PROPOSIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA PARA A SAÚDE E OS DESPORTOS José Fernandes de Lima Conselho Nacional de Educação

O SISTEMA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA O SNCT, apesar de novo, tem uma história de sucesso Somente em 1951 foram criadas as primeiras agências de fomento CNPq e CAPES. Na década de 1960, a implantação dos programas de pós-graduação e a adoção do tempo integral para os pesquisadores nas universidades, criaram um clima propício à institucionalização da pesquisa acadêmica. A década de 1970 marcou de forma notável a ampliação do financiamento às entidades de ciência e tecnologia. A institucionalização do FNDCT possibilitou a aceleração do desenvolvimento científico nacional.

O SISTEMA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA A crise fiscal dos anos 1980 provocou um esvaziamento não somente do FNDCT, como também dos demais orçamentos que davam suporte às atividades de C&T. O final da década de 1980 e o início da década de 1990 foram caracterizados por grande instabilidade política e econômica que afetaram diretamente a gestão de C&T do governo. Somente no final da década de 1990 o FNDCT iniciou um processo de recuperação com a criação dos fundos setoriais. Nos últimos anos, além da ampliação do FNDCT, houve o aperfeiçoamento do modelo de gestão e a ampliação do marco legal de C,T&I com a aprovação da Lei de Inovação, da Lei de Biossegurança, e da Lei do Bem.

O SNCT E O SISTEMA DE PÓS- GRADUAÇÃO Hoje, o Brasil ocupa a 13ª posição na produção de artigos científicos Formamos mais de 12 mil doutores por ano. Os avanços da CTI estão muito relacionados com os avanços da pós-graduação Essa afirmação pode ser verificada quando lembramos que mais de 90% dos bolsistas de produtividade de pesquisa são docentes dos programas de pós-graduação. O mesmo ocorre quando comparamos a curva de crescimento do número de artigos publicados com o crescimento do número de doutores formados. Ações recentes desenvolvidas pelas agências de fomento sinalizam no sentido do aumento da indução de pesquisas em assuntos estratégicos para o país.

P OLÍTICAS RECENTES As agências de fomento vêm desenvolvendo nos últimos tempos programas e ações que sinalizam no sentido do aumento da sua capacidade de indução, da ampliação da ênfase no componente tecnológico e no reforço da participação empresarial. Podemos afirmar que as políticas para ciência e tecnologia estão no caminho de se tornarem políticas de estado. Para que isso aconteça as agências devem identificar uma agenda de pesquisa nacional. Nos novos programas, devem induzir que sejam realizadas pesquisas sobre os temas de interesse estratégico para o país a exemplo da saúde e dos esportes.

A IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA SAÚDE E DO ESPORTE O papel estratégico da saúde fica evidente quando observamos que o Brasil está vivenciando uma mudança significativa na sua distribuição etária. Verifica-se uma diminuição da taxa de natalidade e um aumento da expectativa de vida. O esporte mostra o seu papel estratégico quando analisamos o grande número de eventos esportivos de grande porte realizados e planejados para os próximos anos. A saúde e o esporte devem ser considerados como assuntos estratégico pela comunidade científica.

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AVANÇOS DA CIÊNCIA PARA A SAÚDE E OS DESPORTOS Nos últimos anos houve um grande avanço da pesquisa mundial nas áreas de genética, biologia molecular e neurociências e isso aumentou significativamente a relevância das pesquisas em saúde. A pesquisa em saúde humana tornou-se mais complexa: Existe, hoje, um verdadeiro complexo industrial da saúde que gera um grande mercado de medicamentos, vacinas e equipamentos. As práticas de saúde e a organização dos sistemas de saúde envolvem cada vez mais tecnologia. O desenvolvimento da ciência da saúde está concentrado em poucos países. As relações de trabalho dos profissionais da saúde e a relação com os pacientes vem sendo alterada. É necessário descobrir novos formatos.

CIÊNCIA PARA A SAÚDE E O DESPORTO: CAMPO MULTIDISCIPLINAR MorfologiaBioquímicaImunologiaFisiologiaFarmacologiaQuímicaFísicaadministração.

A PESQUISA EM SAÚDE NO B RASIL As atividades de pesquisa em saúde humana são representativas Correspondem a 25% do total. A área de saúde é a que tem mais grupos de pesquisa registrados no CNPq O percentual de cursos de pós-graduação na área da saúde corresponde a 20% do total. O volume de recursos envolvidos é significativo Mais de 60% dos recursos utilizados para pesquisa em saúde são destinados ao setor acadêmico. 63% dos grupos estão localizados na região sudeste, 17% na região sul, 13% na região nordeste, 5% no centro oeste e 2% na região norte.

P RINCIPAIS LINHAS DE PESQUISA EM SAÚDE HUMANA Educação física Química Fisiologia Nutrição Parasitologia Genética Ciência e Tecnologia de Alimentos Farmacologia Imunologia Farmácia Enfermagem Microbiologia Psicologia Bioquímica Odontologia Saúde Coletiva Medicina

PROPOSIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA PARA SAÚDE E OS DESPORTOS Ampliar o foco na atenção básica, na prevenção, na ampliação da vida saudável e na diminuição das desigualdades de acesso a saúde. Atividade física Sobrepeso e obesidade Saúde mental Doenças sexualmente transmissíveis Abuso de substâncias Imunização Qualidade ambiental Acesso à saúde como um direito

PROPOSIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA PARA A SAÚDE E OS DESPORTOS Melhorar a colaboração entre os setores: empresas, instituições de pesquisa e sistemas de saúde. Fazer com que mais empresas incorporem os procedimentos de pesquisa e desenvolvimento Aproximar a agenda de pesquisa em saúde humana da agenda de prevenção. Aproximar as pesquisas realizadas pelo ambiente acadêmico das necessidades objetivas dos sistemas de saúde. Ampliar o PPSUS

PROPOSIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA PARA A SAÚDE E OS DESPORTOS Incentivar a criação de linhas de pesquisa diretamente relacionadas com o desenvolvimento dos desportos Ampliar o envolvimento das universidades e escolas de educação básica no processo de disseminação da saúde e dos desportos.

. Muito Obrigado!