Ilan Goldfajn Aurelio Bicalho Políticas Monetária, Fiscal e Choque Global: Análise Empírica da Dinâmica da Produção Industrial entre 2008 e 2012.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
QUESTÃO CENTRAL: A economia brasileira está desacelerando?
Advertisements

Cenários Macroeconômicos para o Brasil ( )
Contas Externas Brasileiras Carlos Thadeu de Freitas Gomes Seminário APIMEC 40 anos Rio de Janeiro, 17 de Maio de
SUMÁRIO 1. CENÁRIO INTERNACIONAL 2. CENÁRIO NACIONAL
Conjuntura Brasileira Antonio Licha Perspectivas para 2010.
Medidas Recentes de Estímulo ao Crescimento e Evolução do Câmbio
A Crise Internacional e os Efeitos no Brasil e no Mundo
O Cenário Econômico Atual
Crescimento Econômico e Medidas de Estímulo no Brasil
1 Assessoria Econômica da FEDERASUL Crise europeia e crescimento econômico no Brasil.
Conjuntura Econômica Brasileira
Assessoria Econômica da FEDERASUL
Assessoria Econômica da FEDERASUL
Brasília, março de 2009 A crise internacional e repercussões: situação brasileira em março de 2009 Jorge Abrahão de Castro IPEA.
REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL: PROJEÇÕES DE LONGO PRAZO
Perspectivas da Economia Brasileira para 2009 e de outubro de 2009 Simão Davi Silber
MACROECONOMIA INTRODUÇÃO.
2a Conf. Int. de Crédito Imobiliário 19 de Março de 2010
Regime de Metas para Inflação no Brasil: Construindo Credibilidade em Contexto de Volatilidade na Taxa de Câmbio André Minella Paulo S. de Freitas Ilan.
Dionísio Dias Carneiro 4 de julho de 2003
A CRISE MUNDIAL E SEUS EFEITOS NO BRASIL
O mercado de bens e a relação IS
Fundamentos de Economia
Parte IV: Alguns debates do pós-Real
Anos 1980: Rumo perdido.
A ASCENSÃO DA CHINA NO SISTEMA MUNDIAL E OS DESAFIOS PARA O BRASIL
Incertezas em um novo cenário Roberto Padovani Setembro 2008.
Ciclos Reais de Negócios
Da crise ao crescimento: a experiência do Brasil MINISTRO GUIDO MANTEGA Rio de Janeiro, 07 de julho de 2004 II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE FUNDOS DE PENSÃO.
Cenário para 2006/2007 Aliança José Márcio Camargo Novembro 2006.
PIB TRIMESTRAL Bahia – 4º Trimestre de 2009 Bahia – 4º Trimestre de 2009 CONJUNTURA ECONÔMICA: 2011 DILMA_100 dias.
Economia brasileira MILAGRE BRASILEIRO – AUGE E CRISE – cap. 9
A DÉCADA PERDIDA PROBLEMAS NO COMÉRCIO EXTERIOR
Perspectivas Econômicas para 2013: Brasil e Rio Grande do Sul.
Perspectivas Econômicas 2011 Data 21/10/10 Economia Internacional 2011 Governo dos EUA expandirá a moeda (QE II) – Espera-se reação semelhante da União.
República Federativa do Brasil 1 LDO 2005 GUIDO MANTEGA MINISTRO DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO Brasília 18 de maio de 2004.
DESINDUSTRIALIZAÇÃO QUE FAZER? Esquema de Agenda para Debate Edmar Bacha CdG, 13/04/2012.
DESAFIOS DO CENÁRIO ECONÔMICO EM UM ANO ELETORAL
Parte II: Determinantes do Produto
Cenários para o setor de varejo Adriano Pitoli Jun/06
Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista. Pesquisa Conjuntural do Comércio - São Paulo Estimativa de fechamento: 4,75% de crescimento em 2002; Crescimento.
Perspectivas da Indústria Brasileira
Ministério da Fazenda Secretaria de Política Econômica 1 A CRISE MUNDIAL E SEUS EFEITOS NO BRASIL Nelson Barbosa Secretário de Política Econômica 2 de.
Subsidiária do. ECONOMIA INTERNACIONAL ECONOMIA INTERNACIONAL - CRISE DA DÍVIDA NA EUROPA BCE injetou aproximadamente €1 trilhão de euros em linhas de.
Prof.ª Me. Marcela Ribeiro de Albuquerque
A questão dos Juros no Brasil
Apresentação ao Senado Realizada nos dias 08 a 13 de maio/2015 Analistas consultados: 22 PESQUISA FEBRABAN DE PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS E EXPECTATIVAS.
Como a atual política econômica e fiscal afeta o varejo
Fundamentos de Macroeconomia. Parte 2 - O Curto Prazo O Mercado de Bens.
FLUTUAÇÕES ECONÔMICAS NO CURTO PRAZO
A MACRO E MICRO ECONOMIA
Cenário Macroeconômico Junho China Economia da China parece estar se estabilizando após ações do governo para estimular o crescimento. Ainda assim,
Realização Apoio “Millenium nas Redações” ‘Reflexões sobre o cenário econômico’ Zeina Latif economista-chefe da XP Investimentos Apresenta:
Realização Apoio “Millenium nas Redações” ‘Conjuntura Econômica’ com Zeina Latif XP Investimentos Apresenta:
Brasília, 10 e 11 de julho de Conjuntura econômica e negociações coletivas 5º Congresso dos Bancários de Brasília/DF.
TEORIA ECONÔMICA Objetivo: Analisar como são determinados os preços e as quantidades dos bens e serviços produzidos em uma economia Teoria Neoclássica.
BRASIL AJUSTES INCOMPLETOS: OS DESAFIOS E OS SACRIFÍCIOS CONTINUAM! SETEMBRO 2015.
CENÁRIO ECONÔMICO. MUDANÇA DE RUMO DE POLITICA ECONÔMICA  FIM DE POLITICAS ANTICÍCLICAS BASEADO NO ESTIMULO DA DEMANDA  AJUSTE FISCAL  REALINHAMENTO.
Apresentação ao Senado Realizada entre os dias 04 e 08 de dezembro de 2015 Analistas consultados: 25 PESQUISA FEBRABAN DE PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS E EXPECTATIVAS.
Apresentação ao Senado Realizada entre os dias 30 de outubro e 04 de novembro de 2015 Analistas consultados: 25 PESQUISA FEBRABAN DE PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS.
ESTABILIDADE DE PREÇOS VERSUS ALTO NÍVEL DE EMPREGO POLÍTICAS MACROECONÔMICAS PARA ATINGÍ-LAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS E POSITIVAS PARA A ECONOMIA.
Cenário Macroeconômico Cenário Macroeconômico. ECONOMIA INTERNACIONAL AMBIENTE MAIS FAVORÁVEL NO 2º SEMESTRE.
“ China: os limites do crescimento econômico e suas repercussões internacionais Palestra no IFHC Ilan Goldfajn.
Roberto Name Ribeiro ECONOMIA – Micro e Macro 1 Introdução Metas de Política Macroeconômica Estrutura da Análise Macroeconômica Instrumentos de Política.
Aula Teórica nº 20 Bibliografia: Obrigatória: Frank e Bernanke (2003), cap. 27 Sumário: 10. Procura e Oferta Agregadas Curva da procura agregada.
Cenário Macroeconômico Abril/2016. Economia Internacional Economia Doméstica.
Prepared by: Fernando Quijano and Yvonn Quijano 7 C A P Í T U L O © 2004 by Pearson EducationMacroeconomia, 3ª ediçãoOlivier Blanchard Agregando Todos.
Objetivos e Instrumentos
ECONOMIA – Micro e Macro 1 Definição: inflação é o aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços. Custos gerados pela inflação: a distribuição.
Transcrição da apresentação:

Ilan Goldfajn Aurelio Bicalho Políticas Monetária, Fiscal e Choque Global: Análise Empírica da Dinâmica da Produção Industrial entre 2008 e 2012

Questões Macroeconomia Itaú Unibanco Página Fraqueza recente da produção industrial é sintoma de um processo estrutural de desindustrialização? Ou os efeitos defasados e correntes de choques na demanda explicam o comportamento da atividade industrial?

Indústria e a retirada de estímulos Macroeconomia Itaú Unibanco Página Retirada dos estímulos Fim da redução do IPI para compra de veículos Aumento das taxas de juros Medidas macroprudenciais Aumento das taxas de juros BNDES (linhas PSI) Forte desaceleração dos investimentos públicos Desaceleração da economia global

Simulações Macroeconomia Itaú Unibanco Página Em uma economia com dois setores (tradables e non-tradables) como os choques de demanda afetam estes setores? Demanda explica fraqueza da produção industrial? - VAR para a primeira questão - Modelo de correção-de-erros (MCE) para a segunda questão

Dados Macroeconomia Itaú Unibanco Página VAR estimado com dados mensais, seguindo a especificação de Llaudes (2007), com acréscimo de duas variáveis: (i) atividade externa e (ii) despesa fiscal MCE primeiro estimado até ago/08 (pré-crise) e depois estimado até abr/12. Especificações: (i) fundamentos demanda (juro, crédito, câmbio, estoques, etc) (ii) demanda (varejo, FBKF, exportações, importações e estoques)

Impulso-resposta: como choques afetam a indústria? Macroeconomia Itaú Unibanco Página Choque na política monetária tem efeito duas vezes maior na indústria Choque na atividade global tem efeito cinco vezes maior na indústria Choque fiscal é estatisticamente significativo no setor de serviços

Indústria sob choques negativos Macroeconomia Itaú Unibanco Página Aperto de 2011 com efeito concentrado na indústria, agravado pelo menor crescimento global, que tem efeito muito mais intenso em tradables Macroprudencial é pior para a indústria. Esta é outra hipótese: efeito concentrado em bens dependentes de crédito, e necessidade de desacelerar mais a economia para mesmo efeito na inflação Até o fiscal, via forte desaceleração dos investimentos, pode ter contribuído para fraqueza da indústria

MCE: especificação 1 Macroeconomia Itaú Unibanco Página Elasticidade ao crescimento global é alta Câmbio tem efeitos somente de curto prazo, e muito defasados Defasagens longas dos juros Impacto do crédito na produção industrial ganha relevância pós 2008

Demanda explica dinâmica da indústria? Macroeconomia Itaú Unibanco Página Simulações dentro do intervalo de confiança: demanda parece explicar comportamento da indústria Excluir estoques e ampliar amostra não alteram muito o resultado Produção por muito tempo acima da demanda. Acúmulo de estoques? COM estoques e estimado até 2008:08 SEM estoques e estimado até 2012:04

MCE: especificação 2 Macroeconomia Itaú Unibanco Página Maior efeito substituição de importação Elasticidades da indústria aos investimentos e às importações aumentam Elasticidade ao consumo diminui

Macroeconomia Itaú Unibanco Página Em uma das simulações, a produção fica abaixo da demanda, descolando significativamente no período recente Na outra simulação, demanda explica fraqueza da indústria Demanda explica dinâmica da indústria? SEM estoques e estimado até 2012:04 COM estoques e estimado até 2008:08

Conclusão Macroeconomia Itaú Unibanco Página Muitos choques negativos (de demanda) afetaram a indústria em 2011 Demanda parece explicar dinâmica da indústria pós 2008 Mas há surpresa para baixo entre o final de 2011 e início de Sinal de outros efeitos? Ou ajuste mais pronunciado de estoques?