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Área das Humanas: Psicologia.

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1 Área das Humanas: Psicologia.
OS ASPECTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EM UMA CRIANÇA COM AUTISMO: UM ESTUDO DE CASO Área das Humanas: Psicologia. Doralina Enge Marcon – Bolsista do Art. 170 Simone Vieira de Souza – Orientadora da Pesquisa Psicologia – UNISUL - Campus Pedra Branca Introdução O presente estudo trata sobre o aspecto de ensino-aprendizagem, em um contexto de escolarização de uma criança com o diagnóstico de Síndrome de Asperger, compreendida como um dos espectros do autismo. A pesquisa se insere dentro dos estudos direcionados à área da educação e inclusão escolar, por meio de um estudo de caso. Segundo Tudge (1996), Vygotsky cita que uma criança em contato com um adulto mais competente, faz com que seu desenvolvimento progrida, pois este já tem os significados internalizados e pode transmiti-los para a criança, ajudando na aprendizagem. Para Vygotsky (2007, p. 100), “[...] o aprendizado humano pressupõe uma natureza social específica e um processo através do qual, as crianças penetram na vida intelectual daqueles que as cercam”. Dessa forma, considerando que a criança com autismo tem limitações e dificuldades de interação social, possivelmente, outros comprometimentos podem ser desencadeados: [...] raramente compartilham a atenção do parceiro ou mesmo do adulto sobre algum objeto ou evento particular. São incapazes de focar a atenção visual de forma espontânea com um adulto e atrair a atenção deste para realizarem juntos alguma tarefa. (PASSERINO; SANTAROSA, 2007, p.57), Pareceu relevante investigar questões referentes à aprendizagem sustentados no referencial histórico-cultural de Vygotsky, como por exemplo: 1.Como se dá a mediação no aprendizado de crianças com autismo? 2.Como ocorre a “inclusão” da criança dentro do espaço escolar – pensando na sua relação com os vários atores que constituem parte deste cenário – professores, alunos, especialistas, etc? Objetivo O desenho da pesquisa buscou identificar as mediações no aprendizado da criança, relacionando com o conceito de zona do desenvolvimento proximal e real, pressuposto vygotskyano. Metodologia O método utilizado se deu por meio de entrevistas realizadas com a professora/regente da sala e a monitora da criança, inserida em escola pública na rede de ensino do município de Palhoça/SC, caracterizando-se enquanto uma pesquisa qualitativa e estudo de caso. Conclusões Observa-se uma fragilidade que atravessa a prática do professor e do monitor no que diz respeito a compreensão do aluno e sua Síndrome, bem como uma limitação quanto a dimensão da inclusão escolar do mesmo, confirmando o que se tem encontrado na literatura sobre o que acontece na prática cotidiana das escolas que dizem incluir, ou seja, na realidade as ações tem objetivado e reafirmado uma idéia de exclusão. Um aspecto importante: pessoas com Síndrome de Asperger têm dificuldades quanto à metaforização. Paulo, nesse sentido, possivelmente teria dificuldade em interpretar textos, e algumas expressões utilizadas no cotidiano. A fala das professoras revela certa confusão e contradição no que diz respeito à compreensão do dado apresentado: “Ele leva tudo ao pé da letra. Se tu não explicar pra ele, ele leva ao pé da letra” (sic, professora), bem como a fala da monitora citada na tabela. Indivíduos com Asperger, por outro lado, têm facilidade em decorar, por isso, provavelmente, Paulo repete com detalhes minuciosos o texto que lê, ele decorou o texto, sem que isto, possa significar a compreensão/apropriação do mesmo. Dubois e Charczuk (2008) questionam-se: se não se entende como a criança aprende, como propor situações de aprendizagem? Ou seja, para ser professora de uma criança deve-se entender esta, quais suas reais limitações, quais suas facilidades e como ensiná-la de forma mais efetiva. Pode-se perceber uma valorização de Paulo em detrimento dos outros da sala, até mesmo como se fosse um “super herói”, peculiaridade que atravessa a história de pessoas com deficiência, ou seja, se estabelece uma relação que oferece um lugar ou do coitadinho, neste caso, não se deposita grande expectativas à pessoa, acredita-se numa limitação incapacitante, ou como super herói, o que se observa na história do Paulo. Sobre isto, remete-se a discussão de como incluir sem excluir, de forma a tornar o preconceito maior ou deixando a criança em mais evidência. As conseqüências na vida adulta podem ser graves, pois a pessoa irá se deparar com ambientes que não a valorizam, pelo contrário ambientes que a discriminem, e assim pergunta-se: será que ela saberá lidar com essas situações? Será possível dessa forma trabalhar em uma sociedade que por “genealogia, ela mesma é excludente”? (VEIGA NETO, 2005, p 68). Parece que para realizar todas as atividades escolares, Paulo precisa de uma mediação. Segundo pressupostos vygotskyanos, é fundamental para que a criança, mais tarde, consiga efetivar suas ações e as faça sozinha. É relevante que Paulo seja avaliado dentro da zona de desenvolvimento real que se encontra, observando qual “o nível de desenvolvimento das funções mentais da criança que se estabeleceram como resultado de certos ciclos de desenvolvimento já completados” (VYGOTSKY, 2007, p. 95 e 96), percebendo quais atividades a criança consegue desenvolver sozinha, sem a mediação de algo ou alguém. É importante que o professor identifique quais as zonas de desenvolvimento proximal da criança para que assim, possa mediar o aluno de forma adequada nas suas atividades, promovendo o seu desenvolvimento e aprendizagem. NEVES (2005, p. 111) cita que Vygotsky “compreende o desenvolvimento como um processo qualitativamente diferente para cada indivíduo, no qual os obstáculos podem ser contornados por meio de processos compensatórios, sendo a mediação fundamental para a obtenção de bons resultados”. Para que isso ocorra, deve-se levar em consideração quais as potencialidades do sujeito e suas possibilidades que podem ser percebidas através da zona de desenvolvimento proximal da criança. Bibliografia NEVES , Marisa Brito da Justa. Por uma psicologia escolar inclusiva. In :MACHADO, Adriana Marcondes et al. Psicologia e direitos humanos: educação inclusiva, direitos humanos na escola. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.(VYGOTSKY, 2007, p. 95 e 96), VEIGA NETO, Alfredo. Quando a inclusão pode ser uma forma de exclusão. In :MACHADO, Adriana Marcondes et al. Psicologia e direitos humanos: educação inclusiva, direitos humanos na escola. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. DUBOIS, Rejane Caspani; CHARCZUK, Maria Solange Bicca. Que escola queremos? In: CHARCZUK, Maria Solange Bica; FOLBERG, Maria Nestrovsky. Crianças psicóticas e autistas: a construção de uma escola. Porto Alegre: Mediação, p TUDGE, Jonathan. Vygotsky, a zona de desenvolvimento proximal e a colaboração entre pares: implicações para a prática em sala de aula. In: MOLL, Luis C. Vygotsky e a educação: implicações pedagógicas da psicologia sócio-histórico. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2007. Apoio Financeiro: Unisul Resultados Categoria Professora Monitora Compreensão das professoras em relação à síndrome E sempre na entrada e na saída ele me dá dois beijos, ele me beija e depois ele puxa meu rosto para eu beijar ele. Com todo mundo ele faz isso [...] comigo é todo dia na hora da entrada e na hora da saída. [...] Mesmo assim, mesmo ele se atrasando um pouquinho, bateu o sinal, a mãe dele já está esperando ele, ele vem correndo onde eu to, às vezes to fechando o armário, arrumando a gaveta, ele me beija, segura meu rosto para beijar ele (sic, professora). “Pesquisadora: e facilidade? - Muita facilidade! Interpretar texto mesmo, assim, imitação, é muito bom. Pesquisadora: ele entende o que ele lê então? Tudo! Tudo, tudo” (sic, monitora). “Do coitadinho ao super herói” Ele fala muito bem, ta, fala palavras bem difíceis, ele é uma criança normal. Assim, como posso te colocar normal... Ele se comunica melhor que muitos de uma terceira. Sabe, ele é muito inteligente, eu tenho 30 crianças, e ele assim de inteligência é um dos melhores (sic, professora). Eu até uso ele às vezes para dar uma lição no amiguinho, aí eu digo, “olha poxa, teu amiguinho ficou preocupado contigo, tu tas incomodando em sala, não ta prestando atenção”. E ele acaba falando para eles “dá para ficar quieto? Dá para ouvir a professora?” Ele chama a atenção deles, ele é maravilhoso. [...] E também assim oh, eu digo “pessoal, olha só o Paulo*, ele ta ficando agitado, vocês acham que não tem muita bagunça? Até ele está notando” Aí a turma se acalma, já fica mais tranqüila (sic, professora). [...] e ele e outro menino foram os únicos que tiraram oito e meio. Ele é super inteligente. [...] Meu Deus, cada função ele sabe pra que que serve. Ele sabe qual é o presidente dos Estados Unidos, o vereador daqui, o prefeito daqui, quem é o presidente. Coisas que muitas crianças, crianças “normais” entre aspas né, não conhece. [...] Agora dificuldade, dificuldade eu não vejo assim, porque ele é bem inteligente em tudo assim. Notas dele excelente. Ano passado disseram pra mim que ele ganhou até Carta de Honra ao Mérito, assim sabe? (sic, monitora) Monitora e sua função de espelhamento “O Mirela*, me ajuda aqui” E a Mirela, “Paulo vamos fazer” daí ela senta “quanto é tanto e tanto” Daí ele fica “a, é isso” Aí ele responde, mas ele precisa ter uma mediação, para ele acertar, ele não suporta a idéia que vai errar aquela conta. Ele tem que acertar, ele faz para acertar. Tanto que se ela deixa às vezes ele fazer errado, ela “será que ta certo?” Ele vira lá confere “ta errado ta errado”, ela assim “então vamos fazer certo” [...]eu passei toda uma atividade no quadro e eu assim “pessoal, vamos resolver, depois eu vou fazer a correção no quadro” Se a Mirela for no banheiro ou foi tomar água, ele vem na minha mesa [...] Ele vai chegar aqui, “o que, que aconteceu com o Joãozinho quando foi passear na floresta?” “não sei, o que aconteceu?” “Ah, professora, ele caiu bateu com a cabeça” Daí ele conta (sic, professora). Pesquisadora: e tu achas que tua orientação poderia ser dispensada pra ele? - Não. Não por... Eu acho que ele sempre vai precisar assim, não depois da quinta que ele vai estar maior, mas até mesmo porque ele precisa disso, que tu questione ele, pra ele poder responder a atividade (sic, monitora). Quadro 1 – Categorias de análise e falas da professora e da monitora da criança diagnosticada com Síndrome de Asperger.


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