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INCONSCIENTE E PULSÃO NA TEORIA FREUDIANA
Angélica B. de O. Rosa
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Inconsciente O conceito de inconsciente batia havia muito tempo nos portões da psicologia, querendo entrar. A filosofia e a literatura costumavam brincar com ele, mas a ciência não lhe encontrava um uso ( Freud, 1940)
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Inconsciente Não foi Freud quem descobriu a mente inconsciente.
O conceito já havia sido empregado por pensadores e filósofos do século XIX Os romancistas e os dramaturgos já se referiam a muito tempo à tendência dos seres humanos de se iludirem e não perceberem as verdadeiras motivações. Freud foi o primeiro a estudar sistematicamente o inconsciente dinâmico. Área predominante da Psicanálise.
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Inconsciente A obra mais importante de Freud foi a “Interpretação dos sonhos”. Apresentou não apenas uma teoria dos sonhos e um método de interpretação deles, mas também descreveu os modos de pensar e representar empregados pela mente inconsciente. Muitos analistas fazem uso de aspectos da compreensão do inconsciente esboçada nessa obra.
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Inconsciente “Percebo que há quórum e portanto declaro a sessão encerrada” Sonho com festa fantasia errado
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Inconsciente UM COMPUTADOR Consciência Pré – consciência Inconsciente
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Inconsciente Fala como se zombasse das nossas ilusões de percepção consciente e controle sobre os nossos desejos e intenções. Estamos conscientes daquilo de que nos ocupamos e inconscientes daquilo de que não nos ocupamos. Evitamos dar atenção a outras coisas por acharmos que são dolorosas ou perturbadoras.
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Inconsciente Processo pelo qual os elementos mentais assustadores ou inaceitáveis (desejos, pensamentos, percepções) são afastados da percepção consciente mas continuam a exercer influência, seja pressionando para aflorar na consciência ou manifestando-se por deslocamento ou disfarce em sintomas psicológicos, sonhos, lapsos de linguagem ou distúrbios somáticos (doenças físicas).
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Inconsciente Freud identificou algumas características da mente inconsciente: 1- Impulsos ou idéias incompatíveis podem existir sem parecer contraditórios. 2- O Significado pode ser facilmente deslocado de uma imagem para outra. 3- Muitos significados diferentes podem ser reunidos em uma imagem – condensação
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Inconsciente 4- Os processos da mente inconsciente são atemporais. As idéias não são ordenadas cronologicamente e não se alteram com o passar do tempo. 5- O inconsciente independe da realidade externa, mas representa a realidade psíquica interna. A percepção é real.
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PULSÃO Antes de compreender a formulação do conceito, faz-se necessário entender o sentido do termo Trieb e suas possíveis traduções. Ao tratar da palavra Trieb, os tradutores ficam divididos em dois grupos. Segundo Hanns (1999), o primeiro traduz o termo por “instinto” (baseado na tradução inglesa) e o segundo grupo por “pulsão” (baseado na tradução francesa).
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PULSÃO Sendo assim, precisamos estar atentos quando falamos de Trieb, pois existe uma confusão feita entre os termos pulsão e instinto. Esta confusão teve início na tradução do texto psicanalítico para o inglês. James Strachey, ao elaborar a Standard Edition, usa o termo instinct para traduzir Trieb (pulsão).
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1º TEORIA DAS PULSÕES Relacionada ao desejo Objeto variável,
Pulsão (Trieb) Instinto (Instinkt) Relacionada ao desejo Objeto variável, indeterminado Satisfação sempre parcial Relacionado à autoconservação Objeto prédeterminado, fixo Pode haver satisfação plena
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PULSÃO Hanns afirma que, ao formular o conceito de pulsão, Freud pretendia realizar três tarefas principais: 1)formular um modelo de funcionamento psíquico; 2)estabelecer bases fisiológicas do psiquismo; 3) situar os fatores biológicos de nosso comportamento.
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PULSÃO Dentro desse contexto, Freud procurava estabelecer uma correspondência entre o mundo psíquico e a fisiologia pulsional. Neste ponto, fica evidente a intenção do mesmo de estabelecer a psicanálise como ciência natural. Ele busca uma correlação dos processos psíquicos, com estados que possam ser determinados quantitativamente.
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PULSÃO Apesar das dificuldades metodológicas que Freud encontra na construção da sua teoria, ele mantém um modelo energético-econômico, no qual permanece esta relação estabelecida entre o sistema nervoso e a percepção psíquica.
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A TEORIA DAS PULSÕES PODE SER DIVIDIDA EM DOIS MOMENTOS DISTINTOS.
Primeira Tópica Segunda Tópica Freud estabelece o conflito entre as pulsões sexuais (princípio do prazer) e pulsões de auto-conservação (necessidade de conservação). O conflito passa a ser entre pulsões de vida (função conservadora) e pulsões de morte (potência criadora).
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PULSÃO Em A pulsão e suas vicissitudes (1915), Freud formula sobre a passagem do psíquico para o somático. Ele define a pulsão como um conceito “situado na fronteira entre o mental e o somático” ou ainda, como “o representante psíquico dos estímulos que se originam dentro do organismo e alcançam a mente”. Neste momento, acontece um conflito acerca do conceito de pulsão.
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PULSÃO Em primeira instância, Freud identifica pulsão ao seu representante psíquico, por exemplo, no texto A pulsão e suas vicissitudes, no qual o autor nos diz: “ uma pulsão nos aparecera como sendo um conceito situado na fronteira entre o mental e o somático,como representante psíquico dos estímulos que se originam dentro do organismo e alcançam a mente”. Desta maneira, Freud identifica pulsão ao representante psíquico dos estímulos corporais.
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PULSÃO Em uma segunda instância, Freud nos diz que a pulsão é composta por seus representantes: afeto e idéia. No seu artigo O inconsciente, o autor nos revela que “uma pulsão nunca pode tornar-se objeto da consciência – só a idéia que a representa”. Ele chega a dizer que mesmo no inconsciente a pulsão só pode ser representada por uma idéia.
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PULSÃO Freud utilizava a palavra pulsão na acepção de uma espécie de organizador biológico, em torno do qual os estímulos endógenos circulam. Estes estímulos, ao chegarem à psique, se transformam em imagens-representações carregadas de afeto, as quais são os representantes pulsionais, e que se fixarão na memória.
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PULSÃO Junto a estímulos exógenos formarão os complexos de idéias que compõem o psiquismo. Podemos dizer que a natureza da pulsão é tanto psíquica, pois só podemos conhecê-la através de seus representantes, quanto física, já que sua fonte é o corpo.
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PULSÃO
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PULSÃO Por exemplo, ao mamar o bebê tem a satisfação de ingerir o alimento, porém a excitação dos lábios e da língua provoca um outro tipo de satisfação. Essa segunda satisfação é de natureza sexual. A função corporal fornece a sua fonte ou zona erógena; indica-lhe imediatamente um objeto, que é o seio, causando um prazer que não é redutível à pura e simples satisfação da fome. Desta forma, a necessidade de satisfação sexual irá se separar da necessidade de nutrir-se. Esta noção de apóio nos leva a pensar a fonte da pulsão como um fator biológico. A pulsão é um desvio do instinto, um desvio de uma função biológica do organismo.
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AO MONTAR O CONCEITO DE PULSÃO, FREUD UTILIZA QUATRO TERMOS: FONTE, META, OBJETO E PRESSÃO.
Origem interna (somática) das pulsões O estudo da fonte das pulsões não é necessário para sua investigação Meta A meta das pulsões é sempre a satisfação (resolução de uma tensão interna) Objeto É o mais variável na pulsão (não está originalmente vinculado à ela) É somente através do objeto que se obtém satisfação Pressão Quantum de excitação que tende à descarga É uma energia potencial constante (por isso nunca há satisfação total)
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PULSÃO Existe um fator motor, pois o objetivo da descarga é o alívio da tensão e esta tende a caminhos motores. Mas, o que esta sendo levado em conta não é o organismo e sua finalidade adaptativa, e sim o aparelho psíquico, cuja regulação ocorre através do princípio do prazer e pelo princípio da realidade, através de representação. Assim, pressão pulsional será definida no âmbito do aparato psíquico.
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PULSÃO “O objeto de um instinto é a coisa em relação à qual ou através da qual o instinto pode atingir sua finalidade.” (FREUD, 1915) A pulsão necessita de um objeto para que possa obter satisfação, mesmo que parcial. Este objeto não é específico e nem qualquer um, mas sim um objeto que possui a capacidade de satisfazer a pulsão. Esta aptidão está ligada à história do sujeito, às suas fantasias e seus desejos.
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PULSÃO “O alvo da pulsão é, em todos os casos, a satisfação que só pode ser alcançada cancelando- se o estado de estimulação da fonte da pulsão”. Este alvo é invariável. Então, o alvo da pulsão nunca é alcançado pela própria natureza da pulsão, e a satisfação passa a ser sempre parcial. Visto isso, o recalque, a sublimação, o sintoma, o sonho e outros destinos da pulsão provocam também satisfação. Frente a esta impossibilidade da pulsão, estamos sempre procurando um objeto que possa satisfazer a pulsão.
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PULSÃO O conceito de objeto, elaborado por Freud, não se trata de algo do mundo que nos é oferecido à percepção, mas sim representações-objeto que são formadas a partir da associação entre imagens sensoriais e palavras. Assim pode-se dizer que o objeto, concebido por Freud, é o efeito da incidência da palavra sobre as sensações provenientes dos estímulos externos.
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PULSÃO A fonte da pulsão é corporal e não psíquica. Então, podemos dizer que a pulsão tem sua origem no corpo. “É um processo somático que ocorre num órgão ou parte do corpo e cuja excitação é representada na vida mental pela pulsão”. No artigo “A pulsão e suas vicissitudes”, Freud nos diz que devemos considerar a pulsão como um estímulo para o psíquico. Podemos distinguir, então, a pulsão e os seus representantes psíquicos.
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PULSÃO Freud queria criar uma psicologia que fizesse parte do rol das ciências naturais. Portanto, ele queria representar os processos psíquicos como estados quantitativamente determinados. Para compreender tais questões, é necessário observar que formular um conceito abrangente como o de Trieb, era uma exigência para criar uma teoria que pudesse formular um modelo de funcionamento psíquico e estabelecer as bases fisiológicas do psiquismo. Esta tarefa a que Freud se propõe é uma das características esperadas de um saber científico da época.
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Bibliografia FREUD, S. Três ensaios sobre a sexualidade (l905). In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud [ESB]. Rio de Janeiro: Imago, s/d. v.VII 1996. FREUD, S. A pulsão e suas vicissitudes (1915). In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud [ESB]. Rio de Janeiro: Imago, s/d. vol. XIV 1996. FREUD, S. O projeto de In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud [ESB]. Rio de Janeiro: Imago, s/d. vol. I 1996. FREUD, S. O inconsciente (1915). In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud [ESB]. Rio de Janeiro: Imago, s/d. vol. XIV 1996. FREUD, S. A concepção psicanalítica da perturbação psicogênica da visão (1910). In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud [ESB]. Rio de Janeiro: Imago, s/d. vol. XI 1996.
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Bibliografia FREUD, S. Um esboço de psicanálise (l940). In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud [ESB]. Rio de Janeiro: Imago, s/d. v.XXIII, p. 286. GARCIA-ROZA, L. A. Acaso e repetição em Psicanálise: uma introdução à teoria das pulsões. 7a edição, Jorge Zahar, Rio de Janeiro, 2003. GARCIA-ROZA, L. A. Freud e o Inconsciente. 21a edição, Jorge Zahar, Rio de Janeiro,2005. LAPLANCHE, J. Novos fundamentos para a psicanálise. Edições 70, 1988. LAPLANCHE, J. e PONTALIS, J. B. Vocabulário de psicanálise. Tradução Pedro Tamem. Editora Martins Fontes, 2a edição. São Paulo, 1992. PESTANA, Ciro Silva. O conceito de pulsão na teoria freudiana. Acessado em 08/02/2010. HANNS, L. A. A Teoria pulsional na clínica de Freud. Editora Imago; Rio de Janeiro, 1999.
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