Financiamento da Educação e Regime de Colaboração: um ano de PNE José Marcelino de Rezende Pinto USP Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da.

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Transcrição da apresentação:

Financiamento da Educação e Regime de Colaboração: um ano de PNE José Marcelino de Rezende Pinto USP Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação – Fineduca Contato: junho/2015

Diretriz do art. 211 da CF § 1º A União organizará o sistema federal de ensino (...) e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

SOBRECARGA AOS MUNICÍPIOS OS FUNDOS E A MUNICIPALIZAÇÃO DO ENSINO EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DAS MATRÍCULAS DO ENSINO FUNDAMENTAL POR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA FUNDEF

+ POBRE  + MUNICIPALIZADO

O DESEQUILÍBRIO NA RECEITA DE TRIBUTOS

As desigualdades Regionais SIOPE e STN

E com o fim do fundo? Os valores que os estados transferem de recursos próprios para os municípios R$ mi Total: 19 bi

SP+RJ= 58% da receita própria do Br. Já AC+AL+AP+M A+MT+PB+PI +RN+RO+RR +SE+TO=6% Valor creche no Fundeb Municípios (2012)

Unidades federadas com municípios com maior dependência do fundo (2012)

Conclusão 1: Há que se manter o atual sistema de compartilhamento de recursos (estados + municípios) sob pena de se instalar o caos na educação nacional em 2020.

O Fundeb e a equalização 2012 Razão Maior/menor: Sem compl.: 2,9 vezes Com compl.: 1,6 vezes CAQi

Receita própria dos municípios: impacto só nas capitais. Explica a baixa adesão ao pró-infância 2012

35% 94% 51% 49% Fonte: FNDE (matrícula do ano) Correção: INPC BR: queda na matrícula na ed. Básica de 7% 2009 a 2012  Como ficam a obrigatoriedade de 4 a 17 anos e as metas do PNE?

Conclusão 2 O Fundeb teve um papel importante na redução da desigualdade dentro dos estados (com exceção capital x interior) e entre os estados (efeito do complemento) mas o complemento só atinge 10 estados e, no estágio atual, o fundo não estimula o aumento da cobertura e o cumprimento do PNE Não há mais interesse e $ para ampliar matrículas no fundo

O Fundeb e a qualidade:

O valor/aluno do Fundeb não representa a realidade do custo das etapas de ensino *Mínimo do Fundeb não viabiliza o Piso Metade das escolas rurais tem até 40 alunos  64 mil escolas rurais fechadas em 32 anos ( )

Fonte: Alves e Pinto a partir da PNAD (2009) Gasto pequeno  baixos salários docentes Salário mínimo do DIEESE (set/2009) = R$ 2.065

Será que R$ não faz diferença? Maior PISA: Coreia = 539 Menor PISA: Brasil: 412 Diferença: 127 pontos * 40 pontos (1 ano escolar) Gasto Coréia= 3 x Brasil (JP, CAN, SUE, DIN: x 4) Nota Gasto

Conclusão 3: O valor/aluno do Fundeb não atinge as mensalidades de escolas privadas de classe média e sequer o CAQi. Com isso não há como atrair e manter bons profissionais da educação.

Síntese propositiva: Criar um mecanismo permanente de financiamento; Aumentar o papel da União no $ da ed.bas. (com 1% do PIB de complemento cumpre CF art. 211) Garantir um valor/aluno que assegure qualidade (CAQi e CAQ); Respeitar o custo real das etapas/modal.; Discutir o desenho de um sistema público de educação básica que reúna E e M; Dotar os conselhos de estrutura própria e de poder de decisão (conselho gestor)