A arte e a interdisciplinaridade “O ensino da arte que desejamos é aquele que nos propomos construir.” Edite Volpato

A fragmentação do conhecimento, deixa a educação de mal a pior. É aí que entra a interdisciplinaridade!

Por sua natureza reflexiva diante da questão do conhecimento, que propõe diferentes formas de ler o cotidiano, pode-se dizer que a arte caminha na interdisciplinaridade. Ambas estão intimamente ligadas, uma vez que a arte auxilia na integração do homem com o seu universo.

Analisando esta relação (arte e interdisciplinaridade) no âmbito escolar, percebe-se que a disciplina de Arte pode ser muito significativa no processo de desvelamento das fronteiras entre as áreas do conhecimento.

É importante que o arte/educador mantenha uma postura interdisciplinar no ato de ensinar, mesmo convivendo com a realidade do currículo fragmentado. Se o professor não assumir a interdisciplinaridade como primordial para um trabalho de qualidade, obviamente não conseguirá validá-lo na sua prática docente, deixando uma lacuna entre a teoria e a prática, entre o contextualizar e o fazer.

Trabalhar interdisciplinarmente requer esforço e mudança de atitudes Trabalhar interdisciplinarmente requer esforço e mudança de atitudes. Para isso é necessário um trabalho de parcerias e nesta ótica Ferreira (2001), refere-se a interdisciplinaridade como uma sinfonia, com seus instrumentos, público e maestros, sugerindo que para sua execução, além da integração entre todos os elementos, é preciso harmonia entre eles, para que assim se construa o entendimento do público.

O professor é o maestro desta sinfonia, aquele que constrói a rede de disciplinas necessárias para a execução do trabalho interdisciplinar. Para Barbosa (2003) o professor de Arte tem papel importante neste contexto, mas ressalta que o professor desta disciplina precisa atentar-se ao fato de que não se faz interdisciplinaridade usando as habilidades do professor de Arte em festividades, ilustrando textos de outras disciplinas,

ou ensinando formas matemáticas via origami, pois “Arte tem conteúdo, assim como todas as outras disciplinas, e esse conteúdo deve ser respeitado e estimulado tanto quanto os outros.” (In: Barbosa, p.109-110).

Neste sentido, uma aborbagem contextualizada entre a Arte e as outras as áreas do conhecimento pode ser bastante significativa se bem elaborada, pois sabe-se que “não se trata de tomar as outras disciplinas e integrá-las às artes, nem colocar a Arte a serviço das outras disciplinas” (Richter, 2003, p.86),

mas sim de integrá-las em movimento de transgressão dos moldes fragmentados da educação atual. http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/00004B/00004B9D.pdf

O Ensino de Artes Habilidades que se aprende: senso de estética sensibilidade criatividade

As manifestações artísticas estão presentes no cotidiano: Nas ruas vitrines roupas fachada das casas

A Arte permeia o lado sociocultural onde o sujeito está inserido, buscando o conhecimento, transformando e desafiando a história e seus limites.

Os períodos históricos podem ser melhor entendidos, quando se comparam as produções artísticas de cada época.

Podemos usar trabalhos manuais como atividades de apoio ao desenvolvimento da leitura e da escrita.

Letras de música e apresentações teatrais criam interações de disciplinas como Português, Geografia, História e Ciências.

As pinceladas geométricas dos pintores cubistas, as dobraduras do origami são excelentes auxiliares no ensino da Geometria.

pensar e agir como os da sociedade. Produzindo trabalhos artísticos e conhecendo essa produção nas outras culturas, o aluno poderá compreender a diversidade de valores que orientam tanto seus modos de pensar e agir como os da sociedade.

A Arte tem a capacidade de mediar o relacionamento entre disciplinas. Conversando entre si, elas se juntam, encaixando-se como peças de um quebra cabeça, tornando-se cúmplices na construção do conhecimento, de um modo muito mais prazeroso.

Muitos trabalhos de arte expressam questões humanas fundamentais: falam de problemas sociais e políticos, de relações humanas, de sonhos, medos, perguntas e inquietações de artistas, documentam fatos históricos, manifestações culturais particulares e assim por diante.

produtores de arte: vidas, épocas e produtos em conexões

As Linguagens Artísticas: Artes Visuais A Música O Teatro Danca

Artes Visuais (tradicionais) Artes Visuais (tradicionais) pintura, escultura, desenho, gravura, arquitetura, objetos, cerâmica, cestaria, entalhe.

Resultado dos avanços tecnológicos: fotografia, moda, artes gráficas, cinema, televisão, vídeo, computação, multimídia, videoclipe, performance, holografia, desenho industrial, museu virtual.

Artes Visuais: Diálogo coletivo Através das artes visuais, todas as disciplinas podem entrar na conversa, pois o campo é riquíssimo!

A Dança Uma das manifestações artísticas mais familiares à infância

A Dança e as descobertas corporais: Ciências conversando com a Física Como a respiração se relaciona com movimentos firmes, diretos, rápidos e com fluência livre? Ao se fazerem movimentos no nível baixo do espaço, de que tipo de dinâmica postural se necessita? Desenvolvimento de habilidades pessoais para trabalhar aquecimento, relaxamento e compensação do corpo, relacionando-as a noções de anatomia aprendidas.

A dança e o equilíbrio . Saber mover-se com consciência, desenvoltura, qualidade e clareza dentro de suas possibilidades de movimento e das escolhas que faz. Conhecer as diversas possibilidades dos processos criativos em dança e suas interações com a sociedade. Saber expressar com desenvoltura, clareza, critério suas idéias e juízos de valor a respeito das danças que cria e assiste;

“Estudos étnicos (estudo das danças folclóricas e populares) poderá possibilitar ao aluno traçar relações diretas entre épocas, estilos e localidades em que danças foram e são (re)criadas, podendo, assim, estabelecer relações com as dimensões sociopolíticas e culturais da dança.”

Dança: História conversa com Geografia: “Estudos étnicos (estudo das danças folclóricas e populares) poderá possibilitar ao aluno traçar relações diretas entre épocas, estilos e localidades em que danças foram e são (re)criadas, podendo, assim, estabelecer relações com as dimensões sociopolíticas e culturais da dança.”

Música Compor interpretar improvisar ouvir

Música: Diálogo do Português com a História e a Geografia Investigação da contribuição de compositores e intérpretes para a transformação histórica da música e para a cultura musical da época; Correlações com outras áreas do conhecimento e contextualizações com aspectos histórico-geográficos;

TEATRO Observação Concentração

Desenvolve a capacidade expressiva e artística Exercita o senso de cooperação, o diálogo, o respeito mútuo, a reflexão e torna as crianças mais flexíveis para aceitar as diferenças.

PCN de arte (1997, p. 19); A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido a experiência humana; o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artística quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas

E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música. Friedrich Nietzsche Quem não ouve a melodia acha maluco quem dança... Oswaldo Montenegro