Itinerários terapêuticos

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Transcrição da apresentação:

Itinerários terapêuticos O desconhecimento das percepções locais pode levar ao fracasso terapêutico

Professora: Patrícia Alunos: Graciela Elias Joana Odarlone Sidnei.

O que são Itinerários Terapêuticos? Processos adotados pelos indivíduos e grupos humanos para manter ou recuperar a saúde. Implicam diferentes instâncias: Autocuidado e a autoatenção; Rituais religiosos ou Dispositivos biomédicos (atenção primária, atenção hospitalar etc).

Por que o profissional deve conhecer os itinerários? Conhecer os modelos e as práticas mais relevantes e recorrentes entre os pacientes que atende, com o objetivo de prever seus comportamentos associados; Poderá desenvolver estratégias adequadas de comunicação clínica, estabelecer uma previsão das condutas dos pacientes e aproveitar os recursos locais existentes para o tratamento.

Por que o profissional deve conhecer os itinerários? Avaliar, em cada caso, se estes recursos podem ser úteis para o tratamento tanto em termos de sua eficácia biológica como de sua eficácia simbólica; Freqüentemente os pacientes misturam e trocam idéias, remédios e formas de tratamentos diferentes, como é o caso da crença da bruxaria como causadora de doenças, o uso de medicamentos e dos recursos rituais tradicionais.

Sistemas de Atenção à Saúde Conjunto de sistemas de idéias e práticas sobre a doença que co-existem em um determinado contexto local. Respondem a modelos culturais enraizados na realidade local; Dependem de fatores: materiais, econômicos, históricos, lingüísticos, vinculados à organização social e à adscrição étnica e religiosa dos pacientes.

Sistemas alternativos Sistemas de Atenção à Saúde Sistemas folk Curandeiros, benzedeiras, etc. Sistema biomédico Atenção primária, atenção hospitalar, etc. Contexto local: Campo comum onde os sistemas se encontram e convivem Sistema popular Auto-atenção, auto-cuidado etc. Sistemas alternativos Naturismo, homeopatia e etc. Sistemas tradicionais Medicina tradicional chinesa, medicina popular, etc.

COLAR MAPA COM: Igrejas, benzedeiras, centro espírita, raizeros, centro de saúde, lam houses, farmácias, tai chi chuan, terapia floral, homeopatia, uroterapia, iridologia. TV. Reiki, chiatsu

Padres, pastores, mães e pais de santo, benzedeiras, farmacêuticos, raizeros, Multiplicadores de saúde ou adversários da medicina Eficácia simbólica Efeito placebo, psicoterápico e complementar à medicação Comunidade Terapêutica. Diferentes SAS em sinergia: Efetividade em saúde. Percepção de doença Necessidade de cura ou cuidado

O que fazer então? 1- O desconhecimento da realidade e das percepções locais pode levar ao fracasso terapêutico. 2- Quando médico e paciente falam de um mesmo tema estão dizendo a mesma coisa? Ex: Hipertensão e Diabetes; 3- Iniciar uma relação dialógica com a comunidade: Entender o Modelo Explicativo desta comunidade.

Usuários têm idéias prévias sobre a doença que devem ser conhecidas pelo profissional com propósito de negociar o tratamento; Procurar obter, além da aderência ao tratamento também uma “aliança terapêutica” com os diferentes recursos existentes na comunidade; Adotar uma linguagem simples, que seja compreensível pelos usuários; Verificar se entendeu as orientações e se as aceita.

CULTURA PROFISSIONAL

Conselhos para a Entrevista Etnográfica: Informar sobre as condições da entrevista: confidencialidade, forma de registro, etc. Evitar a resposta além e aquém do perguntado; Não influenciar as respostas ao formular as perguntas: Ex. Incorreto: Por que o leite materno é bom? Correto: O quê você pensa sobre o leite materno?

Não influenciar as respostas con atitudes ou comportamentos; Aprofundar a entrevista com mais perguntas: Por Quem? Como? O quê se passou? Quando? Utilizar a técnica do rebote: repetir as últimas palavras do entrevistado para que o mesmo continue seu relato;

Não trocar rapidamente de um tema a outro; Não utilizar perguntas confusas ou com duplo sentido; Utilizar um tom de voz moderado.

“Há pedras no caminho que ainda assim é belo” Lulu Santos. Obrigado.