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Estilística Prof. Édson Carlos.

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Apresentação em tema: "Estilística Prof. Édson Carlos."— Transcrição da apresentação:

1 Estilística Prof. Édson Carlos

2 Estilística Estuda a língua enquanto sistema de signos afetivos; investigar os recursos da língua e não do escritor. Compreende que o indivíduo ao falar não cria linguagem. Utiliza o código linguístico que a comunidade lhe impôs. Daí falar-se numa estilística fônica, sintática, mórfica e vocabular.

3 Estilística A estilística vê o estilo como desvio de uma norma.

4 Estilística Fônica Uma das características da linguagem poética, em sua função essencialmente conotativa, consiste numa espécie de esforço para ultrapassar a arbitrariedade do signo linguístico, motivando-o esteticamente. A ambiguidade predomina na linguagem poética, respondendo pelo seu caráter conotativo e plurissignificativo.

5 Estilística Fônica Em Português, língua de ritmo intensivo, não se limita apenas ao estudo do ritmo musical constituído pelas sílabas tônicas em intervalos regulares. Além da estrutura rítmica assegurada pelos intervalos entre sílabas tônicas e átonas, há também o ritmo silábico, determinado pela regularidade do número de sílabas em cada verso.

6 Estilística Fônica Deve-se analisar o ritmo em função das imagens e através da própria motivação da linguagem poética. A propósito, costuma-se dizer que o verso livre substitui os esquemas rítmicos tradicionais pelo ritmo subjetivo e psicológico, o que não é, ao nosso ver, inteiramente exato, pois vários esquemas tradicionais foram aproveitados pelos modernistas.

7 Estilística Fônica Além do ritmo e das rimas, podemos apresentar alguns dos principais casos de motivação sonora: aliteração, coliteração, assonância e onomatopeia. Exemplo conhecido de aliteração da consoante linguodental sonora /v/, encontramos em Cruz e Souza. Recurso muito explorado pelos simbolistas: Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias de violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.

8 Estilística Fônica A coliteração é uma sequência de palavras em que predominam consoantes homorgânicas visando' a obtenção de maior expressividade da frase. Ocorre-nos um verso de Antero de Quental: Com grandes golpes bato à porta e brado A coliteração aqui envolve as homorgânicas /k/-/g/, /p/-/b/, /t/-/d/.

9 Estilística Fônica À distribuição das vogais na frase dá origem ao fenômeno de fonética fraseológica denominado assonância, que é do que uma sucessão das mesmas vogais numa proposição. Veja esse exemplo de Drummond: Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar? sempre, e até de olhos vidrados, amar?

10 Estilística Mórfica O campo mais limitado da Estilística em língua portuguesa é, sem dúvida, o morfológico. Podemos, no entanto, apontar alguns fatos interessantes. Pode-se usar o substantivo singular com ideia de plural: Dessas rosas muita rosa terá morrido em botão...

11 Estilística Mórfica Vejamos casos envolvendo o adjetivo: 1 "Teus olhos negros, negros / como as noites de luar (Castro Alves) 2. Em "A lua está clarinha", clarinha adquire valor superlativo. 3. Em "A branca neve", pela redundância obtém-se um efeito estilístico.

12 Estilística Mórfica 4. Adjetivação impressionista: "Longínquo e triste sino“ 5. Adjetivação sinestésica: "Brancas sonoridades de cascatas“ "Sons melosos e soturnos“ “O sabor aromal do teu beijo".

13 Estilística Mórfica 6. A hipálage é uma adjetivação impressionista. O adjetivo modifica o termo que não é o seu determinado lógico: "Diante do lânguido quarto de uma mulher loura".

14 Estilística Mórfica 7. Nome com função adjetiva e adverbial: "O vento soprava violento sobre a cidade".

15 "O caminho desprendia um cheiro de lama e estrume".
Estilística Mórfica Passemos a alguns casos de emprego estilístico do verbo: O imperfeito propicia à afetividade: é o tempo da linguagem impressionista: "O caminho desprendia um cheiro de lama e estrume".

16 Estilística Mórfica 2. O presente histórico: consiste em usar o presente para narrar fatos do passado. É um dos recursos estilísticos mais representativos: “Então lázaro, ouvindo a voz do Senhor, levanta-se e anda". 3. As formas do gerúndio dando continuidade à ação verbal: “A vida vai acabando, acabando... ”

17 Estilística Sintática
No campo da sintaxe, os estudos estilísticos possibilitam inúmeras inovações. As palavras se agrupam numa frase numa interdependência natural que determina ralações necessárias e livres. É lícito ao escritor recorrer a certas construções sintáticas para obter maior efeito estilístico. Dessa forma se explica a posposição do possessivo ao substantivo: “Filho meu, onde estás? (G. Dias) ”. "Prazeres, sócios meus, e meus tiranos” (Bocage)

18 Estilística Sintática
Na coordenação, os termos e orações sucedem-se ligados por conjunção ou simplesmente justapostos. Em ambos os casos há inúmeros recursos de utilização estilística. Graciliano Ramos, em Vidas Secas, por exemplo, emprega a justaposição de orações coordenadas para indicar lentidão, desânimo e desalento. Outros utilizam a coordenação sindética, tendo em vista o valor da frase: "E zumbia, e voava, e voava, e zumbia" (A mosca azul. M. Assis)

19 Estilística Sintática
Na narrativa, os processos definem a estrutura da frase portuguesa: a) discurso direto, b) indireto e c) indireto livre. No discurso direto, o narrador, recorrendo em geral a um verbo dicendi (dizer, afirmar, declarar) reproduz a fala do personagem, o que permite hierarquizá-lo no plano social. No indireto, não se transcreve a fala do personagem. Ao contrário, transmite com suas próprias palavras, em oração subordinada substantiva, a informação do locutor.

20 Estilística Sintática
Variante do discurso direto e indireto, o indireto livre, também chamado por Mattoso vivido ou representado, é louvável inovação estilística. Nele o escritor aproxima o narrador e o personagem, dispensa o verbo discendi e o conectivo subordinativo e constrói períodos independentes. Mattoso considera o discurso indireto livre um recurso para preservar através da informação a manifestação psíquica e o apelo.

21 Estilística Sintática
A quebra da ordem canônica da frase também é uma forma de realce. O termo deslocado adquire valor enfático. Veja este exemplo clássico de Herculano: "Arquiteto do Mosteiro Santa Maria já não o sou".

22 Estilística Sintática
Os adjetivos usam-se pospostos ou antepostos aos substantivos. A posição do adjetivo altera o sentido da frase: velho amigo / amigo velho; e até mesmo a função: marinheiro brasileiro / brasileiro marinheiro.

23 Estilística Sintática
Dois problemas fundamentais se colocam no estudo estilístico dos pronomes pessoais. De um lado, a questão apaixonada da colocação dos pronomes oblíquos átonos. De outro, a mudança de tratamento na dialogal.

24 Estilística Sintática
A liberdade de colocação é correta no Brasil, como já está sancionada pelos autores brasileiros. O Modernismo procurou diminuir a distância entre a língua coloquial brasileira e a língua literária. Ouçamos Oswald de Andrade, em Pronominais: Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da raça brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro.

25 Estilística Sintática
Outra questão é a mudança de tratamento resultante da influência de fatores psicológicos. Exemplo significativo é o poema de Bandeira: IRENE NO CÉU Irene preta Irene boa Irene sempre de bom humor. Imagine Irene entrando no céu: Licença, meu branco? E São Pedro bonachão: – Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.

26 Estilística Lexical Abrange os estrangeirismos; regionalismos, arcaísmos, neologismos, palavras eruditas ou populares. Não prescinde igualmente da sonoridade e do teor semântico dos vocábulos. Grande é a preocupação do escritor com a seleção vocabular, até porque a seleção esta condicionada à natureza do gênero literário. Colocação livre dos pronomes átonos. Uso de palavras populares, de neologismos. Famoso é o poema de Bandeira: Beijo pouco, falo menos ainda Mas invento palavras que traduzem a ternura funda E mais cotidiana Invento, por exemplo, o verbo Teadorar intransitivo; Teadoro,Teodora.”

27 Estilística Lexical Já os arcaísmos são palavras que existiram e desapareceram da língua. Os arcaísmos são usados com valor estilístico. Como nos românticos a palavra asinha = depressa. Em relação aos estrangeirismos, tão condenados por alguns gramáticos, sob o aspecto estilístico, os estrangeirismos podem ser determinados por exigência da afetividade, ora por seu caráter de universalidade, ora por imposição de expressividade. Veja Drummond em Cota Zero: Stop a vida parou ou foi o automóvel?

28 Estilística Lexical Ou no "Poema de Sete Faces": Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: vai, Carlos, ser gauche na vida.


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