Todo mundo brinca se tu brincas! Leni Vieira Dornelles
Criançar e devir Agora eu era o rei Era o bedel e era também juiz E pela minha lei A gente era obrigada a ser feliz E você era a princesa Que eu fiz coroar E era tão linda de se admirar...
Traçando caminhos: crianças na grande aldeia crianças na família crianças na instituição saberes sobre a criança e saberes sobre as infâncias
Brinquedos e brincadeiras Século XV: cavalo de pau; cata-vento; Século XVI: Jogos com arcos e varas; jogo de argola; cavalo de pau dos carrosséis; quintana (montado à cavalo acertar o alvo de madeira); arremessos de barra; lutas; corridas com saltos; crianças que cavalgam barris em vez de cavalos; Século XVII: jogos e brincadeiras comuns a adultos e crianças; réplicas do cotidiano para decoração; bolas de bexigas, etc.
Jogos e culturas Saquinhos de ossos; amarelinha; bola de gude; bola e pião (Portugal). Lendas de cucas, bichos-papões, bruxas e sacis, boitatá, boto rosa, salamandras e cobras grandes. O jogo e a brincadeira caminham juntos desde o momento que se tem registro e lembranças de uma criança que brinca. Atividades que renovam-se em cada cultura.
Final do século XX e as culturas infantis Desenhos, filmes, revistas, games, chats, livros eletrônicos, site de histórias infantis, e-book, CD-rom, video games, sites fashion, weblogs, orkut, MSN, etc... Locais para brincar: shopping center (liga do yu-gi-oh); quartos informatizados, lan house, etc.
As múltiplas infâncias hoje a infância de rua: com suas crianças que vivem e sobrevivem sem a proteção do adulto... a infância hospitalizada a infância trabalhadora: das crianças nas carvoarias, plantações de cana, colheitas de cizal, prostituição das ruas... a infância cyber: das crianças que brincam com as novas tecnologias de games, internet, televisão à cabo, lan houses, orkut,ipod,etc.
Normalizando o cuidar de ontem e de hoje Ontem: invenção do anormal Hoje: Cuidar e educar inclui: * organização do espaço * organização dos sujeitos * organização dos materiais
Educar e cuidar Cuidar e educar são indissociáveis num projeto educativo infantil, pois, incluem, participação e produção dos sujeitos infantis em uma experiência cultural própria de um grupo social, numa interação entre um ambiente de cuidado, afeto e recursos materiais.
Brincar cuidando numa experiência que supere o disciplinamento o silêncio a submissão a obediência a servidão
Uma experiência que possibilite o Criançar as mudanças acontecem ao longo das infâncias; direitos estão sendo negados às crianças; as crianças pensam diferente dos adultos; a criança não é o adulto e podemos inventar com ela novas possibilidades da vida infantil.
Criançar em defesa da criança-poeta, da criança-artista, da criança-pintora, da criança-cantora, e, principalmente, da criança-brincante. Inventarmos com elas a vida com capacidade de criançar e sobretudo de criançar-se.
Um criançar que possibilite: o sonho a novidade a fantasia a invenção a brincadeira a espontaneidade o lugar para a emoção a solidariedade o lugar para o desejo o prazer o gosto pelo belo a criatividade a sensibilidade a subjetivação a expressão a generosidade a curiosidade a paixão a convivência fraterna com o outro
Acima de tudo viver intensamente Com muita generosidade o criançar - o devir-criança - como uma ética de afirmação da vida.