Defeitos de fechamento da parede abdominal: fatores prognósticos para o óbito neonatal AUTORES: DA SILVA, Gabriela Verzola Gomes*; FEITOSA, José Antônio da Silva*; MORTOZA, Giovana Vilela*; MOREIRA, Alessandra de Cássia Gonçalves**; DE MOURA, Marta David Rocha **; NASCIMENTO, Ulisses Mariano*** *Discentes do curso de medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde,**Docentes do curso de medicina.***Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal Introdução Gráfico 2 – Mortalidade observada por Onfalocele Gastrosquise e onfalocele são os defeitos mais comuns da parede abdominal e o conhecimento dos fatores associados com pior prognóstico e a experiência da equipe no manejo dos pacientes são fundamentais para uma assistência adequada1,4. Objetivo Avaliar os fatores associados com o óbito neonatal de portadores de gastrosquise e onfalocele Comparar as características clínicas e epidemiológicas das duas categorias de defeito de fechamento da parede abdominal Na comparação entre gastrosquise e onfalocele, observou-se maior associação de gastrosquise com: uso de nutrição parenteral (NPT) > 30 dias (p 0,007 RR 0,13), idade materna < 20 anos (p 0,003 RR 8,7), maior ocorrência de sepse (p 0,03 RR 3,66) e 1ª intervenção mais precoce em < 24 h (p 0,002 RR 9,8). Não houve diferença estatística entre os grupos quanto a malformações associadas, sexo ou mortalidade. Não identificamos fatores associados ao óbito, entre as variáveis analisadas, no grupo com onfalocele. Local de nascimento, baixo peso, prematuridade, diagnóstico pré-natal, tempo de vida na primeira intervenção e sepse não se associaram com a mortalidade de RNs com gastrosquise. Média de idade materna menor associou-se ao óbito (p 0,02 Teste t student: -2,33) Método Estudo longitudinal retrospectivo através da revisão de prontuários e protocolos preenchidos durante o seguimento das pacientes, envolvendo todos os recém-nascidos portadores de gastrosquise e onfalocele, atendidos no serviço de neonatologia e submetidos à correção cirúrgica no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), de janeiro/2012 a dezembro/2014. Variáveis quantitativas comparadas utilizando o teste T de Student ou Mann Whitney. Para as variáveis categóricas, utilizou-se teste qui-quadrado ou Teste Exato de Fisher. Trabalhou-se com o cálculo do Risco Relativo (RR), com intervalos de confiança de 95%. Gráfico 3 – Fatores de risco para o óbito em pacientes com gastrosquise Resultados Dos 56 RNs com gastrosquise: 33 (59%) eram do sexo masculino, Idade materna 19,5 anos (DP 4,3), 46 (82%) possuíam diagnóstico pré-natal, 46 (82%) nasceram no HMIB, 36 (64%) foram PT e 43 (76%) tinham P < 2500g. Dos 14 RNs com onfalocele: 9 (64%) eram do sexo feminino, Idade materna 27 anos (DP6,98), 6 (42%) foram PT, 9 (64%) possuíam diagnóstico PN, 10 (71%) nasceram no HMIB e 8 (57%) pesaram < 2500g. * * P < 0,005 Conclusão Gráfico 1 – Mortalidade observada por Gastrosquise As taxas de mortalidade por gastrosquise e onfalocele foram mais elevadas que aquelas relatadas em países desenvolvidos2. Mães de RNs com gastrosquise foram mais jovens A associação de atresia intestinal com gastrosquise sinaliza para pior prognóstico neonatal. A mortalidade nos portadores de gastrosquise associou-se principalmente com complicações pós operatórias e uso prolongado de NPT. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1.CHITTY, L.; ISKAROS, J. Congenital anterior abdominal wall defects. British Medical Journal, London, v.313, n.7062, p.891-892, Oct. 1996.; 2. DRIVER, C. P. et al. The contemporary outcome of gastroschisis. Journal of Pediatric Surgery, New York, v.35, n.12, p.1719-1723, Dec. 2000; 3.HWANG, P.; KOUSSEFF, B. G. Omphalocele and gastroschisis: An 18-year review study. Genetics in Medicine, v. 6, n.4, p.232-236, Jul./Aug. 2004; 4. HENRICH, Katharina et al. Gastroschisis and omphalocele: treatments and long-term outcomes. Pediatric surgery international, v. 24, n. 2, p. 167-173, 2008.5.MARQUES, Caio Coelho et al. Defeitos de fechamento de parede abdominal: estudo de casos atendidos no Ambulatório de Medicina Fetal do Hospital São Lucas da PUCRS. Scientia Medica, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 176-181, 2009. Contato: alemor.med@uol.com.br Agradecimento: Dr Paulo Robert Margotto