Doença de Chagas
Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi - Continente Americano 21 países - Risco 120 milhões - Infectados 16 a 18 milhões Brasil 3 a 4 milhões
Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi - Mortes/ano 13 a 50 mil - OMS doença transmissível Infecções respiratórias Diarréias AIDS
Antecedentes históricos Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Antecedentes históricos Infeccção detectadas em mumias peruanas e chilenas entre 500 e 9 mil anos Cerâmica pré-colombiaba
Charles Darwin Argentina, 1839 Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Charles Darwin Argentina, 1839
Principal expansão – séculos XIX e XX Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Principal expansão – séculos XIX e XX
Carlos Chagas, 1909 Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Carlos Chagas, 1909
Posição Sistemática Seção Salivaria Seção Stercoraria Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi
Formas evolutivas Tripomastigota 15-25 X 4 µ Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Formas evolutivas Tripomastigota 15-25 X 4 µ
Tripomastigota Formas finas – 20 X 1µm Movimentação rápida e direcionada Formas grossas – < 15 µm Movimentação lenta e não direcionada
Formas evolutivas Epimastigota 20-30 X 2-5 µ Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Formas evolutivas Epimastigota 20-30 X 2-5 µ
Formas evolutivas Amastigota 2 -4 µ Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Formas evolutivas Amastigota 2 -4 µ
Heterogeneidade do T. cruzi Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Heterogeneidade do T. cruzi TcI América do Sul - Silvestre TcII América do Norte - Domiciliar TcII, a, b, c, d, e
Hospedeiros definitivos Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Hospedeiros definitivos Hospedeiros intermediários
Hospedeiros intermediários Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Hospedeiros intermediários
Hospedeiros intermediários Phylum: Arthropoda Clase: Insecta Orden: Hemiptera Suborden: Gymnocerata – Heteroptera Família: Reduviidae Subfamília: Triatominae Gênero: Triatoma Panstrongylus Rhodnius
Fitófago Predador Hematófago
Hematófago
Predador
Fitófago
Rhodnius Panstrongylus Triatoma
Tempo de repasto X defecação Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Triatominae – Vetor (?) Tempo de repasto X defecação Grau de domiciliação e antropofagia Distribuição geográfica
Triatoma infestans
Triatoma sordida Geralmente é encontrada em ecótopos silvestres e no peridomicílio, invade com freqüência o domicílio, mas é considerada espécie secundária.
Triatoma brasiliensis Vetor domiciliar mais importante no nordeste brasileiro. Ocupa tanto ambientes domiciliares (peridomicílio e intradomicílio) como ambientes silvestres
Panstrongylus megistus Vetor mais importante atualmente nas regiões sul e sudeste do Brasil, podendo ser domiciliado ou silvestre.
Rhodnius neglectus Encontrado no Brasil nos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso e São Paulo. É uma espécie predominantemente silvestre e tem sido encontrada em palmeiras. Com certa frequência invade as habitações humanas e algumas vezes se encontra infectado pelo T. cruzi
Doença de Chagas Vetorial - 80% das infecções humanas
Transfusão sangüínea – 5-20% das infecções humanas Doença de Chagas Transfusão sangüínea – 5-20% das infecções humanas
1 -10% das infecções humanas (em zona endêmica >20%) Doença de Chagas Congênita – 1 -10% das infecções humanas (em zona endêmica >20%) Fase aguda e crônica Leite materno ????
Doença de Chagas Transmissão oral Ingestão de comida contaminada com fezes do vetor com o T. cruzi Ingestão de carne crua de animais contaminados com o protozoário Ingestão de insetos contaminados
Outros métodos de transmissão Doença de Chagas Outros métodos de transmissão Acidentes de laboratório Transplante de órgãos Trasmissão sexual – período da mestruação (?)
Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi
Doença de Chagas 540 parasitos Primeira divisão depois de 20-35H Divisão binária a cada 12 horas 9 gerações 540 parasitos
Fase Aguda (parasitêmica) Contaminação Incubação 7 -10 dias (vetor) 20- 40 dias (sangue) Parasitemia importante e detectável técnicas parasitológicas diretas Fase Aguda (parasitêmica) 3 -8 semanas 5% < 5% Reativação 90-95% Parasitemia baixa, indetectável pelas técnicas parasitológicas diretas; taxas de IgG altas. Fase Crônica Indeterminada 30-40% Depois de 10-30 anos 60-70% Fase Crônica Determinada 5-25% 75% 20-40% cardiopatia 9-15% patologia digestiva Morte prematura Morte natural
Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Patogênese O T. cruzi exerce papel fundamental na gênese e desenvolvimento das lesões
Patogênese Lise das células musculares e nervosas Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Patogênese Lise das células musculares e nervosas Resposta inflamatória ( intensa na fase aguda) Fibrose intensa
Patogênese Autoimunidade Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Patogênese Autoimunidade Homologias estruturais entre moléculas do parasito e do hospedeiro Ex: Epítopo B13 do T. cruzi e miosina cardíaca
Anatomopatologia Fase aguda Amastigota em quase todos os tecidos Lesões de entrada: reação inflamatória intensa com infiltração monocitária e linfocitária Miocardite aguda frequente: coração aumentado de volume; infiltração mononuclear com edema dissociando as fibras miocardicas; lesões da microcirculação dos sistemas de excitação, condução e de inervação parassimpática miocárdica
Fase aguda Tubo digestivo: miosites focais, principalmente parassimpáticos (plexo de Auerbach e Meissener) Sistema nervoso central: invasão do espaço meníngeo por células mononucleares (ocasionalmente: meningoencefalites multifocal)
Fase crônica indeterminada Lesões somente microscópicas Parasitismo raro nos miócitos Desnervação autônoma limitada, sem percepção clínica
Fase crônica determinada Principais lesões: miocardio, esôfago e cólon Forma crônica cardíaca
Fase crônica determinada Forma crônica cardíaca Inflamação crônica e progressiva com destruição de miócitos Bloqueio progressivo da formação e condução de estímulos etétricos Hipertrofia e fibrose intensa
Fase crônica determinada Forma crônica cardíaca Diminuição das paredes cardíacas (ventriculares) Aparecimento de aneurisma devido à pressão sanguínea Trombose, necrose isquemica….
Fase crônica determinada Forma crônica cardíaca
Fase crônica determinada Forma crônica digestiva Desnervação parassimpática intramural com predomínio do esôfago e cólon sigmoide Miosite focal e fibrose
Fase crônica determinada Forma crônica digestiva
Sintomatologia Fase aguda - Assintomático - Febre prolongada, regular e moderada (95 -100%); sensação de mal estar, mialgias, cefaléia, astenia e anorexia - Poliadenopatia (60%) e fadiga ao esforço - Edema discreto e generalizado (30 -50%)
Sintomatologia Fase aguda Sinal de Romaña (edema bipalpebral inilateral - 20-50%) por 30 -60 dias (bacterias 3-7 dias) Chagoma de inoculação
Fase crônica indeterminada Sintomatologia Fase crônica indeterminada Fase assintomática - ECG e radiológicos normais Exames sofisticados podem demonstrar alterações (20-50%) Diagnóstico importante - acompanhamento médico; doaçao de sangue e controle
Fase crônica determinada Forma crônica cardíaca Principal causa de morte cardiovascular em pacientes de 30-50 anos, mais precoce e severa em homens Associação de 3 sintomas: 1. Arritimia 2. Insuficiência cardíaca 3. Tromboembolismo (cerebral, membros ou pulmonares)
Fase crônica determinada Forma crônica cardíaca Causas de morte Súbita por fibrilação ventricular; bradiarritimia– 55-65% Insuficiência cardíaca – 25-30% Embolia cerebral ou pulmonar – 10 a 15%
Fase crônica determinada Forma crônica digestiva Esofagopatia chagásica - Maior freqüência em homens - Mais precoce que a cardiopatia e o megacólom (desde 20 anos) - Associada a cardiopatía em 20-50% dos casos
Fase crônica determinada Forma crônica digestiva Esofagopatia chagásica Sintomas Disfagia por alimentos secos, duros e frios (100%) Odinofagia (dor) Regurgitações Esofagite Ruptura do esôfago Cancerização
Fase crônica determinada Forma crônica digestiva Colonopatia chagásica - Tardia - depois dos 40 anos Constipação progressivo Dores abdominais Distenção abdominal assimétrica Meteorismo Fecaloma
Fase crônica determinada Forma crônica digestiva Colonopatia chagásica Oclusão intestinal reversível Volvo do sigmóide Morte Outras manifestações Dilatações do duodeno e estômago (rara) Hipertrofia das parótidas e hipersalivação
Diagnóstico Clínico Parasitológico Laboratorial Imunológico Molecular Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Diagnóstico Clínico Parasitológico Laboratorial Imunológico Molecular
Diagnóstico Laboratorial Parasitológico - direto Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Diagnóstico Laboratorial Parasitológico - direto Gota de sangue a fresco Esgregaço de sangue corado Concentração por gota espessa ou centrigugação
Diagnóstico Laboratorial Parasitológico - indireto Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Diagnóstico Laboratorial Parasitológico - indireto Xenodiagnóstico Hemocultura Inoculação em cobaias
Diagnóstico Laboratorial Imunológico Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Diagnóstico Laboratorial Imunológico Convencionais – usar dois métodos Hemoaglutinação indireta Imunofluorescência indireta Elisa Fixação do Complemento – Guerreiro-Machado
Diagnóstico Laboratorial Molecular Doença de Chagas Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi Diagnóstico Laboratorial Molecular PCR
Tratamento Anti-parasitário Nifurtimox e Benzonidazol Contraindicação – gravidez, não se conhece os riscos Efeitos secundários (30% dos pacientes) Dermatite alérgica – 5 a 8 dias depois do início Problemas digestivos Polineurites periferica – depois de 30 dias, pode ser irrevertivel (parestesia e dores)
Tratamento Resultados Fase aguda – cura em 100% em crianças menores de 1 ano - Cura de 60-70% em outros pacientes Fase crônica Crianças e adultos infectados a menos de 10 anos – 50-60% Pacientes infectados a mais de 10 anos – 8-26% Fase indeterminada Diminui a frequencia de fase crônica e menor gravidade da forma cardíaca
Tratamento- sintomático Cardiopatia crônica Marcapasso Evitar determinados medicamentos Dieta hiposódica, diuréticos, etc Anti-coagulantes Cirurgia Transplante
Tratamento- sintomático Esofagopatias Hábitos alimentares – consumo de alimentos quentes, liquido-pastoso, nao irritativos Dilatação do esfincter por meio de balões Cirurgias
Tratamento- sintomático Colonopatias Laxantes e estimuladores da motibilidade Cirurgias
Epidemiologia Ciclo doméstico Ciclo silvestre Ciclo peri-doméstico
Profilaxia Anti-vetorial – inseticidas melhoramento das casas biológica Transfusão sanguínea – seleção de doadores substâncias tripanocidas
Profilaxia Congênita – tratamento da gestante é proibido - sorologia materna durante a gestação -busca de parasitos no cordão umbilical - tratamento sistemático do recém nascido Oral – lavar e cozinhar bem os alimentos Acidentes de laboratório – cuidados e proteção