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PublicouOlívia da Mota Bennert Alterado mais de 8 anos atrás
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Kamilla Graciano Dias Internato - ESCS 2011 Coordenação: Luciana Sugai
Brasília, 30 de setembro de 2011
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Identificação: -TS, 5 anos, sexo masculino, pardo, natural de Souza-PB, procedente de Timó-MA, residente em Samambaia há 2 meses QP: “Febre há 15 dias”
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HDA: -Paciente admitido no dia 16/08/11 com história de febre há 15 dias, não aferida, diária, persistente, cedendo temporariamente com uso de Dipirona. Em associação, apresentava dor abdominal leve em flancos, hiporexia e perda de peso, porém não soube quantificar. Há 5 dias, passou a apresentar-se hipoativo e pálido. Há 4 dias sem evacuar. -Negava vômitos, diarréia, tosse, coriza, dispnéia e demais queixas. Diurese presente.
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HDA: - Procurou Hospital de Samambaia, recebendo o diagnóstico de OMA e tendo sido prescrito amoxicilina (mãe não soube informar tempo usado ou dose). Refere que como não houve melhora, retornou ao mesmo hospital, recebendo receita de Clavulin(14/08), porém não fez uso. Há 1 dia, foi atendido no HRT, tendo sido prescrito cefalexina. Com persistência da febre alta, procurou atendimento na UPA de Samambaia, e de lá foi encaminhado ao HRAS.
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Antecedentes fisiológicos:
-Nascido de parto normal, a termo. (Não soube informar outros dados. Sem o cartão da criança). -Vacinação atrasada (poliomielite) -DNPM adequado. -SME até 6 meses de idade. Leite materno até 2 anos de idade. Antecedentes patológicos: -Relata OMA de repetição desde o nascimento, fazendo uso freqüente de amoxicilina. -Nega outras comorbidades, cirurgias ou internações prévias. -Nega uso contínuo de medicamentos ou alergia medicamentosa.
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Antecedentes familiares:
-Mãe, pai e irmãos (11, 10 e 4 anos) saudáveis. -História de asma e CA de cólon na família. Hábitos de vida: -Atualmente reside em casa de alvenaria, com saneamento básico completo. -Nega animais de estimação.
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Exame físico: -REG, dormindo, hidratado, hipocorado (+/4+), acianótico, anictérico, eupneico, febril (38,2°C). -ORO: sem alterações -OTO: presença de pequena quantidade de secreção fluida -ACV: RCR em 2T, BNF, sem sopros. FC: 96 bpm -AR: MV rude, sem RA, sem desconforto respiratório. FR: 36 irpm -ABD: plano, RHA+, flácido, baço a 4 cm do RCE, fígado a 5 cm do RCD, sem sinais de irritação peritoneal. -EXT: sem edema e bem perfundidas. -SN: sem sinais meníngeos.
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Exames complementares (16/08):
-HC : Hb 7,9/ Ht 23% Leuco: 4200 (30%S/ 0E/ 10%M/ 60%L); Plaquetas: ; Hipocromia ++/ anisocitose + -Na 133/ K 4,4/ Cl 100 -Glicemia 122 -DHL 1684 -Cr 0,6/ Ur 37; -TGO 76/ TGP 26/ BT 0,2 (BD 0,1/BI 0,1)
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Evolução Exames complementares (20/08): -HC: Hb:7,8;/Ht:22,5%;
Leuco:4700 (1%bast/26%segm/3%mono/70%linf) plaquetas: 80 mil hipocromia+/microcitose+/hem.alvo+ -TGO:83/TGP:41
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Dados positivos: -Febre -Dor abdominal -Hiporexia -Perda de peso -Hipoatividade Hipóteses -Palidez Diagnósticas -Hepatoesplenomegalia ??? -Pancitopenia -Aumento de transaminases -Aumento de DHL
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Evolução Prot.totais: 8,2/alb:3,9/glob:4,3/relação A/G:0,9
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Evolução Teste rápido para calazar positivo
Usou Glucantime 20mg/kg/dia por 20 dias Recebeu alta hospitalar no dia 05/09
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Leishmaniose visceral
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Etiologia Antropozoonose sistêmica febril
Leishmania chagasi (América Latina) Dimorfismo: - amastigota - promastigota Transmissão: Lutzomyia longipalpis (Brasil) Reservatórios: - silvestre: raposa e marsupiais - peridomicílio: cão
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Amastigota Promastigota
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Epidemiologia Regiões tropical e subtropical
América Latina: 90% dos casos no Brasil Urbanização da doença Nordeste: 48% dos casos Menores de 10 anos: 58% dos casos Incremento de 61,8% na letalidade entre 1994 e 2008
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Ciclo evolutivo e transmissão
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Fisiopatogenia e Imunologia
Resposta Th1 - Contenção do processo infeccioso - Formas assintomáticas ou oligossintomáticas - IL-2 e IFN-gama Resposta Th2 - Intensa multiplicação do parasita - IL-4 e IL-10 - Hipergamaglobulinemia
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Quadro clínico Forma assintomática Forma oligossintomática Forma aguda
Forma crônica – Calazar clássico
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Forma oligossintomática
Sinais e sintomas inespecíficos Febrícula Tosse seca Adinamia Diarréia Sudorese Discreta visceromegalia Hiperglobulinemia e aumento do VHS
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Forma aguda Febre alta Calafrios Diarréia
Esplenomegalia até 5 cm do RCE Tendência para a pancitopenia Elevação de globulinas
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Forma crônica – Calazar clássico
Predomina em crianças <10 anos ou em imunodeprimidos Incubação: 3-8 meses Início: - Febre persistente ou intermitente - Distúrbios GI - Adinamia - Mal-estar - Prostração - Manifestações hemorrágicas incomuns - Sonolência
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Forma crônica – Calazar clássico
Período de estado - Febre diária - Emagrecimento progressivo – caquexia - Palidez - Sinal da bandeira - Edema de membros inferirores - Hepatoesplenomegalia pronunciada - Manifestações GI - Sangramentos
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Forma crônica – Calazar clássico
Período final - Dispnéia aos mínimos esforços - Sopro sistólico plurifocal - Insuficiência cardíaca - Pancitopenia - Globulinas bastante elevadas - Infecções bacterianas - Anemia intensa
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Diagnóstico Epidemiológico Clínico Laboratorial Detecção do parasita
Exames sorológicos – ELISA * Teste intradérmico de Montenegro – vigilância epidemiológica
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Diagnóstico laboratorial
Pancitopenia: - Hemoglobina < 9g/dl (clássico) Leucócitos < 3.000/mm3 - Plaquetas < /mm3 VHS elevado Hipoalbuminemia + hipergamaglobulinemia Discreta elevação de transaminases Raramente elevação de bilirrubinas
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Detecção do parasita Esfregaço de sangue periférico
Aspirado de medula óssea Aspirado esplênico – padrão ouro Cultura da Leishmania PCR
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Tratamento Antimoniais pentavalentes (Glucantime): - Primeira escolha
- 20mg/kg, 1x/dia, IV ou IM, por dias - Efeitos colaterais: inversão da onda T e aumento do intervalo QT - Monitorar com ECG, transaminases, função renal, amilase e lipase - Contra-indicações: gestantes, TB pulmonar, malária, IR. Restrições: Doença de Chagas, cardiopatas, hepatopatas.
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Tratamento Anfotericina B: - Segunda escolha
- Indicações: contra-indicações, falência ou toxicidade dos antimoniais; gestantes; sinais de gravidade - Desoxicolato : 1mg/kg, 1x/dia, IV lento, dias - Lipossomal: 3mg/kg, 1x/dia, IV, 7 dias - Monitorar função renal, potássio e magnésio
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Tratamento Antibioticoprofilaxia:
- Indicações: crianças menores de 2 meses ou neutrófilos < 500 células/mm³ - Ceftriaxona (75 a 100mg/kg/dia IV, 1-2x/dia) + Oxacilina (100 a 200mg/kg/dia IV, 4x/dia) - Manter até 3-5 dias após neutrófilos >500 células/mm³ ou por 7 dias em < 2 meses de idade Antibioticoterapia: - pacientes com quadro infeccioso definido (tratar de acordo com o tipo de infecção e germe) - pacientes com sinais de toxemia (mesmo esquema da profilaxia)
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Critérios de cura Regressão da hepatoesplenomegalia e febre
Melhora dos parâmetros hematológicos, estado geral, ganho ponderal e retorno do apetite Normalização das proteínas séricas Seguimento por 12 meses Presença de eosinófilos ao fim do tratamento indica bom prognóstico
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Profilaxia Detecção ativa e passiva de casos suspeitos de calazar
Detecção e eliminação de reservatórios infectados Controle de vetores flebotomíneos
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OBRIGADA!!!
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