1 SUBDOMÍNIO REAÇÕES ÁCIDO-BASE 1.1Ácidos e bases 1.2Acidez e basicidade de soluções 1.3Ácidos e bases em soluções aquosas 1.4Acidez e basicidade em soluções.

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1 SUBDOMÍNIO REAÇÕES ÁCIDO-BASE 1.1Ácidos e bases 1.2Acidez e basicidade de soluções 1.3Ácidos e bases em soluções aquosas 1.4Acidez e basicidade em soluções aquosas de sais 1.5Titulação ácido-base 1.6Aspetos ambientais das reações ácido-base

1 SUBDOMÍNIO REAÇÕES ÁCIDO-BASE 1.1Ácidos e bases SUMÁRIO: Marcos históricos importantes na interpretação de fenómenos ácido-base Ácidos e bases segundo Brönsted e Lowry Resolução de exercícios e problemas para consolidação dos conteúdos lecionados

ÁCIDOS E BASES Ácido deriva do latim acidus, que significa “azedo”, e refere-se ao forte odor e ao acentuado sabor azedo de muitos ácidos. O vinagre tem um gosto azedo porque é uma solução diluída de ácido acético em água. O ácido cítrico no limão e noutros frutos é responsável pela sua acidez. O leite azeda quando se estraga porque se forma o ácido lático.

As bases ou alcalis, cujo termo deriva do árabe al-qali, que significa “cinzas vegetais”, têm também diversas utilizações, quer domésticas quer na indústria química. O hidróxido de sódio é uma base muito utilizada na produção de sabão. O hidróxido de cálcio é um dos constituintes da argamassa. O amoníaco é frequente nos produtos de limpeza.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA Séc. XVII O químico alemão-holandês Johann Rudolph Glauber ( ) constatou que os ácidos diferiam entre si pela força com que o caráter ácido era manifestado e que os sais eram constituídos por duas partes, uma proveniente de um ácido e a outra de um metal ou de um óxido metálico (alcali). Influenciados por essas conclusões, o farmacêutico alemão Otton Tachenius ( ) e o médico alemão Francois Sylvius ( ) propuseram que as interações químicas nos organismos vivos eram descritas por reações de ácido-base. O químico irlandês Robert Boyle ( ) mostrou que algumas substâncias exibem um comportamento neutro, não podendo ser classificadas como ácidos nem como bases. Enunciou, pela primeira vez, as características de identificação de um ácido e de uma base. A solução de azul de tornesol adquire um tom avermelhado na presença de uma solução ácida e um tom azulado na presença de uma solução básica.

Séc. XVIII Antoine Lavoisier ( ), no seu esforço de caracterização e sistematização das substâncias, sugeriu, em 1787, que o oxigénio era o “elemento acidificante” das substâncias ácidas, o elemento comum a todos os ácidos. Em contradição com a teoria de Lavoisier, o químico francês Claude Louis Berthollet ( ) mostrou que o ácido cianídrico (HCN) não continha oxigénio. Porém, o fraco poder deste ácido levou a que não fosse considerado um ácido verdadeiro. O químico inglês Humphry Davy ( ) provou que Lavoisier estava errado ao mostrar que o ácido muriático (ácido clorídrico, HCℓ), um ácido muito forte, não continha oxigénio, concluindo que “o gerador de ácidos” não poderia ser o oxigénio. Séc. XIX

Davy e, de forma independente, o químico francês Pierre Louis Dulong ( ) propuseram, ainda que de forma vaga, que o papel de “gerador de ácidos” deveria ser atribuído ao hidrogénio, mas como nem todos os hidrogénios são ácidos, como acontece no metano (CH 4 ), a proposta não foi aceite. Em 1838, o químico alemão Justus von Liebig ( ) recuperou essa proposta, tendo assumido que uma substância ácida possuía um ou mais hidrogénios ácidos, que se distinguiam dos restantes hidrogénios por serem facilmente substituídos por metais na produção de sais. Esta definição permaneceu por quase 50 anos. Depois de analisar um conjunto alargado de soluções aquosas de ácidos e de bases, o químico sueco Svante August Arrhenius ( ) concluiu, em 1887, que os ácidos apresentavam um ião comum, H +, enquanto as bases apresentavam um anião comum, OH . Ácido de Arrhenius é a substância que origina iões hidrogénio, H +, quando é dissolvida em água. Base de Arrenhius é a substância que origina iões hidróxido, OH , quando é dissolvida em água.

1923 O químico dinamarquês Johannes Brönsted ( ) e o químico britânico Thomas Lowry ( ), a partir de trabalhos realizados de forma independente, apresentaram uma teoria mais ampla baseada no facto da reação de ácido-base envolver a transferência do ião hidrogénio entre duas substâncias. De acordo com a teoria de Brönsted e Lowry, também designada teoria protónica, uma espécie só se comporta como um ácido e cede um protão, se houver outra espécie que se comporte como base e aceite o protão, de tal modo que as reações ácido-base são reações de transferência de protões.

Um ácido de Brönsted e Lowry é um espécie química dadora de protões numa transferência protónica. Uma base de Brönsted e Lowry é uma espécie química aceitadora de protões numa transferência protónica.

Exercício resolvido A definição de ácido e de base foi evoluindo ao longo dos tempos, tendo sido apresentada pela primeira vez com alguma consistência por Arrhenius. 1. Apresente dois exemplos de ácidos e dois de bases de Arrhenius. 2.Indique dois aspetos da temática ácido-base que não são explicados pela teoria de Arrhenius. Proposta de resolução 1.HF e H 2 SO 4 são ácidos de Arrhenius pois ambos contêm hidrogénio e se ionizam em água originando iões hidrogénio, H +. Mg(OH) 2 e KOH são bases de Arrhenius pois ambos contêm iões OH  e se dissociam em água originando iões hidróxido OH . 2. A teoria de Arrhenius não conseguia explicar como é que o ião hidrogénio, H +, uma partícula bastante reativa, pode existir livre em água e como é que substâncias que não contêm OH  têm o comportamento de bases.

Exercício proposto A teoria de Brönsted e Lowry veio resolver as criticas colocadas à teoria de Arrhenius. Apresente dois exemplos de: a) ácidos de Brönsted e Lowry. b) bases de Brönsted e Lowry que não são bases de Arrhenius. Proposta de resolução a) CH 3 COOH e HNO 3 São ácidos, em solução aquosa, pois ambos cedem protões à agua, que os capta e se comporta como base. CH 3 COOH(aq) + H 2 O(ℓ)  CH 3 COO – (aq) + H 3 O + (aq) HNO 3 (aq) + H 2 O(ℓ)  NO (aq) + H 3 O + (aq)

Exercício proposto A teoria de Brönsted e Lowry veio resolver as criticas colocadas à teoria de Arrhenius. Apresente dois exemplos de: a) ácidos de Brönsted e Lowry. b) bases de Brönsted e Lowry que não são bases de Arrhenius. Proposta de resolução b)NH 3 e CO São bases, em solução aquosa, pois ambas captam os protões cedidos pela água, que neste caso se comporta como ácido. Não são bases de Arrhenius pois não contêm o grupo OH na sua composição. NH 3 (aq) + H 2 O(ℓ)  NH (aq) + OH – (aq) CO (aq) + H 2 O(ℓ)  HCO (aq) + OH – (aq)