A apresentação está carregando. Por favor, espere

A apresentação está carregando. Por favor, espere

INTRODUÇÃO AOS CLÁSSICOS DO PENSAMENTO ECONÔMICO

Apresentações semelhantes


Apresentação em tema: "INTRODUÇÃO AOS CLÁSSICOS DO PENSAMENTO ECONÔMICO"— Transcrição da apresentação:

1 INTRODUÇÃO AOS CLÁSSICOS DO PENSAMENTO ECONÔMICO
INTRODUÇÃO AOS CLÁSSICOS DO PENSAMENTO ECONÔMICO David Ricardo AULAS 9 a 13

2 David Ricardo viveu durante a chamada Revolução Industrial.
Contexto histórico Revolução industrial David Ricardo viveu durante a chamada Revolução Industrial. Durante este período a produção deixa de ser uma função da destreza ou habilidade dos trabalhadores para ser coordenada pela produtividade das máquinas Os ganhos de produtividade alcançados nesta nova relação fazem da indústria do algodão, principal frente exportadora da Grã-Bretanha. No campo as transformações se dão através dos enclosures. Através deles, o setor agrícola é dividido em unidades especializadas, controladas por proprietários de capital.

3 Contexto histórico (cont.)
A obtenção de lucro passa a ser, portanto, o principal estímulo à produção nestas regiões. No plano político, este processo representa a supressão dos barões fundiários e a consolidação do poder dos capitalistas, mediante, é claro acirrada disputa entre as classes. Ricardo tomou parte nesta disputa sempre defendendo, através de suas formulações teóricas, os interesses dos proprietários de capital contra os interesses dos proprietários de terra.

4 A lei dos cereais Durante o período de a Inglaterra é impossibilitada de comerciar com outras nações européias, devido à guerra que move contra a França Napoleônica. Neste contexto, o preço dos artigos da produção interna sobem, principalmente os agrícolas, como o trigo e os cereais que compunham a subsistência dos trabalhadores. Com o fim da guerra, é reaberta a possibilidade de importar tais bens, o que é visto como fim dos lucros extraordinários obtidos por seus produtores internos. Estes pressionam o parlamento para impedir a entrada dos cereais mais baratos, o que resulta na promulgação das: Leis dos cereais (Corn laws), que impõem um preço mínimo para a entrada destes artigos no país.

5 A lei dos cereais (cont.)
A implicação desta lei, a mais imediata, é a manutenção dos salários em um alto nível, enquanto, paralelamente, a indústria mais importante da Grã-Bretanha, a algodoeira, necessita de cortar seus gastos para recuperar a margem de lucro em processo de retração. As Corn Laws determinam, portanto, a oposição direta dos capitalista industriais aos proprietários no que diz respeito aos rendimentos de cada um. “O sistema de Ricardo emergiu diretamente e espontaneamente do grande debate sobre as Corn Laws em ” “ (...)por motivos analíticos Ricardo sempre emprega ‘cereal’ como um termo representativo para os salários. Fazendo isso, ele concentrou seu aparato teórico nas repercussões econômicas das Corn Laws.”

6 Ricardo e a controvérsia bulionista
A Inglaterra, no final do século XVIII envolveu-se em uma série de guerras que consumiram grandes investimentos bélicos, pago com a transferência de ouro inglês, às frentes de batalha alocadas em outros países. Dessa forma, a utilização do ouro para cobrir gastos imediatos, levou à redução das reservas de metais. O banco inglês agiu então, em 1797, impondo a circulação de papel-moeda, em substituição ao ouro. O papel-moeda sofreu desvalorizações sucessivas, passando a possuir um poder de compra cada vez menor, ou seja, a inflação manifestou-se em um aumento dos preços.

7 Ricardo e a controvérsia bulionista (cont.)
Ricardo atribuía esta inflação à emissão excessiva de moeda, efetuada pelo banco da Inglaterra. Como solução propôs a redução da moeda circulante numa magnitude equivalente ao aumento dos preços que desejava-se corrigir. Isto é, deveria-se impor a redução da quantidade de moeda até que cada uma delas atingisse o valor de cunhagem, correspondendo à quantidade de ouro inicialmente estabelecida.

8 O iluminismo e a emancipação da economia
A revolução francesa em fins do século XVIII faz do liberalismo filosófico força política e realidade social. Esta nova forma de construir o conhecimento humano, deu origem à especialização intelectual, e à divisão do processo de produção do conhecimento em estágios independentes. Da filosofia, ciência mestra, emancipam-se campos de estudo que passam a dispor do status de ciências independentes, como a economia. Esta ciência nascente tem seu campo de estudo definido num primeiro momento quando Adam Smith publica A Riqueza das Nações. Ricardo foi muito influenciado pela obra de Smith. Tanto que podemos afirmar que é da leitura desta que formou-se boa parte de seu interesse pela consideração teórica das questões econômicas.

9 A teoria da renda e do lucro
Significado da teoria da renda e do lucro: Ricardo, ao estudar a produção focaliza a “determinação do valor e da evolução da taxa de lucro.” A teoria da renda de Ricardo foi elaborada para dar consistência à sua teoria dos lucros. Ela nasce inspirada no trabalho de Mathus, An Inquiry into the nature and causes of Rent, de 1815. Dobb nos diz que “ A sua teoria dos lucros foi em muitos aspectos mais importante [do que a teoria da renda] para a estrutura essencial da sua doutrina.” A renda surge no sistema de Ricardo como diferença entre os produtos brutos obtidos no cultivo de terras de diversos graus de fertilidade. Trata-se, portanto, de uma renda diferencial.

10 A teoria da renda e do lucro (cont.)
Para analisar como a renda afeta a taxa de lucro, Ricardo parte inicialmente de um modelo simples no qual o único produto é o cereal. O capital investido é reduzido a cereal, bem como o produto final e o lucro. A partir disso é colocado que “A taxa de lucro e juro deve depender da proporção de produção destinada ao consumo necessário para essa produção.” Isto é, os lucros são determinados pela proporção entre cereal produzido(produto bruto) e cereal consumido(salários) na agricultura. Suas formulações teóricas sedimentaram a famosa lei dos rendimentos decrescentes. Segundo esta lei a medida que terras adicionais são alocadas na produção de alimentos seu produto marginal cresce a taxas decrescentes (gráfico 1) devido aos diferenciais de produtividade e ou distâncias destas. Por outro lado, a disputa pelas as terras de maior produtividade eleva a renda das terras de maior fertilidade pressionando as taxas de lucro.

11 A teoria da renda e do lucro (gráfico 1)

12 A teoria da renda e do lucro (cont.)

13 A teoria da renda e do lucro (cont.)
Dedução da teoria da renda: As terras de uma região são limitadas tanto em sua quantidade como em sua fertilidade. Em relação a este último parâmetro, existe uma margem intensiva e uma margem extensiva. A margem intensiva diz respeito à intensidade do cultivo em determinada terra. Indica, portanto, a quantidade de trabalho - e - capital empregada a partir da qual uma determinada terra passa a gerar produtos brutos cada vez menores. A margem extensiva diz respeito à extensão do cultivo por diversas terras. É o limite de expansão territorial a partir do qual o produto bruto, obtido nas novas terras, passa a ser cada vez menor.

14 A teoria da renda e do lucro (cont.)
No início do processo de ocupação, a produção das terras de maior grau de fertilidade é suficiente para proporcionar a subsistência dos habitantes. Com o aumento populacional terras de grau inferior têm de ser ocupadas. Aplicando-se a mesma intensidade de trabalho em todas as terras, de acordo com o grau de fertilidade, obterá-se mais ou menos produto bruto. A quantidade de produto bruto obtido é diretamente proporcional à fertilidade. Portanto, como a ocupação dá-se do maior para o menor grau de fertilidade, o número de terras utilizadas é inversamente proporcional ao produto bruto adicionado a cada avanço do processo de ocupação.

15 A teoria da renda e do lucro (cont.)
De acordo com o corolário mathusiano o salário conserva-se no nível de subsistência (independente das condições de cada terra). Desta forma, o produto líquido diminui proporcionalmente à redução do produto bruto. É importante perceber que a renda não participa da formação dos preços, ela é determinada pelos preços. Nas palavras de Ricardo:“O cereal não é caro porque paga-se a renda, mas paga-se a renda porque o cereal é caro.”

16 Análise da teoria da renda e do lucro
Implicações da teoria da renda e do lucro: A queda do lucro na economia representa decadência para Ricardo, pois implica em menor acumulação e posterior produção. Este raciocínio fundamenta a contestação que Ricardo promoveu contra a Lei dos Cereais, votada e colocada em vigor pelo parlamento inglês. Esta lei impedia a entrada de cereais na Inglaterra. Ela sobrecarregava a produção interna, elevando a margem de cultivo e portanto levando à redução dos lucros. Com isso Ricardo prevê que as nações tendem ao estado estacionário (steady state), no qual os lucros inexistem. Como Ricardo acreditava que o lucro é a motivação única da acumulação, no estado estacionário a acumulação simplesmente não ocorrerá.

17 Análise da teoria da renda e do lucro (cont.)
O estado estacionário aproxima-se a cada extensão da margem de cultivo. Isto pois cada passo neste sentido implica em nova redução dos lucros. A grande conclusão de Ricardo é que : “Se os salários subirem os lucros terão, necessariamente, de cair.” Daí deriva a relação antagônica existente entre os interesses dos capitalistas e dos trabalhadores. Problemas na teoria do lucro A dedução apresentada mostra-se problemática quando são levados em conta os movimentos dos preços, cotados em moeda.

18 Análise da teoria da renda e do lucro (cont.)
A conclusão de que os lucros agrícolas determinam os lucros do sistema mostra-se falsa quando fazemos o seguinte raciocínio: O aumento do preço do produto bruto gerado em cada terra - e portando da receita captada pelo capitalista - é possivelmente capaz de compensar o aumento do custo em salários, fazendo com que os lucros se conservem. Isso pois os salários são pagos com a produção da terra, o cereal, que é tanto o produto como o insumo. Ou seja, com o aumento do valor nominal do cereal, eleva-se tanto o salário como a receita que será utilizada para pagá-los no período precedente.

19 Análise da teoria da renda e do lucro (cont.)
Assim os lucros não se reduziriam na agricultura e sim na indústria, dado que somente os salários dos trabalhadores que contrata consistem em cereal. Neste setor a subida dos salários não é acompanhada pela subida dos preços- seus produtos são manufaturas e não cereais- e isto resulta numa queda nos lucros auferidos. Dessa forma, “é a taxa de lucro industrial que regula a taxa de lucro agrícola, e não o inverso.” Para facilitar a compreensão deste crucial encadeamento de efeitos, um pouco de álgebra será introduzida.

20 Análise da teoria da renda e do lucro (cont.)
O preço do produto da terra mais fértil é dado por Xp, ou seja produto bruto em quilos de cereal (X) multiplicado pelo preço do quilo de cereal(p). O preço do produto da terra menos fértil é dado por X(p+p), devido ao maior investimento que tem de se fazer nesta terra para obter a mesma quantidade X de cereal. Como o maior preço é o que valerá, pois nenhum capitalista deixará de desfrutar da possibilidade de lucro extra, o preço do quilo cereal será agora (p+p). Para produzir cereal é necessário investir cereal, na forma de salário.Então teremos um aumento tanto dos custos da produção como da receita da produção.

21 Análise da teoria da renda e do lucro (cont.)
Ou seja, quando somente a primeira terra é cultivada, os salários serão dados por (wT)p, ou seja, a quantidade em quilos de cereal(w) consumida por cada trabalhador multiplicada pelo número de trabalhadores (T) e multiplicada pelo preço do quilo do cereal, em moeda. A taxa de lucro será então: De onde tiramos que o preço do quilo de cereal realmente não influi na taxa de lucro,e mesmo com sua elevação, esta última conservar-se-á .

22 Análise da teoria da renda e do lucro (cont.)
Já na indústria a situação será diferente.Supondo que salários, consistindo em cereal, são pagos no valor de w’T’p, e que a receita de um dado setor é de X’p’,a taxa de lucro será dada por: Mas, com o aumento do preço do cereal, advindo da agricultura, de p para p+Dp, a nova taxa de lucro será de:

23 Análise da teoria da renda e do lucro (cont.)
Concluímos então, que, com o aumento do preço do cereal, provocado pela maior dificuldade de obtê-lo, a taxa de lucro é reduzida somente na indústria,conservando-se na agricultura a mesma taxa de lucro. A teoria do lucro modificada Para tornar rigorosa a teoria Ricardiana do lucro, adaptaremos suas premissas originais, excluindo a influência do preço. Isso será feito expressando-se todos os preços fisicamente como quantidades de cereal. O lucro passa a ser a quantidade excedente de cereal sobre os salários(também em cereal).

24 Análise da teoria da renda e do lucro (cont.)
Com isso em mente, a “nova” teoria será introduzida na forma de exemplo. Um capitalista contrata T trabalhadores, pagando a cada um deles w kg de cereal, para que cultivem suas terras que são , no momento, as de pior qualidade possível. No final do ano, X kg de cereais são produzidos. Com isso o lucro será de X- wT (1). Sendo r a taxa de lucro, ela será dada por:

25 Análise da teoria da renda e do lucro (cont.)
Se chamarmos de a a quantidade de cereal produzida por cada trabalhador, teremos que: Levando (3) em (2):

26 Análise da teoria da renda e do lucro (cont.)
Observado esta equação percebemos que r aproxima-se de 0 quando a aproxima-se de w ; ou seja, quando o produto por trabalhador for totalmente gasto em salários não haverá lucro. Quando a margem de cultivo se estender a uma terra da qual poderá-se retirar um produto bruto suficiente apenas para cobrir os gastos salariais, o produto por trabalhador a será exatamente igual ao gasto para manter este trabalhador. Então, nas condições deste modelo, quanto mais terras são cultivadas, menor será a taxa de lucro agrícola.

27 Análise da teoria da renda e do lucro (cont.)
Devemos agora atrelar este raciocínio ao aumento da renda. Supomos então que: Na terra de fertilidade imediatamente superior à primeira a produção por trabalhador é de a’ kg, sendo T’ a quantidade de trabalhadores contratados. Assim sendo, como a concorrência nivela as taxas de lucro em r, o lucro obtido aí será de:

28 Análise da teoria da renda e do lucro (cont.)
A renda obtida deduzindo-se do produto bruto a’T’ o lucro (5) e os salários(wT’): De (6) e (4) retiramos que com a conquista de terras de menor fertilidade, a (produto por trabalhador da terra menos fértil) reduzirá-se progressivamente. De onde concluímos que a renda total aumentará em (6) na mesma velocidade que o lucro cairá em (4). É exatamente por recorrer aos preços que Ricardo encontrou dificuldades.

29 Análise da teoria da renda e do lucro (cont.)
Se tivesse expressado todos os parâmetros fisicamente (em quantidades de cereal), principalmente o lucro, não teria necessidade de buscar uma explicação para as variações de preço. Portanto Ricardo “ teve de introduzir uma teoria do valor para demonstrar como os preços daqueles outros bens(industriais) se alteravam quando o custo do cereal aumentava.”

30 A Teoria do valor trabalho
O valor de troca das mercadorias é determinado pela sua escassez e pela quantidade de trabalho despendido na sua produção. A utilidade é um atributo de cada uma das mercadorias, mas não um determinante do valor destas. A escassez é um determinante do valor das mercadorias que não podem ser livremente produzidas, como obras de arte. Todas aquelas não submetidas à esta restrição estão nas condições da teoria do valor-trabalho. O princípio geral da teoria de Ricardo é o de que o valor de troca é estritamente proporcional ao trabalho incorporado. Com este princípio Ricardo observou que a produção de mercadorias pode ser reduzida a incorporações sucessivas de trabalho à matéria original.

31 A Teoria do valor trabalho (cont.)
Ou seja, as próprias ferramentas que auxiliam o trabalho são compostas por trabalho passado. Smith abandonou a teoria do valor como trabalho incorporado quando percebeu que ela não poderia explicar a formação dos preços em uma situação na qual os setores produtivos tivessem diferentes composições de capital e trabalho(relação entre os gastos em salários e os gastos em máquinas). Esta constatação de Smith deu origem aquele que ficou conhecido como o problema da transformação de valores em preços, que reaparece em Ricardo e Marx. Ricardo foi o primeiro a estudar a fundo este problema. Mas sua maior contribuição não foi a solução que apresentou para ele, e sim a formulação rigorosa e clara que deu à esta questão, pois trata-se de um problema realmente complexo.

32 A Teoria do valor trabalho (cont.)
Para que possamos compreender com precisão o nó por trás do problema da transformação de valores em preços, dois exemplos explicativos serão desenvolvidos.

33 A solução de Ricardo para o problema da transformação de valores em preços
Como Smith e Ricardo observaram, a teoria do valor-trabalho não se aplica às situações em que a composição entre capital e trabalho tomam diversas formas nos setores produtivos. Nessas situações, ocorrem distorções nos preços não controladas pela quantidade de trabalho incorporado. Ricardo estudou os efeitos de variações nos salários sobre os preços de mercadorias com diferentes composições de capital e trabalho, e concluiu: Aquelas mercadorias que são produzidas mediante maior investimento em capital (máquinas) do que em trabalho, apresentando uma composição capital/trabalho maior do que a média social, terão seus preços aumentados com a queda dos salários.

34 A solução de Ricardo para o problema da transformação de valores em preços
O que se deve ao fato de que, dado que a queda dos salários significa aumento dos lucros, tendo estes uma maior participação na formação dos preços de produtos capital-intensivos do que os salários, os preços de tais produtos terão de subir. Pelo mesmo motivo, se os salários aumentarem, os referidos preços cairão. Aquelas mercadorias que possuem uma composição de capital e trabalho equivalente á composição média de uma economia, não terão seus preços alterados quando os salários e os lucros oscilarem. Todas as mercadorias com a composição capital/trabalho inferior à composição média, produzidas mediante maior investimento em salários do que em capital, terão seus preços diminuídos com a queda dos salários e acrescido com o aumento destes.

35 A medida invariável do valor
Ao abandonar seu modelo de uma só mercadoria, o grão, Ricardo percebeu que para expressar os salários e os produtos líquidos, deveria fazê-lo através de muitas mercadorias. Para isso precisava de um padrão invariável, uma mercadoria que fosse produzida sempre com a mesma quantidade de trabalho. Sabia que esta mercadoria só poderia ser aquela que tivesse uma composição capital/trabalho igual à média, pois dessa forma não estaria sujeita às flutuações dos salários e lucros. Ricardo não pôde encontrar tal mercadoria, e sua teoria do valor permaneceu incapaz de descrever os preços com exatidão.

36 Livre comércio e suas vantagens
Vantagens Absolutas Segundo Adam Smith para que o comércio entre dois países seja mutuamente benéfico, cada um deles deverá possuir vantagem absoluta na produção de uma mercadoria. A vantagem absoluta de que fala Smith, e sua importância podem ser apresentadas através do seguinte raciocínio: Dadas duas mercadorias, supostas idênticas, A e B, produzidas nos países 1 e 2, pode-se avaliar se um dos países ocupa mais ou menos sua força de trabalho na produção de cada uma delas, sendo mais ou menos custoso tal processo em cada um deles. Se o país 1 precisar de menos trabalho para produzir A do que o país 2, diz-se que o primeiro tem uma vantagem absoluta na produção de A em relação ao segundo, e vice-versa, se empregar menos mão-de-obra para produzi-la.

37 Livre comércio e suas vantagens (cont.)
Desta forma cada um deles pode se especializar na produção da mercadoria que produz mais facilmente, trocando-a por quantidades daquela que o outro país produz mais facilmente. Ricardo elaborou um mecanismo mais aprimorado e de maior alcance para a operação do comércio internacional. O sistema do comércio internacional de Ricardo baseia-se nas diferenças entre as quantidades de trabalho empregadas em cada setor de um dado país. A inovação de Ricardo está em como ele relaciona estas diferenças. De acordo com este sistema, a vantagens absoluta é uma condição suficiente, mas não necessária para que a transação seja benéfica para aquele que a possui. A condição necessária na interpretação de Ricardo é a vantagem comparativa.

38 TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS
Comparando a razão dada pelas quantidades de trabalho despendidas na produção de duas mercadorias em um dado país com a razão obtida na produção das duas mesmas mercadorias em outro país, pode-se dizer se o comércio entre eles será capaz de torná-los mais prósperos. Se um dos países apresentar uma razão entre os custos menores do que o outro, diz-se que ele tem uma vantagem comparativa na produção da mercadoria cujo custo em trabalho ocupa o numerador da razão. Algebricamente teremos:

39 TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS (CONT.)
Algebricamente teremos: onde R é a razão de cada um dos países 1 e 2, respectivamente; T (A) e T (B) são as horas de trabalho necessárias para produzir A e B no país 1; e T*(A) e T *(B) são as horas de trabalho necessárias para produzir A e B no país 2. Como dissemos acima, se obtivermos R(1)<R(2), o país 1 tem uma vantagem comparativa na produção de A e desvantagem comparativa na produção de B. Isto pode ser visualizado se tomarmos R(1) e R(2) como a expressão do preço da mercadoria A em termos da mercadoria B em cada um dos países.

40 TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS (CONT.)
Se A é mais barata em 1 do que em 2, então B será mais barata em 2 do que em 1. Vejamos: Sai daí que cada se país produzir somente a mercadoria que precisa de menos trabalho para ser feita, relativamente á outra que produz, cada um deles poderá trocar com o outro unidades daquela que produz mais facilmente por unidades da que este produz mais facilmente. É importante perceber que as trocas serão lucrativas mesmo que não existam vantagens absolutas.

41 BLAUG, M.Historia do pensamento econômico. Lisboa : Dom Quixote, 1989
Bibliografia BLAUG, M.Historia do pensamento econômico. Lisboa : Dom Quixote, 1989 HUNT, E. K.História do Pensamento Econômico.Rio de Janeiro : Campus, 1987 NAPOLEONI, C.Smith, Ricardo e Marx. Rio de Janeiro : Graal, 1991 ELTIS, W.A.The Classical theory of economic growth. New York : St. Martin's Press, 1984 Blaug, M.Ricardian economics. New Haven : Yale University Press, 1958 DOBB, M.Teorias de valor e distribuição desde A.Smith.Portugal: Ed Presenca, 1973 FEIJÓ, R. História do pensamento econômico: de Lao tse a Robert Lucas.São Paulo : Atlas, 2001 RICARDO, D. Princípios de Economia Política e Tributação.São Paulo: Abril Cultural, 1983


Carregar ppt "INTRODUÇÃO AOS CLÁSSICOS DO PENSAMENTO ECONÔMICO"

Apresentações semelhantes


Anúncios Google