabilidades de êxito.

69 D) Velocidade Específica:
Como os restantes desportos colectivos existem uma série de condicionantes que definem a velocidade específica no futsal: ·      A média dos deslocamentos centram-se à volta dos 7 metros. ·    Todos os deslocamentos estão condicionados em função da bola, estando-se em posse dela ou não. ·     A intensidade dos deslocamentos situa-se entre 4 e 6 m/seg. em grande percentagem, superando os 6 m/seg. em inúmeras ocasiões. Os deslocamentos lineares estão limitados pelo espaço de jogo, pelo que as mudanças de direcções e sentido revelam-se muito importantes.

70 ·  A maioria das acções sucedem em períodos muito curtos de tempo (entre 5 a 15 seg.) o que implica uma elevada componente do metabolismo anaeróbico aláctico. ·  Existe uma velocidade gestual específica já que há uma variedade de movimentos acíclicos próprios do futsal: a antecipação, o passe em deslocamento, a recuperação + remate, ... ·  Os períodos de pausa/recuperação que seguem a uma acção de jogo são escassos em relação ao tempo. · A velocidade de acção/reacção, como na maioria dos desportos de colaboração/oposição, constitui muitas vezes o principal factor de êxito de uma acção específica do jogo.

71 E) Velocidade Gestual:
Podemos defini-lá como: · Seirulo, F.:« Capacidade de realizar um grande número de movimentos dos segmentos corporais num mínimo tempo possível ». ·  Masafret, M e Solé, J.:« Corresponde à rapidez com que se movem os diferentes segmentos corporais no espaço, sem repetir uma estrutura cíclica do movimento ». Tomamos o exemplo do próprio jogo numa situação de 1x1: condução, finta, remate. Esta seria uma das várias combinações de gestos técnicos que poderíamos utilizar; mas o que nos interessa é que nem todos os gestos se desenvolvem com a mesma rapidez e que diferentes jogadores manifestariam diferentes velocidades de acção.

72 F) Velocidade Segmentária:
Podemos defini-la como « a capacidade de mover no espaço um só segmento no mínimo tempo possível; portanto a diferença com a velocidade gestual estaria no número de segmentos mobilizados ». Um exemplo no jogo seria: uma marcação de canto ou um desvio do guarda-redes com uma mão. O importante de este tipo de velocidade radica num mesmo gesto técnico, a velocidade de cada segmento é diferente e independente dos demais segmentos utilizados.

73 G) Velocidade de Acção/Reacção:
O futsal é um desporto no qual se produzem estímulos aleatórios de forma imprevisível, portanto é muito importante diferenciar a velocidade de acção/reacção, já que este tipo de velocidade constitui-se como a chave das situações tácticas de 1x1 e 2x2, tão importantes e habituais no nosso desporto.

74 Este tipo de velocidade será diferente segundo se trata da realização de um gesto técnico como acção voluntária do jogador ou de um gesto que se produza como reacção a um estímulo externo (movimento ou situação dos companheiros, adversários, da bola) mas vejamos um exemplo do treino. É habitual nas sessões de treino ouvir a correcção “chegas tarde” em relação a uma determinada situação de jogo, o que revela a antecipação de outro jogador em relação ao movimento que referimos. Ou seja:

75 · Produziu-se uma acção mais lenta que a do outro jogador (em controlar a bola, em efectuar uma recepção...) ·  Produziu-se uma reacção lenta (tardia) a um estímulo que se apresentou durante o jogo, a saber: não reagir à finta do adversário, não reagir perante um passe de um companheiro,... A capacidade de analisar todos os elementos presentes no jogo, que por produzir «incertezas», produzem «informações»; tais como: situação/disposição/movimentação de companheiros e adversários, situação/movimento da bola, gestos,...serão a chave para tentar «antecipar» a resposta ao estímulo, para assim poder contrariar a acção do adversário e obter maior rendimento.

76 TREINO DA VELOCIDADE Fisiologicamente devemos enquadrar a velocidade dentro do metabolismo anaeróbico, e portanto, para o seu desenvolvimento, utiliza-se a forma unânime do sistema intervalado de treino. O objectivo do treino de velocidade será adaptar o organismo aos estímulos de máxima intensidade que se produzem ao longo de um jogo. Por isso, devemos ter em conta:

77 O estímulos devem ser de intensidade máxima ou supramáxima. A duração do estímulo há de ser breve (2”/8”/10”). A distância deve parecer-se o mais possível aos percursos que se dão em competição. As pausas devem seguir um pouco as dos jogos, serem activas ou relativamente curtas (deve-se evitar a aparição da fadiga nervosa). O número de repetições varia em função do tipo de velocidade a desenvolver, da preparação do jogador e do momento da época. Deve procurar inteconexões com gestos ou acções técnicas específicas.

78 Por último devemos ter em conta o desenvolvimento dos diferentes tipos de velocidade que se dão durante o jogo (acção/reacção, gestual, segmentária, capacidade de aceleração,...) para assim, potenciar o rendimento específico do jogador, tanto a nível de deslocamentos como de gestos técnicos. Os principais meios para o treino da velocidade são: ·       Métodos de repetições ·       Circuitos ·       Rampas ·       Sobrecargas ·       Progressivos/Regressivos ·       Capacidade de aceleração ·       Saídas ·       Jogos ·       Formas competitivas: 2x2, 3x3 · Trabalho de técnica de corrida: frequência x amplitude

79 A FORÇA Aplicando o termo força ao desporto, referimo-nos à capacidade motora que permite ao jogador superar ou opor-se a uma resistência externa ou interna (do próprio corpo) por meio da acção dos músculos; já que a única força que existe desportivamente falando é a que nasce da contracção muscular

80 TIPOS DE CONTRACÇÃO MUSCULAR
Devemos ter em conta que no decorrer do movimento, costumam-se produzir mudanças na mobilidade da contracção; ou seja, durante o exercício seguem-se padrões mistos. As denominações actuais acerca da contracção muscular baseiam-se em:

81 A) Variação do comprimento do músculo
Isométricas: Também chamada estáticas. O músculo contrai-se existindo uma diferença de tensão, mas sem modificar o comprimento. Por exemplo: tentar empurrar uma parede; aplicado ao futsal, manter uma posição voluntária perante um adversário que trata do impedir (luta do pivot de costas para a baliza). Isotónicas: Também chamadas dinâmicas; varia o comprimento do músculo e podem ser: -Concêntricas: Produz-se uma diminuição/encurtamento muscular. Por exemplo, o músculo bíceps numa flexão de braços; aplicado ao futsal, seria a contracção predominante na aceleração.

82 -Excêntricas: O músculo contrai-se (produz-se um alongamento muscular à medida que as inserções musculares se separem). Por exemplo, o músculo bíceps numa extensão do braço, aplicado ao futsal, seria a contracção predominante numa desaceleração

83 Como referimos anteriormente, na realidade estes tipos de contracção não se dão de forma isolada, senão que existe predominância de um tipo ou outro. A combinação do trabalho isotónico e isométrico de forma simultânea, resulta nas contracções: Auxotónica: Também chamadas estático-dinâmica. Por exemplo, no músculo biceps, seria a realização de uma flexão de braços. B) Velocidade de movimento Isocinéticas: Não varia a velocidade de encurtamento no decurso da contracção. Heterocinéticas: Varia a velocidade de encurtamento no decurso da contracção.

84 FACTORES DETERMINANTES DA FORÇA
Existe uma grande quantidade de factores que afectam o desenvolvimento da força muscular. Segundo Wazny e Zenon, temos os seguintes:  A) Factores Internos  A1) Modificáveis Coordenação intra e intermuscular: Para um movimento potente, necessitamos de uma completa relaxação dos antagonistas. Secção transversal do músculo: A força de um músculo é proporcional à magnitude do seu corte transversal. Os músculos cujo fibras correm paralelamente ao seu eixo tem maior capacidade de movimento, mas não são tão potentes como aquelas que estão dispostas em sentido oblíquo.

85 · Tipos de fibras (% de cada fibra): A força de contracção das unidades de contracção rápida C.R.(Fibras Brancas / FT / Rápidas / Anaeróbicas/Tipo II B – Explosivas) é muito maior do que as unidades de Contracção Lenta C.L. (Fibras Vermelhas / ST / Lentas / Aeróbicas / Tipo I). A maior força está vinculada ao tamanho das fibras que compõem a unidade motora (maior em C.R.). · Comprimento do músculo: A um maior comprimento da fibra muscular, corresponde maior força.   

86 · Unidades motoras implicadas: Conjunto formado por um motoneurona e os nervos motores que a conectam com as distintas fibras. A um maior número de unidades motoras implicadas, maior força. ·  Administração de energia: Via metabólica utilizada, descanso/recuperação, ... · Temperatura muscular: O aumento da temperatura corporal, implica uma diminuição da viscosidade muscular o que favorece uma contracção mais rápida e potente. · Fadiga: A fadiga diminui o limiar da excitabilidade. ·  Factores psicológicos.

87 A2) Não modificáveis (genéticos) 
·  Estrutura da fibra. · Biomecânicos: grau de rotação de uma articulação (mais forte em supinação que em pronação) · Idade e Sexo. B) Factores Externos  B1) Sociológicos  ·      Treino: Melhor treinar pela tarde do que pela manhã, atenção ao treino anterior (nadar).

88 ·       Educativos ·       Hábitos Sociais, ... B2) Ambientais · Clima: Maior capacidade de força na primavera e verão já que melhora com os raios ultravioletas. ·        Alimentação.

89 CLASSIFICAÇÃO DA FORÇA
A força normalmente surge numa combinação de factores físicos que condicionam o rendimento. De forma geral, poderíamos considerar quatro tipos de força: Força Máxima: Também denominada força lenta. Capacidade neuromuscular que nos permite efectuar a máxima contracção voluntária. Consiste em superar uma carga máxima sem ter em conta o tempo necessário já que o que interessa é a sobrecarga e não o tempo. O desporto típico é o halterofilismo.

90 Força Máxima Estática (Frey, 1977): Maior força que o
Força Máxima Estática (Frey, 1977): Maior força que o sistema neuromuscular pode exercer com uma contracção voluntária contra uma resistência insuperável. Força Máxima Dinâmica (Frey, 1977): Maior força que pode realizar o sistema neuromuscular com uma contracção voluntária na execução de um movimento.

91 Força de Velocidade (Harre, 1976): É a capacidade que o sistema neuromuscular possui para superar resistências com maior velocidade de contracção possível. Podemos subdividi-la em: Força Rápida: Capacidade de gerar uma tensão sub- máxima a uma velocidade também ela sub-máxima. Força Explosiva: Capacidade de gerar uma tensão sub-máxima a uma velocidade máxima.

92 Força Resistência (Harre 1976): Capacidade que tem o organismo para resistir ou opor-se à fadiga nos esforços de força de longa duração.   Força Relativa: Aquela que resulta de utilizar a força máxima junto ao movimento das alavancas humanas e da técnica desportiva para conseguir o máximo rendimento. Trata-se da força mais eficaz nos desportos.

93 Para além desta classificação, na hora de organizar o nosso treino podemos classificar a força atendendo ao tipo de exercícios praticados, resultando: 1º) Força Geral: Desenvolve-se através de exercícios de índole global não específicos da especificidade desportiva. Pretende-se uma condição muscular geral («construir» globalmente o jogador) procurando uma base para os próximos treinos de força.

94 Costuma-se utilizar esses exercícios na iniciação e pré-época, como por exemplo: auto-carga, utilização de aparelhos simples (bola medicinal,...), treino em circuito, body-building, tarefas com pesos / oposição de um companheiro,...

95 Estas tarefas, segundo Seirulo, devem possuir as seguintes características:
Ä Desenvolvimento da força, de forma analítica, dos músculos implicados na acção motora. Ä As condições de contracção motora são variadas. Ä As posturas corporais pouco similares. Ä A velocidade de execução varia. Ä Sobrecargas variadas e superiores ao do gesto específico, o qual permite o incremento da força. Ä Incremento variado e distinto ao dos jogos. De elevado valor a nível de auto-controlo.

96 2º) Força Dirigida: É desenvolvida pelos músculos implicados directamente no movimento ou acção técnico-táctica real, procurando o desenvolvimento de uma das manifestações de força que requer o futsal ou o trabalho dos grupos musculares mais solicitados na prática do futsal.

97 Um exemplo para desenvolver uma manifestação de força no futsal, sendo esta a força-resistência, seria a realização de um circuito de corridas, intercalando exercícios com acções técnicas (remates, passes, controlo,...). Se nos limitarmos ao trabalho dos grupos musculares, temos como métodos: halterofilia, isocinéticas, pliometria, body-building,...

98 Ainda, segundo Seirulo, as tarefas devem possuir as seguintes características:
Ä Desenvolvimento global da força nas sequências cinemáticas de cada grupo de gestos. Ä Condições de contracção complementares ou próximas das específicas. Ä  Posições de execução mais parecidas. Ä  Velocidade de execução próxima da específica. Ä  Sobrecarga superior mas virada para o futsal, de forma a permitir o incremento da velocidade. Ä Diminui o auto-controlo, aumenta o controlo exteroceptivo mediante elementos técnico / tácticos básicos. Ä Os componentes coordenativos acomodam-se à motricidade específica.

99 3º) Força Especial ou de Competição: Resulta dos mesmos movimentos ou acções técnico/tácticas reais em simultâneo ou alternadas com exercícios de força. Pretende-se conseguir uma transferência directa submetendo o jogador a sobrecargas ou acções de trabalho muscular, ao mesmo tempo que realiza os movimentos de um gesto técnico ou alternado a tarefa da força com a execução de gestos técnicos. Exemplos de tarefas para desenvolver estes tipos de força são: combinar acções técnicas com todo o tipo de multisaltos, realizar acções técnicas com oposição...

100 Seirulo indica-nos as características que devem possuir essas tarefas:
Ä Desenvolvimento global da força com ênfase nalgum pormenor da sequência cinemática específica de cada gesto. Ä Condições de contracção semelhantes ou idênticas às específicas. Ä  Condições de velocidade idênticas ou superiores. Ä  Sobrecarga igual. Ä  Instrumentos idênticos. Ä Elevado autocontrolo e altíssima exigência exteroceptiva, com elementos tácticos. Ä Componente coordenativo superior às necessidades da tarefa específica.

101 A FORÇA NO FUTSAL A força é uma capacidade imprescindível para provocar e deter o movimento mas: Que tipo de movimentos se dão no futsal?, e portanto, Que tipo de força treinar? O que parece claro, é que a força de um jogador de futsal não é a mesma que utiliza um halterofilista, um lutador ou nadador, ... embora compreende algumas partes. Citando Angel Vales, podemos dizer que no futsal se dão predominantemente « contracções musculares de tipo dinâmico (isotónicas) perante cargas submáximas (próprio peso corporal) que expressam movimentos geralmente rápidos ou explosivos nas fases decisivas do jogo ».

102 No futsal, todos os comportamentos motores específicos, especialmente as acções relevantes do jogo precisam de elevados níveis de força; portanto, necessitamos da força para: Ä Vencer a inércia do próprio corpo (deslocamentos, acelerações e desacelerações, saltos, mudanças de direcção / sentido, arranques e travagens, ...). Ä Superar a resistência dos adversários (situação de oposição física, cargas, lutas, choques,...). Ä Vencer a inércia da bola (passes), imprimir-lhe uma grande aceleração (cortes, remates,...) assim como trava-la (desvios, amortecimentos,...) ou detê-la (paragens,...). Ä Combinar os anteriores.

103 O TREINO DA FORÇA NO FUTSAL
A teoria do treino mostra-nos, como se pode verificar na figura, as fases sucessivas que deve realizar qualquer jogador de futsal para atingir níveis máximos de força. I F. ESPECIAL (AO LONGO DA ÉPOCA) F. DIRIGIDA (PRÉ-ÉPOCA / INÍCIO DA ÉPOCA) F. GERAL (INÍCIAÇÃO DESPORTIVA / PRÉ-ÉPOCA) T Evolução das cargas de treino da força e momentos de utilização (Riveiro, J.)

104 Portanto, para os nossos jogadores em idades de formação, torna-se fundamental dotar o organismo de níveis de força geral – de forma equilibrada (sem desigualdades entre os lados mais e menos hábeis) e com um bom balanço entre agonistas e antagonistas – em todos os seus grupos musculares. As cargas serão de um volume elevado, com intensidades médias, desenvolvidas através de exercícios globais, variados e multifacetados, como exercícios com o próprio corpo (autocarga), com companheiros ou com elementos simples (halteres, bolas medicinais, bancos, espaldares,...); orientando sempre os componentes da carga para a força resistência ou a força rápida.

105 Passamos agora, seguindo a classificação anteriormente apresentada, para alguns métodos de treino:
FORÇA RÁPIDA: Ä     Halterofilia - Intensidades mais baixas que na F. Máxima (60 – 80%); - Recuperação curta entre as repetições e de 3-5 min. entre séries; - Velocidade de execução elevada; - Nº de repetições: de 4 a 10; - Nº de séries: de 2 a 5; - Exemplo: Segundo o método de pirâmide crescente-decrescente 3 séries x (8-60%)+(6-70%)+(4-75%)+(8-50%) Ä     Body Building Ä     Rampas curtas a 100% Ä     Estímulos máximo com arrastamento 

106 FORÇA EXPLOSIVA: Ä     Para o trem superior - Multilançamentos da bola medicinal Ä     Para o trem inferior - Saltos horizontais e verticais isolados, sem contramovimentos; - Saltos em profundidade com bloqueio na recepção FORÇA EXPLOSIVA ELÁSTICA: - Saltos horizontais e verticais isolados, com contramovimento. - Multisaltos horizontais com posição inicial parada. - Multisaltos verticais subindo degraus.

107 FORÇA EXPLOSIVA ELÁSTICA REFLEXA:
- Saltos em profundidade com contramovimemto. - Multisaltos horizontais com corrida . - Multisaltos verticais entre barreiras. - Pliometria.

108 FORÇA RESISTÊNCIA: Ä     Halterofilia - Intensidades da carga situa-se entre 30 – 60%; - Recuperação de 2-3 seg. entre as repetições e longa entre séries; - Velocidade de execução moderada ou lenta; - Nº de repetições: de 12 a 15 em diante; - Nº de séries: de 2 a 3; - Exemplo: Seguindo o método de cargas estáveis 3 séries x (20-40%) Ä     Circuit Training (por tempo ou repetições) Ä     Rampas longas a 60-80% Ä     Exercícos (tácticos, autocarga,... intervalados com corrida).

109 FORÇA RELATIVA: - Corridas com cintos / coletes lacrados. - Multisaltos de qualquer tipo. - Arrastos. - Saltos verticais com bola medicinal. FORÇA MÁXIMA RELATIVA: Ä     Halterofilia - Intensidades que atingem níveis submâximos e/ou máximos(80–85% - 100%); - Recuperação total entre séries; - Velocidade de execução permitida pela carga; - Nº de repetições: de 1 a 4; - Nº de séries: de 1 a 3; - Exemplo: Seguindo o método da pirâmida crescente 2 séries x (3-85%)+ (2-90%)+(1-95%)+(1-100%) 

110 A FLEXIBILIDADE É a capacidade que nos permite executar movimentos de grande amplitude através da mobilidade articular e da elasticidade muscular. Existem duas formas de manifestação da flexibilidade: 1 - Flexibilidade Estática 2 - Flexibilidade Dinâmica

111 O treino da flexibilidade visa a melhoria da amplitude e da elasticidade muscular, exercendo uma função fundamental na prevenção de lesões a nível muscular. O trabalho da flexibilidade deve ser incluído na parte inicial e também na parte final das unidades de treino, quer pela sua função preventiva no aparecimento de lesões, quer por facilitar uma recuperação mais rápida após o esforço. A flexibilidade é uma capacidade involutiva, ou seja, vai se perdendo com o decorrer da idade, e a sua melhoria só se consegue através de um treino regular e sistemático.

112 1 – Flexibilidade Estática
É a capacidade que nos permite adoptar uma determinada posição e mantê-la durante certo tempo, sem que se produza qualquer tipo de movimentos. É o caso dos movimentos de espargata na Ginástica.

113 2 – Flexibilidade Dinâmica
É a capacidade que nos permite executar movimentos de grande amplitude com uma ou várias partes do corpo. É o caso do saltador em altura utilizando a técnica de “ Fosbory Flop “ no momento da transposição da fasquia.

114 MÉTODOS DE DESENVOLVIMENTO DA FLEXIBILIDADE

115 MÉTODO DINÂMICO Tem como objectivo o desenvolvimento da flexibilidade dinâmica, pretendendo-se chegar ao limite articular e do estiramento muscular através de pequenos movimentos (insistências) com uma duração de cerca de 30”.

116 MÉTODO ESTÁTICO Tem como objectivo o desenvolvimento da flexibilidade estática através de 3 formas: Método Estático-activo: Inicialmente faz-se durante 15’’ um estiramento simples, para depois e durante 15’’ forçar o estiramento até chegar próximo do seu limite. Método Estático-passivo: Faz-se o estiramento com a ajuda de uma força externa, que poderá ser um companheiro, de modo a forçar mais a articulação e o músculo, devendo os exercícios terem a duração de 20’’.

117 Método PNF ( Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva ): Este sistema é utilizado em três etapas:
1- Estiramento estático-passivo com a ajuda de um companheiro, durante 10’’. 2- Exercer uma força no sentido contrário à que exerce o nosso companheiro, durante 10’’. 3- Efectuar novamente um estiramento estático-passivo com a ajuda do nosso companheiro, durante 10 a 15’’.

118 NÍVEIS DE APLICAÇÃO Iniciação Desenvolvimento Desportivo
Recuperação de Lesões

119 INICIAÇÃO Movimentos dinâmicos, em especial lançamentos.
Movimentos estáticos-ativos. Técnicas de relaxação. Não utilizar movimentos estáticos assistidos por um companheiro. Trabalho equilibrado agonista-antagonista e prevenção da desestabilização das articulações.

120 DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO
Maior percentagem de movimentos dinâmicos que estáticos. Quando se busca a máxima amplitude do movimento utiliza-se os estáticos-passivos. Prioridade em movimentos dinâmicos para reforçar as acções balísticas, que se dão no desporto. Trabalhar também movimentos estáticos, para prevenir as lesões e equilibrar as funções antagónicas.

121 RECUPERAÇÃO DE LESÕES Movimentos dinâmicos de carácter suave e progressivo. Movimentos estáticos com técnicas de PNF. Movimentos dinâmicos para melhorar a activação nervosa do músculo e estáticos para melhorar a capacidade de estiramento do músculo e articulação. É aconselhável o acompanhamento do fisioterapeuta.

122 OBRIGADO E BOM TRABALHO...


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