Fisiopatologia e tratamento das Dislipidemias na SIDA Prof. Dr. Bruno Caramelli Unidade de Medicina Interdisciplinar em Cardiologia INCOR - HCFMUSP

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Colesterol O que é Isso? X.
Advertisements

Tratamento da Dislipidemia no Paciente com DM2
Effectiviness of lifestyle changes on impired plasma glucose and lipids Impacto das mudanças do estilo de vida em pessoas com elevados níveis plasmáticos.
Alfredo Halpern Grupo de Obesidade e Doenças Metabólicas do HCFMUSP
Síndrome Metabólica e Doença Renal
DIABETES MELLITUS Farmacologia Nutrição
SÍNDROME METABÓLICA Evandro Portes
PERFIL LIPÍDICO OU LIPIDOGRAMA
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Projeto de Controle de Obesidade em Adultos
Colesterol (LDL x HDL).
Terapia Anticoagulante (Sonis, Secrets of Oral Medicine)
FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES
EFEITO DOS DIFERENTES TIPOS DE EXERCÍCIO EM INDIVÍDUOS MOÇAMBICANOS PORTADORES DO HIV QUE FAZEM O USO DA TERAPIA COM ANTIRETROVIRAL Bom dia as minhas.
PREVALÊNCIA DE DOENÇA VASCULAR EXTRACRANIANA EM PACIENTES NEFROPATAS
CRISTIANE MARAN ALVES AVALIAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE O ESPESSAMENTO MÉDIO-INTIMAL DE ARTÉRIA CARÓTIDA E ARTÉRIA FEMORAL EM PACIENTES COM FATOR DE RISCO.
REABILITAÇÃO CARDIOPULMONAR E METABÓLICA: ASPECTOSPRÁTICOS
Doenças Cardiovasculares
Pé Diabético:Ações da equipe multiprofissional de saúde
Anahy Wilde R1 Medicina Esportiva HC-FMUSP
ALEXANDRE BITTENCOURT PEDREIRA Disciplina de Nefrologia - HCFMUSP
O Envelhecimento do Sistema
Thais Alves de Paula Endocrinologista Ismd 2014
Amanda Barros R1 Endocrinologia 07/05/13
Alterações Cardiovasculares na Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono
INTERPRETAÇÃO DE EXAMES BIOQUÍMICOS
Função pulmonar na diabetes mellitus José R. Jardim Pneumologia Universidade Federal de São Paulo.
Estatinas nas Síndromes Coronarianas Agudas
EXAMES LABORATORIAIS GLICEMIA
SÍNDROME METABÓLICA Esta síndrome é um grupo de alterações clínicas, que podem decorrer de uma dieta inadequada, atividade física insuficiente e uma evidente.
Momento Científico 22/05/2014 Renata Borges Facury Arroyo
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
Ana Gregória Ferreira Pereira de Almeida
2-) FATORES DE RISCO PARA SD. METABÓLICA Juliana Luisa F. de A. Fruet
Colesterol alto (Hipercolesterolemia)
HISTOLOGIA TECIDO ADIPOSO
PET – SAÚDE UERN Medicina - Endocrinologia Resultados PET-Saúde – Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO.
Ataque Isquêmico Transitório
DISLIPIDEMIA SÍNDROME METABÓLICA
Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do HC-FMUSP
IAM com supra do segmento ST
TRIGLICERÍDEOS MONITORES:
Diabetes Mellitus Pós-Graduação em Docência do Ensino Superior
Fatores de Risco Prevalência - Brasil 1-Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição, INCA – Instituto Nacional do Câncer, Campanha Nacional de.
Natália C. M. da Costa Raphael M. de Sá Ferreira
FUNCESI / FATEC Prevalência de Diabetes Mellitus e Fatores de Risco em Campos de Goytacazes,RJ Antes de começar: Os alunos que estão participando deste.
Dislipidemia, estatinas
São Paulo – SP/ Dias 6 e 7 de março de 2009 Hotel Sonesta 7º Curso Nacional de Doenças Pulmonares Intersticiais.
Sedentarismo, Depressão e Risco de Mortalidade Cardiovascular
Gustavo D. Magliocca Medicina Esportiva - HCFMUSP
RIMONABANT 1° Ten Luciana Corrêa Endocrinologia
Professora : Janine Fernandes
Epidemiologia Analítica
Impacto da Terapia Anti-Retroviral no Perfil Lipídico de Pacientes Infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana José Albuquerque de Figueiredo Neto,
Universidade Estadual de Santa Cruz Internato Médico em Saúde da Criança II Dislipidemias na Infância Orientador: Prof. Carlos Menezes Acadêmicos: Jonathan.
“CASO CLÍNICO” MONITORIA DE CLÍNICA MÉDICA
1° Congresso Brasileiro de Serviço de Saúde do Poder Judiciário
TRIAGEM PERIÓDICA DE FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR NA PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA: UMA EXPERIÊNCIA RECENTE Dr. Messias Dias de Araújo Júnior Secretário.
Um ensaio clínico controlado da isoniazida em pessoas com anergia e infecção pelos vírus HIV que estão em alto risco à tuberculose Gordin, 1997.
Risco Cardiovascular Escore de Framingham.
Hipercolesterolemia familiar
DIABETES MELLITUS E EXERCÍCIO FÍSICO
Módulo VI Situações Especiais – Mulheres e Idosos.
INTRODUÇÃO O objetivo desta pesquisa foi a coleta de dados epidemiológicos para a avaliação dos pacientes diagnosticadas com doenças cardiovasculares,
Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia
Luiz Carlos Braga - UFRJ/Macaé  O QUE É:  Síndrome decorrente da diminuição ou ausência da produção de insulina ou ainda da resistência à ação.
Comparação entre resultados de estudos ACCORDADVANCEVADTUKPDSN Idade média 62a66a60,4a53a Duração DM 10a8a11,5aRecémdiagnosticado.
CASOS CLÍNICOS Regras desta atividade científica:
Dislipidemia Turma A Camila Holanda da Silva,
Transcrição da apresentação:

Fisiopatologia e tratamento das Dislipidemias na SIDA Prof. Dr. Bruno Caramelli Unidade de Medicina Interdisciplinar em Cardiologia INCOR - HCFMUSP Vincent Van Gogh ”Retrato do Dr. Gachet"

Vini, vidi, vinci Capasso L. The Lancet 362:668; 2003 Sec. V AC

Conquista romana, expectativa de vida e doenças na Italia antiga % Capasso L. The Lancet 362:668; 2003

Bozzette,S. NEJM, 348:702,2003Bozzette,S. NEJM, 348:702,2003

Incidência de eventos cardiovasculares

Variações do perfil lipídico com IP mg/dl p<0,0001 p<0,0006 p=0,95 Caramelli B. Braz J Infect Dis 2001;5(6):

DAD Study Group,NEJM 349: , 2003

Prevalência de fatores de risco para DAC em série de pacientes HIV+ DAD Study Group,NEJM 349: , 2003

Fisiopatologia Diferenciação anormal do tecido adiposo na AIDS Consequência do bloqueio funcional da SREBP1 (sterol-regulatory-element-binding-protein-1) Bastard J-P. Lancet 2002; 359:1026 ControleInfeccção pelo HIV

Mecanismos Propostos para as alterações metabólicas associadas ao uso dos IP PPAR-  : RXR PPAR-  : RXR CRABP-1 CRABP-1 RARARARA 1 TGCIRCULANTES LR P 4 Aumento gordura central Resistência à insulina Indivíduos susceptíveis Diabetes melitus tipo II LP L ENDOTELIO CAPILAR ÁCIDOS GRAXOS GLICEROL FÍGADO LIBERAÇÃO DE GORDURA P450 3A P450 3A cis-9-RA cis-9-RA ADIPÓCITO PERIFÉRICO RESERVA DE TG DIMINUIÇÃO DA DIFERENCIAÇÃO DO ADIPÓCITO E AUMENTO DA APOPTOSE LR P : Carr. A. Lancet, 351:1881-3, : Bastard J-P. Lancet, 359: , SREBP1 5

Progressão da aterosclerose em pacientes HIV+ P= P= Hsue, P. Circulation 109, 2004 Preditores independentes de espessamento carotídeo (n=148 HIV+ e 63 HIV-) infecção HIV (p=0.001) idade (p<0.001) LDL-col. (p <0.001) tabagismo (p=0.001) Entre os HIV+, a duração da terapia com IP não foi preditora de espessamento carotídeo* Tempo médio uso IP: 3,3 anos Tempo médio infecção HIV 11 anos

Progressão do espessamento médio-intimal de carótidas durante 1 ano em 121 HIV+ e 27 HIV- P= P= Hsue, P. Circulation 109, ,074mm -0,006mm P=0,002 Preditores independentes de progressão do espessamento carotídeo idade (p<0.001) etnia latina (p=0.02) CD4 < 200 cels/mm 3 (p=0.0082) infecção HIV (p=0.002) 18,75% dos HIV+ que não tinham placa inicialmente, apresentaram placa após 1 ano*

III Diretrizes Brasileiras sobre dislipidemias HIV e inibidores de protease Dosagem no início do acompanhamentoDosagem no início do acompanhamento Normal e sem IP: repetir a cada 2 anosNormal e sem IP: repetir a cada 2 anos Anormal ou com IP: repetir em 1 m e 3/3 m.Anormal ou com IP: repetir em 1 m e 3/3 m. Iniciar com fibratosIniciar com fibratos Associar estatinas com cuidadoAssociar estatinas com cuidado Grau de recomendação: B Nível de evidência:4 (Aceitável e segura porém sem comprovação conclusiva) (Baseado em 1 estudo de coorte de ótima qualidade)

DISLIPIDEMIA ASSOCIADA AO USO DE INIBIDORES DE PROTEASE EM PACIENTES COM AIDS: RESULTADOS COM O USO DE FENOFIBRATO Medicina Interdisciplinar em Cardiologia - InCor - HCFMUSP mg/dl p =0,07 p = 0,0002 p < 0,0001 Caramelli B. Braz J Infect Dis 2001;5(6):

Bezafibrato nos paciente HIV+ 84 pacientes 89% masculinos Idade media 45a. (30-79) 41,87% TRIGLICÉRIDES p<0,0001 COLESTEROL TOTAL HDL COLESTEROLGLICEMIA p=0,0009 9,95 % 1,66 % p=0,92 NS 8,55% p=0,009

Prevalência da infecção pelo HIV Steinbrook,R. NEJM 351:117, 2004

População com colesterol alto e que não está em tratamento Pesquisa FUNCOR 2004 Sim 9,2% Não 90,8% Colesterol alto Colesterol - Brasil Sem tratamentoEm tratamento AIDS -2004