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Disciplina FLM 5354 Aprendizagem da Tradução e Competência do Tradutor: Bases, Polêmicas, Pesquisa Docente: Heloísa Pezza Cintrão Aluna: Mariana Ribeiro.

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1 Disciplina FLM 5354 Aprendizagem da Tradução e Competência do Tradutor: Bases, Polêmicas, Pesquisa Docente: Heloísa Pezza Cintrão Aluna: Mariana Ribeiro de Souza USP/FFLCH/DLM 1º semestre de 2010

2 O falante bilíngue se torna um tradutor Tentativa de um modelo desenvolvimentista GIDEON TOURY Universidade de Tel Aviv

3 Toury começa seu texto dizendo que um dos pré-requisitos para tornar-se tradutor dentro de um determinado ambiente cultural é ganhar reconhecimento por esta capacidade, ou seja, ele pretende mostrar aqui como é possível que um bilíngue se transforme em um tradutor. A primeira parte do trabalho trata da natureza versus educação na formação de tradutores. Em 1973, Brian Harris foi o primeiro a acentuar a importância da tradução natural, em suas palavras “a tradução feita nas circunstâncias cotidianas por pessoas que não tiveram um treinamento especial para isso.” Daí o conceito de tradução como habilidade humana e da ideia de se criar um modelo desenvolvimentista.

4 Toury, por sua vez, elabora sua definição do tradutor nativo no âmbito da didática dos Estudos da Tradução. Para ele, tradutor nativo é aquele que gradualmente cresce nesse papel sem treinamento formal. A essa ideia preliminar, Toury, em 1984, acrescentou o ambiente social em que certos conceitos sobre o que é tradução são criados. Tanto a ideia do tradutor natural quanto a do tradutor nativo ganharam força devido à mudança de enfoque dos Estudos da Tradução, que passou a ser considerada uma disciplina de natureza empírica. Essa abordagem mais empírica na área dos Estudos da Tradução causou uma mudança de paradigma, que levantou a questão acerca da natureza e da educação na formação do tradutor.

5 De volta a Harris, em 1978, ele e Bianca Sherwood publicam um artigo intitulado Tradução como habilidade inata em que há a análise da tradução natural em jovens de até 18 anos, que traduziram sem treinamento formal. O artigo apresenta 3 estágios de tradução natural e uma tentativa de modelo desenvolvimentista.

6 1. Fase pré-tradução: transposição via um meio linguístico para outro mediante a associação de palavras nas duas línguas. Aqui já se percebe a existência de uma ponte não-verbal entre os termos linguísticos, bem como sua inevitabilidade e inconsciência. 2. Autotradução: traduzir para si mesmo ou para outros (relações interpessoais). 3.Transposição (transduction): tradutor como intermediário entre duas pessoas.

7 Para Toury, tal modelo é questionável, pois não aponta quando uma fase evolui para outra, é baseado em apenas uma variável, a idade, não marca onde começa o bilingualismo (para Harris parece ser uma questão apenas biológica) e, por fim, não analisa a distância entre bilingualismo e aquisição de língua em geral. Por essas razões, Toury acredita que não se pode traçar um modelo desenvolvimentista a partir do artigo de Harris e Sherwood. Tradução como humanamente inata é uma pré-disposição especializada em crianças.

8 A segunda parte do trabalho trata da hipótese da habilidade tradutória inata não ser suficiente. De acordo com Toury, há uma pré-disposição para a tradução coextensiva ao bilingualismo, mas identificar a tradução como habilidade meramente bilíngue é uma enorme simplificação, porquanto o desenvolvimento de uma habilidade não significa uma pré-disposição para ela. A pergunta crucial, então, é: como esta habilidade se revela e se desenvolve. É um pouco exagerado pensar que todo bilíngue externará sua habilidade inata em relação à tradução. Outros fatores adicionais são necessários para a revelação dessa pré-disposição especial para a tradução.

9 A brecha entre a mera presença da pré-disposição mental e a sua realização na performance (247), de um lado, e o desenvolvimento de uma habilidade com o passar do tempo parece refletir a deplorável deterioração da própria noção de tradução natural. Esta noção serve para nos ajudar a entender como um falante bilíngue se torna tradutor. Deve-se compreender tradutor nativo como aquela pessoa para quem a habilidade de traduzir não é apenas uma pré-disposição inata, mas que reconhece a relevância da motivação social e das funções sociais da tradução.

10 Se a própria pré-disposição para traduzir é coextensiva ao bilingualismo, a sua manifestação como habilidade pode ser entendida como coextensiva à habilidade de estabelecer similaridades e diferenças entre as línguas, o que denota a presença de um mecanismo de transferência, o qual permite a ativação da capacidade interlinguística. Esta capacidade parece ser passível de treinamento, o que envolve tradução em contexto. A abordagem do modelo desenvolvimentista proposto por Toury sugere que a noção de norma da competência tradutória (translational performance:248) é a aquisição da habilidade do tradutor nativo.

11 A terceira parte do trabalho trata da formação do tradutor nativo
A terceira parte do trabalho trata da formação do tradutor nativo. Traduzir é a produção de um texto comunicativo, ou seja, é, por natureza, um ato interativo que necessita de feedback. Este feedback que o tradutor recebe é, na sua essência, normativo. Não é apenas a expressão na língua e na cultura do receptor, mas a realização de um modo específico de produção de texto. A noção de norma envolve aquela de sanção. No estágios iniciais da formação do tradutor, esta sanção é externa. Pouco a pouco, o tradutor desenvolve um sistema de monitoramento interno.

12 Esse processo de formação externo-interno significa a socialização do tradutor, sendo assimilada pelo feedback normativo que ele recebe capaz de modificar sua competência básica e gradualmente se transformar em parte dela. Portanto, a “competência” do tradutor nativo representa a mistura característica de natureza e educação, de humanamente inata e de assimilada individualmente e determinada socialmente. A norma é internalizada e se torna parte da competência modificada e será aplicada à produção de textos cada vez mais espontâneos.

13 Durante a socialização dos tradutores, os bilíngues que gostam de traduzir desenvolvem rotinas que lhes possibilitam lidar com a tradução não de maneira abstrata, mas em tarefas concretas, tais como: que tipo de produção de texto para que tipo de grupo social. A natureza da aquisição da competência tradutória (251) tem a ver, na prática, com as tarefas tradutórias que são pedidas, pois os tradutores em socialização desenvolvem estratégias para lidar com problemas específicos que podem ocorrer durante a tradução, como: evitar o problema em vez de se debruçar demais sobre ele ou deixar mais tempo e energia para partes da tarefa que são menos automáticas. Isso demonstra como o processo de tomada de decisão muda gradualmente.

14 A transferência do discurso parece ser uma estratégia no modelo desenvolvimentista. Outras duas são a adequação e a especialização. Com isso, crescer profissionalmente parece ser um resultado possível para o tradutor nativo.

15 A quarta parte do trabalho trata de como um modelo desenvolvimentista seria validado. Os dados disponíveis são insuficientes para a criação de um modelo desenvolvimentista, portanto este deve ser inferido e ter como balizas dados comparáveis suscetíveis de interpretação desenvolvimentista e estudos longitudinais, nos quais os dados são recolhidos segundo as solicitações de um estudo da tradução como habilidade distinta. Por isso, a contextualização é um ponto central nesse modelo.

16 A quinta e última parte aborda as possíveis implicações para o treinamento do tradutor. Aqui, Toury trata dos modelos atuais de formação do tradutor. Para ele há uma brecha entre o que é ensinado e o que é requerido do tradutor no mercado de trabalho. Deve existir um ajuste, pelo menos em parte, para normas predominantes de adequação sociocultural. Por certo que o processo de se tornar tradutor envolve cada vez mais rotinas elaboradas, mas o tradutor deve ser capaz de criar suas próprias rotinas e princípios. O processo pedagógico deve incluir o elemento da tentativa e erro e estimular os alunos a avaliarem o próprio trabalho.

17 Acima de tudo, o tempo do treinamento deve ser uma introdução ao mundo do dar-e-receber, tão característico na vida real do tradutor profissional. No lugar do “nós sabemos melhor” deve surgir “tudo tem seu preço”. Por fim, considerar a tradução como uma genuína tomada de decisão entre diversas possibilidades, portanto deve-se pensar na conquista, “no deve ser”. Para Toury, os estudos da tradução descritivos incluem a noção de norma que varia de acordo com a cultura e devem capacitar o aluno para reconhecer tal situação.


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