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MORFEU ENTRE OCIDENTE E ORIENTE

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Apresentação em tema: "MORFEU ENTRE OCIDENTE E ORIENTE"— Transcrição da apresentação:

1 MORFEU ENTRE OCIDENTE E ORIENTE
O SONO E SEUS TRANSTORNOS À LUZ DA NEUROCIÊNCIA E DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA Heber Koitiro Harada Naturopata dR. Em acupuntura (WFCMS) Especialista em anatomia clínica e funcional Especialista em qualidade de vida

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3 Por que se sofre tanto com transtornos do sono na atualidade. Sousa, J
Por que se sofre tanto com transtornos do sono na atualidade? Sousa, J.C., Reimão, R. Epidemiologia da insônia. Psicologia em Estudo, v.9, n.1, p.3-7, 2004. “O SONO E VIGÍLIA EM EXCESSO SÃO, AMBOS, SINAIS DE DOENÇA”. Aforismo LXXI, Hipócrates, séc. V a.C. Broman et al. (1996): numa amostra populacional suíça (600 adultos entre 24 e 64 anos), 20% detectados com distúrbios de sono insuficiente, 50% com dificuldade para dormir. Hogagen et al. (1994): população geral de Manheim (Alemanha), prevalência de 31% de insônia. Rocha, Guerra & Lima e Costa (2000): estudo com população adulta acima de 18 anos em Bambuí (MG). Prevalência geral de insônia de 35,4%. Metade das queixas (48%) tinha duração maior do que um ano. Mulheres representavam 47% das queixas de insônia, contra 28% dos homens. Reimão (2011): população adulta negra rural isolada de Furnas do Dionísio, município de Jaraguari (MS). Prevalência da insônia em 40,83% da população negra estudada.

4 Por que se sofre tanto com transtornos do sono na atualidade. Sousa, J
Por que se sofre tanto com transtornos do sono na atualidade? Sousa, J.C., Reimão, R. Epidemiologia da insônia. Psicologia em Estudo, v.9, n.1, p.3-7, 2004. Vela-Bueno et al. (1999): estudo em Madrid (Espanha), prevalência de 11,3% de insônia, predominantemente em mulheres, idosos e desempregados. Sonolência diurna excessiva em 11,6%; Janson, Lindberg, Gislason, Elmasry & Boman (2001): estudo populacional longitudinal na Suíça. Amostra de 2602 homens de 30 a 69 anos. Insônia diretamente relacionada a fatores de estilo de vida, como obesidade, inatividade física e dependência de álcool. Ohayon et al. (1998): insônia prevalente em 17,7% na população francesa. Kageyama et al. (1997): estudo com população de 8 regiões urbanas no Japão. Prevalência de insônia de 11,2%; maior risco de insônia nos sujeitos que moravam perto de locais de tráfego volumoso. Karacan et al. (1976): população de 1645 indivíduos moradores de regiões urbanas da Flórida (EUA); mais de um terço deste número relatou algum problema de sono. Bixler et al. (1979): distúrbios do sono são mais comuns entre idosos.

5 Sono Normal Características AASM working group report
Sono Normal Características AASM working group report. Sleep, 2004; 27(8): 1567 – 96 ausência de queixas de sono ou ausência de sintomas diurnos atribuíveis à insatisfação com o padrão de sono; rotina regular rítmica do ciclo sono-vigília com horários regulares de dormir e acordar; ausência de evidências de transtorno médico ou mental que cause perturbação e sintomas do sono; ausência de evidências de uso, abuso, retirada de substâncias que causem perturbação e sintomas do sono; ausência de evidências de transtorno primário do sono.

6 O SONO COMO OBJETO DE ESTUDOS Um pouco de história...
Os modernos estudos sobre o sono começaram de fato em 1929, com a descrição da atividade elétrica do cérebro pelo psiquiatra alemão Hans Berger, que cunhou o termo “eletroencefalograma” - EEG. Em 1930, Chicago (EUA), três pesquisadores (Loomis, Harvey e Hobart) começaram a avaliar sistematicamente a atividade eletroencefalográfica do cérebro durante o sono. Notaram que o sono não se mantém de forma regular por toda a noite, mas apresentava padrões que se alternavam de maneira mais ou menos parecida entre todos os sujeitos pesquisados. Em 1953, o termo REM (Rapid Eye Movement) foi proposto por Aserinsky & Kleitman. Em 1957, Dement & Kleitman definiram a existência de três estados de consciência: vigília, sono não-REM (NREM), sono REM. Em 1959, Jouvet & Michel demonstraram a atonia axial como característica marcante do sono REM.

7 ELETROENCEFALOGRAMA (EEG) Lent, R. (org. ) Cem bilhões de neurônios
ELETROENCEFALOGRAMA (EEG) Lent, R. (org.) Cem bilhões de neurônios? Atheneu, 2ª edição, 2010.

8 ESTADOS DE CONSCIÊNCIA
Vigília 4 fases Na nova padronização da AASM (2007)  N1, N2, N3  Não REM Sono Sono paradoxal REM

9 Como começamos a dormir????

10 O ciclo vigília sono é regulado por neurônios hipotalâmicos do Sistema Ativador Ascendente.
Pouco antes do despertar, os neurônios do Sistema Ativador Ascendente voltam a disparar, cessa a inibição dos núcleos talâmicos sensitivos pelo núcleos reticular e inicia-se novo período de vigília. Durante o dia, estes neurônios estão muito ativos, ativando intensamente o córtex cerebral. Ao final do dia, aproximando-se o momento de dormir, um grupo de neurônios do hipotálamo anterior (núcleo pré-optico ventrolateral) inibe a atividade dos neurônios monoaminérgios do Sistema Ativador Ascendente, desativando o córtex. Simultaneamente, o núcleo reticular do tálamo inibe a atividade dos núcleos talâmicos sensitivos, barrando as vias sensoriais de enviarem estímulos para a córtex. Inicia-se, assim, o estado de sono de ondas lentas (NREM), quando a atividade elétrica cortical é devida a circuitos intrínsecos sem influência de informações sensoriais externas.

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14 Traçado polissonográfico Vigília

15 Traçado polissonográfico Sono NREM – Fase 1

16 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SONO NREM Fase 01 (N1 – AASM, 2007)
Transição da vigília para o sono. Consciência ainda está mantida. Com o fechamento dos olhos, ondas alfa occipitais (8 a 13 Hz na região occipital do crânio). Ondas teta (4 a 7 Hz). Movimentos oculares lentos e intermitentes. EMG mostra redução do tônus muscular.

17 Traçado polissonográfico Sono NREM – Fase 2
Fusos K

18 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SONO NREM Fase 02 (N2, AASM, 2007)
Presença de fusos no EEG (ondas sigma de alta amplitude, 12 a 14 Hz, duração de 0,5 a 1,5s, predominante nas regiões frontais) Presença de complexos K (ondas bifásicas de grande amplitude, duração maior do que 0,5 s, com uma fase negativa aguda e uma fase positiva mais lenta. Ocorre a sincronização da atividade elétrica cerebral  decréscimo do grau de atividade dos neurônios corticais, cessação do movimento dos olhos. Fase em que é mais difícil acordar o indivíduo, ele admite que já dormiu. Pode durar de 5 a 15 min ao longo da noite, ocupando cerca de 45% a 55% do tempo total de sono (TTS).

19 Traçado polissonográfico Sono NREM – Fase 3

20 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SONO NREM Fase 03 (N3 - AASM, 2007)
Ondas delta de grande amplitude (acimda de 75 microV) e de baixa frequência (1 a 2 Hz), que constituem 20 a mais de 50 % do traçado do EEG. Raros movimentos oculares e o tônus muscular diminui progressivamente. Acordar o indivíduo neste estágio é muito difícil. Conhecido como sono de ondas lentas.

21 “CÉREBRO OCIOSO EM UM CORPO MÓVEL”
RESUMO Sono NREM “CÉREBRO OCIOSO EM UM CORPO MÓVEL” William Dement Relaxamento muscular com manutenção do tônus Progressiva redução dos movimentos corporais Aumento progressivo das ondas lentas no EEG (20% - 50% de ondas delta em sono NIII) Ausência dos movimentos oculares rápidos Respiração e ECG regulares Ocupa predominantemente a primeira metade da noite Repouso do cérebro: baixo consumo de oxigênio e predomínio do tônus parassimpático. Redução da frequência cardíaca e respiratória.

22 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SONO REM
“CÉREBRO ATIVO EM UM CORPO MÓVEL” William Dement Hipotonia ou atonia muscular. Dessincronização cortical (ativação da formação reticular mesencefálica). Ondas theta de baixa voltagem e frequência mista (2 a 7 Hz) como na vigília. Consumo de oxigênio pelo cérebro é igual ou maior do que em vigília, refletindo a atividade cortical. Sono paradoxal: apesar de ser um sono profundo, EEG é parecido com o da vigília, mas com uma máxima hipotonia da musculatura esquelética. Movimentos físicos e mioclonias multifocais / emissão de sons. Movimentos oculares rápidos  rapid eye movements Respiração e ECG irregulares. Sonhos. Concentra-se na segunda metade da noite.

23 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SONO REM
Acredita-se que possua importância ativa no processo de consolidação de memórias. Gerado por neurônios colinérgicos da formação reticular do núcleo pedúnculo-pontinho. Ativação cortical tão intensa como na vigília. Não há movimentação corporal pois os neurônios motores estão inibidos, resultando em atonia  vias colinérgicas descendentes dos neurônios do núcleo pendúnculo-pontino Sonhos bizarros podem ser decorrentes da ativação aleatória de áreas do córtex. Sono REM é encerrado por neurônios do locus ceruleus  neurônios do despertar.

24 Traçado polissonográfico Sono REM
Ondas em dente de serra

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26 DERIVAÇÕES MAIS COMUNS USADAS NOS EEG Lent, R. (org
DERIVAÇÕES MAIS COMUNS USADAS NOS EEG Lent, R. (org.) Cem bilhões de neurônios? Atheneu, 2ª edição, 2010

27 HIPNOGRAMA

28 Divisão básica dos distúrbios do sono ICSD 2005
INSÔNIAS PARASSONIAS

29 A INSÔNIA NA MEDICINA OCIDENTAL
Definição Dificuldade de iniciar ou manter o sono, despertar precoce ou levantar e ter a sensação de sono não reparador, em ambiente e condições adequadas para o sono. (Principles and Practice of Sleep Medicine – Kryger et al, 2011)

30 A INSÔNIA NA MEDICINA OCIDENTAL
Avaliação primária da insônia A queixa do paciente é comportamental e/ou ambiental? Por conta de suas atividades profissionais e acadêmicas, não pode dormir antes, e tem que acordar muito cedo; o ambiente em que dorme é adequado, tem pouco ruído, pouca luminosidade? (Principles and Practice of Sleep Medicine – Kryger et al, 2011)

31 A INSÔNIA NA MEDICINA OCIDENTAL
Além de queixas relacionadas ao sono, o paciente com insônia tem queixas diurnas: fadiga, sonolência diurna, déficit de atenção, concentração e memória. Disfunção social, profissional e acadêmica. Irritabilidade, propensão a erros e acidentes. Cefaléia, sintomas gastrointestinais. (Principles and Practice of Sleep Medicine – Kryger et al, 2011)

32 Divisão básica dos distúrbios do sono ICSD 2005
INSÔNIAS Aguda Psicofisiológica Paradoxal Idiopática Secundária a distúrbio mental Relacionada a higiene do sono inadequada Insônia comportamental da infância Secundária a drogas ou outras substâncias Secundária a condições clínicas Não secundária a uso de substâncias ou condições fisiológicas definida Orgânica inespecífica 1. Insônia aguda: relacionada a um fator desencadeante bem determinado, como a perda de um ente querido ou doença física. Dura alguns dias/semanas. 2. Insônia psicofisiológica: preocupação excessiva com o sono e atitudes equivocadas com o objetivo de iniciar ou manter o sono, que têm efeito contrário ao desejável e pioram a insônia. Dificuldade para dormir associada com a ansiedade de querer dormir gerando, assim, mais ansiedade e preocupação excessiva, piorando a insônia. 3. Insônia paradoxal: queixa subjetiva de extrema dificuldade para dormir, sem apresentar queixas diurnas compatíveis com a privação do sono. É aquele paciente que se queixa que “não durmo há dois anos!!!” Isto não é possível. Ao se realizar a polissonografia, não se encontram resultados que mostrem, de fato, esta insônia. O que temos, então, é uma má percepção do sono. 4. Insônia idiopática: instalação na infância, sem causa definida. 5. Insônia secundária a distúrbio mental: queixa de insônia ocorre por distúrbio mental associado. 6. Higiene do sono inadequada: paciente adota medidas que são desfavoráveis a um sono adequado. 7. Insônia comportamental da infância: criança com inadequada associação ao sono ou falta de limite da criança. Devemos preparar a criança para o dormir, como diminuição da claridade e dos ruídos, banhos mornos, manter horários regulares para dormir. 8. Insônia secundária a drogas ou outras substâncias: utilização de drogas que influenciam na qualidade de sono (prescrita, automedicação ou recreacional). 9. Insônia secundária à condição clínica: associada com doença clínica. 10. Insônia não secundária à substância ou condição fisiológica definida: não é possível sua classificação em outros grupos, porém há suspeita de associação com distúrbio mental, fator psicológico ou prática inadequada com o sono. 11. Insônia orgânica inespecífica: não é possível sua classificação em outros grupos, porém há suspeita de associação com distúrbio clínico ou uso de substâncias.

33 Divisão básica dos distúrbios do sono ICSD 2005
PARASSONIAS 1. Distúrbios do despertar (NREM), mais presentes na primeira metade da noite: Despertar confusional Sonambulismo Terror noturno 2. Parassonias relacionadas ao sono REM (mais frequentes na segunda metade da noite): Distúrbio comportamental do sono REM Paralisia do sono reconrrente Pesadelos Distúrbios do despertar (sono NREM) Despertar confusional Sonambulismo: Episódios recorrentes de levantar e deambular durante o sono. Normalmente ocorre na primeira metade do sono. O paciente tem, neste momento, expressão vazia e fixa, e tem grande dificuldade para ser despertado. É mais fácil conduzi-lo à cama novamente sem despertá-lo. Caso isso ocorra, ele pode mostrar-se agressivo. Terror noturno: episódios de despertar abrupto normalmente na primeira metade da noite com gritos de pânico e medo intenso. taquicardia, taquipnéia, sudorese e grande ansiedade 2. Parassonias usualmente relacionadas ao sono REM Distúrbio comportamental do sono REM movimentos violentos com sonhos de luta não apresentando a atonia motora normalmente associada com o sono REM. pode machucar quem está do lado. Paralisia do sono recorrente: incapacidade de executar movimentos na transição sono-vigília. Pesadelos

34 CONDIÇÃO ASSOCIADA: DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS
Síndrome de apnéia central do sono Síndrome de apnéia obstrutiva do sono Síndromes de hipoventilação / hipoxemias relacionadas ao sono (aumento da PCO2) 1. Apnéia central Apnéia central primária Apnéia central devido à respiração de Cheyne Stokes Apnéia central devido à respiração periódica relacionada à altas altitudes Apnéia central devido à condições médicas (exceto Cheyne Stokes) Apnéia central devido à drogas ou outras substâncias Apnéia primária da infância Definição: interrupção do fluxo inspiratório durante o sono, por um período mínimo de 10 segundos, na ausência de esforço respiratório 2. Apnéia obstrutiva 1. Apnéia obstrutiva do adulto 2. Apnéia obstrutiva na infância  Cessação do fluxo inspiratório durante o sono, por um período mínimo de 10 segundos, na presença de esforço respiratório. 3. Síndromes de hipoventilação / hipoxemia relacionadas ao sono 1. Hipoventilação alveolar não obstrutiva do sono idiopática 2. Síndrome da hipoventilação alveolar central congênita Hipoventilação alveolar: alterações que levam à elevação da pressão arterial de gás garbônico no sangue acima de 45 mmHg. Desequilíbrio entre a produção e eliminação deste gás. Estas desordens podem ser agudas ou crônicas (>1 mês). A hipoventilação pode ou não estar presente na vigília.

35 APNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO (SAHOS)
Na apnéia obstrutiva do sono ocorre colabamento da via aérea superior. # A inspiração gera uma coluna de pressão negativa que predispõe à obstrução do espaço aéreo. # O esforço respiratório que se segue não consegue vencer esta resistência e então ocorre a apnéia. # Durante o evento ocorre ativação do sistema nervoso autônomo, e segue-se período de dessaturação da oxihemoglobina. O aumento do esforço para vencer a resistência e ativação simpática culminam na superficialização do sono ou mesmo despertar. # Como consequência ocorre aumento do tônus muscular e o paciente volta a respirar.

36 SAHOS  sistema cardiovascular e endócrino.
Sono  fator de risco independente para doenças endócrinas e cardiovasculares. Relação direta com: síndrome metabólica aumento da resistência à insulina hipertensão arterial sistêmica e doenças cardiovascular coronariana insuficiência cardíaca congestiva e arritmias.

37 A PRIVAÇÃO DO SONO É CONSIDERADA UMA DOENÇA INFLAMATÓRIA!!!
Aumento de marcadores inflamatórios Aumento do estresse oxidativo Aumento das atividades procoagulantes e trombóticas Hipóxia crônica + fragmentação do sono Disfunção endotelial e metabólica Aterosclerose Distúrbios cardiovasculares associados à apnéia.

38 O SONO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Bu Mei Bu De Mian Bu De Wo Mu Bu Ming INSÔNIA Lei Zheng Zhi Cai (Padrões Determinados e Tratamentos Precisos) “O sono vem quando o yang qi vai do movimento para o repouso; o despertar ocorre quando o yin qi vai do silêncio ao movimento. A insônia se manifesta quando este ciclo se quebra.”

39 MECANISMOS DO SONO SEGUNDO A MTC
Teoria do Yin e Yang Ao amanhecer, o yang qi do organismo move-se para o exterior, o que permite que despertemos. Ao meio dia, yang qi do organismo é mais abundante. Ao crepúsculo, o yang qi gradualmente diminui no exterior e caminha para o interior. Quando o yang perpetra o yin (interior), há sono e quando o yang está fora do yin há a vigília. Teoria do movimento do Qi defensivo Durante o dia o qi defensivo circula nos canais yang, o que nos torna despertos. Durante a noite, o qi defensivo direciona-se para os canais yin, o que induz ao sono. Teoria da governança do espírito Períodos se sono e vigília são controlados pela atividade do espírito (manifestação do exterior corporal). O espírito abriga-se no coração. Como o dia é yang (atividade e iniciativa), o espírito é transportado para o exterior e o indivíduo permanece ativo. A noite é yin (calmaria e estática). O espírito é transportado para o interior, permitindo ao indivíduo descansar e dormir.

40 Yang exterioriza-se do Yin
Pele e músculos Qi defensivo circula no exterior durante o dia e no interior durante a noite Yang exterioriza-se do Yin YIN Órgãos internos Yang entra no Yin adaptado de Qiao Yi e Al Stone. "Traditional chinese medicine study guide". Eastland Press, 2008.

41 Desordens do sono INSÔNIA SONOLÊNCIA OU LETARGIA
Desarmonia ou falta de comunicação entre o coração e o rim Deficiência de baço e coração Deficiência de Qi de coração e vesícula biliar Desarmonia de estômago e baço Hiperatividade de fogo do fígado Fleuma calor que perturba o coração SONOLÊNCIA OU LETARGIA Acúmulo de fleuma – umidade que acomete o baço Deficiência de Qi do baço Deficiência de Yang do coração e rim Enfermidades febris que penetram no nível Ying e Xue

42 INSÔNIA DESARMONIA ENTRE CORAÇÃO E RIM
Paciente deita na cama e fica rolando para os lados sem conseguir dormir. Mas quando consegue dormir, concilia bem o sono, sem interrupções. Irritabilidade fácil, pesadelos, sonhos excessivos, sudorese noturna, dor ou debilidade de região lombar e joelhos, língua vermelha com pouca saburra. Pulso filiforme e rápido. Hiperatividade de fogo do coração Yin do rim insuficiente

43 INSÔNIA DEFICIÊNCIA DE QI DE CORAÇÃO E VESÍCULA BILIAR
Não há dificuldade para iniciar o sono, mas acorda várias vezes à noite com sobressaltos ou com crises de terror. Temor fácil, irritabilidade, sabor amargo na boca, náuseas, vertigem, opressão torácica, língua pálida, pulso em corda e filiforme. E agora, José??? Emoção reprimida (?!?!) Fleuma calor na VB Ressecamento dos fluidos  Fleuma  Qi VB instável Mente temerosa e intranquila Perda da função de drenagem e dispersão

44 INSÔNIA DESARMONIA ENTRE BAÇO E ESTÔMAGO
Paciente acordado a noite toda, dando voltas na cama sem poder dormir. Desconforto e distensão abdominal, eructações frequentes, língua com saburra grossa e pegajosa, pulso escorregadio ou em corda. Mente Sob condições normais, o Estômago tem a função de receber o alimento e a bebida, decompô-los e amadurecê-los e levar os produtos da digestão par baixo. Quando estas funções estão enfraquecidas, o que pode ser decorrente de frio, calor, deficiência ou excesso, estagnação ou retenção de alimentos, liquidos e sangue, podem surgir duas principais desarmonias: 1) o qi E pode falhar em descer, causando estagnação do qi e dos alimentos e acarretando plenitude, distensão, dor epigástrica ou abdominal, falta de apetite. 2) o qi do Estômago pode subir em contracorrente, causando náusea, vômitos, eructações, soluços e dificuldde de ingestão. No caso de calor do Estômago, pode haver fome excessiva. No caso de deficiência de yin do Estômago, fome sem desejo de comer. Acúmulo de alimentos sem digestão no estômago “Quando o Qi do estômago não é harmônico, o sono não é tranquilo.”

45 INSÔNIA DEFICIÊNCIA DE QI DE BAÇO E SANGUE DE CORAÇÃO
Paciente deita na cama e dorme sem dificuldades. Mas o sono é leve, e acorda com muita facilidade várias vezes à noite. Uma vez acordado, tem dificuldade para conciliar o sono novamente. Palpitação, anorexia, fadiga fácil, face e lábios pálidos, língua pálida com saburra branca e delgada, pulso filiforme e débil. Há ligação direta do Coração com o Baço. Se o qi do Baço estiver fraco, a fonte de sangue fica fraca e falta nutrição ao Coração e ao espírito, resultando em insônia e inquietação. Deficiência de sangue do coração Lesão de baço Má nutrição do sangue Não capta a essência dos alimentos

46 INSÔNIA HIPERATIVIDADE DE FOGO DE FÍGADO
Sono leve, dificuldade para adormecer. Quando dorme, tem pesadelos frequentes. Fácil irritabilidade, dor e distensão torácica e hipocondríaca, cefaléia*, rosto e olhos vermelhos, boca com sabor amargo, sobretudo pela manhã. Fezes secas, língua vermelha principalmente nos bordos, com saburra amarelada, pulso rápido e em corda. Hiperatividade do fogo de fígado Estagnação prolongada de Qi de fígado

47 ACÚMULO DE FLEUMA CALOR
INSÔNIA INSÔNIA COM ANSIEDADE EXCESSIVA FLEUMA CALOR QUE PERTURBA O CORAÇÃO Sono leve, dificuldade para adormecer, sonhos e pesadelos frequentes. Irritabilidade, ansiedade excessiva, sensação de opressão torácica e gástrica, distensão abdominal, anorexia, soluços, regurgitação ácida, cabeça pesada, tontura, expectorações amareladas, dificuldade em evacuar, urina escassa e escura, língua vermelha com saburra amarelada e pegajosa, pulso escorregadio e rápido. Alterações psiquiátricas ACÚMULO DE FLEUMA CALOR MENTE CORAÇÃO Paciente já ingere em excesso: comidas picantes, gordurosas, doces, bebidas alcoólicas DISFUNÇÃO DO BAÇO

48 PATOGENESIA DA INSÔNIA
CALOR PATOGÊNICO EXÓGENO CALOR PATOGÊNICO (EXCESSO DO YANG) DESORDENS DOS ZANG FU CALOR PERTURBA O ESPÍRITO ESTAGNAÇÃO PRODUZ CALOR CALOR DEFICIENTE DEFICIÊNCIA DE QI, SANGUE, YIN, ESSÊNCIA ESTAGNAÇÃO DE QI, SANGUE, FLEUMA, ALIMENTO RETIDO NO ESTÔMAGO INSÔNIA BLOQUEIO DOS CANAIS ESPÍRITO PERDE NUTRIÇÃO INSUFICIÊNCIA DE YIN adaptado de Qiao Yi & Al Stone. "Traditional Chinese Medicine Diagnosis Study Guide" Eastland Press, 2008

49 EXPERIÊNCIA CLÍNICA AMBULATORIAL DA AZYMEC
TRATAMENTO BÁSICO C7 SHENMEN PC6 NEIGUAN PC7 DALING SISHENCONG SHENTING YINTANG BP6 SANYINJIAO EXPERIÊNCIA CLÍNICA AMBULATORIAL DA AZYMEC

50 C7 - Shenmen Ponto shu-riacho; ponto yuan-fonte
Ling Shu (cap. 6) recomenda todos os pontos riacho no tratamento dos zang. Ling Shu (cap. 1) “quando os 5 zang estão doentes, selecionar os pontos yuan-fonte.” Ponto mais importante para regular o espírito. Síndromes de excesso e deficiência podem ser tratados por este ponto. Palpitações. Dispersa calor do Shaoyin: inchaço, congestão, secura e dor na região da garganta Tratamento de problemas urinários (relação com o canal do ID, acoplado ao canal da B)

51 Pc7 – Daling - Excesso das 7 emoções que se transformam em fogo;
Ponto shu-riacho, Ponto yuan-fonte, Ponto terra do canal do Pericárdio, Ponto fantasma de Sun Si Miao. Ponto para reduzir o excesso de calor / fogo do Pericárdio (“em caso de deficiência, reforçar a mãe, em caso de excesso, sedar o filho” – Nanjing) É indicado para todos os casos em que o calor sobe para perturbar o espírito Excesso das 7 emoções que se transformam em fogo; Estagnação do Qi  deficiência de circulação dos líquidos corporais  FOGO-FLEUMA Calor febril que ataca o Pericárdio Calor ascendente por conta da deficiência de Yin: Palpitações, agitação, epilepsia, mania e delírio maníaco, inquietação, insônia, ansiedade

52 Pc7 - Daling Outro nome: GUIXIN (coração do fantasma) – Pc7 é um dos 13 pontos fantasmas de Sun Si Miao para tratar distúrbios maníacos e epilepsia. Fala-se que o canal do Pericárdio e seu canal acoplado, do Fígado compartilham o mesmo Qi Estagnação do Qi do Fígado  FOGO C: perturbação do espírito E: rebelião do Qi E para cima

53 Pc7 – Daling Pc7 tem boa ação no Jiao Superior: pode ser usado para desatar o Qi do tórax e tratar sintomas como plenitude torácica, respiração curta, dor torácica, dor na região costal lateral, suspiro, dor nas mamas. Se acometido por uma doença febril, e esta penetra no nível Ying/Xue, há sinais e sintomas como febre com agitação, língua rachada, insônia e manias. Pc7 pode ser o ponto eletivo para esta condição. Pode ser usado para esfriar o Sangue, e tratar condições como: eczema, erupção por vento, carbúnculo, furúnculo.

54 Pc6 – Neiguan Ponto luo-conectante do canal do Pericárdio, Ponto de confluência do canal YinWeiMai, Ponto fantasma de Sun Si Miao Investigation into point along the channel: Pc6 é um ponto para tratar desarmonias entre baço e estômago (canal do pericárdio passa pelo Jiao médio, e por isso, indicado ao tratamento de vômitos) Pericárdio é um envoltório protetor do coração: Pc6 tem efeito sobre aspectos físicos e emocionais do coração: palpitações, distúrbios da frequência cardíaca. Regula o espírito e trata uma ampla variedade de distúrbios emocionais, independente do padrão de base. Insônia, epilepsia, mania, memória fraca, perda de memória depois de AVE, susto, tristeza, medo e apreensão.

55 VG24 - Shenting Forte ação para acalmar o espírito e tratar a epilepsia e distúrbios maníacos. VG tem relação íntima com o cérebro. Nas tradições antigas anteriores ao Huang Ti Neijing e nas tradições taoístas, o cérebro e a cabeça eram considerados como o sítio do espírito. O trajeto anterior do canal do Vaso Governador penetra no Coração. Portanto, o VG liga a residência do espírito (coração) ao cérebro. Distúrbios maníacos são caracterizados pelo calor. O Vaso Governador, como Mar dos Canais Yang, é importante para dissipar o calor do corpo.

56 VG24 - Shenting Tradição taoísta: VG24 é o ponto de acesso ao NIWAN (ou Huanting – palácio amarelo). O NIWAN é um dos 9 palácios do cérebro, e é considerado como o local da base material do espírito. # Classic on the central void in the inner sphere “A origem da essência-espírito no cérebro também é conhecida por NIWAN”. “O espírito todo que se expressa na face tem sua origem no NIWAN”. # Collected wisdom by Master Magic Sword “O qi do coração está conectado com o Palácio NIWAN”.

57 BP6 - Sanyinjiao Ponto de encontro dos canais do Baço, Fígado e Rins.
Consta de muitas prescrições para o tratamento da insônia, qualquer que seja sua causa. Ações: Fortifica o Baço. Tonifica o qi e sangue. Nutre o yin do Fígado e do Rim. Dispersa o qi do Fígado. Harmoniza a digestão.

58 PONTOS COMPLEMENTARES Desarmonia entre Coração e Rim: R3 e BP6
I. R3 TAIXI ponto Shu-riacho ponto Yuan-fonte ponto terra do canal do Rim Ponto importante para reforçar os rins e torná-los capazes de auxiliar o coração.

59 PONTOS COMPLEMENTARES Desarmonia entre Coração e Rim
II. BP6 Sanyinjiao Standards of Patterns and Treatments: “Para tonificar os Rins, é melhor tonificar o Baço; use o Baço para se conectar com o Coração na parte de cima e com os Rins na parte de baixo.” “A essência dos cinco zang é toda transportada do Baço; então, quando o Baço está florescendo, o Coração e os Rins estão em comunicação.” Helpful Questions in Medical Cases: “Se quiser estabelecer comunicação entre o Coração e os Rins, é necessário que use o Baço como intermediário.”

60 PONTOS COMPLEMENTARES Deficiência de Qi de Coração e Vesícula Biliar: VB34
VB34 YANGLINGQUAN Achieving Longevity by Guarding the Source (séc. XVII) de Gong Ting-xin: “a susceptibilidade ao medo, timidez em que paciente teme ser agarrado resultam, todos, da deficiência do Qi do Coração e da Vesícula Biliar. VB34 é indicado para o medo das pessoas, como se estivessem prestes a serem agarrados”.

61 PONTOS COMPLEMENTARES Desarmonia entre Baço e Estômago: E36 e BP6
E36 ZUSANLI Ponto he-mar, ponto terra do canal do Estômago, ponto mar dos grãos e água. Nanjing (68ª dificuldade) recomenda o uso dos pontos he-mar para tratar o qi contracorrente e diarreia. Ling Shu (caps 4 e 44): “nos distúrbios do Estômago e naqueles resultantes de hábitos irregulares de alimentação e ingestão de líquidos, selecionar os pontos he-mar. Pode ser usado no tratamento de qualquer distúrbio do Estômago: frio, calor, deficiência ou excesso, estagnação e retenção de alimentos...

62 PONTOS COMPLEMENTARES Desarmonia entre Baço e Estômago
Homeopatia: sempre tenha à disposição em sua casa!!! NUX VOMICA 6CH (VIJNOVSKY) Melhor remédio homeopático, de rápida ação nos casos de excessos alimentares ou de bebidas alcoólicas. 3 gotas, em água, de 3 a 4 vezes ao dia. SE HOUVER SUSPEITA DE INTOXICAÇÃO ALIMENTAR, MINISTRE IMEDIATAMENTE NUX VOMICA 6CH + CARBO VEGETABILIS 6CH

63 PONTOS COMPLEMENTARES Deficiência de qi de Baço e sangue de Coração: BP4, BP6, E36
BP4 GONGSUN Ponto luo-conectante do canal do Baço, ponto confluente do canal Chongmai. Regula o qi, fortifica o Baço, harmoniza o Jiao Médio, beneficia o Coração. Ponto muito interessante para tratamento de um sintoma muito característico da síndrome: falta de apetite. 1. E36 é famoso pela capacidade em firmar o qi correto. Sun Si Miao aplicava regularmente moxa em E36, como no provérbio de Wang Zhi Zhong (séc XIII): Se deseja ficar seguro em sua saúde, nunca permita que SANLI fique seco. Ou seja, deveria sempre haver uma pequena ulcera supurativa provocada por constate queimadura de E36. 2. O Zhen Jiu Da Cheng (Grande Tratado de Acupuntura e Moxabustão) enfatiza a aplicação constante de moxa em E36 e VC6 em pessoas com o qi fraco. 3. Hua To (dinastia Han) valorizava o uso de E36 para o tratamento dos cinco excessos: a. uso excessivo dos olhos = agride o sangue b. ficar muito deitado = agride o qi c. ficar muito sentado = agride os músculos d. ficar muito em pé = agride os ossos e. andar excessivamente = agride os tendões

64 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AASM working group report. Sleep, 2004; 27(8): 1567 – 96 Bear, M.F.; Connors, B.W. & Paradiso, M.A. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. Porto Alegre: ARTMED, 3ª. Edição, 2008. Conde, L.; Denaro, M. Neurofisiologia do sono e seus transtornos. Neurocurso. Acesso em 25 de abril de 2015. Deadman, P.; Al-Khafaji, M.; Baker, K. Manual de Acupuntura. São Paulo: Roca, 2011. Gonzales, E.G. Medicina Tradicional Chinesa – Semiologia. Apostila e notas de aula. São Paulo: Pro Salus Vitalis, 2010. Lent, R. (org.) Cem bilhões de neurônios? Atheneu, 2ª edição, 2010. Lenz, M.C.S. Efeito dos acordares na monitorização ambulatorial da pressão arterial. Tese (doutor). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2008. Sousa, J.C., Reimão, R. Epidemiologia da insônia. Psicologia em Estudo, v.9, n.1, p.3-7, 2004. Kryger M.H.(org) Principles and practice of sleep medicine. Saunders. 5ª. Edição, 2011.


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