TENSÃO RACIAL NOS ESTADOS UNIDOS

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Transcrição da apresentação:

TENSÃO RACIAL NOS ESTADOS UNIDOS Em setembro de 2016, a morte de dois homens negros desarmados nos estados de Oklahoma e na Carolina do Norte causaram comoção e revoltas nos Estados Unidos. Na cidade de Charlotte (Carolina do Norte), depois de três noites de protestos barulhentos nas ruas, foi instaurado o toque de recolher e declarado o estado de emergência. Esses são os exemplos mais recentes de uma sucessão de casos no ano que mantém acesa a polêmica sobre a existência de racismo institucional entre as forças de segurança dos Estados Unidos.

O MOVIMENTO BLACK LIVES MATTER Casos como esses inspiraram a criação do movimento civil Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em português), que combate a violência policial contra os negros e luta pelos direitos humanos da comunidade negra. Criado em 2013, o movimento ganhou repercussão em todos os EUA. Segundo os ativistas, o racismo ainda é um drama cotidiano e os abusos de autoridade no país em relação aos cidadãos negros são frequentes. Exemplos são muitos, como o uso excessivo da força, casos em que homens negros são detidos ilegalmente pela polícia por terem um farol do carro quebrado, ou crianças negras que são abordadas por brincarem com armas de brinquedo.

O Black Lives Matter obteve grande visibilidade no noticiário internacional e nas redes sociais, que popularizaram o slogan do movimento. Na internet, é comum o uso da hashtag #BlackLivesMatter quando surge um novo caso de morte de negros por policiais e que foi considerado injusto. Manifestações nas ruas e o apoio de artistas como Beyoncé, Jay-Z, Kanye West e Drake também foram fundamentais para a visibilidade da causa. No início deste ano, a cantora Beyoncé publicou uma carta aberta no seu site oficial criticando a polícia.

O primeiro grande protesto do movimento BLM aconteceu em 2014, após a morte do jovem Michael Brown, na cidade de Ferguson, no estado do Missouri. Ele estava desarmado quando foi alvejado pela polícia. O episódio deu origem a protestos em todo o país e abriu um debate público que expôs o racismo que continua a existir na sociedade norte-americana.

AS ESTATÍSTICAS As estatísticas fundamentam a disparidade no uso da força policial nos Estados Unidos e revelam que pessoas negras têm maior probabilidade de serem mortas pela polícia do que brancos. Segundo dados do FBI, em 2015, 37% das pessoas desarmadas mortas pela polícia americana eram negras, embora os afro-americanos representem aproximadamente 13% da população. Já o estudo Mapping Police Violence aponta que negros têm até três vezes mais chances de serem mortos por policiais do que brancos. Em casos de mortes em que a vítima não estava armada, essa possibilidade é de até cinco vezes maior.

O PAPEL DE BARACK OBAMA Nesse debate, o presidente Barack Obama assumiu um importante papel. Em 2008, Obama foi eleito o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. O fato de um homem negro assumir a presidência foi considerado por muitos como o início de uma nova era nas relações raciais. Mas as desigualdades persistem. Os negros também formam a maior parte da população em situação de pobreza (24%) e têm uma escolaridade menor do que brancos.

UMA FERIDA AINDA ABERTA Apesar de Obama representar um importante símbolo, o racismo ainda é uma ferida aberta nos EUA. A organização The Southern Poverty Law Center, uma das mais importantes do país especializada em direitos civis, fez um levantamento no qual mapeou a existência de 892 “grupos de ódio” no país em 2015. Destes, 190 são ligados à Ku Klux Klan, organização racista que hoje se define como um movimento político. Segundo a organização, houve um aumento no número de grupos racistas desde a virada do último século. Ao contrário do Brasil, nos EUA não é crime divulgar conteúdo racista.

Os motivos desse aumento seriam o intenso fluxo de imigrantes (especialmente de latino-americanos) e as projeções demográficas que mostram que os Estados Unidos estão passando por uma transformação social e se tornando um país cada vez mais multirracial. A estimativa é de que, em 2040, os brancos não serão a maioria da população norte- americana.