Ivã Gurgel. 2015. Matematização da Natureza (em especial dos movimentos); Paradigma Mecanicista; Experimentação Técnica.

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Transcrição da apresentação:

Ivã Gurgel. 2015

Matematização da Natureza (em especial dos movimentos); Paradigma Mecanicista; Experimentação Técnica.

Aristóteles, contrariando Platão, considera que o conhecimento deve se dar a partir da observação do mundo; O mesmo deve ser apreendido “em sua forma mais pura”. <= A Escola de Atenas, Rafael

Bacon parte da premissa que o homem perdeu sua capacidade de compreender a natureza; Publica o Novum Organum (1620), em referência ao Organon de Aristóteles. Defende que nossas mentes são povoadas por Ídolos, que seriam “vícios” do pensamento que nos impedem de conhecer.

“O intelecto humano se deixa abalar no mais alto grau pelas coisas que súbita e simultaneamente se apresentam e ferem a mente e ao mesmo tempo costumam tomar e inflar a imaginação” (Bacon, Novum Organum, 1620, p.24)

Ídolos: Da Tribo: Generalização Prematura; Da Caverna: Distorções da Percepção; Do Foro: Relacionados ao “Poder das Palavras”; Do Teatro: Relacionados a Falsos Sistemas Filosóficos.

Não se pode confiar em nosso intelecto; É preciso criar uma maneira de ir ´”além das aparências”; É necessário que se intervenha na natureza; A natureza precisa ser “atormentada”.

Pelo poder que se pode exercer sobre a natureza se descobre as “causas ocultas” que estão por trás dos fenômenos; Esta experimentação precisa ser organizada (métodos das tábuas).

“Os que se dedicaram às ciências foram ou empíricos ou dogmáticos. Os empíricos, à maneira das formigas, acumulam e usam as provisões; os racionalistas, à maneira das aranhas, de si mesmos extraem o que lhes serve para a teia. A abelha representa a posição intermediária: recolhe a matéria-prima das flores do jardim e do campo e com seus próprios recursos a transforma e digere” (Bacon, Novum Organum, 1620, p.63).

Robert Boyle; Segue a Filosofia Experimental de Bacon; Principal exemplo: A Bomba de Ar.

Exemplo de Mecanicismo: Universo de René Descartes; Universo baseado em entidades inobserváveis, mas que se resumiriam a qualidades primárias da matéria; É necessário compreender seu “funcionamento natural”.

O “mecanicismo” inglês admite que os corpos tem um “modo de ser” que precisa ser revelado; Boyle propõe três níveis de organização da matéria: “elementar”, corpuscular e perceptível. Os corpúsculos admitem outras qualidades além da forma e tamanho. Estas qualidades vem dos “arranjos ou disposições das partes” que configurarão a “textura” que permitirá a sensibilidade da matéria.

A busca desse “modo de ser” ou “essência funcional”, por não ser evidente e redutível à descrição mecânica, viria por meio da experimentação; Isto é, o nível corpuscular é somente acessado pela experimentação.

Como vimos, a Universidade Medieval não abria muito espaço para a ciência experimental ou aplicada; Este novo modo de produzir conhecimento encontra resistência no mundo intelectual da época.

A Ciência Experimental irá se consolidar em um novo espaço dedicado ao conhecimento; As Academias e Sociedades Científicas.

Luciana Zaterka. A Filosofia Experimental na Inglaterra do Século XVII: Francis Bacon e Robert Boyle.

Steven Shapin & Simon Schaffer. Leviathan and the Air Pump: Hobbes, Boyle and the Experimental Life.

Peter Burke. Uma História Social do Conhecimento.