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Transcrição da apresentação:

O sertanejo é, antes de tudo, um forte.

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 (43 anos)  Engenheiro, jornalista, militar, escritor, sociólogo, cronista, romancista e poeta.  Testemunha ocular na Guerra de Canudos enviado pelo jornal O Estado de São Paulo.  Os Sertões – Um livro “vingador”.  ABL- Segundo ocupante da Cadeira 7, eleito em 21 de setembro de 1903, na sucessão de Valentim Magalhães e recebido 18 de dezembro de 1906 pelo Acadêmico Sílvio Romero.  Casado com Ana de Assis – teve 4 filhos (1 filha morreu de varíola).

Eu quero Eu quero à doce luz dos vespertinos pálidos Lançar-me, apaixonado, entre as sombras das matas Berços feitos de flor e de carvalhos cálidos Onde a poesia dorme, aos cantos das cascatas... Eu quero aí viver — o meu viver funéreo, Eu quero aí chorar — os tristes prantos meus... E envolto o coração nas sombras do mistério, Sentir minh' alma erguer-se entre a floresta de Deus! Eu quero, da ingazeira erguida aos galhos úmidos, Ouvir os cantos virgens da agreste patativa.... Da natureza eu quero, nos grandes seios úmidos Beber a Calma, o Bem, a Crença — ardente e altiva. Eu quero, eu quero ouvir o esbravejar das águas das asp'ras cachoeiras que irrompem do sertão... E a minh'alma, cansada do peso atroz das mágoas, Silene acometer no colo da so'idão 1883

A cruz da Estrada, de 1884: Se vagares um dia nos sertões, Como hei vagado — pálido, dolente Em procura de Deus — da fé ardente Em meio das soidões... Se fores, como eu fui, lá onde a flor Tem do perfume a alma inebriante, Lá onde brilha mais que o diamante A lágrima da dor... Se sondares da selva a entranha fria Aonde dos cipós na relva extensa Noss'alma embala a crença. Se nos sertões vagares algum dia... Companheiro! Hás de vê-la. Hás de sentir a dor que ela derrama Tendo um mistério, aos pés, de um [negro drama. Tendo na fronte o raio de uma estrela!... Que vezes a encontrei!... Medrando [calma A Deus, entre os espaços No desgraçado, ali tombado, a alma Que tirita, quem sabe?, entre os seus braços. Se a onça vê, lhe oculta a asp'ra ferrenha Garra, estremece, pára, fita-a, roja- se, Recua trêmula e fascinada arroja-se, Entre as sombras da brenha... E a noite, a treva, quando aos céus [ascende E acorda lá a luz, Sobre os seus braços frios, nus, Tecido de astros em brial estende... Nos gélidos lugares Em que ela se ergue, nunca o raio estala, Nem pragueja o tufão... Hás de [encontrá-la Se acaso um dia nos sertões vagares (...)

 Visão negativa antes de Os Sertões  Visão pejorativa  Impossibilidade de desenvolvimento da civilização  Lugar da barbárie  Vergonha nacional

 Os Sertões (1902);  Contrastes e confrontos (1907); Diversos.  Peru versus Bolívia (1907);  À margem da história (1909). Póstumo. Amazônia

Romantismo Realismo Parnasianismo Simbolismo Pré-Modernismo Modernismo Naturalismo S É C U L O X I X S É C U L O X X Maior produção euclidiana

  Momento de transição  Tradição X Modernidade  Brasilidade  Identidade Nacional  Interior do Brasil – O Brasil que o Brasil não conhece  Euclides concretiza o contraste do momento

 1902  Teor documental- descrição e linguagem objetiva  Resgate de aspectos do Naturalismo  Determinismo  Livro composto de 3 partes configuradas de maneira científica e sociológica.  Partes:  A terra  O homem  A luta

 Epopeia em prosa (Luft).  Narrador  Tempo  Espaço: O sertão nordestino – espaço determinante.

 Personagens principais: Antônio Conselheiro e Coronel Moreira César.  Personagens típicos:  vaqueiro  jagunço  gaúcho

 Descrição detalhada feita pelo cientista Euclides da Cunha, mostrando todas as características do lugar, o clima, as secas, a terra, enfim.  Discurso: narrativo-descritivo.  DETERMINISMO GEOGRÁFICO.

"Ao sobrevir das chuvas, a terra, (...), transfigura-se em mutações fantásticas, contrastando com a desolação anterior. Os vales secos fazem-se rios. Insulam-se os cômoros escalvados, repentinamente verdejantes. A vegetação recama de flores, cobrindo-os, os grotões escancelados, e disfarça a dureza das barrancas, e arredonda em colinas os acervos de blocos disjungidos -de sorte que as chapadas grandes, entremeadas de convales, se ligam em curvas mais suaves aos tabuleiros altos. Cai a temperatura. Com o desaparecer das soalheiras anula-se a secura anormal dos ares. Novos tons na paisagem: a transparência do espaço salienta as linhas mais ligeiras, em todas as variantes da forma e da cor. Dilatam-se os horizontes. O firmamento, sem o azul carregado dos desertos, alteia-se, mais profundo, ante o expandir revivescente da terra. E o sertão é um vale fértil. É um pomar vastíssimo, sem dono. Depois tudo isto se acaba. Voltam os dias torturantes; a atmosfera asfixiadora; o empedramento do solo; a nudez da flora; e nas ocasiões em que os estios se ligam sem a intermitência das chuvas -o espasmo assombrador da seca."

 Descrição feita pelo sociólogo e antropólogo Euclides da Cunha, que mostra o habitante do lugar, sua relação com o meio, sua gênese etnológica, seu comportamento, crença e costume; mas depois se fixa na figura de Antônio Conselheiro, o líder de Canudos.  Apresenta seu caráter, seu passado e relatos de como era a vida e os costumes de Canudos, como relatados por visitantes e habitantes capturados.  Estabelecer a imagem do homem nacional.  Determinismo biológico, fruto das teses racialistas, desenvolvidas e amplamente propagadas nessa época.  Discurso: narrativo-dissertativo.

 “Vivendo quatrocentos anos no litoral vastíssimo, em que pelejam reflexos da vida civilizada, tivemos de improviso, como herança inesperada, a República. Ascendemos, de chofre, arrebatados na caudal dos ideais modernos, deixando na penumbra secular em que jazem, no âmago do país, um terço de nossa gente. Iludidos por uma civilização de empréstimo; respingando, em faina cega de copistas, tudo o que de melhor existe nos códigos orgânicos de outras nações, tornamos, revolucionariamente, fugindo ao transigir mais ligeiro com as exigências da nossa própria nacionalidade, mais fundo o contraste entre o nosso modo de viver e o daqueles rudes patrícios mais estrangeiros nesta terra do que os imigrantes da Europa. Porque não no-los separa um mar, separam-no-los três séculos (...)”

“Colocado ao dorso (cavalo), confundindo-se com ele, graças à pressão dos jarretes firmes, realiza a criação bizarra de um centauro bronco: emergindo inopinadamente nas clareiras; mergulhando nas macegas altas; saltando ipueiras; vingando cômoros alçados; rompendo, célere, pelos espinheirais mordentes; precipitando-se, a toda brida, no largo dos tabuleiros…” (p.130-vol.I). Adjetivos descritivos evocam imagens sensoriais. Uso do gerúndio- ação contínua

 A Terra e O homem são essencialmente descritivos, pois na verdade “armam o palco” e “introduzem os personagens” para a verdadeira história, a Guerra de Canudos, relatada na terceira parte.

 A Luta é uma descrição feita pelo jornalista e ser humano Euclides da Cunha, relatando as quatro expedições a Canudos, criando o retrato real só possível pela testemunha ocular da fome, da peste, da miséria, da violência e da insanidade da guerra.  Retratando minuciosamente movimento de tropas, o autor constantemente se prende à individualidade das ações e mostra casos isolados marcantes que demonstram bem o absurdo de um massacre que começou por um motivo tolo.  No final, foi apenas um massacre violento onde estavam todos errados e o lado mais fraco resistiu até o fim com seus derradeiros defensores – um velho, dois adultos e uma criança.  Tipo de discurso: narrativo

 Foco narrativo- narrador-observador  Aspecto documental  Linguagem objetiva  Descrições detalhadas  Determinismo  Espaço – o primeiro brasileiro puro  Tempo – imobilidade do tempo Linguagem rebuscada/documental  Pré-Modernismo Retrato do Brasil desconhecido/marginalizado Tradição vs Modernidade

Marcado pela própria natureza O Nordeste do meu Brasil Oh! solitário sertão De sofrimento e solidão A terra é seca Mal se pode cultivar Morrem as plantas e foge o ar A vida é triste nesse lugar Sertanejo é forteS upera miséria sem fim Sertanejo homem forte (bis) Dizia o Poeta assim Foi no século passado No interior da Bahia O Homem revoltado com a sorte do mundo em que vivia Ocultou-se no sertão espalhando a rebeldia Se revoltando contra a lei Que a sociedade oferecia Os Jagunços lutaram Até o final Defendendo Canudos Naquela guerra fatal cima-da-hora/867181/ Os Sertões – Em cima da Hora, 1976

Litografia do Arraial em 1897

Primeiro governo civil da República Oligarquia dos cafeicultores paulistas no poder República Liberal com exclusão constitucional Florianistas desejam os militares no poder Fim da Revolução Federalista (RS) Guerra de Canudos (BA)1896-7

 Conteúdo Religioso e Carência Social - Canudos  Conteúdo Religioso e Reivindicações Sociais – Contestado  Reivindicações Sociais sem caráter Religioso – Movimento operário  Contestação Militar – Florianistas ou Jacobinos – Jogo Político

 Ao mesmo tempo um Líder de jagunços e sacerdote que reúne homens para construir igrejas e muros em novos cemitérios  Atribuições que substituíam o estado ausente.

 “Há bons seis meses que por todo o centro desta e da Província da Bahia, chegado, (diz elle,) do Ceará, infesta um aventureiro santarrão que se apelida por Antonio dos Mares: o que, a vista dos aparentes e mentirosos milagres que dizem ter ele feito, tem dado lugar a que o povo o trate por S. Antonio dos Mares”  Publicada em novembro de 1874 em O Rabudo, um pequeno semanal editado em Estância, no Sergipe, esta foi, ao que se sabe, a primeira menção da imprensa brasileira a Antônio Conselheiro.  Nos 23 anos seguintes, o personagem se tornaria a peça principal do grande acontecimento “Canudos”, que foi também um evento midiático nacional

 Na utopia que criaram, Antônio Conselheiro substituiu o fazendeiro, o padre e o delegado de polícia, reunindo em sua pessoa o poder das três autoridades que mandavam no sertão.  Por trás de sua figura estava o esforço admirável que uma população carente de tudo desenvolveu para se organizar, resistindo à opressão e à exploração, além de inventar formas alternativas de vida em comum

 Canudos foi um acontecimento útil para dois diferentes conflitos de poder nos tumultuados primeiros anos do regime. Com sua enorme capacidade de atração popular, o tamanho do seu mercado e seu potencial bélico, o arraial do Conselheiro desequilibrou os poderes políticos na Bahia, há tempos tensionados pela disputa entre o governador Luís Vianna e o dono das terras daquela região, José Gonçalves, aliado ao Barão de Geremoabo.  Enquanto isso, na capital nacional, Canudos virava fator decisivo para outra competição acirrada: a luta entre os oligárquico-liberais, representando a elite cafeeira paulista, e os “jacobinos”, influenciados pelo pensamento desenvolvimentista-ditadorial de forte base militar.  Vencer essa guerra era uma questão de sobrevivência política para o governo do paulistano Prudente de Morais.  Era por isso, e não por constituir uma ameaça real à República, que o arraial tinha de ser completamente aniquilado

 A função “crítica” da imprensa se esgotava na defesa de posições partidárias dos proprietários, e não em prol da defesa de princípios constitucionais ou democráticos.  Depois que os seguidores do Conselheiro derrotaram as primeiras duas expedições de policiais e soldados contra ele os jornais da oposição se engajaram numa produção de medo. Intensificaram a estratégia de criminalização aplicada desde 1893, ano da fundação do arraial, desencadeando uma verdadeira campanha, com a publicação de documentos – na sua grande maioria falsos – para “comprovar” repetidos ataques de canudenses a fazendas da regiãoes.  Levantavam a suspeita de que o governador fazia de Antônio Conselheiro um aliado, usando-o para desestabilizar a região controlada por seus adversários

 A partir de março de 1897, no entanto, os dois campos políticos baianos viram-se encurralados juntos por um forte discurso vindo dos jornais do Rio e de São Paulo.  As notícias da derrota da terceira expedição e da morte de seu líder, o famoso “herói” coronel Moreira César, causaram pânico nas capitais. No sul, os jornais reforçaram o discurso da conspiração monarquista, já introduzido pela imprensa jacobina.  A Bahia foi caracterizada como reduto monarquista. Mas a verdade é que o movimento monarquista dos anos 1890 era insignificante fora do Rio e de São Paulo.  A acusação de “monarquismo” era parte do discurso dos bacharéis liberais e dos jovens oficiais “jacobinos”, que visavam instalar uma ditadura modernizadora e positivista no Brasil.

 Quando Euclides chega a Canudos, o discurso midiático, construído de forma intensiva, diária, ao longo de um ano, já havia produzido seu efeito final, e mortal: o governo do presidente Prudente de Morais decidira destruir Canudos a todo custo.  Morreram milhares de famílias sertanejas, numa das maiores chacinas da história brasileira.  Mas os relatos de Euclides e de seus colegas ao menos contribuíram para uma mudança na percepção dos canudenses pela opinião pública.  Enquanto durante a guerra foram considerados “inimigos da nação”, depois de mortos foram simbolicamente reincluídos. Os inimigos se tornam irmãos e são considerados vítimas por muitos.

Acampamento de ex combatentes de Canudos e suas mulheres – viandeiras – abastecedoras de gêneros para as tropas

Caldo de cana com música; Sorvetes e navio terrestre; O baleiro; Leite com vaca a domicílio; Engraxate ao ar livre; “—O palhaço o que é?”; A água do vintém; O democrático kiosque; A Preta-Mina; O macaco do realejo; Carregadores de piano; A dansa do urso (Hoje só existe em política); O trapeiro; “—Phopho barato!”; Nagôa versus Guaiamu; O reclamista; “—Vai peru de roda boa!” A Bandeira do Divino Cenas da Vida Carioca, primeiro álbum, 1924, Raul Pederneiras

Atentado contra a vida do Presidente Prudente de Moraes, que acabou resultando na morte do então Ministro da Guerra, Mal. Bittencourt, no Arsenal de Guerra (05/11/1897)

 Dawid Danilo Bartelt doutor em História pela Universidade Livre de Berlim, diretor do escritório Brasil da Fundação Heinrich Böll e autor de Sertão, República e Nação (EdUSP, 2009).  Sandro Teixeira Moita é professor de história militar na Divisão de Preparação e Seleção da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME).  Walnice Nogueira Galvão é professora emérita da FFLCH- USP e autora de O império do Belo Monte. Vida e Morte de Canudos. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2001

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