TEXTO LITERÁRIO E SUBJETIVIDADE Construção do perfil dos interlocutores.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
HISTÓRIA DA LITERATURA
Advertisements

DINÂMICA: Entrosamento de idéias
Denotação e Conotação.
Pelas Portas do Coração
 .
TEXTO : Autor desconhecido
Colégio Adventista de Ji-Paraná
Os poemas de Inácio Lagarto
Professora: Aíla Rodrigues
Mulher Poesia *FALCÃO S.R*
As funções da linguagem
INTRODUÇÃO À LITERATURA BRASILEIRA
Texto: Desconheço a autoria Imagens: Google Edição: Lene Fernandes
Interpretando as Escrituras Sagradas
Alunas: Camila Thomaselli nº04 Carolina Côrtes nº08 Carolina Molar nº09 Carolina Saade nº10 Carolina Sequeiros nº11.
Assunto: Estudo do poema (versos e estrofes) Professora: Rosana Santos
Pelas Portas do Coração
Poemas Professora Janete.
8º C – COLÉGIO MARIA MONTESSORI Prof. JAILSON DANTAS
O TEXTO POÉTICO.
Janelas Poéticas Sônia Ortega.
Fragmentos do livro de Carlos Costa “Time is flowing in the middle oft the night.”Tennyson. (O tempo corre no meio da noite) Carlos Costa.
PELAS PORTAS DO CORAÇÃO
2ª geração - Casimiro de Abreu
Aulas Multimídias – Santa Cecília Prof. André Araújo.
PODEMOS CONFIAR NA BÍBLIA? Revelação: é o ato divino pelo qual Deus revela aquilo que o homem não poderia descobrir por si próprio.
Temas: O que é história? e O tempo e a história Avaliação 1 – 13/03/2015 PAULA GRACIELE CARNEIRO [1][1] Compreender os diferentes tipos de fontes históricas.
O texto pode ser visto como um tecido estruturado, uma entidade significativa, uma entidade de comunicação e um artefato sociohistórico. Pode-se dizer.
Avanço automático Aguarde a sequência... APRESENTA A SEGUIR: UM TEXTO DE SUA AUTORIA UM TEXTO DE SUA AUTORIA.
Trabalho de Literatura AC – Livro Paradidático Lira dos Vinte Anos – Álvares de Azevedo.
Aulas Multimídias – Santa Cecília Profº André Araújo.
Professora Flaviana Eufrásio Disciplina: Literatura Brasileira.
INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – IFRN CAMPUS JOÃO CÂMARA DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURAS PROF: CHICO ARRUDA Conceituação de Verbo.
INDEXAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS VISUAIS E AUDIOVISUAIS Félix del Valle Gastaminza.
O Romantismo no Brasil.
POEMA PROPOSTA ALFABETIZAR LETRANDO
UMA VISÃO DE FÉ: SEGREDO PARA O SUCESSO DO LÍDER I Co
A literatura é uma linguagem Prof. Marcel Matias.
As cinco mais de ROBERTO CARLOS
O quê? Quando? Quem? Como? Onde? Porquê?. Uma Reportagem (notícia) Novidade Enfoque: O que se sabe? O que não se sabe?
A língua de Eulália Capítulo 7: “Verbo pra que te quero” Grupo: Lilian
A cultura e suas transformações, ou seria imposições?
Agrupamento Gil Vicente Português
A ANÁLISE DO DISCURSO. ORIGENS Atualmente o estudo da língua sob a perspectiva discursiva está bastante difundido, havendo várias correntes teóricas.
ÁREA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS REFLEXÃO ► LIVRO DIDÁTICO Matriz Curricular PCN/Orientações SPAECE ENEM Conhecimento de Mundo.
Parnasianismo Turma: ADM3AM Prof. Chico Arruda.
Profª Débora Ouriques Arcadismo ou Neoclassicismo Fachadas da cidade de Ouro Preto, antiga Vila Rica berço do Arcadismo brasileiro.
* FICHA TEMÁTICA: Após a determinação de um tema central, registram- se múltiplas conceituações identificadas nas obras de diferentes autores, na forma.
ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Linguagem, língua e variação linguística.
Profª Débora Ouriques Arcadismo ou Neoclassicismo Fachadas da cidade de Ouro Preto, antiga Vila Rica berço do Arcadismo brasileiro.
Significação lexical. Todas as palavras que existem numa língua (ou seja, o léxico) têm um significante (forma gráfica e acústica) e um ou mais significados.
LITERATURA. VERSO – PROSA PROSA FORÇA DO HÁBITO Um dia o meu cavalo voltará sozinho e, assumindo sem querer a minha própria imagem e semelhança, virá.
ETAPAS DA OLIMPÍADA 1ª ETAPA - ESCOLAR 2ª ETAPA - MUNICIPAL 3ª ETAPA - ESTADUAL 4ª ETAPA - REGIONAL 5ª ETAPA - NACIONAL.
Trabalhando com produção textual
O Evangelho dominical animado em slides. Meditado por: Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa CS Adaptação para Portugal por: Pe. Manuel José Torres Lima O MEU.
PARNASIANISMO LITERATURA.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA LIDA O livro lido inicia com a descrição do ambiente em que o personagem principal se encontra. Não sei como ele entrou.
COLÉGIO SÃO JOSÉ PRODUÇÃO DE TEXTO – 6º ANO
 Para ler o mundo, precisamos decifrar o signos, o letras, o sinais convencionados o imagens.
PRODUÇÃO DE TEXTO – 7º ANO CARTA ENIGMÁTICA E HISTÓRIA EM QUADRINHOS
HOJE QUERO DIZER QUE TE AMO QUE TE AMO (NOSSA HISTÓRIA DE AMOR) 09/10/13 AUTORIA :Norma Aparecida Silveira de Moraes (NOSSA HISTÓRIA DE AMOR) 09/10/13.
ESTUDO DA REALIDADE, PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMAÇÃO CIDADÃ NA ORGANIZAÇÃO DE UMA PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE TEATRO. Introdução: O ensino de.
Os Gêneros Literários. O termo gênero é utilizado, nas diferentes formas de arte, para denominar um conjunto de obras que apresentam características semelhantes.
MEMÓRIAS & HISTÓRIAS NOSSAS LETRAS Oficinas de iniciação à leitura literária e à escrita criativa.
Viver é ter consciência da realidade que se esconde atrás da aparência. É ver além dos cinco sentidos. É enxergar com os olhos da alma...
Natureza da Ciência e do Espírito Científico RUIZ, João Álvaro. Natureza da Ciência e do Espírito Científico. In: Metodologia Científica. Guia para Eficiência.
ORIGEM E DESTINO A inocência da nossa infância descansa numa profunda falta de conhecimento, sobretudo de nós mesmos. “Quem somos” é uma resposta que só.
Poesia visual pretende ser um tipo de poesia em que, abolindo-se certas distinções entre os gêneros como poesia, teatro, música, dança, pintura, escultura.
Historiador: o profissional que investiga o passado.
CLASSICISMO (XVI) INÍCIO: Retorno do poeta Sá de Miranda da Itália, trazendo consigo o soneto. PANORAMA HISTÓRICO RENASCIMENTO: MONALISA – LEONARDO.
Transcrição da apresentação:

TEXTO LITERÁRIO E SUBJETIVIDADE Construção do perfil dos interlocutores

Gênero textual POEMA

Conhecer esse gênero é altamente desejável, tanto pela formação do leitor e do escritor como alguém que aprecia e sabe fazer uso de recursos da linguagem literária, como, também, pela formação de um ser humano mais sensível à poesia da realidade que está à sua volta.

Mas, uma dúvida: Poema e Poesia significam a mesma coisa? NÃO!

Poesia é um termo que vem do grego. No sentido original, poiesis é a atividade de produção artística, a atividade de criar ou de fazer. De acordo com essa definição, haverá poesia sempre que, criando ou fazendo coisas, somos dominados pelo sentimento do belo, nos comovemos com lugares, pessoas e objetos. A poesia, portanto, pode estar nos lugares, nos objetos e nas pessoas. Assim, não só os poemas, mas uma paisagem, uma pintura, uma foto, uma dança, um gesto, um conto, por exemplo, podem estar carregados de poesia. Poema é uma palavra que vem do latim que significava 'composição em verso; companhia de atores, comédia, peça teatral', e do grego poíéma 'o que se faz, obra, manual; criação do espírito, invenção'. Portanto, poema é poesia que se organiza com palavras.

À primeira vista, pode parecer simples "brincar" com as palavras na construção de um poema. Quem nunca rimou dor com amor, por exemplo? Mas isso é só o começo: o poema é muito mais do que isso. Nos poemas, as palavras criam asas e revelam a subjetividade do poeta, porque o poema é carregado de poesia.

Para criar textos poéticos é preciso saber utilizar os recursos da língua. A arte consiste em combinar todas as possibilidades, extrapolar o significado exato das palavras e abusar dos apelos sonoros e visuais na construção do texto. É preciso exprimir a subjetividade do mundo, do poeta, por meio das palavras. Não se deve ser claro ou explícito. Caso contrário, o poeta poderia mandar sua mensagem por meio de um texto jornalístico, de uma crônica ou carta.

SÍNTESE: Reconhecer a linguagem subjetiva do poema e os elementos estilísticos que o valorizam é essencial para se perceber a poesia inerente a ele. Recursos da linguagem poética: quanto à forma: versos, estrofes; quanto à sonoridade: rima; quanto ao significado das palavras: linguagem figurada, conotação e denotação, metáfora; quanto à linguagem: subjetividade, que dá um novo sentido a palavras conhecidas.

A linguagem e a Subjetividade do poeta

Os poetas não usam as palavras de modo comum, em seu sentido literal, como estão no dicionário, porque as palavras expressam o modo particular como o poeta vê e sente o mundo. Os poetas se expressam de modo subjetivo, exprimindo novos sentidos, criando novas imagens, exprimindo emoções. Por isso, o poema é passível de múltiplas interpretações. Para um poeta não serve qualquer palavra. Ele escolhe aquelas palavras e expressões que melhor traduzem sua visão das coisas. Como diz Olavo Bilac ( ), no poema A um poeta, o autor, quando está criando, trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua, porque

Para o cientista, a Lua é: Satélite natural da Terra Para poetas, a Lua pode ser: Casa de São Jorge Fatia de queijo Colar de prata da Noite Acesso: 15/11/10

ANÁLISE

PANORAMA: Os sonetos da coletânea “Via-Láctea”, de Olavo Bilac, têm como características principais: a subjetividade, o lirismo; os lugares-comuns do romântico. No entanto, o sentimentalismo de Olavo Bilac não é desmedido como o dos poetas românticos, é contido. A mulher presente nos poemas é branca, pálida e em alguns momentos inacessível. O amor do romântico nunca se realiza, mas em Bilac há a realização desse amor. Acesse a coletânea em:

Vejamos o poema “IV” da coletânea “Via-Láctea”: Como a floresta secular, sombria, Virgem do passo humano e do machado, Onde apenas, horrendo, ecoa o brado Do tigre, e cuja agreste ramaria Não atravessa nunca a luz do dia, Assim também, da luz do amor privado, Tinhas o coração ermo e fechado, Como a floresta secular, sombria... Hoje, entre os ramos, a canção sonora Soltam festivamente os passarinhos. Tinge o cimo das árvores a aurora... Palpitam flores, estremecem ninhos... E o sol do amor, que não entrava outrora, Entra dourando a areia dos caminhos. Acesso: 15/11/10.

ANÁLISE

Esse soneto é dividido em duas partes: a solidão, expressa nos dois quartetos; e a realização, expressa nos dois tercetos. Nos dois quartetos aparecem os temas românticos: a floresta antiquíssima, remota, escura, sombria, virgem, ainda não explorada pelo homem e que reflete o estado de tristeza e de solidão do eu-lírico, da privação do amor. Nos dois tercetos, porém, a situação se inverte, a natureza muda, torna- se alegre, as flores desabrocham e os pássaros cantam, refletindo, assim, outro estado de espírito do eu-lírico após ter conseguido realizar o seu amor. É interessante observar, ainda, as escolhas lexicais do poeta, bem como a época de criação do poema, focando a variação linguística histórica.